domingo, 30 de dezembro de 2012

Ponto final...

Não, não finalizei coisa nenhuma com o Déjan - até tenho uma boa notícia a comunicar; já comprei bilhete e dia 1 de Fevereiro estarei em Belgrado.
O ponto final tem a ver com este ano, que em boa hora vai embora, apesar de de o próximo se anunciar ainda pior - a ver vamos...
E como queria, uma vez mais, fugir a clichés (taças a tocarem-se, fogos de artifício e afins), decidi seguir o mesmo caminho do Carlos e partilhar um vídeo belíssimo, de despedida, com uma canção interpretada por um dueto improvável , Miguel Bosé...Penélope Cruz.
Espero que gostem e que 2013 nos traga algum alívio a tanto desespero - difícil, mas não impossível.
Como dizia o Solnado, façam o favor de ser felizes (ou pelo menos, tentem...)

sexta-feira, 28 de dezembro de 2012

Um casamento diferente

Há sempre uma primeira vez para tudo.
Ontem à noite aceitei um convite para participar numa festa que celebrava o casamento do Marcos com o Eddy, realizado nessa mesma tarde.
A festa decorreu animada no bar que eles possuem, o “TR3S Lisboa” ali pertinho do Príncipe Real.
Claro que tanto na cerimónia como na festa e participando da mesma forma que os noivos esteve sempre o Frank, o terceiro elemento do trio.
Como não podiam casar os três, foi a testemunha de uma felicidade a três que já há muito existe.
Há coisas que não se explicam, porque estão explicadas pelos afectos e não há nada a questionar.
A festa como disse foi boa, houve a participação muito especial da Tina Turner que veio expressamente do Algarve
houve direito a um bolo enorme e com três corações, que estava divinal.
Há que tempos não ia a um bar, e só um motivo forte me levou a ir lá, a Amizade que tenho por eles, principalmente com o Marcos com quem me unem muitas e boas cumplicidades.
Que continuem a ser muito felizes.

quarta-feira, 26 de dezembro de 2012

As minhas raízes estão aqui

A Covilhã e a Serra da Estrela- Time Lapse from João Pedro Jesus on Vimeo.

 Neste maravilhoso vídeo, já divulgado no FB e no Google+, está a minha cidade, a Covilhã, estendendo-se desde as diversas encostas até ao vale, onde nasceu uma nova cidade, está a minha serra, a Estrela com todo o seu encanto e está a Cova da Beira, toda uma região plana que se estende entre a Estrela e a Gardunha.
O autor soube fazer com mestria a junção de inúmeras fotos que foi registando alcançando um resultado de alto nível.
Hoje deixo a região, de novo a caminho da minha casa, em Massamá (espero não ter maus encontros, à chegada...)

segunda-feira, 24 de dezembro de 2012

O mais belo presente de Natal

Recebi há pouco mais de uma hora o mais belo presente de Natal que me poderiam ofertar.
O Déjan (perdão, o Dr. Déjan), formou-se hoje em Medicina!!!
Ao fim de uma odisseia indescritível com a realização do exame final, que revelou condições absolutamente incríveis no sistema de ensino da sua faculdade, finalmente foi aprovado e agora tem um ano de internato à sua frente, antes de começar a sua vida profissional remunerada e que ele tem mais ou menos assegurada, não na Sérvia, ou em Portugal, mas sim na Alemanha com a quase garantia de um emprego bem pago; para esse efeito há já tempo que tem aulas de alemão, dominando já a língua.
Era um dos dois grandes problemas da vida do Déjan.
O outro é não se poder afirmar no seu todo, num dos países mais homofóbicos do mundo.
Mas agora que sabe que a curto prazo vai ficar independente monetariamente doutros, tudo vai mudar na sua vida, e na nossa, naturalmente.
Ainda este mês deve ir ao Canadá, a convite da sua família, que ali habita há muito e juntar-se ao Pai, que está lá de visita desde há um par de meses. Deve regressar em meados de Janeiro a Belgrado, para iniciar o mais rápido possível o estágio e eu estarei lá em Belgrado no final de Janeiro para lhe dar ao vivo tudo o que neste momento sinto de imensa felicidade.
Obrigado, meu amor pela mais bela prenda de Natal deste ano.
O Natal para mim, celebrado aqui na Covilhã com a família vai ter outro sabor...
Congratulations, Déjan.
VOLIM TE, Chako Pako!!!

sábado, 22 de dezembro de 2012

"Let me call you sweetheart"

Estamos em plena época natalícia. A febre consumista dos últimos anos baixou consideravelmente
sendo,neste caso particular, uma das poucas consequências positivas da crise que vivemos (apesar de muito penalizadora para os comerciantes) e devolvendo o Natal um pouco mais à sua essência: a Família e também às crianças.
Considero que o reconhecimento da não existência do Pai Natal é para muitas, senão para todas as crianças, a primeira desilusão das suas vidas futuras.
Por isso e querendo comemorar aqui no blog esta época, sem recorrer aos habituais clichés, a minha escolha recaíu neste pequeno vídeo, que nada tem a ver com o Natal - eu sei - mas que reflecte toda a inocência e toda a pureza das crianças.
Tenham um Bom Natal.

sexta-feira, 21 de dezembro de 2012

Words

Três frases, palavras encadeadas por alguém que lhes vê sentido:

1...“A vida não é esperar que a tempestade acabe; mas sim aprender a dançar à chuva.”
Autor desconhecido
2...“Ninguém que mereça ser possuído o será alguma vez por inteiro.”
 Sara Teasdale
 3...“Amor é uma palavra abrangente e muito cómoda que utilizamos para disfarçar as razões complicadas que nos levam a querer o apoio de outra pessoa.”
 Frank Ronan

A primeira é de difícil execução. Não sei quem é o autor, mas decerto será alguém que vê a vida de uma forma prática e optimista. Mas dançar à chuva não tem aqui o significado lúdico da dança do Gene Kelly.

A segunda, da autoria de uma poetisa americana que viveu nos finais do século XIX, princípios do século XX tem algo de presunção nas suas palavras. (Não ver a frase num contexto diferente, como se fosse daquela interessante série do Sad Eyes - frases que poderiam ser gays...)

Finalmente a mais polémica, mas que merece uma profunda reflexão. Está no primeiro livro de Frank Ronan, do qual conheço toda a obra e que curiosamente, sendo ele gay e todos os restantes livros foquem de uma forma mais ou menos acentuada as questões ou as personagens homossexuais, neste não tem uma palavra sobre esse tema. Foi curiosamente o livro dele de que mais gostei e chama-se "Os Homens que Amaram Evelyn Cotton".

 Gostaria de ter aqui opiniões sobre estas frases, principalmente sobre a última. Eu concordo apenas parcialmente com ela.

quarta-feira, 19 de dezembro de 2012

"Pièce de résistance"

O Sad Eyes tem um blog. Esse blog tem um nome grande e muito curioso: "Good friends are hard to find”; além de grande e curioso é muito verdadeiro, pois os amigos não aparecem por acaso, nem por vontade própria, mas são fruto de uma convivência que se vai estreitando, de um entendimento nos assuntos mais importantes da vida, na discussão correcta das diferentes concepções de alguns assuntos e sempre e acima de tudo por um grande e mútuo respeito.
Antes, esta convivência obrigava a um convívio real, mas agora com as novas tecnologias, a convivência virtual vai contribuindo em grande parte para o aparecimento de novas e boas amizades. Claro que nunca haverá uma amizade concreta e duradoura sem que as pessoas se conheçam ao vivo, mas isso é um passo que é dado com alguma frequência entre os bloguistas após tempos de simples conhecimento virtual.
Ando na blogo há mais de seis anos, já assisti ao aparecimento e ao desaparecimento de tantos blogs que, fatalmente teria que ter ganho amigos nesta comunidade virtual; e alguns deles, têm-se transformado mesmo em grandes amigos, com quem convivo hoje extra blogosfera, são amigos para a vida. Tenho uma certa facilidade no contacto com as pessoas e isso facilita muito e sempre que posso lá estou eu a proporcionar um encontro e é curioso que é raro enganar-me na “fotografia” que faço às pessoas apenas pelo contacto virtual. Na realidade elas são o que mostram nos seus textos e nos seus comentários. Os últimos bloguistas que tive o prazer de conhecer pessoalmente foram a Margarida e o João Máximo (e o Luís, pois claro) e essa regra manteve-se, não foi surpresa a excelente impressão que me deixaram.
Ora o Sad também já o conheço pessoalmente, e é curioso que num passado recente, andámos sempre desencontrados; ele trabalhava na minha terra, na Covilhã, onde eu geralmente só vou em épocas festivas, altura em que o Sad vinha para junto da família. Na altura o blog do Sad era outro (confesso não me recordar o nome), mas a estrutura era muito semelhante à deste seu blog; talvez mais sucinto, pois apenas consistia numa simples frase, quase sempre muito bem escolhida, e nada mais. Não havia música, não havia fotos, nada. Mas foi nesse blog que ele iniciou certas iniciativas que ainda hoje continuam, como a célebre “frases que podiam ser gays” ou desafios de escrita.
Mas actualmente, o seu blog “abriu” um pouco mais, embora continue curto de textos, e ele não abdica da forma como o concebeu e faz muito bem, pois um blog é sempre a vontade e tem a forma que o seu autor lhe deseja imprimir. Eu, tenho a minha visão da blogo, que é a minha e em muitas coisas diferente da forma como muitos blogs que sigo e com interesse, têm. Não sou apologista de muitas postagens, curtas e apenas com uma foto ou uma música e nada mais, pois isso não é convidativo a uma coisa fundamental para mim – a caixa dos comentários! Reparem que eu não digo os comentários, mas sim a caixa dos comentários. Gosto de textos mais elaborados, mais extensos e que promovam uma salutar troca de impressões com quem me lê e me comenta. Por isso, não publico mais que três posts semanais, em média, tendo alguns deles um trabalho de pesquisa que muito aprecio.
Voltando ao Sad, conheci-o numa tarde naquilo que prometia ser um interessante encontro entre os concorrentes aqui da região lisboeta do seu primeiro desafio Pixel; infelizmente fui o único a aparecer, nas foi uma oportunidade para conversar mais com ele do que teria tido se houvesse mais gente. Esses desafios Pixel já vão na terceira edição, que está a ser, tais como as anteriores, um sucesso, tendo as contribuições dos concorrentes às duas primeiras sido editadas pelo João Máximo em e-book, mas também em livro, que eu adquiri através da Amazon (assim mesmo…). Também em curso uma outra iniciativa muito interessante, que é o “Book of Distance”, que está agora em meu poder, mas que enviarei dentro de dias ao antepenúltimo “contador de histórias”, um dos tais velhos amigos que hoje quase nunca escreve no seu blog, e que é um amigo do coração, que não foi difícil convencer.
E chegamos (já não é sem tempo) ao motivo principal desta postagem; o Sad "fabrica" t-shirts!!! Têm todas o mesmo modelo, apenas variam na cor, no desenho ou nas palavras. Das muitas que ele já nos mostrou, decerto que por variadas vezes nos apeteceria ter esta ou aquela. Ora agora, e ao jeito das “piscinas do Arrakis” (outra interessante iniciativa), ele resolveu começar a ofertar t-shirts aos amigos, sempre muito apropriadas às características de cada um.
Calhou-me agora a mim a sorte de receber uma, que mostro na foto e que muito me sensibilizou, não só por ele se ter lembrado de mim, mas principalmente pela frase que escolheu, que eu entendo como uma dupla homenagem: ao meu blog, pela sua longevidade, neste mar revolto pelas redes sociais, mas que vai sobrevivendo e que é a blogosfera. E…”last but not the least”, ao meu muito difícil mas muito forte relacionamento afectivo com o Déjan, que faz este mês seis anos – seis anos de alegria, de amor, mas também de lágrimas e separações quase insuportáveis.
Muito obrigado, Sad, e o agradecimento é de ambos, do Déjan e meu.

segunda-feira, 17 de dezembro de 2012

Um conto de Natal antológico

O João e o Luís que me perdoem.
Ando na blogo há muito tempo, tenho participado e outras vezes lido participações em variados desafios, mas nunca li algo tão bom (e ao mesmo tempo tão divertido), como isto.
Por isso, muito ao estilo da Margarida Rebelo Pinto aqui estou a fazer "copy e past" da participação destes dois amigos no desafio Pixel do Sad Eyes, porque toda a divulgação deste conto deve ser efectuada.
Obrigado, amigos.

Todos os outros continuem a mandar histórias e boas, pois o futuro livro (não é verdade, João?), vai ser um sucesso; mas o vencedor está encontrado!


História #14 
Autor: João & Luís (INDEX ebooks)

INCENSO E MIRRA?

Tenho 33 anos, estou desempregado e agora fiquei sozinho. O meu namorado, Jonas, deixou-me, julgo que para sempre, com um curto beijo embaraçado e triste. A minha mãe, Marta, ainda não sabe de nada. E do meu padrasto, Jorge, não sei eu desde os 12 anos. Conheceram-se na Nazaré. Marta era uma rapariguinha modesta, filha de pescadores pobres. Jorge era um homem feito, serralheiro mecânico de profissão, um pouco calado e ensimesmado. No dia em que foi viver com ele, Marta disse-lhe que estava grávida, mas garantiu-lhe que ainda era virgem. Ele saiu porta fora, furioso, mas regressou nessa mesma noite, cabisbaixo e resignado.
Passados nove meses nasci, debaixo de um viaduto. A história do meu nascimento já foi contada milhares de vezes. Jorge e Marta tinham ido a Lisboa, para uma manifestação anti-troika frente ao palácio de Belém, mas o carro avariou na A8. O meu padrasto não tinha saldo para chamar o 112. Era noite, estava frio e não havia ninguém, a não ser as ovelhinhas, as vaquinhas e os burrinhos, que ruminavam mansamente, e eu nasci. Mas de súbito, a confusão! Primeiro, apareceu um helicóptero, pairando por cima do viaduto, projetando um forte foco de luz branca diretamente sobre mim. Depois, montados em três grandes limusines escoltadas pelas sirenes furiosas das motos da polícia, surgiram um preto americano, uma loira gorda alemã e um português com olhos de cherne, que saíram para me oferecer ouro, incenso e mirra. Ouro ainda vá! Mas incenso e mirra?

E porque faz parte da postagem este vídeo do início de um dos melhores filmes jamais feito – “A Vida de Brian”, dos Monty Pithon, aqui o incluo também.

sexta-feira, 14 de dezembro de 2012

Taxar os ricos - (um conto de fadas animado)

Depois de ver esta animação, que não retrata a situação do nosso país, mas ajuda a compreendê-la, talvez se perceba melhor o porquê de tantas afirmações repetidas até à exaustão por esta cambada que nos governa, tais como a famigerada "não há alternativa"; também se percebe melhor o que significa o "custe o que custar" obcessivo do indivíduo que quiseram pôr a (des)governar-nos. E principalmente se entendem ainda melhor as palavras de um conhecido banqueiro acerca da forma como o povo reage a tanta austeridade: "ai aguenta, aguenta!"
Mas quando o povo quer, não precisa de partidos políticos, nem de sindicatos - ele próprio se congrega e mostra a força da razão, como o fez em todo o país a 15 de Setembro.

quarta-feira, 12 de dezembro de 2012

"Quase um conto de Natal"

Uma introdução que não faz parte do “quase conto” mas que o justifica parcialmente. Eu não sei ficcionar histórias, ou talvez seja um certo comodismo de pensamento, que não de escrita; sei sim, relatar factos que comigo se passaram e por vezes consigo transmitir por palavras esses factos de uma maneira que quem as lê consiga “ver o filme”.
Dito isto…
Esta é a minha (fraca) contribuição para a louvável iniciativa do Sad Eyes (mais uma) “Pixel Happy Xmas”. Não sei se poderá ser aceite como participação, mas pelo menos sei que contribuí como pude, numa altura em que as coisas não correm como eu contava em relação à minha projectada viagem a Belgrado no final deste mês e que naturalmente me afectam.
“Recordo um Natal, já algo distante em que os meus Pais foram passar a quadra com uma irmã minha e respectiva família, ao Brasil.
Fiquei só, os meus irmãos distribuídos por outras famílias e eu aqui por Lisboa…
Sim, o Natal é a festa da Família, quando ela existe ou quando ela está presente; e quando tal não acontece? Nesse Natal estive tentado a ir passar a noite da Consoada com um grupo de pessoas, algumas delas, meus amigos e outros conhecidos, que, por falta da família e por falta dos seus companheiros que tinham ido passar o Natal às suas terras, ficavam sós e assim, todos os anos se reuniam numa Consoada para eles, ali na zona da Charneca da Caparica. Entre eles um bem conhecido transformista, talvez o melhor de todos que já houve em Portugal e que já não está entre nós.
Não fui, não porque fosse mal recebido, antes pelo contrário, mas porque sabia que embora passasse aquela noite acompanhado, em família também, embora de outro género, estaria triste por vários motivos e poderia estragar o convívio.
Mas imaginei como seriam essas Consoadas das pessoas que não sendo jovens, apenas tinham os seus afectos com as pessoas que amavam, mas que não estavam presentes, e tinham os afectos deles com eles próprios, decerto trocariam presentes, teriam uma ceia com bacalhau e iguarias próprias da época e passariam umas horas acompanhados. E depois, regressariam a suas casas com a sua solidão.
Esta é uma realidade que atinge hoje muitas pessoas, e não quero misturar o Natal dos sem abrigo, que é outra realidade bem triste, mas diferente.
Refiro-me àqueles homossexuais que passam o Natal sós e talvez sintam nessa noite, mais do que em qualquer outra ocasião, a falta de uma Família.”

segunda-feira, 10 de dezembro de 2012

Recordar é viver

Já aqui falei no blog, da minha primeira viagem a Inglaterra, realizada em 1964 a convite de um fornecedor da empresa de lanifícios da minha família, e que eu passei em Bradford, uma cidade do Yorkshire. Estive lá um mês e naturalmente com a idade que tinha, ia frequentemente a uma das poucas discotecas que havia na cidade, onde se ouviam os grandes êxitos do momento.
Ora, descobri no Google um link que nos possibilita saber quais as músicas que lideravam o Top Ten em qualquer data e assim descobri os vídeos das músicas que lá andavam na “berra” naquela altura e que eu durante muito tempo ouvia vezes sem conta pois trouxe os discos (na altura nem Cd’s havia).
Uma dessas músicas ainda hoje é célebre pois era o tema principal do primeiro filme dos Beatles, então em exibição em todo o mundo – “A Hard Day’s Night”.
Uma outra tinha como intérprete Cilla Black, uma cantora razoavelmente conhecida na Europa, tendo mesmo chegado a representar o Reino Unido no festival da Eurovisão (mas não com esta canção). A música chamava-se "You're My World".
No entanto as mais populares eram outras, de bandas menos conhecidas. Uma delas passou mesmo despercebida, com a excepção deste grande êxito; chamava-se The Honeycombs e o tema era "Have I the Right".
Finalmente, o grande êxito desse Verão era um tema muito mexido, que toda a gente dançava, duma banda que nessa altura era bastante famosa, os Manfred Mann; a canção tinha um nome divertido "Do Wah Diddy".
Recordar é viver!!!

sexta-feira, 7 de dezembro de 2012

Modigliani

Amadeo Modigliani foi um artista italiano, que nasceu em Livorno em 1884. A sua arte ia da pintura figurativa à escultura, e embora ao longo da sua curta vida tivesse convivido com numerosos artistas, não se integrou em nenhuma escola então em voga, antes criando um estilo muito próprio, tornado célebre pelos seus retratos femininos caracterizados por rostos e pescoços alongados, à maneira das máscaras africanas que eram a pedra de toque das suas esculturas. A sua pintura é tão original que faz com que seja um dos pintores mais facilmente identificado quando se olha uma tela.
                                                                        Auto Retrato
 
Na infância, Modigliani sofreu diversas doenças graves – pleurisia, tifo e tuberculose – que comprometeram a sua saúde para o resto da vida e cujo tratamento o forçava a constantes viagens até à sua mudança definitiva para Paris, em 1906. Essas enfermidades levaram a que não tivesse acesso a uma educação formal e voltou-se para a pintura que iniciou na sua cidade natal e depois em Veneza e Florença. Em Paris, ao fim de três anos de vida boémia, executa uma das suas obras mais importantes – O Violoncelista – que expôs no Salão dos Independentes de 1909.
Embora vivendo muito modestamente, em virtude dos seus conhecimentos consegue uma exposição individual, que contudo dura apenas um dia devido ao escândalo dos seus retratos de nus.
A sua grande musa e seu grande amor foi Jeanne Hébuterne, de quem teve uma filha, em 1918.
Nesse mesmo ano o agravamento da sua saúde leva-o a viajar para o sul da França, donde regressa a França. Em 1920 acaba por falecer vítima de tuberculose, com 35 anos de idade. No dia seguinte à sua morte, Jeanne, grávida de nove meses, suicida-se, atirando-se de um prédio de cinco andares. Numa dada altura da sua vida, Modigliani, abandonou a pintura pela escultura
mas a partir de 1912, com o agravamento da sua doença, volta a concentrar-se apenas na pintura.

Deste magnífico artista, que tanto admiro, além das telas já mostradas em cima, resolvi apenas mostrar a forma como pintou outros grandes artistas, com quem conviveu.
                                                                  Jean Cocteau
                                                                   Chaim Soutine
                                                                   Blaise Cendrars
                                                                              Max Jacob
                                                                    Diego Rivera
                                                                     Pablo Picasso

quarta-feira, 5 de dezembro de 2012

"OS SEXALECENTES"

"OS SEXALECENTES"
 Se estivermos atentos, podemos notar que está surgindo uma nova faixa social, a das pessoas que estão em torno dos sessenta/setenta anos de idade,
Os Sexalescentes , é a geração que rejeita a palavra "sexagenário", porque simplesmente não está nos seus planos deixar-se envelhecer.
Trata-se de uma verdadeira novidade demográfica, parecida com a que em meados do século XX, se deu com a consciência da idade da adolescência, que deu identidade a uma massa jovens oprimidos em corpos desenvolvidos, que até então não sabiam onde meter-se nem como vestir-se.
Este novo grupo humano, que hoje ronda os sessenta/setenta, teve uma vida razoavelmente satisfatória. São homens e mulheres independentes, que trabalham há muitos anos e que conseguiram mudar o significado tétrico que tantos autores deram, durante décadas, ao conceito de trabalho. Que procuraram e encontraram há muito a actividade de que mais gostavam e que com ela ganharam a vida.
Talvez seja por isso que se sentem realizados .......... Alguns nem sonham em aposentar-se.
E os que já se aposentaram gozam plenamente cada dia sem medo do ócio ou solidão. Desfrutam a situação, porque depois de anos de trabalho, criação dos filhos, preocupações, fracassos e sucessos, sabe bem olhar para o mar sem pensar em mais nada, ou seguir o voo de um pássaro da janela de um 3.º andar, ver o por do sol ..........
Neste universo de pessoas saudáveis, curiosas e activas, a mulher tem um papel destacado.
Traz décadas de experiência de fazer a sua vontade, quando as suas mães só podiam obedecer, e de ocupar lugares na sociedade que as suas mães nem tinham sonhado ocupar. Esta mulher Sexalescente sobreviveu à bebedeira de poder que lhe deu o feminismo dos anos 60. Naqueles momentos da sua juventude em que eram tantas as mudanças, parou e reflectiu sobre o que na realidade queria. Algumas optaram por viver sozinhas, outras fizeram carreiras que sempre tinham sido exclusivamente para homens, outras escolheram ter filhos, outras não, foram jornalistas, atletas, juízas, médicas, diplomatas .... Mas cada uma fez o que quis. Reconheçamos que não foi fácil e, no entanto, continuam a fazê-lo todos os dias. Algumas coisas podem dar-se por adquiridas. Por exemplo, não são pessoas que estejam paradas no tempo: a geração dos "sessenta/setenta", homens e mulheres, lida com o computador como se o tivesse feito toda a vida.
Escrevem aos filhos que estão longe e até se esquecem do velho telefone para contactar os amigos, mandam e-mails com as suas notícias, ideias e vivências.
De uma maneira geral estão satisfeitos com o seu estado civil e quando não estão, não se conformam e procuram mudá-lo.
Raramente se desfazem em prantos sentimentais.
Ao contrário dos jovens, os Sexalescentes conhecem e pesam todos os riscos. Ninguém se põe a chorar quando perde: apenas reflecte, toma nota e parte para outra .........
Os homens não invejam a aparência das jovens estrelas do desporto ou dos que ostentam um fato Armani, nem as mulheres sonham em ter as formas perfeitas de um modelo. Em vez disso, conhecem a importância de um olhar cúmplice, de uma frase inteligente ou de um sorriso iluminado pela experiência.
Hoje, as pessoas na década dos sessenta/setenta, como tem sido seu costume ao longo da sua vida, estão estreando uma idade que não tem nome. Antes seriam velhos e agora já não o são. Hoje estão de boa saúde, física e mental, recordam a juventude mas sem nostalgias parvas, porque a juventude ela própria também está cheia de nostalgias e de problemas. Celebram o sol em cada manhã e sorriem para si próprios ..........Talvez por alguma secreta razão que só sabem e saberão os que chegarem aos 60/70 no século XXI..!!

 Mirian Goldenberg

(recebido hoje por mail, enviado por um sexalescente, apenas um ano mais velho que eu...)

segunda-feira, 3 de dezembro de 2012

O Machão

Se já repararam eu tenho neste blog um aviso de conteúdo adulto, embora quase nunca ou mesmo nunca tivesse publicado algo que ultrapasse os limites da decência. Mas, como já uma vez fiquei sem blog, embora por razões completamente diferentes, tenho sempre receio de que por isto ou por aquilo, possa acontecer algo semelhante, e mais vale a pena prevenir que remediar.
Ora desta vez vou publicar algo realmente de conteúdo adulto, não de imagens, mas de palavras.  É um pequeno conto inserto num daqueles livrinhos brasileiros de autores desconhecidos, bem pequeninos, que se leem num par de horas, e cujo autor é Felipe Greco; o livro chama-se “Relicário” e tem contos homo-eróticos que o autor escrevia semanalmente para uma revista.
Como se pode ver, não fiz qualquer alteração aos termos brasileiros e às referências que suponho serem da cidade de S.Paulo.
É obviamente um texto com uma bola (não uma bolinha) vermelha e ficam avisados: só lê quem quer; quem acha que se pode sentir ofendido, passa ao largo…
Divirtam-se, com o machão.

«O Machão»

Encostados na porta da padaria do Largo do Aroche, os dois trocavam olhares e improvisavam sorrisos. Um deles exalava virilidade e juventude; o outro tinha toda aquela lábia monástica e a carteira bem recheada.
Acertaram os últimos detalhes e foram caminhando tesudos em direção a um manjado motel de esquina na Amaral Gurgel.
Por razões óbvias, apenas o mais moço de identificou na recepção. Subiram. No quarto: luz difusa se um abajur improvisado com uma fronha vermelha, toalhas ásperas, vídeos eróticos, música ambiente, ópera de gemidos transpondo paredes rabiscadas. Em segundos, jeans puídos, correntes, camisetas e coturnos enlameados já estampavam o piso. O mais velho, acomodando-se de bruços, olhou e teve a vaga impressão de estar levitando sobre um daqueles trajetos forrados com elementos coloridos onde certas procissões costumam deslizar. A cama era o andor.
- E se doer? – disse, ao mesmo tempo maravilhado e receoso.
- Tá debutando? – o outro retrucou.
- Algum problema?
- Para mim tanto faz.
- E você, já fez isso antes?
-Comer?
- Dar.
- Só uma vez. Aposta de moleque. Perdi.
- Perdeu ou quis perder?
- Tá me tirando, é?
- E depois não quis mais?
- Que papo mais besta, cara!
- Tô curioso.
-Tá bom. Às vezes, acordo com vontade.
- E aí?
- Aí, eu me enfio na academia. Malho que nem um condenado. Esqueço.
- Esquecer por quê?
- Se fizer de novo, talvez eu me vicie.
- E daí?
- Acontece que não é fácil arranjar quem saiba fazer gostoso, sem dor.
-Se você quiser, posso tentar.
-Qual é, padreco, tá me gozando?
-Hei, calma, garotão.
-Sou macho, tá entendendo?
- É melhor que seja mesmo, detesto ser enganado.
- Desculpe, é que teu pau parece um braço.
- Lubrifico bem.
- Não sei, cara.
 - Se você não aguentar eu paro.
- Mas só com camisinha.
- Isso nem se discute, mocinho.
- E vai precisar de uma bem grande, porque…
- Já sei, pareço um cavalo.
- Tem mais uma coisa.
- O quê?
- O preço vai aumentar.
- Pago o dobro.
- E se eu sentir dor?
- Aí você ganha o triplo.
- Mas vou querer a grana primeiro.
- Adiantado, só o dobro. A outra parte fica pra depois do grito.
- Passa a grana, vai.
- Só tenho moedas de ume notas de cinco. Sabe como é, as missas andam fracas. Só aparece pobre e desempregado. Mas pode conferir. Eu espero.
-Não precisa, vou confiar.
- Espera um pouco, rapaz.
- O que foi?
- E se você não gritar?
- Claro que vou gritar, tá pensando o quê? Sou espada!
-Tudo bem, mas eu pego o dinheiro de volta se você não gritar.
- Todinho?
- É justo, não?
- Tá bem, mete bronca.
- Relaxa!
- Mais rápido!
- Assim acabo gozando!
- Agora mete fundo, vai!
- Não tem mais, já foi tudo.
- O quê?
- Anda, pilantra, devolve o dinheiro da paróquia ou eu te excomungo.

quinta-feira, 29 de novembro de 2012

Cinema e Música - 3



  Hoje venho aqui falar de um filme, que à primeira vista, nada teria a ver com esta rubrica “Cinema e Música”. Mas, bem vistas as coisas, a música é sempre um elemento fundamental de um filme e mesmo que não seja o seu principal motivo de interesse, há filmes que nos despertam uma sensibilidade musical muito apurada. O filme de que falo é o muito celebrado “A Lista de Schindler” (1993), realizado por Steven Spielberg, sem dúvida um dos melhores filmes que vi e seguramente um dos que mais vezes me humedeceu as faces… É difícil ficar indiferente à temática do filme, o salvamento de uma enorme quantidade de judeus por um homem de confiança dos nazis, Óscar Schindler. O tema musical do filme é do consagrado Jonh Williams que por este seu trabalho ganhou mais um Óscar dos muitos da sua carreira. É um tema belíssimo, muito triste, como convém num filme com este argumento e que no vídeo aqui apresentado tem como solista o famoso violinista Itzhak Perlman.
 
 Mas o principal motivo da inclusão deste filme na rubrica é uma cena, do filme a única cena que tem algo de cor, e que mostra o percurso de uma pequena miúda com um casaco rosa que se dirige para casa, no gueto de Varsóvia, passando pelo meio de cenas terríveis que vão acontecendo nas ruas quando os nazis invadiram o gueto para matarem e prenderem os judeus. Durante essa cena, e misturada com os sons normais do decorrer da mesma, vai-se começando a ouvir uma belíssima canção, cantada por um coro de crianças. É uma canção célebre entre os judeus, cujo nome é “Oyfn Pripetshik” , cuja tradução inglesa é “On the Cooking Stove”, e que foi escrita em Yiddish na segunda metade do século XIX, tornando-se muito popular na altura entre os judeus da Europa central e oriental, até à época anterior ao holocausto; fala-nos de um “rabbi” que ensina às crianças o alfabeto judaico. É uma melodia que ao longo da cena se vai ouvindo cada vez melhor e que está muito bem integrada nela. A cena é espantosa, como se pode ver no vídeo.

terça-feira, 27 de novembro de 2012

Rua dos cafés

Correspondendo a mais uma interessante iniciativa do Carlos, decidi juntar-me à “Rua dos Cafés”.
Sim porque eu sou do tempo em que se frequentavam os cafés e em muitos, havia estudantes a qualquer hora do dia ou da noite; eu próprio fiz algumas das cadeiras de Económicas num simpático café perto de minha casa e que ficava a 100 metros do Instituto Britânico – o “Big Ben”.
Mas o meu café de Lisboa era bem longe das minhas duas primeiras casas lisboetas, ficava no Saldanha (mais propriamente no final da Fontes Pereira de Melo) e era sem dúvida um dos mais emblemáticos cafés de Lisboa – o “Monte Carlo”.
Eu sei, Carlos que também foi o teu café e quem sabe não nos cruzámos várias vezes por lá…
Comecei a ir ao Monte Carlo, porque a malta da Covilhã que estudava em Lisboa fez ali o seu poiso e ali nos encontrávamos todas as noites e quantas tardes…Mesmo em frente da “Paulistana”, onde pontuavam os alentejanos e os estudantes de Veterinária, ficava mesmo ao lado de outro café bem conhecido, o “Monumental”.
Mas o Monte Carlo era uma instituição e chamavam-lhe a “catedral”. Havia à entrada, do lado de fora à direita, a tabacaria (vê-se na foto) e logo depois de franqueada a porta, do lado esquerdo, antes do restaurante, a pastelaria.
Geralmente encontrava-se por lá um cão, velho e gordissimo, o Benfica, que adorava queques e tanta gente lhe comprava esses bolos para sua delícia…
O restaurante, não me perguntem pela ementa, pois para mim, só existia o “bife à Monte Carlo”, com molho de café e que quase se trinchava com o garfo. Mais tarde, quando fui para a tropa, para Mafra, o meu fim de semana só começava depois de ali comer o bife, acompanhado de meia garrafa de Dão Grão Vasco. Presença assídua ali no restaurante, quase sempre só, era Laura Alves, com o seu lenço verde na cabeça e os enormes óculos de sol, sempre aparentando tristeza.
Depois do corredor, com mesas, chegava-se à parte mais baixa e maior do café, onde geralmente nós abancávamos; a afabilidade dos empregados de mesa era tal, que quando chegava à mesa, tinha o café já à espera.
Nesse corredor prontificava a tertúlia dos forcados com o Salvação Barreto à cabeça. Depois havia os actores, vários, embora alguns também frequentassem o Monumental e havia os escritores e os “revolucionários”.
Sim, ali havia de tudo e até muito boa gente de variados gostos sexuais.
E depois havia as “traseiras”; por de trás dos bilhares havia um pequeno bar e as célebres mesas do dominó e dos cavalinhos, e não só… Havia um cabeleireiro de homens e o WC.
Era um mundo, que começava à porta, na cavaqueira e que prosseguia lá dentro, no estudo, na escrita, no jogo, nas conversas, no início de tantas ideias de esquerda, tudo ali coabitava.
Hoje é mais uma loja da Zara, que tristeza…

segunda-feira, 26 de novembro de 2012

Para alegrar as vistas e não só...

Ultimamente tenho sido bastante critico duma certa moda que existe nalguns blogs que sigo, e que são objectivamente interessantes, mas batem sempre na mesma tecla de pôr imagens de jovens, as quais obtêm êxito garantido numa série de comentadores, que repetem sempre os mesmos clichés: "ai que maravilha!", eu quero o terceiro", "que homem lindo" e não passam disso.
Quem sou eu para discordar disso? Em cada blog manda o seu proprietário e cada seguidor faz os comentários que muito bem entende, desde que aprovados pelo dono do blog.
Pronto, já afirmei que o meu gosto pessoal não vai para esse tipo de meninos, mas isso é problema meu e não dos outros.
Será que não tenho no meu blog ao longo de tantos anos, postado nunca fotos de homens bonitos?
Será que me considero especial?
Nem uma coisa, nem outra. Já tenho postado e variadas vezes fotos de homens de que gosto, mas prefiro fazê-lo apenas de tempos a tempos e  não todos os dias. E não sou especial, pois tenho gostos diferentes, é certo, mas gosto de gente normal e bonita, como os demais.
Mas para mim são essenciais duas questões: devem ter acima de 25-30 anos e se possível serem não depilados.
Assim e para que vejam onde param os meus gostos e também para saber se vocês gostam ou não das minhas escolhas, hoje é dia de fotos!
Aqui vão uma mão cheia delas, daquelas que eu gosto: são modelos, são actores (alguns são mesmo actores pornográficos), e todos têm o seu nome, para quem quiser, na net encontrar mais fotos deles.
Daqui a um ano, mais ou menos, mostro mais, hehehe...

Panayiotis Simopoulos
Henry Cavill
Jude Law
Arpad Miklos
Tom Ford
Braun Dreck
Christopher Camplin
Bo Roberts
Hugh Jackman
Ryan Zane
Bill Cable
Franco Nero
Hairy Boxer
Asi Naiz
Tom Cullen
Jean Dujardin

sábado, 24 de novembro de 2012

Cinema e música - 2

Para mim, “West Side Story”, com o incrível título português de “Amor Sem Barreiras” é o melhor musical de sempre.
É um filme de 1961, baseado numa bem sucedida peça apresentada em 1957, na Broadway, da autoria de Arthur Laurents e encenada por Jerome Robbins; tanto a peça como o filme são ambientadas nos anos 50 do século passado, em Manhattan (New York), precisamente na zona conhecida como West Side, mas como uma adaptação livre da obra “Romeu e Julita”, de Shakespeare.
No filme, Tony, antigo leader do gang anglo saxónico branco, os “Jets”, apaixona-se por Maria, irmã de Bernardo, o leader do gang latino dos porto-riquenhos, os “Sharks”. O amor do casal floresce no meio das rivalidades e conflitos dos dois grupos, tais como na peça de Shakespeare entre os Capuletto e os Montechio…
O filme foi realizado pela dupla Robert Wise/Jerome Robbins e ganhou 10 óscares, ente os quais, o de melhor filme, melhor realização, melhores actores secundários, feminino (Rita Moreno) e masculino (George Chakiris), melhor som e melhor banda sonora. A música do filme é da autoria do consagrado Leonard Bernstein.
Não gostei de uma coisa no filme, e que foi a escolha dos protagonistas, principalmente Tony (Richard Beymer) e mesmo Maria (Natalie Wood). Como curiosidade os primeiros nomes a serem falados foram os de Elvis Presley e Audrey Hepburn…
E também como curiosidades extra os directores fomentaram a real desavença entre os dois gangs rivais dando aos Jets melhores condições do que aos Sharks, no que respeita aos guiões e aos camarins de uns e outros; e recentemente a conhecida série televisiva “Glee” realizou um episódio de homenagem a este filme.

O que apresentar neste post, deste filme?
Uma cena era para mim, fundamental, embora seja uma cena dançada e não cantada, que é o prólogo do filme, e que mostra a rivalidade entre os Jets e os Sharks.


Outra cena marcante e que é protagonizada pelos excelentes George Chakiris e Rita Moreno é a muito conhecida canção “América”.

Já para documentar o amor entre os dois protagonistas, parece fora de dúvida que a escolha teria que ser “Tonight”; mas aqui surgiu-me um pequeno dilema: apresentar a canção original do filme, que não é um primor de vozes, ou apresentar dois cantores verdadeiramente bons a interpretar a imortal canção? Acabei por optar por esta última hipótese, e porque gosto muito de dois nomes emergentes do bel-canto actual, escolhi a versão ao vivo, em Berlim da cantora russa Anna Netrebko e do cantor mexicano Rolando Villazón. Espero que não me batam muito…

quinta-feira, 22 de novembro de 2012

Taras e fétiches

Um dos blogs brasileiros que sigo é o “A letra E”, do meu amigo Edu; aliás este já é o terceiro blog dele que sigo, pois ele de vez em quando, muda de blog, mas não da forma de postar, muito pessoal, expondo muito da sua vida familiar, afectiva e profissional, mas também com algumas curiosidades bem apanhadas. É o caso desta postagem, que pelo título que ele lhe deu, dá a ideia que veio lá dos “States”. Aqui vem um autêntico dicionário de todas ou quase todas as taras e fétiches que o ser humano vai tendo, algumas delas bastante nojentas, pelo que não se aconselha a leitura a pessoas mais sensíveis.
Deixei ficar os comentários e exclamações do Edu, pois são verdadeiramente originais. Ele, mesmo nas postagens normais, usa uma linguagem muito própria que é muito dele e só dele; ao princípio quase precisava de dicionário para compreender certas frases, mas com o hábito, agora estranho é quando ele fala numa linguagem normal, o que é raro…

E aqui ficam as taras e manias, segundo os americanos:


Adstringopenispetrafilia: fetiche por amarrar pedras ao pênis.   [Ouch!]
Agalmatofilia: atração por estátuas.   [Prefiro movimento]
Agorafilia: atração por copular em lugares abertos ou ao ar livre.   [A experimentar!]
Aiquemofilia : Prazer pelo uso de objetos pontudos e cortantes.   [Ouch!]
Amaurofilia: excitação da pessoa pelo parceiro que não é capaz de vê-la (não se aplica a cegos).   [Que bom que explicou]  
Amphiboliafilia: atração ou excitação sexual por ambiguidades.   [Sou eu! Ou não...]
Anadentisfilia: excitação sexual por pessoas sem dentes ou prazer sexual ao receber sexo oral de uma pessoa sem dentes.   [Imagino prós e contras...]
Anemofilia: excitação sexual com vento ou sopro (corrente de ar) nos genitais ou em outra zona erógena.   [Já fiz uso disso]
Apotemnofilia: desejo de se ver amputado.   [Ouch!]
Asfixiofilia (asfixia autoerótica): prazer pela redução de oxigênio.   [Ouch!]
ATM (ass to mouth): prática em que o parceiro ativo, após o coito anal, leva seu pênis à boca da pessoa penetrada.   [Prefiro o inverso]
BBW: atração por mulheres obesas.   [BBM, moderadamente]
Bondage: prática onde a excitação vem de amarrar ou/e imobilizar o parceiro.   [Ouch!]
Bukkake: modalidade de sexo grupal praticado com uma pessoa que "recebe" no rosto a ejaculação de diversos homens.   [No olho arde...]
Clismafilia: fetiche por observar ou sofrer a introdução de enemas.   [Chuca Show]
Coleopterafilia: atração sexual por besouros.   [Besouros???]
Coprofagia: fetiche pela ingestão de fezes.   [Eeew!]
Coprofilia: fetiche pela manipulação de fezes, suas ou do parceiro.   [Eeew!]
Coreofilia: excitação sexual pela dança.   [Hmmm... nah]
Crinofilia: excitação sexual por secreções (saliva, suor, secreções vaginais, etc).   [Moderadamente encaro de boa]
Crematistofilia: excitação sexual ao dar dinheiro, ser roubado, chantageado ou extorquido pelo parceiro.   [Putz, nem!! A menos que seja eu recebendo, né?]
Cronofilia: excitação erótica causada pela diferença entre a idade sexo-erótica e a idade cronológica da pessoa, porém em concordância com a do parceiro.   [Num intendi!]
Cyprinuscarpiofilia: excitação sexual por carpas.   [Carpas???]
Dendrofilia: atração por plantas.   ["Vamos pro matinho?" "Vamos!!" Chegando lá...]
Emetofilia: excitação obtida com o ato de vomitar ou com o vômito de outro.   [Eeew!]
Espectrofilia: prática medieval que consiste na excitação por fantasias com fantasmas, espíritos ou deuses.   [Nah!]
Estelafilia: atração sexual por monumentos líticos (feitos de pedra) normalmente feitas em um só bloco, contendo representações pictóricas e inscrições.   [Er...]
Exibicionismo: fetiche por exibir os órgãos genitais.   [Só se for antes da piscina...]
Fetiche por balões: excitação ao tocar balões de látex (usadas em festas).   [Imagino orgasmos múltiplos com um plástico-bolha]
Fisting: prazer com a a inserção da mão ou antebraço na vagina (brachio vaginal) ou no ânus (brachio procticus).   ["Brachio procticus" soa tão imponente! Mas nem vem!]
Flatofilia: prazer erótico em escutar, cheirar e apreciar gases intestinais próprios e alheios.   [Nah, embora não tenha "eeew" do fato em si]
Frotteurismo: prazer em friccionar os órgãos genitais no corpo de uma pessoa vestida.   [Opa! Também curto a versão "despida"!]
Galaxiafilia: atração sexual pelo aspecto leitoso da Via Láctea.   [Hein?]
Gerontofilia: atração sexual de não-idosos por idosos.   [Entre 40 e 60 chama minha atenção, mas não exclusivamente!]
Hebefilia (ver lolismo)   [Que é lolismo?]
Hipofilia: desejo sexual por equinos.   [Pelo menos não são besouros...]
Imagoparafilia: prazer em imaginar-se com alguma parafilia.   [Perversão platônica]
Lactofilia: fetiche por observar ou sugar leite saindo dos seios   [Leitinho eu adoro!! Mas não dos seios, rsrs...]
Lolismo: preferência sexual e erótica de homens maduros por meninas adolescentes.   [Ah, tá! Nah.]
Kosupurefilia: excitação sexual por Cosplay.   [Por um segundo achei que era pelo Coldplay! Oi, Will!]
Maieusofilia: ver pregnofilia   [Maieu ou maivocê?]
Masoquismo: prazer ao sentir dor ou imaginar que a sente.   [Eeew!]
Menofilia: atração ou excitação por mulheres menstruadas.   [Eeeeeeeeeeeeeeeeeeeeeewwwwwwwwwww!]  
Moresfilia: atração ou excitação sexual por coisas relativas aos costumes.   [#DowntonAbbeyFeelings?]
Nanofilia: atração sexual por anões.   [Peter Dinklage!]
Necrofilia : atração por pessoas mortas   [Eeew!]
Nesofilia: atração pela cópula em ilhas, geralmente desertas.   [Me chama que eu vou!!]
Odaxelagnia: fetiche por mordidas.   [Ouch caralho sifudê dói porra! Mas de levezinho...]
Orquifilia: fetiche por testículos.   [Me likey!]
Panpaniscusfilia: excitação sexual por Bonobos.   [Essa é para os Davids]
Partenofilia: fixação sexual por pessoas virgens.   [Nah]
Pigofilia: excitação sexual por nádegas.   [Me likey!]
Pirofilia: prazer sexual com fogo, vendo-o, queimando-se ou queimando objetos com ele.   [Só fogo no rabo e queimar a rosca]
Podolatria: fetiche por pés.   [Nah]
Pogonofilia: fetiche por barba.   [Me likey!]
Pregnofilia ou maieusofilia: fetiche por mulheres grávidas e/ou pela observação de partos.   [Eeew!]
Quirofilia: excitação sexual por mãos.   [But I still haven't found what I'm looking for]
Sadismo: prazer erótico com o sofrimento alheio.   [Eeew!]
Sadomasoquismo: prazer por sofrer e, ao mesmo tempo, impingir dor a outrem.   [Eeew!]
Sarilofilia: fetiche por saliva ou suor.   [Enquanto cuspe não, enquanto beijo, adooogo! E suadinho também gostcho...]
Timofilia: excitação pelo contato com metais preciosos.   [My precious!!!]
Trampling: fetiche onde o indivíduo sente prazer ao ser pisado pelo parceiro.   [Eeew!]
Tricofilia: fetiche por cabelos e pelos.   [Woof!]
Urofilia: excitação ao urinar no parceiro ou receber dele o jato urinário, ingerindo-o ou não.   [Difícil urinar excitado #comofas]
Vorarefilia: atração por um ser vivo engolindo ou devorando outro.   [Fritas pra acompanhar?]
Voyeurismo: prazer pela observação da intimidade de outras pessoas, que podem ou não estar nuas ou praticando sexo.   [Bem melhor se estiverem!]
Zoofilia: prazer em relação sexual com animais.   [Eeew!]

E que tal ir apanhar um pouco de sol, para desanuviar...

Após sugestão do amigo Coelho no seu comentário, porque não confessar algum ou alguns dos nossos fétiches (ou taras...), certo de que não há ninguém que não os tenha.Dos que estão nesta lista ou dos que não estão (a imaginação humana é infinita)...
Dando o exemplo, há dois aqui na lista que me agradam: a Pogonifilia e a Tricofilia e um outro que aqui não vem bem especificado - a excitação por via do tacto (e não só) dos mamilos.
Vá lá, confessem-se.

terça-feira, 20 de novembro de 2012

Livros e lombadas

Há que tempos que não falo de livros; e tenho lido livros, muitos livros mesmo.
Vou procurar fazer uma resenha do que tenho lido.
Falando primeiro de alguns livros que quase não são livros, pequenas brochuras de títulos brasileiros de autores gays, sem grande ou mesmo nulo interesse: “Tirando a farda” (Stewart Chatwick), “Apartamento 41”(Nelson Luiz de Carvalho), “No calor de Zanzibar” (Alex Von Mann), “Caçar a gosto” (Sousa e Castro), “Cicatrizes e tatuagens”(Felipe Alface) e “Na companhia dos homens” (Alexandre Ribondi).
Ainda no campo da relativa decepção, um autor português, João Firmino (“Um dia as canas tocarão os céus?”), e dois latino-americanos, um cubano, Paz Senel (“No céu com diamantes”) e outro peruano, Jaime Bayly(“Os amigos que perdi”).
Li dois livros de dois grandes autores clássicos da literatura gay e dos quais gostei bastante: “A harpa das ervas” (Truman Capote) e “O tumulto das ondas” (Yuko Mishima), aos quais junto um excelente Gore Vidal (“Navegação ponto por ponto”) e que confirma o recém falecido autor como um dos melhores escritores americanos dos últimos 50 anos.
Do “velhinho” Frank Ronan, ainda me faltavam ler dois livros que agora li: “A comunidade” e “A morte de um herói”; tenho todos os livros deste autor.
Uma outra boa surpresa foi o livro de Gilles Rozier “Um amor sem resistência”, e houve duas obras que me fizeram ficar com uma vontade louca de rever as suas adaptações cinematográficas – “As horas” de Michael Cunningham e principalmente “A linha de beleza”, um fresco do thatcherismo, com a SIDA à mistura, de Alan Hollinghurst.
Deixo para o fim dos autores estrangeiros, “O bailarino” de Colum McCann, que nos fala da vida de Nureyev, desde o final da guerra, ainda rapazito, até à sua decadência física, que o levou à morte. Muito mais interessante toda a primeira parte passada na então União Soviética, da sua cidade natal até Leninegrado e à sua fuga para o Ocidente e que retrata muito bem como era a vida ali naqueles anos de comunismo totalmente ortodoxo. A segunda parte, tirando a sua ligação artística a Margot Fonteyn, e ao seu grande romance com outro bailarino (Erick Brhunn), fica-se pelo mundanismo das festas com figuras publicas e a sua estranha ligação a um venezuelano que o levava à prática dos mais variados actos homossexuais, não com ele, mas com todo o mundo…
E, “last but not the least…”, um autor que é para mim uma descoberta sensacional – Allan Massie, do qual li dois livros “O rei David” e “Calígula”; para quem goste de romances históricos, está servido e tenho aqui para gozo futuro, mais três livros dele, todos sobre imperadores romanos. (À atenção do Mark…).
Não!!! faltava o melhor; de um dos meus escritores preferidos- Christopher Ischerwood- um livro assombroso (Encontro à beira rio). O rio é o Ganges, na India e o encontro é o de dois irmãos e talvez eu nunca tenha visto tão bem descrita uma relação entre dois irmãos; eles estão profundamente ligados um ao outro – os laços do sangue – mas os conflitos, mais de espírito do que físicos também ali estão retratados. Um livro fundamental.
E passemos aos portugueses: Li finalmente o primeiro livro de Ana Zanatti, (Os sinais do medo), que correspondeu às minhas expectativas. E continuo à espera do grande livro do José Luís Peixoto, pois “Abraço” ainda o não foi; continua a ser para mim um escritor demasiado “hermético”, mas também ainda só li dois livros dele.
Entrei a sério na leitura de dois jovens escritores portugueses: Frederico Lourenço e Valter Hugo Mãe. Do primeiro li a famosa trilogia “À beira do mundo”, “O curso das estrelas” e “Pode um desejo imenso” e conquistou-me por completo; não sendo fácil pois nem sempre é linear, entrei nele como faca em manteiga (salvo seja…). De V.H.Mãe tinha lido o seu último livro e agora iniciei aqueles seus quatro livros que não são o seguimento uns dos outros, mas se encadeiam; primeiro li, claro, “O nosso reino” e agora “O remorso de Baltasar Serapião”, este com uma fabulosa escrita à maneira do período que retrata – a Idade Média. Os dois restantes estão na calha… É um valor enorme e emergente da escrita portuguesa.
Guardei para o fim falar do livro do meu prezado amigo e companheiro de blogosfera, André Benjamim; li finalmente “Os cadernos secretos de Sébastian”. Não me surpreendeu, pois já conhecia o estilo literário do André e este livro tem muito dele em cada página. Só espero que não fique por aqui.



Permitam-me que aproveite ter falado de livros para de uma forma mais correcta, (já tinha escrito “isto” sem foto num comentário), deixar aqui o meu contributo para o interessante desafio que a Margarida nos deixou no seu blog: escrever uma frase baseada na lombada de livros. E o que é curioso é que a minha escolha recaiu em três livros aqui falados.
Aqui fica a foto e a respectiva frase: “Encontro à beira rio, amor sem resistência: abraço!”.

Mas como a Margarida nos permite várias participações, seleccionei mais duas com títulos de livros que estão aqui na sala, já fora das prateleiras, prontinhos para serem lidos. Aqui vão:
“Ao cair da noite, uma casa no fim do mundo: outras vozes, outros lugares.”
E...
"Valsas nobres e sentimentais e a Canção de Tróia, para a sua jukebox".

domingo, 18 de novembro de 2012

Cinema e música - I

Mais uma rubrica a ser iniciada e que conjuga duas artes que muito aprecio: a música e o cinema.
Aqui poderá falar-se ou ver-se um episódio de um filme musical, pode ser um filme não musical , mas com uma banda  sonora que valha a pena recordar ou uma canção que se destaca num qualquer filme, enfim variadíssimas coisas.
Hoje e para começar da melhor maneira, vou referir um filme que vi já há muitos anos e que foi um marco na história do cinema: "2001 - Uma Odisseia no Espaço", do mestre Stanley Kubrick. Não é um filme nada fácil, era um filme de ficção científica, mas com variadas possibilidades de entendimento. Recordo que na altura toda a gente perguntava o significado daquela grande pedra rectangular. Kubrick era um perfeccionista e tinha as suas concepções muito pessoais, e gostava de "jogar" com o espectador em determinadas cenas (não só neste filme).
O vídeo que aqui deixo é assombroso e quem viu o filme decerto recorda esta cena de um estranho e longo bailado de astros, estações orbitais, satélites e outros objectos na imensidão do espaço celeste, ao som de uma das mais belas melodias que o ser humano já produziu - o "Danúbio Azul", de Johann Strauss. E no final do vídeo lá aparece a famosa pedra, cujo verdadeiro significado, possivelmente apenas Kubrick conheceria.
É grande, quase 10 minutos, mas não é tempo perdido.

sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Alfred Eisenstaedt

Alfred Eisenstaedt (Dirschau, 6 de Dezembro de 1898 — Nova Iorque, 24 de Agosto de 1995 foi um fotógrafo e fotojornalista norte-americano.
Nascido na antiga Prússia, aos oito anos a família mudou-se para Berlim, na Alemanha, onde ficou até ao momento em que Adolf Hitler chegou ao poder.
Aos catorze anos um tio ofereceu-lhe uma câmara fotográfica, uma Eastman Kodak nº 3 (uma câmara de fole).
Três anos mais tarde foi recrutado para o exército alemão. Em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, uma explosão de uma granada afectou-lhe ambas as pernas. Foi o único sobrevivente do ataque e foi mandado ferido para casa. Levou cerca de um ano até poder caminhar de novo sem ajuda, e foi durante a recuperação que se interessou novamente pela fotografia.
Em 1922, tornou-se vendedor de cintos e botões e, com o dinheiro que conseguiu poupar, adquiriu equipamento fotográfico. Começou por revelar os seus trabalhos na casa de banho e a aprender cada vez mais.
Durante umas férias na Checoslováquia fotografou uma mulher a jogar ténis, registando a longa sombra da mulher a lançar a bola no court.
 Eisenstaedt conseguiu vendê-la ao Der Welt Spiegel por três marcos (cerca de doze dólares na altura), o que lhe deu a ideia da possibilidade de viver da fotografia. Assim, aos 31 anos abandonou a profissão de vendedor e passou a fotografar a tempo inteiro. Como freelancer, trabalhou para a Pacific and Atlantic Photos, que se transformaria na famosa Associated Press em 1931. Por essa altura, começou a trabalhar com uma leica, uma câmara inovadora de 35 mm que tinha sido inventada quatro anos antes.
Em 1933 foi enviado para Itália para fotografar o primeiro encontro entre Hitler e Mussolini.
O seu estilo agressivo fez com que conseguisse chegar até aos dois ditadores e consequentemente fotografá-los.
Dois anos depois da subida de Hitler ao poder, emigra para os Estados Unidos da América. Em Nova York foi abordado por vários fotógrafos, entre os quais Margaret Bourke-White e Henry Luce, para fazer parte de um novo projecto que nasceria após seis meses de testes, em 1936: a revista Life.
Em 1942 naturalizou-se norte-americano e viajou por vários países para documentar os efeitos da guerra: no Japão registou o efeito da bomba atómica,
na Coreia a presença das tropas americanas,
(The 38th Parallel, 1953)
na Itália o estado miserável dos pobres
 e na Inglaterra fotografou Winston Churchill.
Durante a sua carreira fotografou muitas personalidades famosas, como Marlene Dietrich, Marilyn Monroe, Ernest Hemingway, JFK ou Sophia Loren. Esta última, que também era a sua modelo favorita, apareceu numa capa da Life usando apenas um "negligee" - o que fez com que alguns subscritores da revista cancelassem a sua subscrição
Aos 81 anos regressou à Alemanha para participar numa exposição de 93 fotografias sobre a vida na Alemanha dos anos 1930. Eisenstaedt recebeu inúmeros prémios e galardões. A cidade de Nova York nomeou um dia em sua honra, o presidente George Bush entregou-lhe a Medalha Presidencial das Artes, o ICP. (Internacional Center of Photography) atribuiu-lhe o prémio Masters of Photography, entre outros. Nos seus últimos tempos de vida continuou a trabalhar, supervisionando a impressão das suas fotografias para futuras exposições ou livros.

A fotografia de um marinheiro norte-americano beijando uma enfermeira em  Times Square após a vitória dos Estados Unidos sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial talvez seja o trabalho mais conhecido de Eisenstaedt.

Muitas são as fotos que aqui poderia deixar deste magnífico fotógrafo, mas seleccionei apenas mais estas