quinta-feira, 2 de outubro de 2014

O "jantarinho" e o "lançamento" do livro

O título desta postagem é um pouco idiota, pois não foi um "jantarinho", mas sim um jantar de amigos e muito menos foi o "lançamento do livro", pois o livro em causa foi lançado há dois meses e meio, a 17 de Julho.
Mas enfim, o diminuitivo é quase carinhoso, como geralmente o são os diminuitivos, e porque se tratou de um jantar com um número reduzido de pessoas, todas elas essencialmente minhas amigas e que me deram um imenso prazer com a sua presença: os editores - João, Luís e Patrícia, os dois impulsionadores - Miguel e Margarida, e os amigos reais, o Duarte, o Luís e o André, a Maria Teresa, a Zé e a Sara, o Nelson, o Mark e o Paulo, o grande amigo Félix e os Metaricanos, desde o "alferes" Fernandes (do meu tempo) e o "capitão" Ernesto Pereira que trouxe consigo (e ainda bem) dois dos seus "furriéis". Muito obrigado a todos pela vossa presença.
O local foi agradável, a comida, normal e muito acessível em preços e o convívio excelente.
O motivo já toda a gente sabe era falar do meu livro, algo improvável até poucos meses atrás, mas que "aconteceu"...
Graças a várias empurradelas, este livro nasceu, de uma série de crónicas publicadas neste blog sob o título "A tropa cá do João", e que é o título de um poemazeco escrito lá na Ilha, em Março de 1974, e que aparece como um dos apêndices do livro.
Claro que me deu prazer a publicação do livro, para o qual houve que modificar alguns dos textos, acrescentar outros e escrever uma introdução e uma conclusão, trabalho esse feito com a preciosa ajuda de um dos editores. o João Máximo, que me deu a conhecer o trabalho, interessantíssimo, de um editor e no qual ele é extremamente competente

Após a publicação, em Julho houve algo que me quebrou imenso o entusiasmo, e me fez quase arrepender de ter acedido a essa publicação.
Sucede que num dos capítulos do livro, falo da homossexualidade que houve na guerra colonial, o que não é inédito noutras publicações, mas ouso em pessoalizar a questão, como um dos variados outros assuntos que foco no livro.
Ora, dois orgãos de comunicação, o site "Dezanove" e a revista "Time Out", na sua secção gay, ao falarem do livro, colocaram-no num pedestal de livro gay, o que DE TODO não é, apenas eu, na senda do que sempre fiz, falei do assunto com a normalidade que acho deve ser a tónica quando se referem esses temas. O título da notícia do "Dezanove" era tão tendenciosa, na linha do que infelizmente acontece a várias referências a factos ou pessoas homossexuais, quase roçando o "gueto" que tal gente pretende denominar o mundo gay, que, e repito, esse título se tornava ridículo, pelo que protestei veementemente e também a editora e eles alteraram o título.
Aliás, a Index, numa atitude que agradeço, publicou alguns extractos de outras partes do livro para mostrar que não se pode, nem deve confundir uma referência a questões homossexuais com um livro homossexual.
Sempre fui um homem frontal, sem medos de me assumir como sou, mas não gosto que deturpem o que escrevo...
Pois, e voltando ao serão de sábado, após o jantar, o Luís Chainho, outro dos editores apresentou as razões pelas quais a Index se interessou pelo meu trabalho
Coube-me depois a vez de explicar o contexto em que o livro apareceu, tendo lido a introdução e a conclusão, falando dos apêndices do livro e também da ideia de escrever um livro baseado em factos e não em juízos de valor. Enfim, apresentando a minha visão do livro...

Entrou-se depois numa breve tertúlia, principalmente com os presentes que haviam conhecido pessoalmente a Ilha de Metarica.

E assim se passou uma muito agradável noite.

Deixo aqui mais duas fotos  tiradas pelo Félix, que infelizmente não focou a assistência, segundo ele, porque estava demasiado focado naquilo que se ia dizendo, hehehe...



Uma nota que nada tem a ver com o texto, e que se relaciona com o tema musical escolhido. Geralmente, ele tem sempre algo a ver com o conteúdo do post, o que não acontece desta vez, e até eu estou surpreendido por aparecer no meu blog uma música da Lady GaGa, cantora que eu sempre mantive a uma certa distãncia; mas este album dela com o Tony Bennet agradou-me muito e como esta canção, no original se chama "Bang Bang", acaba por ter algum cabimento num post sobre uma guerra... (keep smiling, please)...

terça-feira, 30 de setembro de 2014

Balanço do Queer da maioridade

Porque o Queer me monopolizou na passada semana e também outro acontecimento, porque tive gente em casa até hoje e porque estou com uma estranha preguiça para com tudo o que se refere à Blogosfera, resolvi fazer um "assalto" á muito bem elaborada crítica que o meu querido amigo Luís Veríssimo, com quem tantas vezes partilho ideias durante os vários Queer, e em que estamos quase sempre de acordo, e pegar no seu artigo do "Dezanove", e pespegá-lo aqui, até porque estou quase em 100% de acordo com o que nele está inserto (o que falta para os 100% são alguns filmes que não vi).
Assim aqui vai a crónica do Luís:
"O Queer Lisboa na sua maioridade foi uma das edições mais curiosas dos últimos anos. 
E acentuou aquilo que tem vindo a ser hábito nas últimas edições: os filmes mais comentados não receberam prémios. 
No meio de algumas desilusões lá pelo meio se pode assistir a boas histórias. 
Entre o Queer Focus dedicado a África e a retrospectiva a John Waters, o público teve ainda a possibilidade de ver e rever histórias e visões abrangentes de outros mundos menos vistos.

 Comecemos então pelos vencidos: "Rosie" (Alemanha, Suíça, 2013), de Marcel Gisler, venceu o prémio do público e era apontado como um forte candidato a ganhar o patinho para melhor filme ou o prémio de melhor interpretação feminina para Sibylle Brunner. A história do escritor gay a sofrer de um bloqueio literário que tem que lidar com a sua mãe idosa, doente e a perder a sanidade e com a descoberta de um novo amor mais novo não convenceu o júri e saiu do S. Jorge com o prémio de consolação.



O filme que não teve consolação nenhuma foi "Stand" (França, 2013), de Jonathan Taieb. Este drama que fala da homofobia que se vive na Rússia é visto como uma pelicula oportuna, sem ser oportunista, fazendo o balanço entre o que é ser gay numa sociedade governada por um Putin e o que é que leva alguém a lutar contra ataques que violam os direitos humanos.



Competição de Longas-Metragens

 "Something Must Break" (Suécia, 2014), de Ester Martin Bergsmark recebeu dois prémios, melhor filme e um dos prémios de melhor interpretação para Saga Becker.
O Verão sueco deixa de ser pacato quando eclode a história de amor entre dois rapazes, um, o andrógeno Sebastian e o outro, Andreas, que não é gay.
Segundo o júri, o filme recebeu o prémio "pela sua desafiante originalidade e visão pungente.
Este é um filme eminentemente físico que mexe com os nossos sentidos de forma inesperada – é um filme do qual quase sentimos o sabor e o cheiro.



O segundo prémio de interpretação foi para Kostas Nikoulionde, que é o jovem Danny de 16 anos em "Xenia" (Grécia, França, Bélgica, 2014), de Panos H. Koutras, onde com o seu irmão decidem (re)encontrarem-se num país sem pátria, numa família identidade.
O terceiro prémio de interpretação foi entregue a Angelique Litzenburger em "Party Girl" (França, 2014), de Marie Amachoukeli, Claire Burger e Samuel Theis, onde faz de si própria, uma empregada de bar de 60 anos que ainda gosta de se divertir.

 Este ano o júri decidiu dar uma Menção Honrosa a "Atlántida" (Argentina, França, 2014), de Inés María Barrionuevo, a descoberta de algo novo das irmãs Lúcia e Elena, numa tarde de Verão de 1987, onde os desejos florescem e poderão explodir.


Competição de Documentários

O prémio para melhor documentário foi para "Julia" (Alemanha, Lituânia, 2013), de J. Jackie Baier. O que leva exactamente um estudante a deixar a sua casa na Lituânia e tornar-se uma rapariga a vender o corpo nas ruas de Berlim, em pestilentos backrooms e nos assentos pegajosos de um cinema
porno?

Já o prémio do público foi recebido por "São Paulo em Hi-Fi" (Brasil, 2013), de Lufe Steffen. Os anos 1960, 70 e 80 da noite paulista, vistos pelos que os viveram, onde a ditadura militar brasileira e a eclosão da SIDA ditaram as regras.



Vamos às Curtas?

"Mondial 2010" (Líbano, 2014), de Roy Dib foi eleito como a melhor curta-metragem por, entre outras coisas, "nos fazer pensar: pode uma cidade ser queer?".
 "Frei Luís de Sousa" (Portugal, 2014), de Silly Season, a pior curta-metragem portuguesa que estava este ano em exibição no Festival, foi considerada a melhor curta-portuguesa pelo júri desta secção. "Gabrielle" (Bélgica, 2013), de Margo Fruitier e Paul Cartron mereceu uma menção honrosa.
O público deliciou-se com o genial "Cigano" (Portugal, 2013), de David Bonneville, com um maravilhoso Tiago Aldeia e atribui-lhe a sua preferência.



O júri decidiu ainda atribuir uma menção honrosa a "Gabrielle" (Bélgica, 2013), de Margo Fruitier e Paul Cartron.

 Já na secção In My Shorts a eleita foi "Bonne Espérance"(Suíça, 2013), de Kaspar Schiltknecht, segundo o Júri, "Pela sua energia e subtileza na abordagem de um tema de intimidade e desejo."

Agora esperemos que os portuenses usufruam do bom cinema de John Waters no ano zero do Queer Porto."

Não vi os filmes aqui referidos: "Party Girl", "Atlântida", "Júlia", "S.Paulo em Hi-Fi", "Mondial em 2010", Gabrielle"

sexta-feira, 19 de setembro de 2014

Queer Lisboa 18


Começa hoje e termina a 27 do corrente mais um Festival Queer de Lisboa.
Como sempre estarei presente naquele que é já considerado um dos mais importantes festivais de cinema de temática LGBT do mundo.
Este ano a oferta de filmes é a mais numerosa de sempre e tem além das salas habituais dos últimos anos, no cinema S.Jorge, um desdobramento na Cinemateca Nacional (bem perto), onde passarão dois ciclos importantes: um sobre cinema LGBT africano, essencialmente documental, e uma retrospectiva dos filmes de John Walters.
Também e pela primeira vez, o festival "visitará" a cidade do Porto.
É um dos momentos anuais que mais me empolga, pois tenho uma enorme colecção de filmes LGBT e sigo com alguma atenção o que se vai fazendo.
Assim, parece-me que este ano, vai ser um festival bastante equilibrado, sem filmes de grande renome, mas com alguns deles bastante premiados. Estarei bastante atento às curtas...
Hoje e como filme de abertura será exibida a versão longa de uma curta brasileira de enorme êxito de há dois anos, "Hoje eu quero voltar sózinho".

Vou passar a semana em Lisboa (uma forma de falar), e dias há, como por exemplo no próximo domingo, em que verei 5 sessões seguidas...
Quem corre por gosto, não se cansa.

segunda-feira, 15 de setembro de 2014

Um "jantarinho"

Conforme anunciado na altura do seu lançamento, vai realizar-se no próximo dia 27 do corrente, um pequeno e despretencioso jantar entre amigos, para comemorar o "aparecimento" deste meu primeiro livro.
Não é de todo, um lançamento nos moldes clássicos, com um apresentador e depois as palavras do autor e do editor, e as consequentes perguntas e respostas da praxe, mas antes um encontro ou reencontro de amigos onde se falará de várias coisas, entre as quais do meu livro.
É aqui em Massamá, num restaurante pequenino, mas com uma sala em baixo que nos vai garantir a privacidade necessária, não há um menu fixo, cada um come o que lhe apetece e os preços são verdadeiramente agradáveis, ficando seguramente bem abaixo do que se pagava nos jantares dos blogs.
Aliás, quero esclarecer que este jantar nada tem a ver com esses jantares, se bem que grande parte dos participantes tem ou teve blogs.
 O nome do restaurante é "O Mirandês", e fica na Av.Prof.Dr.Egas Moniz, nº.4, em Massamá.
Nas traseiras costuma haver estacionamento e para quem vem de comboio, desce em Barcarena e apanha aí, na estação (saíde de cima), o 110, que é a carreira urbana de Massamá, e é logo a primeira ou segunda paragem.
A sala é relativamente pequena, muito agradável, a comida é boa e caseira e podemos estar até tarde. Não levará mais do que cerca de 20 pessoas, pelo que a lotação está praticamente esgotada, mas cabe sempre mais um, e por isso, estejam à vontade e se quiserem participar, basta avisar-me até dois dias antes.
Espero que seja uma noite bem passada.

sexta-feira, 12 de setembro de 2014

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA

Acabei de ler há dois dias um livro de poemas de amor, cem poemas de amor, traduzidos de várias línguas para português.
De todos, houve um que me sensabilizou fortemente, remetendo-me uma vez mais para o meu amor, de quem tenho cada vez mais saudades...
Para ti, Déjan, as palvras lindas desse sublime Walt Whitman:

QUANDO SOUBE AO FIM DO DIA
Quando ao fim do dia soube que o meu nome fora aplaudido no Capitólio, mesmo assim não foi feliz para mim a noite que se seguiu,
E também quando me embriaguei ou quando os meus planos se concretizaram, nem mesmo assim fui feliz,
Mas no dia em que me levantei cedo de perfeita saúde, revigorado,cantando, aspirando o ar fresco do outono,
Quando vi a lua cheia no Oeste empalidecer e desaparecer com a luz da manhã,
Quando, solitário, vagueei pela praia e mergulhei nu no mar, e ri ao sentir as águas frias, e vi o sol nascer,
E quando pensei que o meu querido amigo, o meu amante, vinha a caminho, oh então senti-me feliz,
Então cada golfada de ar foi mais doce, e todo esse dia o que comia deu-me mais energia, e esse belo dia passou bem,
E o dia seguinte chegou com igual alegria, e no outro dia à tarde chegou o meu amigo,
E nessa noite, quando tudo estava em silêncio, escutei as águas do mar enrolando-se continuamente na areia,
Ouvi o murmúrio das ondas e da areia, como se quisessem felicitar-me,
Porque aquele que eu mais amo, dormia a meu lado sob a mesma manta na noite fria,
Na quietude daquele luar de outono, o seu rosto estava inclinado para mim,
E o seu braço repousava levemente sobre o meu peito – e nessa noite fui feliz.


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WHEN I HEARD AT THE CLOSE OF THE DAY
When I heard at the close of the day how my name had been receiv'd with plaudits at the Capitol, still it was not a happy night for me that follow'd;
And else, when I carous'd, or when my plans were accomplish'd, still I was not happy;
But the day when I rose at down from the bed, of perfect health, refresh'd, singing, inhaling the ripe breath of autumn,
When I saw the full moon in the west grow pale and disappear in the morning light,
When I wander'd alone over the beach, and undressing, bathed, laughing with the cool waters, and saw the sun rise,
And when I thougt, how my dear friend, my lover was on his way coming. O then I was happy;
O then each breath tasted sweeter – and all that day my food nourish'd me more – and the beautiful day pass'd well,
And the next came with equal joy – and with the next, at evening came my friend;
And that night, while all was still, I heard the waters roll slowly, continually up the shores,
I heard the hissing rustled of the liquid and sands, as directed to me, whispering, to congratulae me,
For the one I love most lay sleeping by my under the same cover in the cool night,
In the stillness, in the autumn moonbeams, his face was inclined toward me,
And his arm lay lightly around my breast – and that night I was happy.

                                                             ///

E, por oportuna sugestão do Leonardo, uma outra forma de "contactar" este poema

terça-feira, 9 de setembro de 2014

"Con qué la lavaré"


Vi esta curta de animação, um género do qual até nem sou um particular adepto, no saudoso cinema Quarteto, já há uns anos, no âmbito do então Festival de Cinema  Gay e Lésbico de Lisboa, hoje denominado Queer Lisboa sendo que a edição deste ano se inicia já no final da próxima semana.
Na altura gostei imenso desta curta metragem, premiada em variadíssimos festivais, incluido o Indie Lisboa.
É um filme quase surrealista, de uma beleza assombrosa, com cores ao mesmo tempo garridas e muito carregadas, cheio de pequenos pormenores deliciosos e com homenagens bastante assumidas a diversos artistas como Pierre et Gilles, Cocteau, Fassbinder, Mapplethorp, Tom Of Finland, David Hockney, Genet e outros.

quarta-feira, 3 de setembro de 2014

Georgia O'Keeffe

Georgia O'Keeffe (1887-1986) foi uma das primeiras mulheres a alcançar um sucesso indiscutível no seio da pintura norte-americana.
Estudou pintura no  Art Institut of Chicago e mais tarde na Universidade de Columbia em Nova York.
Afastando-se das influências da pintura europeia dos inícios do século XX e, nomeadamente, do surrealismo, encontramos as principais bases de influência da sua obra na fotografia, tendo como principal mentor o fotógrafo Alfred Stieglitz (1864-1946).
que inicialmente começou por se interessar pelos quadros de O'Keeffe (numa fase ainda embrionária da sua obra) expondo-os na sua galeria “291” em Nova Iorque, e que, mais tarde, viria a ter um longo relacionamento amoroso com a artista, o que levaria a que houvesse uma influência recíproca na obra de ambos.
Num misto de arte abstracta, irreal e onírica, e arte figurativa, representativa, em certa medida, conservadora, a obra de O'Keeffe prima pelo cunho muito pessoal e emotivo que a artista imprime aos seus quadros, deixando transparecer o significado que atribui aos objectos que vê, à realidade que sente.
Daí o seu interesse pela natureza, a paixão pelo Novo México e a sua paisagem selvagem, inóspita até, em contraposição à sociedade moderna, civilizada, tipicamente nova-iorquina, cidade vertical repleta de arranha-céus também retratados por O'Keeffe, em que parece haver uma redoma que não deixa sequer entrever o céu.
As suas telas de paisagens e flores foram muito apreciadas a partir de 1928. Georgia é considerada uma das pintoras norte-americanas de maior sucesso do século XX
































terça-feira, 26 de agosto de 2014

Viagens 13 - Alemanha

Excluindo as diversas escalas de uma noite em Colónia, a caminho de Belgrado, efectuei três viagens à Alemanha, sempre na companhia do Duarte.
A primeira à parte ocidental e ao norte do país e as restantes a Berlim.
Deixando estas duas para outra ocasião, vou falar desse primeiro contacto com o país que hoje manda na Europa (não o que sucedia nessa altura, que ainda se chamava R.F.A. (República Federal Alemã), com capital em Bona.
Fomos de avião até Frankfurt
cidade que pouco tempo tivemos para apreciar, pois foi quase só pernoitar; ficou a recordação de um enorme aeroporto e de uma atmosfera pouco agradável junto à estação ferroviária central.
Seguimos para Colónia
cidade muito bonita, banhada pelo Reno, com uma Catedral gótica maravilhosa, logo ali junto à estação de comboios, onde chegámos e apanhámos um táxi para o hotel que eu havia reservado; devo dizer que na altura não havia net e as reservas fazia-as por telefone depois de ter seleccionado o hotel num guia Michelin, ou neste caso de Colónia, no Spartacus, pois escolhi um hotel gay. 
Apesar de central, e estranhamente, o motorista desconhecia a morada, e foi preciso eu, munido de um pequeno mapa, onde tinha assinalado previamente o hotel, lhe ir indicando o trajecto, sem saber uma palavra de alemão (o individuo ou era novo na profissão, ou estava a fazer um “gancho”).
Mas lá chegámos e o hotel não era grande coisa, enfim...
Os dois ou três dias que estivemos na cidade deu para conhecer o principal – Colónia não é grande – e à noite íamos beber uns copos a sítios agradáveis.
Dali partimos com destino a uma pequena cidade – Munster –
que tinha para mim um particular interesse, já que era de lá um dos dois amigos que havia anos tinha conhecido na Figueira da Foz e com quem estabeleci uma especial amizade platónica, pois eu era e fui, durante algum tempo, virgem. 
Da Figueira, vim com eles para Lisboa passar uma semana e essa amizade estreitou-se ainda mais quando o outro rapaz disse um dia em conversa que esse mais amigo meu – Werner era o seu nome – era gay. Foi muito bonito e puro o que se passou nesses dias, eu tinha para aí 15 ou 16 anos e depois de ele partir mantivemos contacto durante uns tempos; ele era mais velho, vinte e poucos e era lindo, loiro e simpatiquíssimo. 
Ora ele era de Munster e eu ia à sua procura, apenas tinha o seu nome – Werner Heine – uma foto tipo passe e um endereço. 
Não o encontrei nem ninguém o conhecia...
Enfim, um pouco triste, seguimos viagem para Hamburgo, tendo tido uma breve paragem em Bremen.
Em Hamburgo
 tínhamos uma reserva de um outro hotel gay, situado em pleno coração do bairro do sexo da cidade, o famoso St.Pauli.
 Se o hotel de Colónia era fraquinho, este era uma espelunca, ainda estivemos para procurar outro sítio, mas como era por poucos dias e era só para dormir, ficámos.
Hamburgo é uma grande cidade, bonita, com um, lago muito vasto e agradável e um enorme porto.
Enquanto lá estivemos tivemos a visita de um casal amigo, de Berlim, o Hans e o Peter, que embora alemães tinham uma vivenda na Parede, e conhecíamos-nos daí
.Foram muito simpáticos e levaram-nos de carro até Lubeck
uma cidade lindíssima e que foi um dos principais centros da Liga Hanseática, que reunia as maiores cidades mercantis do norte da Europa, pelo que é um centro histórico importante e onde nasceu Thomas Mann.
Fomos aí almoçar num dos mais belos restaurantes onde já estive, todo decorado com bandeiras da Liga Hanseática e onde se comia maravilhosamente. 
A carta (menú)  era belíssima, enorme e eu gostei tanto dela que o Hans foi adquirir uma para me oferecer – gostava de saber por onde para ela...aqui por casa.
Ainda fomos a uma praia no Mar do Norte – Bremerhaven
 mas que era muito pobrezinha comparada com as nossas magníficas praias.
De Hamburgo regressámos a Lisboa.

Quando regressámos para a primeira visita a Berlim, já era a Alemanha, mas apenas há uns meses; mas isso fica para outra vez.

sexta-feira, 22 de agosto de 2014

Matthew Connor


Num dos muitos blogs que vou seguindo, fui encontrar este senhor, um americano de Boston, que eu nunca tinha ouvido falar.
Gostei da voz, do estilo, e claro que lá estou eu no "You Tube" à procura de coisas interessantes.
Seleccionei dois vídeos, o primeiro bem bonito, intitulado "Smoke Signals"

Mas foi um outro que me fez trazê-lo aqui ao blog; uma canção magnífica num vídeo muito bem feito, num estilo "vintage", a preto e branco, com um título delicioso e que me fez naturalmente aumentar exponencialmente as minhas saudades do Déjan.
Deliciem-se com este maravilhoso "How is already July over?"...


terça-feira, 19 de agosto de 2014

Pretende dar a ideia de perceber de pintura?

Isto não é totalmente verdade, é óbvio.
Todos estes artistas são grandes pintores e estas”particularidades” não passam de meras curiosidades que apenas pretendem fazer rir, com o acompanhamento vocal da “enorme” Maria Callas...

Se o fundo do quadro é escuro e a personagem tem cara de “não fui eu...”, então é um Ticiano

Se toda a gente tem um rabo grande e caído, evidenciando uma enorme celulite, então é um Rubens

Se os homens têm um aspecto efeminado, cara de constipados ou cheios de frio, então é um Caravaggio

Se são telas com muita gente, que parece normal, mas caminha sem direcção certa, “à procura do Wally”, então é um Bruehgel

Se a pintura tem muita gente, como que enlouquecida, parecendo imagens do “Feiticeiro de Oz”, então é um Bosch

Se os homens parecem necessitados, bêbados e têm caras manchadas, sujas ou mal iluminadas, então é Rembrandt

Se os homens, em todas as pinturas, são belos, estão nus ou semi-nus, com um sexo pequenino, depilados e de aspecto efeminado, então é um Michelangelo

Se o quadro tem bailarinas, com cinturas pretas, então é um Degas

Se a tela é nítida, as figuras são barbudas, corpos altos e magros, com cara de famintos, então é um El Greco

Se todas as personagens do quadro têm cara de “nada”, ou se parecem com o Putin, então é um Van Eyck


Se os quadros têm paisagens com muita gente, com corpos originais, ou então se têm frutos e uma garrafa de vinho, então é um Cézanne

Se tem bailarinas de cabaret e homens de duvidosa conduta social, então é um Toulouse-Lautrec

Se você esfregou a tela com o gato da vizinha, antes de secar a pintura, e tudo parece sem sentido, então é um Van Gogh