sexta-feira, 11 de novembro de 2011

quarta-feira, 9 de novembro de 2011

Comovente...

Possivelmente já muita gente viu este vídeo; mas não importa. Eu também já o vi variadas vezes e não me canso.
Não é só por gostar de gatos, é principalmente porque poucas vezes me senti tão enternecido com um episódio com um animal, e é quase inevitável não ficar com os olhos humedecidos.


domingo, 6 de novembro de 2011

5 Anos de blog

Ainda muito novinho, mas já com cabelos no peito; poderá ser uma boa definição para este blog que hoje completa cinco anos de idade.
Desde 6 de Novembro de 2006, 1146 postagens aqui foram deixadas, umas mais sérias, outras mais fúteis; algumas bastante contundentes, outras eivadas de amor e carinho.
Abrangendo as mais variadas áreas, este blog tem-me trazido coisas muito boas, quase só coisas boas e apenas uns poucos, raros, amargos de boca.
O melhor de tudo, tem sido, sem a menor dúvida, a quantidade de amigos que aqui encontrei e não só em quantidade, mas também em qualidade. Só por isso, teria valido a pena.
Obrigado a todos pelo vosso apoio, a vossa amizade, a vossa presença.

sexta-feira, 4 de novembro de 2011

A Língua Portuguesa em Belgrado

O mundo é muito pequeno, e por vezes agradavelmente surpreendente. Estive a passar quinze dias em Belgrado, e como a cidade já não tem quase segredos para mim, procuramos agora preencher o nosso tempo com a ida a locais onde aconteçam coisas interessantes. E o Déjan lembrou-me que estava a acontecer na Feira de Belgrado (um excelente espaço, diga-se de passagem), a Feira do Livro, e que nesta edição, o destaque escolhido, tinha sido a Língua Portuguesa, isto é, de todos os espaços do mundo onde se fala a nossa língua. Claro que logo mostrei interesse em visitar o certame e lá fomos uma tarde. Gostei desde logo da disposição do espaço escolhido para essa homenagem, na parte nobre do certame
e quando ali chegámos contactei um senhor que parecia ser uma das pessoas importantes ali, e que era português, e me informou, muito gentilmente do que se estava a realizar ali, quem estava ou estaria presente e mantive uma muito agradável conversa com ele, e quando lhe disse que era português de passagem em Belgrado e lhe referi ser natural da Covilhã, fiquei surpreso ao saber que ele também era, embora duma freguesia rural do concelho e ainda há dois dias tinha lá estado a inaugurar uma Casa de Cultura numa aldeia. Convidou-me a ouvir a entrevista que o escritor moçambicano Mia Couto ia dar nessa altura, devidamente traduzida para sérvio por um tradutor, perante um auditório muito interessado.
Durante essa entrevista, fixei o olhar na pessoa com quem tinha falado, e de repente reparei que a cara não me era de todo estranha, e ainda mais rapidamente me lembrei do nome da pessoa, confirmado por um rapaz português que ali estava junto a mim: tratava-se do Prof. Arnaldo Saraiva, ensaísta, escritor e jornalista, de quem eu tinha lido tantas crónicas no Jornal do Fundão, onde continua a escrever.
No final da entrevista de Mia Couto, fui cumprimentar pessoalmente o escritor e fui falar novamente com o Prof. Saraiva para lhe dizer que afinal sabia quem ele era e que já tinha lido muitas crónicas dele. Aproveitou para me dizer que tinham chegado entretanto a Alice Vieira e a Lídia Jorge, ambas muito simpáticas, mas foi com Lídia Jorge que falei mais, pois, num outro acaso interessante, tinha lido o seu magnífico “Dia dos Prodígios” precisamente em Belgrado, na última vez que ali tinha estado; apresentei-lhe o Déjan e acedeu a ficar comigo numa foto.

Mais tarde, passei outra vez no local e estava a ser entrevistado o Rui Zink, saudavelmente louco como sempre e a pôr a assistência a rir a cada passo.
Enfim, um excelente fim de tarde.
Mas, a surpresa e as coincidências não acabam aqui, pois dois dias mais tarde, estava a almoçar com o Déjan num popular e central restaurante, ocupando dois lugares de uma mesa de quatro; entretanto chega uma senhora, bastante distinta, dos seus quarenta anos que pede licença para ocupar um dos espaços vagos da mesa, pois não havia mais mesas vagas. Claro que sim, e eu a falar com o Déjan normalmente e a senhora a consultar uns dossiers, enquanto esperava pelo almoço. Como este estava algo demorado, ela disse para o Déjan que estava apressada, pois tinha que ir dali para a Feira do Livro. O Déjan disse-lhe que havíamos aí estado há dois dias, pois eu era português e tinha mostrado interesse em ir lá pelos motivos já citados.
Qual o meu espanto, quando a senhora, num português quase correcto me perguntou se eu tinha gostado. Claro que começámos a falar, ora em português, ora em inglês, para o Déjan entender, e fiquei a saber que a senhora vive desde há anos em Faro, é tradutora de quase todos os livros de escritores portugueses editados em sérvio e isso porque depois de se ter licenciado em Letras na Universidade de Belgrado, tirou o mestrado, escolhendo como tema a poesia portuguesa!!!
E pronto, o almoço foi um espanto, falámos de Eugénio de Andrade, da Sophia, de Florbela, do Al Berto, do Bernardo Santareno, eu sei lá mais de quê; a senhora já queria que eu fosse com ela para a Feira do Livro, onde iria ser a tradutora daí a pouco da entrevista, precisamente, do Prof. Arnaldo Saraiva.
Que coisas belas acontecem por vezes…

quarta-feira, 2 de novembro de 2011

Mãe



Quando Eu For Pequeno

Quando eu for pequeno, mãe,
quero ouvir de novo a tua voz
na campânula de som dos meus dias
inquietos, apressados, fustigados pelo medo.
Subirás comigo as ruas íngremes
com a certeza dócil de que só o empedrado
e o cansaço da subida
me entregarão ao sossego do sono.

Quando eu for pequeno, mãe,
os teus olhos voltarão a ver
nem que seja o fio do destino
desenhado por uma estrela cadente
no cetim azul das tardes
sobre a baía dos veleiros imaginados.

Quando eu for pequeno, mãe,
nenhum de nós falará da morte,
a não ser para confirmarmos
que ela só vem quando a chamamos
e que os animais fazem um círculo
para sabermos de antemão que vai chegar.

Quando eu for pequeno, mãe,
trarei as papoilas e os búzios
para a tua mesa de tricotar encontros,
e então ficaremos debaixo de um alpendre
a ouvir uma banda a tocar
enquanto o pai ao longe nos acena,
lenço branco na mão com as iniciais bordadas,
anunciando que vai voltar porque eu sou pequeno
e a orfandade até nos olhos deixa marcas.

José Jorge Letria

Para a minha Mãe que hoje cumpre o seu 89º.aniversário, cada vez mais linda e maravilhosa!

segunda-feira, 31 de outubro de 2011

Voltar...


Voltar…
Voltar de uma viagem, de uma ansiada e tão necessária viagem, que correu muito bem até chegar o momento da despedida, que em vez de se tornar rotina, se torna cada vez mais difícil…
Voltar aqui ao meu espaço, mais cedo do que esperaria, pois eu sabia que iria voltar; nem sequer disse o contrário no meu último texto; apenas pensei que demoraria mais tempo…
E voltar, porquê? As razões da paragem não se alteraram muito, apesar de um ou outro regresso, (olá Speedy), e de um prometido regresso de um “velho” senhor dos blogs, (olá Ric).
Talvez não tenha sido suficientemente explícito e assim não totalmente compreendida a razão invocada da não reciprocidade dentro da blogo; como muitos sabem, a noção que tenho de um blog é de partilha, mas de uma partilha comunicativa e não apenas confessional. Daí o desabafo de alguma falta dessa reciprocidade, para mim tão importante, porque uma postagem só termina realmente com o diálogo dos comentários; daí eu comentar os comentários…
Eu nunca me queixei da falta deles, nem nunca pedi para ser comentado quando não há razão para tal. Queixo-me sim é de quem NUNCA comenta, não o meu blog, mas qualquer blog, apesar de gostar de ser comentado, (olá Carlos).
Durante este tempo, li tudo o que foi escrito aqui na blogo, pelas pessoas que sigo, e quantas vezes me apeteceu comentar, (parabéns, Luís e Gonçalo).
Vou voltar pois a aparecer, talvez menos vezes, talvez com alguma necessária selecção dos blogs que sigo, talvez não com tanta frequência de comentários, pois há mais vida para além da blogosfera.
Uma palavra para as muitas palavras de apoio, de incitamento a continuar, que me foram deixando, aqui e nalguns dos vossos blogs.

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Time to say Good Bye

É altura de parar!
Dediquei muito de mim à blogosfera, e desde há muito tempo; assisti ao início e ao fim de muitos blogs e sempre fui acompanhando com palavras o seu dia a dia.
Agora vejo que a reciprocidade não existe mais: há blogs (não os nomeio, pois os seus autores sabem que é a eles que me dirijo, essencialmente) que nunca comentam qualquer blog, mas gostam muito de ser visitados; outros abandonaram essa prática e hoje estão no comodismo de pôr uma postagem de quando em quando e nada mais.
A blogosfera, está verdadeiramente doente e eu já não tenho paciência para isto; que me desculpem os bons amig@s que continuam a alimentar esta forma de comunicação tão interessante.
Vou parar! Definitivamente? Não sei.
Vou no sábado para Belgrado e aproveito esta “porta aberta” para ir saindo…

Zebras e Rinocerontes

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Amour, acide et noix

Amour, Acideet Noix é um bailado coreografado pelo canadiano Daniel Léveillé  em 2001 e que faz parte do repertório da sua companhia Danile Léveillé Danse e é a primeira parte de uma trilogia que tem como restantes componentes “La Pudeur des icebergs” (2004) e “Crépuscule des océans (2007).
Gostaria de ter o bailado integral, cerca de uma hora, mas não o encontro na net. Se alguém souber se está editado em vídeo, e onde poderei adquiri-lo, fico desde já agradecido.

Quatro corpos entregues à dança, revelam o que se refugia atrás da pele, branca e estranha: água, músculos, respiração, energia, uma visão da vida, tão viva e consciente do outro, apesar de ou talvez por causa de uma necessidade para não estar completamente só.. Amour, acide et noix fala de solidão, mas também, e mais especificamente da infinita ternura do toque, a dureza da vida e o desejo de evitar ou escapar  destes organismos, muitas vezes tão pesados. Amour, acide et noix apresenta a nudez como a única alternativa verdadeira para a leitura do corpo, franca e livre de falsa modéstia. 
Afinal, a pele do corpo pode ser o traje da verdade. A música de Vivaldi é perfeita para acompanhar a evolução dos corpos.

sexta-feira, 7 de outubro de 2011

Justiça????????????????????????'

O PAÍS QUE TEMOS !


Face ao que aqui se relata, só há uma forma fazer justiça ( sem ser pela violência !), a justiça publica : é fazer circular o mais possível, para que se saiba quem são :

·        O psiquiatra João Vasconcelos Vila Boas
·        a classe de alguns dos juízes que temos
·        a classe de alguns médicos que temos, gozando da protecção dos seus pares, através da sua Ordem profissional .

MAS ISTO É JUSTIÇA?!!
Com juízes e procuradores que são apanhados a copiar nos exames de concursos, que seria de esperar...???
Fixem-lhe bem a cara (e é pena não estarem os retratos dos juízes) e não lhe dêem a mais pequena oportunidade de exercer a sua profissão ou angariar dinheiro de qualquer outro modo.
Nesta sociedade de consumo e vaidades deverá ser um punição razoável...!!!


Abuso de grávida
Durante cinco meses, o psiquiatra João Vasconcelos Vila Boas tornou-se no confidente de 'Ana', nome fictício, e acompanhou o crescimento da barriga de grávida da paciente, com 30 anos. No início de Setembro, 2009, quando estava a um mês de ser mãe, o médico violou-a na sala do seu consultório - adaptada de uma divisão do apartamento onde também vive na Foz, Porto.
 
Para que vejamos a cara desta aberração E NUNCA A ESQUEÇAMOS !!!! 
O médico psiquiatra João Vasconcelos Vila Boas

Violada por recusar sexo oral
'Quando ela se levantou para ir embora, ele baixou as calças e ordenou que lhe fizesse sexo oral. Incrédula, ela tentou fugir, mas a porta estava trancada à chave. Agarrou-a por trás e baixou a roupa dela. Como estava com o pénis erecto, e ela estava já com alguma dilatação, ele violou-a ali mesmo', contou ao CM um familiar da vítima que tinha duas consultas por semana com o psiquiatra. Estava debilitada emocionalmente e tinha medo de não conseguir ser uma boa mãe.
'No final, deu-lhe um guardanapo para ela se limpar e disse-lhe que o que tinha feito era um segredo e esperava por ela na próxima semana', recordou o familiar. Apavorada, Ana entrou no carro para voltar para Vila Real, onde vive. Fez a viagem calada. Mas pelo caminho não conseguiu aguentar o silêncio. Contou à mãe e depois ao pai. A revolta invadiu ambos e decidiram levar a vítima ao hospital. Os exames que lhe foram realizados são inequívocos: foram encontrados vestígios de sémen do psiquiatra na vagina da grávida. Quinta-feira foi preso e no dia seguinte presente ao juiz. Saiu em liberdade e está apenas proibido de exercer a profissão e de sair do País.

PORMENORES
84 EUROS SEM RECIBO
Ana pagava 84 euros por cada uma das duas consultas semanais. O médico nunca passou recibo e 'pedia que pagassem em notas e só no fim do mês'.
TENTOU MASTURBÁ-LA
Durante as consultas, o psiquiatra fazia perguntas sobre a vida sexual de Ana. Tentou por duas vezes masturbá-la, mas ela recusou. Alegava ser uma técnica especial para relaxar grávidas.
DIZIA PARA IR SOZINHA
Incentivou Ana a ir só e de autocarro para o Porto para ficar a dormir na cidade.

ORDEM DOS MÉDICOS JÁ AVERIGUA
Após ter conhecimento da detenção do psiquiatra pela PJ, a Ordem dos Médicos decidiu abrir um processo disciplinar de forma a averiguar o que realmente aconteceu. No entanto, segundo o bastonário Pedro Nunes, só após a conclusão do inquérito do Ministério Público será tomada uma decisão. 'Vamos acompanhar o inquérito judicial e se no fim se provar que as acusações são verdadeiras tomaremos uma atitude', explicou ontem o bastonário ao CM.
Pedro Nunes diz que até prova em contrário o psiquiatra é inocente e salienta que vários são os médicos alvos de acusações infundadas. 'Infelizmente, nesta profissão somos acusados muitas vezes sem ter culpa. O trabalho de um médico é muito complexo', disse.
Também o Instituto de Droga e Toxicodependência, onde João Vasconcelos Vilas Boas exerce funções, garantiu que vai investigar o caso e a possibilidade de ter ocorrido alguma situação na instituição.
 Porto: Decisão judicial não implica expulsão da Ordem dos Médicos
"Teria sido justo se fosse cadeia"
O psiquiatra João Vasconcelos Vilas Boas, de 48 anos, manteve-se impávido e sereno ao ouvir, ontem, a sua condenação a cinco anos de prisão, mas com pena suspensa, por ter violado uma paciente, de 30 anos, grávida de oito meses no seu consultório, na Foz do Porto. A família da vítima está indignada. "A pena teria sido justa se ele fosse para a cadeia porque foi tudo provado em tribunal", disse ontem ao CM a mãe da vítima.

'COMO PODE UM JUIZ SOLTAR UM MONSTRO DESTES'
Dois meses após a violação, o pai de Ana ficou ainda mais revoltado após conhecer as medidas de coacção aplicadas pelo
TIC do Porto.
'Como é possível um juiz soltar um monstro destes', disse ao CM. Confiámos nele, que nos garantiu que ia curar a nossa
filha, mas afinal só se queria aproveitar dela', vincou o homem, que se diz 'desiludido e revoltado com a nossa justiça'.
A família tenta agora arranjar forças junto do bebé que nasceu três semanas antes do previsto porque Ana
estava muito abalada.
Uma hora após a violação, soube pela filha do sucedido. 'Fiquei cego e liguei-lhe para o telemóvel. Ele atendeu e ainda
teve a ousadia de me dizer que era tudo mentira. Que nada de anormal se tinha passado na consulta.
' Mas os exames feitos a Ana confirmaram o contrário.

A decisão judicial, que será alvo de recurso por parte do advogado do médico, não obriga a Ordem dos Médicos a expulsá-lo. Neste momento, o psiquiatra realiza trabalho administrativo no Instituto da Droga e da Toxicodependência em Campanhã, no Porto. O CM tentou ouvir o bastonário da Ordem dos Médicos, Pedro Nunes, mas foi impossível saber qual a decisão tendo em conta a condenação.
Ontem, a juíza Manuela Paupério considerou que ficou 'provado que o arguido introduziu o seu pénis na boca da ofendida, agarrando-lhe a cabeça. Quando esta se levantou, o arguido agarrou-a, empurrou-a contra um sofá e, por trás, introduziu o seu pénis na vagina da ofendida, aí ejaculando'. A magistrada considerou ainda que os factos provam 'uma acção física violenta exercida pelo arguido sobre a ofendida, de modo a constrangê--la quer ao coito oral, quer à cópula'.
A juíza desvalorizou os depoimentos prestados por ilustres médicos arrolados pelo psiquiatra, sublinhando que o relato da vítima é mais consistente que o testemunho do psiquiatra, condenado a pagar 30 mil euros de indemnização.

ADVOGADO AGRIDE JORNALISTA
Artur Marques, advogado de defesa do psiquiatra, agrediu ontem a repórter fotográfica do Correio da Manhã, tendo inclusivamente rasgado a camisola da nossa fotojornalista quando tentava, à força, arrancar-lhe a máquina fotográfica. Tudo aconteceu depois da leitura da sentença, num corredor do tribunal S. João Novo, quando a irmã do médico tentou arrancar a máquina fotográfica à jornalista do CM, alegando não querer ser fotografada, apesar de se ter colocado propositadamente à frente do psiquiatra, vendo que a jornalista estava a fazer o seu trabalho. Prontamente, os agentes da PSP tentaram sanar o atrito. Mas o advogado Artur Marques, numa atitude muito agressiva e prepotente, tentou partir a máquina para apagar as fotografias. Só não o conseguiu graças à PSP.

APÓS RECURSO - EIS A DECISÃO FINAL DOS NOSSO TRIBUNAIS ....
Psiquiatra absolvido de violação de paciente grávida
12 de Maio, 2011

O Tribunal da Relação do Porto considerou que o psiquiatra João Vasconcelos Villas Boas, de 48 anos, que arrolou 14 testemunhas m sua defesa, entre elas Júlio Machado Vaz, e que continua a trabalhar no Instituto da Droga e Toxicodependência em Campanhã, no Porto e ainda no seu consultório na Foz, Porto, não cometeu o crime de violação contra uma paciente sua, grávida de 34 semanas, com 30 anos de idade, no ano de 2009, pois os actos não foram suficientemente violentos, apesar de este forçar a vítima a ter sexo com base em empurrões e puxões de cabelo.
 
Perfil do violador - Relatório diz que médico mente
Mentiroso e narcisista acima da média, e com tendência para simular uma boa imagem de si próprio além de ter uma atitude de falta de preocupação pelas consequências negativas que o seu comportamento pode ter nos outros.
É desta forma que os técnicos que avaliaram João Vasconcelos Vilas Boas definem o psiquiatra de 48 anos que está a ser julgado,
acusado de violar uma paciente grávida de oito meses, no seu consultório, no Porto.
O relatório da perícia em que foram ouvidos a família, amigos e colegas de trabalho do médico, que há três anos mantém uma relação com uma economista, sublinha que nas provas de personalidade a que foi sujeito se mostrou pouco sincero e com tendência para não reconhecer as suas falhas, evidenciando valores acima da média na análise à propensão para a mentira e narcisismo.
O arguido, que após ser confrontado com a denúncia da grávida apresentou três versões contraditórias dos factos à polícia e ao juiz de Instrução Criminal que o ouviu, é definido como uma pessoa egocêntrica e com capacidade para compreender os actos errados. Os técnicos entendem por isso que é imputável. Ao Tribunal de S. João Novo, no Porto, o médico - que tem dois filhos de 17 e 20 anos - confirmou ter tido relações sexuais com a vítima e diz estar envergonhado.
Está suspenso das funções no Instituto da Droga e Toxicodependência em Campanhã, no Porto.
 
O tribunal deu como provado os factos, que têm início com a vítima a começar a chorar na consulta e com o médico a pedir para esta se deitar na marquesa..
O psiquiatra começou então «a massajar-lhe o tórax e os seios e a roçar partes do seu corpo no corpo» da paciente, como se pode ler no acórdão. http://www.dgsi.pt/jtrp.nsf/d1d5ce625d24df5380257583004ee7d7/1c550c3ad22da86d80257886004fd6b4?OpenDocument
 
A mulher, que estava grávida e numa situação de fragilidade psicológica, levantou-se e sentou-se no sofá, tendo o médico começado a escrever uma receita. Quando voltou, aproximou-se da paciente, «exibiu-lhe o seu pénis erecto e meteu-lho na boca», agarrando-lhe os cabelos e puxando a cabeça para trás, enquanto dizia: «estou muito excitado» e «vamos, querida, vamos».
A mulher tentou fugir, mas o médico «agarrou-a, virou-a de costas, empurrou-a na direcção do sofá fazendo-a debruçar-se sobre o mesmo, baixou-lhe as calças (de grávida) e introduziu o pénis erecto na vagina, até ejacular». 

Para o colectivo de juízes, o arguido não cometeu o crime de violação, porque este implica colocar «a vítima na impossibilidade de resistir para a constranger à prática da cópula».
 Diz o acórdão que para que tal acontecesse era preciso que «a situação de impossibilidade de resistência
tivesse sido criada pelo arguido, não relevando, para a verificação deste requisito, o facto de a ofendida apresentar uma personalidade fragilizada».

O colectivo de juízes considera:
-  que o «empurrão» sofrido pela vítima por acção física do arguido não constitui «um acto de violência que atente gravemente contra a liberdade da vontade da ofendida»

e, por isso,

-- «impõe-se a absolvição do arguido,  
na medida em que a matéria de facto provada não preenche os elementos objectivos do tipo do crime de violação».

 Mas um dos três juízes, José Manuel Papão, não concorda com a absolvição e juntou ao acórdão uma declaração de voto em que considera
 «que a capacidade de resistência da assistente estava acrescida mente diminuída por estar praticamente no último mês de gravidez,
período em que se aconselha à mulher que na prática de relações sexuais observe o maior cuidado para evitar o risco da precipitação do trabalho de parto».

 

ANEXO UM COMENTÁRIO INSERIDO NUM JORNAL DE 12.MAIO.2011:
Importa-se de Repetir?
Médico absolvido de violação porque não foi muito violento
Relação do Porto absolveu psiquiatra com argumentos muito polémicos.
O Tribunal da Relação do Porto absolveu o psiquiatra João Villas Boas do crime de violação
contra uma paciente sua, grávida de 34 semanas, que estava a ter acompanhamento devido à gravidez.

Segundo a maioria de juízes, os actos sexuais dados como provados no julgamento de primeira instância não foram suficientemente violentos. Agarrar a cabeça (ou os cabelos) de uma mulher, obrigando-a a fazer sexo oral e empurrá-la contra um sofá para realizar a cópula Z

não constituíram actos susceptíveis de ser enquadrados como violentos.
Imprecaução óbvia, mesmo se populista: - e se fosse a vossa filha ou mulher?
Melhor: e se fossem vocelências a serem lixados com ph?

PARA FINALIZAR:
Como é que uma mulher grávida de 8 meses, consegue ter a mobilidade necessária para se libertar e fugir dentro do próprio consultório do violador - trancada á chave ???
E que provas é que serão necessárias para que uma violação como esta careça de:
-  MAIS VIOLÊNCIA para ser punidas por lei   ???
NÃO BASTA POR SI SÓ AO QUE A VITIMA FOI SUJEITA ?
Que merda de juízes são estes que se "balizam"nos pontos e virgulas da lei cega, surda e muda, para virem agora dizer que esta BESTA está absolvida porque o crime não foi violento !!
Devia ter-lhe dado alguma facada na barriga ?
Ou, sei lá, mata-la até, quem sabe se é isso que a lei "obriga".
Que merda de Justiça é esta e que caraças de PAIS É ESTE ???
SERÁ QUE ESTE ANORMAL É DA FAMÍLIA DE ALGUM POLITICO OU DE ALGUM JUIZ???
NÃO SERÁ DE CERTEZA DA CLASSE MÉDIA...!!!
PARA TER LEVADO COMO TESTEMUNHA O PSICÓLOGO MAIS CONHECIDA DA NOSSA PRAÇA: Júlio Machado Vaz
O TEMPO O DIRÁ !!!




">ALGUÉM SABE QUEM SÃO OS INCOMPETENTES QUE FIZERAM ESTE JULGAMENTO? NÃO ESTARÁ NA HORA DE SEREM JULGADOS POR QUEM, DE FACTO, SABE DAS LEIS QUE QUEREMOS QUE SEJAM IMPLEMENTADAS?
ALGUÉM SABE SE ELES TÊM MULHERES OU FILHAS A QUEM SE POSSA FAZER O MESMO QUE O ANORMAL AGORA ILIBADO FEZ À SENHORA GRÁVIDA DE OITO MESES?
JÁ QUE NÃO SE É PUNIDO POR ISSO...



(Recebido por mail)







"Um Homem Sem Importância"

Ontem, vi um filme de 1994, que me “encheu as medidas”.
Trata-se de “Um Homem Sem Importância” (A Man Of No Importance), de um realizador de que nunca tinha ouvido falar, Suri Krishnamma, especializado mais em séries televisivas e passado no início dos anos sessenta do século passado, em Dublin.
Como se sabe, Dublin foi o berço de um dos maiores vultos da literatura moderna, Óscar Wilde, e este filme é, de uma certa forma, ao longo da sua história, uma homenagem ao grande dramaturgo e homem de letras, que foi Wilde, e até o título tem algo a ver com uma das suas mais conhecidas obras – “A importância de se chamar Ernesto”.
Também é conhecida a outra faceta de Wilde, a sua homossexualidade e toda a tragédia que sobre ele se abateu nos últimos anos de vida.
Neste filme, o protagonista é um revisor de uma carreira de autocarros urbana, numa Dublin, muito conservadora, católica e demasiado pachorrenta. É um homem de meia idade, devotado às letras, principalmente poesia e teatro, tendo OW como grande mentor, e que é um homossexual não assumido, tendo uma paixão platónica pelo condutor do autocarro em que ambos trabalham, um atractivo jovem, a quem chama afectuosamente Bosie, o jovem amante de Wilde.
Com os habituais utentes da carreira onde trabalha, cria laços de amizade e estes, homens e mulheres de meia idade e pouca cultura gostam dos seus poemas e colaboram com ele na montagem de peças de teatro.
O nosso amigo resolve montar uma peça, mais ousada, de Wilde (obviamente), “Salomé”, desafiando assim o meio conservador em que está integrado; encontra numa nova e bonita passageira da carreira a intérprete ideal, pura aos seu olhos e a quem chama princesa.
Mas nem tudo é o que parece, nem tudo é como se quer: devido à descoberta da realidade da vida da sua “princesa” e depois de ver o seu platónico apaixonado beijar uma jovem, o protagonista resolve assumir-se como é realmente e assume a personagem real de Wilde, publicamente e sofre as naturais consequências. Acaba com uma réstia de esperança ao ver o regresso do seu Bosie, para junto de si, e ao ver o apoio dos seus amigos de sempre.
Para desempenhar este papel foi escolhido um dos grandes actores ingleses, Albert Finney, que tem aqui uma interpretação fabulosa, bem acompanhado por outros dois conhecidos nomes: Brenda Fricker e Michael Gambon.
Escolhi apresentar dois vídeos, o trailer e uma cena, para mim, a melhor do filme, em que Finney mostra o extraordinário actor que é, quando recita uma conhecida fala de Óscar Wilde ("love that dare not speak its name").

quarta-feira, 5 de outubro de 2011

Capas gays de discos (2)

Aqui há umas semanas publiquei um post com capas gays de discos e prometi na altura, que viria a publicar mais uma série, mas apenas de discos portugueses.
Não foi fácil a escolha, pois a oferta é muito grande, mas cheguei a uma selecção, obviamente muito subjectiva:
E este vem com um anexo, que mostra as "meninas do coro"
E para finalizar em beleza, não é uma capa de disco, mas sim uma foto que o nosso "distinto" José Cid tirou para comemorar um qualquer prémio de disco de ouro, ou platina, ou coisa do género...

domingo, 2 de outubro de 2011

Viagens - 1

Início aqui uma nova rubrica, sobre viagens.
As viagens que eu fiz, desde que me lembro e aquelas que me deixaram lembranças, quase todas boas; vai haver várias postagens, mais ou menos classificadas e vou tentar, dentro do possível, respeitar a cronologia…
Hoje vou referir-me apenas às primeiras viagens, as viagens da minha meninice, que eu fiz, sempre ou quase sempre acompanhado pelos meus Pais.
Há duas categorias de viagens desse tipo que me marcaram muito: aquelas que fiz a Lisboa, e não foram muitas; e as de todos os Verões até à Figueira da Foz, desde muito criança até ter autonomia para ter férias sozinho.
Das viagens a Lisboa, além daquelas visitas habituais ao Jardim Zoológico, ao Aquário Vasco da Gama e a alguns monumentos, recordo-me principalmente da atracção que Lisboa tinha sobre mim, com o seu movimento automóvel, a muita gente nas ruas, os ruídos e os hotéis (como eu gostava dos hotéis!)

Chegava a ficar horas à janela do quarto do hotel, na Baixa, a ver o trânsito na rua, e as pessoas. E uma vez houve que fiz aquilo que para mim foi uma aventura: estávamos hospedados no Hotel Vitória, onde hoje é o PCP, na Av.da Liberdade e os meus Pais foram depois do jantar, ver uma revista ao saudoso Teatro Avenida, mesmo ali ao lado, que seria anos mais tarde consumido pelo fogo, e eu fiquei no hotel, sem autorização para sair, claro. Mas, fiz uma coisa, para mim, extraordinária: saí, atravessei a Avenida e fui ao conhecido Café Lisboa, muito perto do Parque Mayer, ao quiosque, comprar revistas de cow-boys para ler no quarto – senti-me um herói!

Já quanto às idas para a Figueira da Foz, aconteciam sempre no dia 1 de Agosto e ia o carro a abarrotar, connosco e com coisas, pois era um mês inteiro que ali passávamos, sempre numa casa alugada, no chamado Bairro Novo, cerca do Casino.
Esses Verões foram inolvidáveis, já que eu adorava aquela praia e era a praia onde veraneava toda a família (a primalhada toda) e muitas famílias amigas. A praia, os banhos, os passeios de bicicleta alugadas ao Alves Barbosa,os jogos de máquinas automáticas no Casino Oceano, os carrinhos de choque, as saídas em grupo, já adolescente, com uma guitarra a cantar por aí, as idas ao Casino, os cafés na Caravela, os bifes à noite na Agostinha, a ida à pesca, depois apareceu o Tubarão, na marginal, com música para dançar…Enfim, fiquei sempre ligado àquela terra de que continuo a gostar muito.
E há uma outra viagem familiar que não esqueço, e que foi a minha primeira ida a Espanha, com os meus Pais e irmãos; fomos a Salamanca e Madrid. Os Preciados deixavam-me louco e a Gran Via era qualquer coisa do outro mundo.
Curiosamente, nunca mais viajei com a família, excepto uma vez, já depois da morte do meu Pai, que levei a minha Mãe comigo a passar uns dias a Madrid.

(A foto de Lisboa é de 1954 e a da Figueira da Foz é de 1950)

Esta canção de Maria Clara, é quase tão linda como a própria  Figueira. Já se não fazem canções assim.

Este texto foi enviado como participação para o tema proposto pela "Fábrica de Letras"


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terça-feira, 27 de setembro de 2011

Re(li)gata


Depois de ver o Miguel "ressuscitar" David Mourão Ferreira, relembrei um dos seus poemas de que mais gostei, um hino à sensualidade feminina.

"Quando em lugar de feltro é de barro de Outubro
o calor interior das coxas habitadas
Quando a língua é um barco avançando no escuro
de um canal de Corinto entre pardas escarpas
Quando o cheiro do Mar se desdobra em veludo
Quando rompe na boca o mistério das algas
Quando em baixo o teu pé a triturar-me o surdo
Perímetro do sexo encontra a madrugada
Quando mais se aproxima a náutica do culto
Quando mais o altar se mostra navegável
Quando mais eu descubro e restauro e misturo
Na crista litoral de súbito ampliada
o ritual do grito o ritual do cuspo
e vês que ninguém mais merece esta homenagem
é que enfim te possuo é que enfim te reduzo
a uma luva uma esponja uma deusa uma nave"

David Mourão-Ferreira

domingo, 25 de setembro de 2011

15º. Queer Lisboa (balanço final)

Terminou o 15º. Queer Lisboa e o grande e merecido vencedor foi o filme “Rosa Morena”, uma co-produção entre o Brasil e a Dinamarca, realizada por Carlos Oliveira, filme a que eu já tinha dado um especial destaque no post anterior.
Antes de falar no resto do palmarés, quero dar um breve resumo desta segunda parte do festival, na minha perspectiva. Vi mais dois filmes a concurso para o melhor filme, tendo assim assistido a sete dos 10 candidatos. Um inenarrável filme grego, com um nome qualquer e que foi das piores coisas que vi na minha vida (a Grécia está mesmo em crise…), e um muito interessante filme alemão, cujo nome inglês é “The Harvest”, passado numa comunidade agrícola, longe do bulício das grandes cidades e onde se vai desenvolvendo um belo relacionamento entre dois jovens trabalhadores-estudantes.
Fora de competições vi o melhor filme de todo o festival: o peruano “Contracorriente”, que não pôde concorrer ao prémio do melhor filme por ser já de 2009. É um filme soberbo, passado numa pobre comunidade piscatória do Perú, em que aparece um fotógrafo e pintor oriundo da cidade e de outro mundo, o qual se apaixona por um homem casado, em vésperas de ser pai e que, naturalmente, embora nutrindo sentimentos muito intensos entre eles, têm uma visão diferenciada desse mesmo relacionamento; depois do desaparecimento do fotógrafo, ele ( o seu fantasma) continua a “conviver” com o seu amante, até que é descoberto o seu corpo no fundo do mar. O seu amante, contra tudo e contra todos, assume a relação que entre eles existiu, ao fazer-lhe um enterro naquelas paragens, como seria seu desejo. É um drama intenso, mas nunca piegas, que aconselho vivamente a que procurem obter e ver.

Também com muito interesse, nesta secção Panorama, não em concurso, vi dois excelentes filmes: o argentino “Piedras”, onde dois jovens modificam a sua vida depois de assistirem a uma festa e um muito especial “Miss Kicki”, uma co-produção entre a Suécia e Taiwan, com uma envolvente viagem que desnuda o relacionamento entre uma mulher de meia idade e o seu jovem filho.
Nos documentários, assisti apenas a mais um – “Rent Boys”, do conhecido realizador alemão Rosa von Praunheim, sobre a vida dos jovens prostitutos berlinenses, sendo a secção a concurso de que vi menos filmes, quatro em dez.
Vi um filme da secção Queer Art, que desperta muito interesse em muita gente, mas não a mim; o filme visto foi sobre a carreira do realizador Bruce LABruce, um dos ícones dos festivais Queer de Lisboa, e que não é muito o meu género; o filme chamava-se “The Advocate for Fagdom”.
Resta falar das curtas metragens, das quais vi várias com muito interesse: ”Eu não quero voltar sozinho” (Brasil), “Fuckbuddies” (Espanha), “The Game kiss” (Indonésia), “Loop Planes” (EUA), “Plan Cul” (França), “Love 100%C” (Coreia do Sul), “Spring” (Reino Unido) e “Uniformadas” (Espanha).
Concluindo, foi um bom festival, com alguns filmes muito bons (Contracorrientes e Rosa Morena), um filme que não se entende como foi seleccionado – o grego; com um muito apropriado filme de abertura (Uivo) e um, quanto a mim, muito mal escolhido filme de encerramento, muito antigo e muito datado (Taxi Zum Klo).
Tenho pena de não ter assistido a um dos momentos mais importantes do festival, que foi o aparecimento após a projecção do filme “The Life and Death from Celso Júnior”, deste entusiasta pelo cinema gay, de quem me orgulho de ser seu amigo e que pode bem ser apelidado do “pai” do Festival LGBT de Lisboa. A sua apresentação como drag queen, mas com as inseparáveis botas foi um momento único, para quem viu…
A cinematografia latino americana imperou em quantidade e qualidade.
E agora o palmarés:
Melhor filme de ficção.: “Rosa Morena” de Carlos Oliveira.
Melhor actriz: Corinna Harfouch, em “Looking for Simon”
Melhor actor: Roberto Farias, em “Mi ultimo round”
Melhor documentário; “I am” de Sonali Gulati (India) …..(não vi)
Melhor curta metragem, por votação do público: “Não quero voltar sozinho”, de Daniel Ribeiro (Brasil).


As decisões parecem ser as da maior parte do público, pelo que os júris
estão de parabéns.
Passaram 8000 pessoas pelas sessões do cinema S.Jorge; parabéns à organização.

quarta-feira, 21 de setembro de 2011

15º.Queer Lisboa (1º.Balanço)

O festival vai a meio e é altura para fazer um primeiro balanço.
A sessão de abertura teve um filme à altura, pois tendo este festival como tema a transgressão, poucos filmes poderiam representar esse tema como  "Uivo" (Howl), de Rob Epstein e Jeffrey Friedman, com James Franco no papel do poeta Allen Ginsberg - este filme estreia quinta feira no circuito comercial; casa cheia, noite muito agradável sob todos os aspectos.
Dos filmes seleccionados para a melhor longa metragem de ficção, vi até agora cinco, e todos eles com motivos de interesse: "Looking for Simon", uma produção franco-germânica sobre um jovem desaparecido que a mãe procura na companhia do seu ex-namorado; o chileno "Mi último round" sobre a vida de um pugilista e do seu jovem amante, passado numa Santiago cinzenta e chuvosa, triste como o filme, mas com interesse pois não entra nos clichés dos filmes gay; o tão esperado "Ausente", um filme argentino, de que gostei francamente sobre a situação entre um aluno e o seu professor de educação física, que vão jogando ao "gato e ao rato" no seu relacionamento (um caso interessante de debater será se a homossexualidade do professor só se manifesta perante a situação causada ou se já havia antecedentes); um filme alemão, ao mesmo tempo divertido e muito sério sobre o problema da mudança de género - "Romeos", e finalmente o filme deste grupo que mais me seduziu: "Rosa Morena", um co-produção entre o Brasil e a Dinamarca, que relata a ida a S.Paulo de um homossexual dinamarquês a fim de comprar um bebé para adoptar, de uma rapariga grávida que se torna um problema difícil. Não é um filme de tema LGBT, mas sim um drama que tem uma personagem gay - é um filme terno e duro, que para mim será um forte candidato a ganhar o festival

Quanto a documentários, vi um muito interessante filme alemão "Silver Girls". sobre a vida de três prostitutas berlinenses e a forma muito natural como encaram a sua profissão mostrando o seu dia a dia e até a sua vida familiar: um  outro filme com interesse, "Mia, a japonese icon", um dos artistas de entretenimento japoneses mais conhecidos; e um filme tailandês, verdadeiramente mau,"The Terrorists".
Vi um filme da secção especial, que gostei bastante, "FIT", sobre uma turma de dança que se torna numa quase terapia para alunos desadaptados no que respeita à sua homossexualidade ou à forma como a vêem.
Ainda antes de falar nas curtas metragens,uma palavra para um longo e chato filme porno americano, que não aguentei até ao fim - "Leave Blank" e outra para um dos melhores momentos do festival: a peça da companhia espanhola "Sudhum Teatro" que se chama "Silenciados", com cinco magníficos intérpretes, e que representam o assassinato de cinco tipos de pessoas, pelo preconceito contra a homossexualidade - um prisioneiro gay num campo de concentração nazi, um activista LGBT, uma transsexual, um católico gay, cheio das contradições entre sexualidade e religião, e um jovem vítima de bullyng.
Uma encenação simples , mas muito conseguida e a inserção de conhecidas músicas muito oportunamente.
Eis um vídeo sobre esta peça

Finalmente, as curtas metragens, das quais poucas vi ainda, tendo gostado muito de uma que já conhecia "Blokes" da Argentina, de uma bastante má, brasileira, "Duelo",;de uma sofrível alemã,"Beardead Man", de uma idiota israelita, "The Wanker"; e de uma estreia do português Luís Assis com o sua interessante "10 Dias (sem bater)".
Guardo para o fim, o momento mais transgressor deste festival: a curta de animação "Judas & Jesus", que é tudo menos um filme gay, mas é verdadeiramente "hard", e que justifica plenamente o aviso para adultos no início do blog. (um aviso - se tiver algum preconceito para algo que atente contra a religião é melhor não ver o vídeo); mas se o vir vai-se rir com certeza...



No final do festival,cá estarei com mais novidades.

sexta-feira, 16 de setembro de 2011

15º Queer Lisboa


Pois é, inicia-se para mim, hoje, a habitual maratona anual de cinema, que desde o seu início, apenas falhei duas vezes, por estar em Belgrado: o ano passado e há quatro anos.
De resto, é sempre um saco cheio de filmes; desde que sai a programação, é uma cuidada preparação do meu programa, para ver o máximo de filmes, possível. Devido ao desdobramento de algumas sessões, consegui o objectivo de ver tudo quanto queria.
Vou ao S.Jorge todos os dias do festival e verei 25 sessões de cinema e uma de teatro - uma estreia no Queer. Como tenho tempo e sou viciado mesmo em filmes de temática gay, será mesmo assim, com bastantes dias a assistir a 4 sessões.
Expectativas? Não muitas...O filme de abertura, hoje- "Howl", "ausente", "Contracorriente" e uma curta "Fuckbuddies".
Decepcionou-me bastante a escolha do filme de encerramento, um filme alemão já antigo, e que sinceramente não gostei, quando o vi.

Por estas razões, vou estar menos presente aqui na blogosfera durante uma semana, e no final do Queer aqui deixarei as minhas impressões.
Espero encontrar alguns de vocês por lá; aqueles que não conheço pessoalmente, e que conhecem a minha cara, aqui do blog, digam-me olá!, hehehe...

quinta-feira, 15 de setembro de 2011

quarta-feira, 14 de setembro de 2011

"Sunset Boulevard"

Supri, ontem, uma das maiores lacunas que havia no meu mundo do cinema!
Vi pela primeira vez uma das obras primas do cinema, o célebre “Sunset Boulevard” (“O Crepúsculo dos Deuses”). É um filme de 1950, realizado por um dos maiores mestres do cinema americano, que nem foi assim tão profícuo, (realizou apenas 27 filmes durante a sua longa carreira), Billy Wilder; curiosamente, pelo menos para mim, os seus grandes êxitos são todos posteriores a este filme.
É um dos raros filmes de Hollywood que fala de Hollywood, da sua vida cinematográfica, das pessoas que protagonizam os filmes e dos outros, os que ficam na sombra. E é um documento importantíssimo para mostrar o que foi a dura realidade, para vários grandes nomes do cinema mudo, a passagem para o sonoro. Por outro lado, e complementarmente, mostra-nos também o drama do envelhecimento das grandes estrelas, com um natural realce para o sexo feminino.



A protagonista, Norma Desmond é uma famosa actriz do cinema mudo, que se isola na sua mansão, depois do aparecimento do som, não acompanhando essa evolução, e ao mesmo tempo vivendo com um subserviente mordomo, que tinha sido um marido rejeitado, e um dos realizadores que a tinha projectado, e que agora tudo faz para lhe criar a ilusão que continua a ser um ídolo.
Esta mulher, com uma demência nítida, encontra, acidentalmente um argumentista em apuros financeiros e daí a um “entendimento” com benefícios para ambos, as coisas evoluem.
Mas o tempo e a realidade são mais importantes que a ilusão e o drama estala.
Glória Swanson, no papel de Norma Desmond é inexcedível (não entendo como o Óscar foi para Judy Holliday foi nesse ano) e tanto William Holden,  como principalmente o fabuloso Erich von Stroheim, têm interpretações fabulosas. O filme foi candidato a 11 óscares, mas apenas ganhou três (argumento, música original – excepcional, e direcção artística).
O aparecimento de várias pessoas célebres, interpretando-se a si próprias, principalmente o célebre realizador Cecil B. deMille, mas também a temida comentadora Hedda Hooper e o famoso Buster Keaton, entre outros, só valoriza o filme. A cena da ida de Norma aos estúdios da Paramount e o seu encontro com deMille é muito boa.
Mas o melhor está reservado para o fim, para o “grand finale”, uma das cenas antológicas da História do Cinema e que aqui deixo em vídeo.



domingo, 11 de setembro de 2011

Um documento emocionante

Tinha pensado não fazer um post dedicado ao décimo aniversário dos acontecimentos verificados nos EUA em 11/9/2001.
No entanto ao ver este vídeo postado por Pedro Sales no "Arrastão", não me contive e quase fora do controle, aqui está o vídeo do Daily Show de Jon Stewart dessa data.
Tocante e extraordinário.

Uma referência e um sorriso

 Eu sei que hoje é uma data que não devemos esquecer, pois nos lembra um acto que veio a mudar em muitas coisas, o mundo: há dez anos, a 11 de Setembro de 2001, uma série de actos terroristas tiveram lugar em diversos pontos dos EUA, com destaque para Nova York. Poderia fazer um post apenas sobre isso, mas, apenas deixo esta referência, pois hoje toda a blogosfera vai falar neste assunto.
Assim, e porque tristezas não pagam dívidas, resolvi falar de algo mais leve e que nada tem a ver com o conteúdo atrás referido.

Vamos pois juntar o útil ao agradável...
http://www.gay-ville.com é um site interessante de uma agência de viagens gay que nos mostra alguns acontecimentos a realizar em diversas cidades e nos dá também a indicação de hotéis baratos em muitos locais.
Dentro da política publicitária desta empresa, foram feitos vários vídeos, todos eles com gente muito bonita e que são bem divertidos.
Seleccionei este que me fez rir, e que espero tenha o mesmo efeito em quem o vir

sexta-feira, 9 de setembro de 2011

Não estamos no Irão, mas...



Isto é inqualificável, porra!


"Um pai entregou, na madrugada de quinta-feira, o filho na esquadra da PSP Valadares, em Vila Nova de Gaia, por ter descoberto a orientação sexual do menor, ao início da noite.

Segundo fonte policial, o progenitor perseguiu o menor, com 15 anos, logo que este lhe pediu autorização para uma saída nocturna com amigos. O pai foi então encontrar o adolescente na discoteca Pride, no Porto, pelas 1.30 horas de quinta-feira.

Reagindo a quente, alegadamente, o homem accionou primeiro várias autoridades, acusando a gestão do espaço - maioritariamente frequentado por jovens homossexuais - de ter permitido a entrada do menor.

Tendo em conta que a PSP pouco mais terá feito que registar a falha de identificação na entrada do espaço, apenas permitido a maiores de 18 anos, pai e filho regressaram então a casa, a Valadares.

Pelas 4.30 horas, o progenitor, engenheiro de profissão, apresentou-se na PSP daquela localidade com o adolescente lavado em lágrimas, para o entregar aos polícias que estavam de serviço.

O JN sabe que o pai se recusou a ficar com o filho em casa, tendo sido accionado o serviço de emergência social para encontrar uma resposta de albergue para o jovem."

quinta-feira, 8 de setembro de 2011

A Lisboa gay que eu conheci


Ainda na sequência da minha postagem sobre o livro “Homossexualidade no Estado Novo”, prometi, na altura, que iria dar o meu testemunho sobre a minha vivência desses tempos, tendo como referência obviamente apenas os últimos anos da ditadura, que eu passei em Lisboa, como estudante universitário, de 1962 a 1972 (ano em que parti para a guerra colonial).
Já deixei uma primeira abordagem, centrada numa figura muito especial da vida homossexual lisboeta desse tempo, a Bernarda, e num célebre local, onde se juntava uma enorme amálgama de personagens, alguns felinnianos e que era a Cervejaria Reymar, na rua das Pretas.
Hoje vou falar, não de pessoas, e muitas seriam as que poderia citar, assumidas, umas mais, outras menos, que pululavam por essa Lisboa tão interessante desses tempos, mas sim de locais, que conheci mais ou menos bem, e que traduziam toda a vida gay lisboeta de então.
Curiosamente, quando vim estudar para cá, para frequentar Económicas, perto de S. Bento, o meu Pai arranjou-me um quarto numa casa de uma Senhora muito bem (daquelas com um nome muito grande) e que para suavizar a questão de ter necessidade de alugar quartos, nos tratava por “sobrinhos”; sucede que essa casa, onde estive os meus primeiros 4 anos lisboetas ficava, e fica, pois ainda lá está, numa das ruas mais conhecidas da vida gay de Lisboa, a Rua de S.Marçal. Não havia ainda nenhum bar ali, mas havia por perto, pois toda a zona cerca do Príncipe Real, foi onde começaram a a abrir alguns dos primeiros bares.
Mas os primeiros bares que conheci, com frequência gay, foram o “Barbarella”, no Bairro Alto e o “Insólito” do actor João d’Ávila. Depois conheci e frequentei com alguma assiduidade o bar gay de Lisboa mais conhecido internacionalmente e que ainda hoje está em funcionamento: o célebre “Bric-a-bar”, na Rua Cecílio de Sousa, ainda propriedade de quem o abriu, o José Filipe Vilhena, que mais tarde o passou a um dos seus preferidos amantes, o belo António; o Zé Filipe acabou por ser anavalhado na sua casa por rapazolas que ele lá levava e naquele bar, originalmente muito bonito, com sofás de veludo e de espelhos dourados, pontuava à porta a célebre Emília, que era peremptória nos seus critérios de admissão…
Depois conheci um outro bar, o “Bar Z” que veio a tornar-se o “Harry’s Bar”, no cimo do Elevador da Glória, e que era um “must”: abria quando os outros fechavam e ali havia de tudo: gente bem, chulos, soldados, artistas, comia-se caldo verde e havia porrada noite sim, noite não. A música que tocava era essencialmente fado, e essencialmente Amália, por predilecção do dono, o famoso Joãozinho Ferro, mais conhecido por “Joaninha”, pois andava quase sempre vestido de mulher.
Outra vertente foi um bar chamado primeiro “Gato Verde” e que depois durante muitos anos se chamou “Memorial” e que foi o primeiro bar onde se concentravam muitas lésbicas; eram famosas as matinés dançantes, ao domingo, também chamadas “Bailes dos Bombeiros”, em que se dançava slow – foi a primeira vez que vi e dancei em público dessa forma, com outro homem. Aí conheci um empregado/porteiro, chamado Armando Teixeira, um tipo porreiro e cheio de iniciativa que resolveu investir num bar próprio, e que eu fui acompanhando desde as obras: ainda é hoje um dos mais conhecidos locais gay de Lisboa – o “Finalmente”, com os seus célebres shows de travesti (A “Dança das Bruxas” da Lídia Barloff esteve em cena três anos e levou àquele bar muita gente heterossexual).
Para a classe mais alta, um bar bastante frequentado era o “Ad-Lib”, perto da Av.da Liberdade e célebres eram também as madrugadas do “Galo”, à entrada do Parque Mayer.
Não falo dos recentes, pois esses são por demais conhecidos.
Mas gostava de referir dois restaurantes com uma grande frequência gay, ambos no Bairro Alto: a “Baiúca”, na rua da Barroca (um beijinho á velha amiga Júlia) e o “Alfaia”, onde uma empregada fabulosa, a Odete era rainha e senhora (ficou rica, segundo consta).
Nos cafés, três referências de peso: A “Brasileira” no Chiado e no Saldanha, o “Monumental” e principalmente o “Monte Carlo”, onde o actor Paulo Renato reunia a sua corte de jovenzinhos.
Duas últimas referências: a primeira para as saunas, a mais conhecida das quais era a “Lys Sauna”, mesmo ao pé da casa do Primeiro Ministro, na Calçada da Estrela, onde muita gente não ia apenas à procura de sexo, mas também de dormir barato, pelo que era também conhecida como a “pensão Lys”. Havia uma outra na Infante Santo e outra, “Catacumbas”, muito kitch, perto da Conde Redondo.
A outra referência é para as zonas de engate, desde o celebérrimo Parque Eduardo VII, até ao Campo Grande, o Cais de Sodré e alguns urinóis célebres como um que havia no Rossio, outro na Praça do Comércio, o do Café Gelo, o do Campo Pequeno e o do Campo das Cebolas.
Enfim, todo um mundo!!!

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terça-feira, 6 de setembro de 2011

Não é defeito, é feitio...

Já os vi de todos os tamanhos, de variadas formas, uns bonitos, outros muito feios, mas há sempre algo diferente; eis quatro exemplos bem especiais
A mentirosa
A indiana
A tímida
E finalmente, a ecológica!

domingo, 4 de setembro de 2011

The Third and The Seventh

Por favor, não se assustem com a duração do vídeo, e vejam-no até ao fim, de preferência em "full screen" e depois vão sentir-se muito bem.
Foi-me enviado pela boa amiga Ana e dedico-o com muita admiração aos muitos amigos que me seguem que gostam e sabem o que é a fotografia, incluindo alguns amigos do Google+, onde, como sempre deixo estas minhas postagens.
Que me perdoem todos os outros, mas quero distinguir três seguidores em especial, que têm blogs dedicados à fotografia, e que eu muito aprecio: o Félix, o Sérgio e o Dylan.

quinta-feira, 1 de setembro de 2011

Finalmente...


Acabei de comprar os bilhetes para a minha nova deslocação a Belgrado. Em princípio, seria a vez do Déjan vir cá e agora em Setembro; mas as coisas nem sempre são como nós pensamos e queremos, e assim, pela primeira vez desde que nos encontrámos, estávamos numa indefinição que nos trazia angustiados a ambos. A separação custa menos, muito menos, se temos uma data de reencontro,mesmo que tardia e desta vez, desde que nos separámos, há mais de três meses, não chegávamos a nada conclusivo, devido a circunstâncias que nada se devem à falta de vontade para o fazer, da parte de ambos, antes pelo contrário.
E hoje, tenho tudo acertado e as confirmações dos voos assegurados: a 15 de Outubro voo até Londres e no dia seguinte estou a abraçar o Déjan e lá passarei duas semanas, pois quero estar aqui a tempo de ir passar com a minha Mãe o seu 89º.aniversário.
Sei que é mais um mês e meio, o que perfaz quase cinco meses de separação, mas o que interessa é que hoje posso dizer: é para o mês que vem!
E, se tudo correr como pensamos, o encontro seguinte será menos demorado, pois espero que o Déjan possa estar em Lisboa, logo a seguir ao Natal, isto é, menos de dois meses...
Claro que hoje ambos sorrimos.
See you soon, my love,