quinta-feira, 22 de julho de 2010

Passado e presente 16 - Covilhã, a minha cidade

Covilhã, cidade neve, cidade tear, cidade serra, cidade universidade, cidade de altos e baixos, mas sempre a minha cidade.

Lá nasci, por lá me criei e de lá "emigrei", porque a interioridade há anos atràs, era bem maior que actualmente.

Mas voltei sempre, as raízes estão lá, a família também; os amigos, esses "emigraram" também.

Enquanto lá vivi, até aos 16 anos, era o meu mundo e o outro mundo ainda não tinha chegado bem até mim. Durante os meus estudos, eram as férias, ainda eram os amigos e a família estava completa, era muito bom.

O exílio prolongou-se durante muitos anos, de 1962 a 1980, com a tropa a "ajudar"...

E, no principio de 80, eis que regresso, dando resposta aos anseios paternos de ajuda na empresa familiar.

Dá-se então algo surpreendente, ao verificar que aquela cidade, no seu dia a dia era totalmente diferente da Covilhã da minha infância e juventude. As pessoas eram outras, o 25 de Abril tinha deixado marcas numa cidade muito estratificada socialmente.

Poucas eram as pessoas que conhecia, pois como por "magia", tinham-se eclipsado algumas, muitas, pessoas com quem antes me relacionava; não estavam desaparecidos, estavam "hibernados", soube-o de uma forma fortuita, quando no funeral de alguém conhecido, de repente apareceram todos, ou quase.

Os viveres eram outros, e eu adaptei-me, até porque eu próprio estava muito diferente.

A minha cidade, pese embora o crónico pensar retrógrado do interior do nosso Portugal, estava diferente, e eu era um estranho, não me conheciam... E pude descobrir algumas ousadias daquelas gentes, que geralmente só são mostradas a quem "é de fora".

Mas eu fui ficando e com a rotina da presença, vieram os normais recuos. Mas nunca deixei de ser eu e durante os 14 anos que ali vivi, desde o meu regresso, multipliquei-me em todas as direcções: empresário têxtil,, professor, dirigente desportivo, cineclubista, e até, pasmece-se, cheguei a ser candidato autárquico, pela mão do "Zé" (...), sim, esse que estão a pensar!

E voltei a conhecer toda a gente e a sentir-me de novo na minha cidade.

O problema é que a vida dá muitas voltas e eu "emigrei" de novo, desta vez, penso que definitivamente, para a Lisboa dos meus tempos do ISCEF, e onde aprendi de uma forma muito autodidacta a gostar de tanta coisa, e a defenir-me completamente como sou.

Com orgulho digo, que nunca deixei de ser esse "todo" em que me constituo, mesmo lá, na minha cidade. E nunca ouvi uma critica, sempre fui visto da mesma forma.

Hoje, volto cada ano pelo Natal, que já não é o que era antes, é claro, e de vez em quando a visitar a minha Mãe.

A Covilhã mudou de vez. Os lanifícios morreram, ou estão a morrer, a universidade abriu a cidade ao mundo, o crescimento estendeu-se cá para baixo, para a planície, deixou de subir serra acima.

É actualmente uma cidade moderna, com vida própria e até com alguns motivos de orgulho, como um curso de medecina, instalado a meias entre a Universidade e um hospital, que recentemente foi considerado o 4º. melhor do país (público).

A Covilhã será para sempre, a minha cidade!


(foto - fachada da Igreja de Santa Maria Maior)


Este post foi publicado originalmente na parte desaparecida do meu blog a 12 de Dezembro de 2006.


terça-feira, 20 de julho de 2010

I Am Who I Am

A música é bela, o cantor - Lee Ryan - belíssimo, e a letra é algo que eu não preciso de explicar, porque sou assim todos os dias, em todas as ocasiões.
Se assim não fosse, não seria eu!
No I don't mind if you think I should grow my hair
And no I don't mind if you pick on the clothes that I
wear
But know I can keep my head when all around me are
losing theirs because

I am who I am
And you can't change me
I've done what I can
And I'll stand my ground
You're tying my hands
You rearrange me
It all falls down
It all falls down

Why when you dream do you see me as something I'm not
Why don't you wake up and see all the good things
you've got

A heart isn't made out of clay
Not something you shape with your hands understand

Is the reason you ask me to change so that you stay
the same

Well I'm sorry if I keep disappointing you again and
again but

I am who I am

domingo, 18 de julho de 2010

Pegadas negras

“Quinze dias sem telejornais, quinze dias sem net, quinze dias sem telefones. Sul de Espanha e tantas cores a invadirem-me o olhar que por vezes doía; no mar, mais azuis que cores, uma ou várias serras a acabarem ali, onde nadei, como sempre, até esquecer todas as lutas, todos os sons que não os das minhas braçadas ou o do vento a amparar cada uma delas, ou o do vento na areia branca, sem saber por muitos desses quinze dias da importância da cor da areia, esse branco imaculado, esquecido ele também, aparentemente, de lutas, ou mesmo de lutos.
Estava sentada a olhar a eternidade do mar, que desde miúda me oferece paz às pálpebras, quando o meu amigo, que identifico por Z., deu um grito de horror e fez-me olhar para a esquerda.
Num minuto que ficou gravado para sempre nos caminhos da minha memória, vimos o cenário de todos os dias alterado por uma sucessão de crimes cunhados pelo ódio a um ser humano – e ao que ele representava –, que cruzava a areia, todos os dias, com pegadas pretas.
Naquela praia, como em tantas, sem licença administrativa, raparigas e rapazes de várias nacionalidades vendiam fatos de banho, sumos naturais, tudo entre sorrisos e nada lhes acontecia. A autoridade administrativa fechava os olhos aos episódios, porque dá vida à vida dos turistas uma brasileira, por exemplo, se branca, entreter o cenário com os seus produtos exóticos.
Acontece que um dos vendedores era senegalês – chamo-lhe de R., com a sua autorização – vendia, e vende, óculos e música, e num ápice vimos a monstruosa evidência de as suas pegadas na areia serem tidas como sombras sujas, pretas, havia que acabar com elas e com violência.
Um homem que vigiava as praias, equivalente no seu ofício a uma autoridade da ASAE, gritou com o senegalês – apenas com este, claro – e disse-lhe que teria de parar de vender na praia. O R. pediu, num segundo, autorização para pousar as suas coisas, não oferecendo qualquer resistência, o que na verdade seria absurdo de imaginar, já que só estava em causa uma contra-ordenação, punível com uma coima, assim, só isto, por mais irritante que fosse recair apenas sobre as suas pegadas a aplicação da lei. Pegadas pretas.
Para nosso horror, o agente sacou do bastão e algemou o R, num acto de violência absolutamente inexplicável, agredindo-o perante os presentes.
O pior estava para acontecer. Um cidadão alemão, que naturalmente representa-se a si próprio, alto, forte, viu a cena, um senegalês algemado, e levantou-se da sua toalha saltando sobre o sacana do preto, porque sim, porque lhe deu um ataque, porque viu ali uma boa oportunidade para exorcizar o seu racismo primário. Nunca, em toda a minha vida, presenciei algo de semelhante.
Para que se perceba, tudo isto se passou em tempo concentrado, não sei dizer dos minutos.
Toda a gente se levantou numa gritaria, mas a única pessoa com coragem física foi o meu amigo Z., que exerceu o que em direito se chama legítima defesa de terceiros, atirando-se, sem pensar em consequências, para cima do alemão, com todas as suas forças, até o afastar do R.
Constitui-me, de imediato, advogada do R. Em meu redor, gritos, protestos, mulheres explicando que nunca tinham presenciado nada de semelhante, ouvia-se “racista”, “porco”, “nazi”, “atenção às crianças”, “tirem as algemas ao preto”.
O R., um senegalês estudante de medicina, de 22 anos, que vem à nossa Europa no Verão ganhar o que pode para concluir os estudos, tinha os olhos afogados em lágrimas, estava perdido de pânico e tentava, no início, incentivado pela gritaria, soltar-se das algemas. Perguntava num gemido se seria preso, se tinha cometido um crime, se sim, qual. Consegui, com algum esforço físico e apanhando uma chapada perdida, agarrar-lhe a face e implorar-lhe que ignorasse tudo o que se passava em redor, falando com ele em francês, para fúria do agente administrativo. Pedi-lhe que me olhasse nos olhos, repeti várias vezes que era advogada, que ele não tinha cometido crime algum, que tinha sido vítima de um abuso de poder inqualificável, mas que se mantivesse calmo, sem um gesto, que não desse um argumento ao agente, o qual estava sequioso por uma agressão para invocar legítima defesa. Prometi-lhe que não sairia de perto dele até ser libertado, pedi-lhe que confiasse em mim e que ignorasse toda e qualquer provocação, porque tudo o que se estava a passar tinha sido devidamente testemunhado e a cada segundo que passava a situação agravava-se para o agente e não para ele.
O R. deu-me a mão livre, respirou fundo, tendo a outra algemada ao agente, manteve-se calmo e deixou-me falar.
Estrategicamente expliquei ao ser que vestia uma farda de autoridade que às vezes naquela profissão geram-se momentos difíceis, mas que todos tínhamos testemunhado que não houvera resistência alguma, pelo que o uso do bastão e das algemas, apenas permitido em caso de agressão, tinha sido ilegítimo, que a observância do princípio da proporcionalidade a que estava adstrito estava totalmente comprometida, pelo que lhe requeria, com educação, que soltasse o R.
O racismo do agente administrativo virou-se então para a minha pessoa, chamando-me de advogada "portuguesa", que embora replicasse ser cidadã europeia, podia falar, falar e falar, e até conhecer a lei espanhola, mas que ele não tiraria as algemas ao preto e eu até podia ir para a cama com ele, que era o que eu faria de melhor.
Mantive a calma, pedindo ao Z. que resistisse à tentativa de nos fazer perder a cabeça, e comuniquei ao agente, num esforço doentio para conter a minha vontade de o agredir, que o dito seria objecto de denúncia à parte, mas que naquele momento estava concentrada no meu constituinte.
Decidi então acompanhar o R até à polícia, dando-lhe o meu braço ao seu braço livre, para compensar a sensação de horror criada pelas algemas postas no outro pulso já dilacerado. Pegadas pretas.
Os gritos eram muitos, muitos, tantos, como sempre, a indignação generalizada, mas quando pedi testemunhas debaixo de um sol castigador, prontas para uma caminhada com quarenta graus por pegada, uma mulher apenas veio comigo e com o Z. até ao fim.
Durante a caminhada senti os meus pés perderem a pele, esqueci-me, no meio da confusão, dos sapatos, mas logo um outro senegalês atirou para frente de mim, num gesto elegante e discreto, um par de sandálias para que eu continuasse a andar com dignidade.
Chegados à polícia, tudo foi relatado, e a conivência de um dos três polícias com o agente administrativo caiu por terra quando denunciei o mesmo pelo que me dissera.
Poupando aqui a descrição dos trâmites legais, realço a ajuda maravilhosa da espanhola que nos acompanhou, seguindo o R para o hospital para tratar do pulso. Foi portanto libertado.
Voltei à praia branca e finalmente chorei. Aquelas horas de contenção pareciam moinhos nos novos passos de regresso a uma toalha esquecida e o meu corpo todo ele um soluço.
Foi então que dei conta de que no caminho para a minha toalha, que sempre escolhe as zonas desertas das praias, há bares bem frequentados, com empregados de múltiplas nacionalidades, mas todos eles brancos.
Tremi o resto do dia.
No dia seguinte apareceu o R. e os seus irmãos. Ao todo, três. Queriam pagar-me honorários, como podiam, com uns óculos escuros. Expliquei ao estudante de medicina que fizera o equivalente ao que um médico tem obrigação de fazer se se depara com alguém doente sem assistência.
Guardo para a minha memória a conversa que se animou, de uma família que conhecia o bairro dos Anjos, em Lisboa, surpreendida por eu conhecer o Senegal e assim falarmos recostados no sabor do dia seguinte das terras de uns e dos outros.
Durante a conversa, esta pergunta:
- Aquilo que a senhora disse é verdade? Eu posso apresentar queixa contra o agente?
Disfarcei a minha angústia ao responder que sim e que contra o alemão também.
- Posso apresentar queixa, eu?
- Posso apresentar queixa, eu?
Aqui está a tua história, R., contada, como te disse que faria, com a tua autorização, e fica por expressar o que não consigo pôr em palavras, o teu olhar maior do que a travessia que fazes todos os anos, e a tua enorme superioridade, ao dizeres que a vida nos devolve o que fazemos, em paz, e de novo a lutar, e certo, como dizias, de que se algum dia aquele alemão te aparecer por destino nas tuas mãos de médico o tratarás com o melhor da tua arte; eis uma lição que deste a tanta gente nas tuas pegadas pretas que continuarão em frente e para cima, numa Europa onde isto é possível, onde isto aconteceu, onde as tuas pegadas ainda têm cor.”

É a segunda vez em pouco tempo que aqui deixo palavras escritas pela mesma pessoa, co-autora de um blog que muito aprecio – Jugular.
A culpa não é minha; é da autora, a Isabel Moreira, que aqui cumprimento e a quem deixo uma palavra de muita admiração.
Obrigado e que sirva de exemplo esta partilha.

sexta-feira, 16 de julho de 2010

Uma referência...

Vai  fazer dentro de meses, quatro anos que estou na blogosfera e tenho cnhecido muitos blogs; uns já desapareceram, outros estão “ligados à máquina”, e outros continuam com periodicidade variável, a cumprir os objectivos, isto é, as orientações de quem os escreve.
Sempre que um blog vai para a minha coluna da esquerda, vai por mérito próprio e não pelos lindos olhos de quem o escreve ou porque é moda segui-lo; nem todos são iguais, pois todos têm características próprias; lei-os todos com atenção e lá vou comentando, quando vejo razão para isso…
Não é a primeira vez que aqui neste meu canto, chamo a atenção de quem me lê para um determinado blog, embora seja raro; e sempre que o faço é por razões muito positivas e tem acontecido de formas variadas: ou apenas chamar a atenção para o blog “x”, ou dar um link de uma postagem, ou até mesmo reproduzir na íntegra uma entrada, que por ser de muito interesse, faço partilhar. E claro há aquelas muitas vezes que se põe uma foto, uma frase ou um vídeo que se “roubou” a um blog, mas com a identificação do respectivo blog.
Hoje vou chamar a atenção para mais um blog, que conheço há muito, que é SEMPRE excelente, onde muita coisa tenho aprendido e que pertence a uma pessoa a quem já me ligam laços de uma Amizade, grande, progressiva e reciproca.
E vou chamar a atenção, baseado no seu último post, que aliás segue a regra de um encadeamento perfeito da exposição , intervelada com vídeos perfeitamente adequados e que não faço ideia como são encontrados. Nessa postagem, o autor apresenta um dos mais ricos retratos de um famoso músico e comediante, Victor Borge, e depois, faz a ligação a um duo fabuloso que se apresentou na passada semana em Espinho.
É deste duo, o vídeo que aqui mostro e peço que corram (quem não conheça) a ver a postagem aqui inserta, pois não darão o tempo por mal empregue.
O blog é o IN-SENSO, e o seu autor o meu querido amigo Com senso, a quem envio um grande abraço.

quarta-feira, 14 de julho de 2010

волим те сваки пут све више ! *

O que se passa comigo?
O que se passa connosco?
Não sei bem explicar... apenas sei que vai num crescendo!
Tão ausente e cada vez mais presente...
Where the boys are, someone waits for me
A smilin' face, a warm embrace, two arms to hold me tenderly

Where the boys are, my true love will be
He's walkin' down some street in town and I know he's lookin' there for me

In the crowd of a million people I'll find my valentine
And then I'll climb to the highest steeple and tell the world he's mine

Till he holds me I'll wait impatiently
Where the boys are, where the boys are
Where the boys are, someone waits for me

Till he holds me I'll wait impatiently
Where the boys are, where the boys are
Where the boys are, someone waits for me

* Amo-te cada vez mais!

segunda-feira, 12 de julho de 2010

"An Englishman in New York"

Este filme é a continuação de “A naked civil servant” (1975), filme que é baseado na história real do escritor Quentin Crisp, ícone gay da segunda metade do século XX. Ele escreveu um livro de memórias em 1968, contando o que significava, nos Anos 30, ser gay em Londres e sair - como ele saía - maquilhado às ruas. Ele não saía vestido de mulher. Não. Saía vestido com roupas de homem (ainda que um tanto extravagantes) e maquilhado. Assim se apresentou até o final da sua vida.
Mesmo com todas as lutas que enfrentou, e as decorrentes agressões físicas e morais, Crisp atingiu a fama pela sua visão da homossexualidade; pelo seu exibicionismo e inconformismo.
Trata-se de um filme com mais peso e foco no que Quantin Crisp se tornou para o mundo depois de sua adolescência difícil e dos problemas que enfrentou até escrever sua biografia em 1968.
“An Englishman in New York” (2009) é dirigido por Richard Laxton, outro veterano da TV que, diferente de Jack Gold (realizador do primeiro filme) , não arriscou uma linguagem poética, mas manteve o recurso da narração como um elo entre os dois filmes.
John Hurt está ainda melhor do que no filme anterior. Talvez isso seja a coisa mais interessante deste projecto: ele voltou a interpretar o mesmo papel 34 anos depois e está magnífico. Se antes a sua fisionomia era uma cópia autenticada de Crisp, aqui essa característica eleva-se ainda mais ao assistir ao envelhecimento da seu personagem, numa transformação assustadora.
O filme explica o que aconteceu com Crisp depois da exibição de “A naked civil servant” na tv com cabo inglesa. O sucesso do filme elevou ainda mais as vendas de sua biografia e revelou de vez ao mundo este homem inglês de fino trato feminino. Como resultado, Crisp fez sucesso nos EUA e recebe um convite para uma palestra sobre sua vida, no começo dos anos oitenta. Ele aceita, muda-se para Nova York e começa então a segunda etapa de sua vida, cheia de tributos e desgraças.
O trabalho de Laxton reflete constantemente sobre as batalhas que Quentin enfrentou no passado. Ele é amado pelos gays novaiorquinos e pode andar como quiser na rua, já que todos se vestem sem maiores pudores. Ser admirado e ouvido é como um paraíso, uma recompensa para uma vida tão intensa e mal compreendida quanto a que teve. Mas Quentin decidiu seguir falar o que sente e este mundo não é para aqueles que promovem a lucidez. Graças a um comentário infeliz sobre a SIDA, Quentin passa a ser odiado pelos gays, mas segue firme tentanto sobreviver com o que a vida lhe dá.
Alguns ecos das regras de Quentin aparecem, lembrando o quanto ele estava de facto a frente do tempo em que vivia.
Agora existem dois pêndulos que refletem a figura de Quentin: o primeiro, que fala sobre negação, o quanto Quentin foi menosprezado e discriminado e o segundo que fala sobre sua dedicação com o aprendizado, com o novo. Quentin toma gosto na arte de promover as suas inspirações e, mesmo doente e inválido, segue em frente numa jornada de autoconhecimento, riscos e desafios constantes até os seus 90 anos, claro, sem deixar o baton de lado.


Em jeito de homenagem, acrescento aqui a fabulosa caracterização do próprio Quentin Crisp, quando interpretou a personagem da Rainha Vitória no filme "Orlando", de Sally Potter (1992).

sábado, 10 de julho de 2010

Desenrascanços

Por vezes usamos a imaginação para, a partir de coisas muito simples, resolvermos algumas carências.
Isto aplica-se muito bem ao nosso povo, ou não fossemos nós conhecidos como "desenrascados"...
Vejamos alguns exemplos

quarta-feira, 7 de julho de 2010

"Criação"

O protagonista deste romance,  um dos mais conhecidos e celebrados de entre a vasta obra de Gore Vidal, (de quem li há pouco o fabuloso”Juliano”), é Ciro Spitama, neto do profeta Zaratustra, que foi educado segundo
a disciplina militar da corte persa. Ainda jovem, recebeu o cargo de embaixador, o que o levou, em sucessivas missões oficiais, a transpor as fronteiras do seu reino, que então se estendia do Mediterrâneo até à India.
Fascinado pelas interrogações fundamentais que se colocam ao género humano (como é que foi criado o Universo? Por que motivo é que o aparecimento do mal é simultâneo ao do bem?), Ciro deslocou-se tanto às regiões para onde Buda se retirara, como ao lugar onde Confúcio costumava pescar, como à própria cidade de Atenas, onde chegou a encontrar-se com Sócrates.
O século V a.C. foi decerto um dos mais férteis períodos da história da Humanidade. Nele viveram Dario e Xerxes, reis da Pérsia, Buda, Confúcio, Heródoto, Anaxógoras, Sócrates e Péricles. E foi nessa mesma época que se concebeu todo um conjunto de ideias espirituais, filosóficas e políticas, sobre o qual assenta ainda em parte o mundo que conhecemos. É esse universo fascinante e só aparentemente um pouco longínquo que Gore Vidal nos descreve nas páginas deste livro, considerado um dos exemplos máximos do romance histórico contemporâneo.

Não é, de forma alguma, um livro fácil de ler, dado as várias teorias filosóficas nele insertas; mas, para mim supriu uma enorme lacuna no fascínio que a História sempre me envolveu. Ajudado por dois excelentes professores de História, que me incutiram com o seu entusiasmo, o gosto pela disciplina, sempre me questionei o porquê de na altura, e no que concerna às chamadas civilizações da Antiguidade, termos dado o natural relevo às civilizações grega e romana, termos focado o essencial do Egipto, da Fenícia, da Mesopotâmia e da Pérsia, e termos geograficamente, parado aí. Porquê o vazio sobre as civilizações desse tempo na Índia e na China (Catai era a sua denominação), bem como nada haver sobre os Maias, Incas ou Aztecas…
Agora fiquei mais elucidado sobre essa história dos vários reinos que constituíam a península indiana e a enorme confusão dos ducados e reinos do Catai; mas aprendi não só os factos políticos, as guerras e as intrigas, pois também fiquei com uma ideia bastante interessante sobre a economia e a sociedade daquelas terras nessa época, e posso dizer que fiquei maravilhado com muito do que aprendi.
E ainda por cima é difícil congregar numa só obra muito da doutrina de Buda, Confúcio e Zaratustra; isto para quem só se habitou nos manuais de estudo da Filosofia a saber algo sobre os clássicos filósofos gregos, nomeadamente Sócrates e Platão.


Como “aperitivo” para quem se atrever a ler esta complexa mas brilhante obra de Gore Vidal, aqui deixo, na visão de Confúcio, quais eram as “quatro coisas feias” da sua teoriasobre o ser humano:  
- Primeira, condenar um homem à morte sem primeiro lhe ensinar o que está certo; esta chama-se selvajaria. Segunda, esperar que uma tarefa esteja pronta numa data determinada, sem primeiro ter dado aviso ao operário; isto é opressão. Terceira, ser vago nas ordens dadas e ao mesmo tempo esperar meticulosidade; isto é ser perseguidor. E última, dar de má vontade a uma pessoa o que é seu de direito; isto é desprezível e mesquinho.

terça-feira, 6 de julho de 2010

Súplica


Quando eu estiver triste, abraça-me!
Mas como o abraço longínquo é difícil, acaricia-me com palavras...
As saudades por vezes, tornam-se demasiado penosas.


when I need you
I just close my eyes and I'm with you
and all that I so want to give you
It's only a heartbeat away

when I need love
I hold out my hands and I touch love
I never knew there was so much love
keeping me warm night and day

miles and miles of empty space in between us
the telephone can't take the place of your smile
but you know I won't be travelin' forever
it's cold out, but hold out, and do like I do
when I need you
I just close my eyes and I'm with you
and all that I so wanna give you babe
it's only a heartbeat away

it's not easy when the road is your driver
honey that's a heavy load that we bear
but you know I won't be traveling a lifetime
it's cold out but hold out and do like I do
oh, I need you

when I need love
I hold out my hands and I touch love
I never knew there was so much love
keeping me warm night and day

when I need you
I just close my eyes
and you're right here by my side
keeping me warm night and day

I just hold out my hands
I just hold out my hand
and I'm with you darlin'
yes, I'm with you darlin'
all I wanna give you
it's only a heartbeat away



domingo, 4 de julho de 2010

Na despedida...o tango

Agora que a Argentina foi despachada por quatro tanques germânicos e que estamos livres de ver o Maradona nu na mais conhecida zona de Buenos Aires, uma sentida homenagem, na música que é o símbolo da nação argentina, o tango, e numa versão linda desse magnífico grupo que se chama Gotan Project

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Para o Déjan...


Li um dia destes no sempre interessante blog Jugular” um belo poema da Dra. Isabel Moreira, conhecida jurista e que muito admiro, sobre a Sérvia.

Claro que não fiquei indiferente, pois, embora em situações pessoais diferentes, com certeza, o poema refere-se a alguém que a autora conheceu na Sérvia e também eu conheço muito bem alguém da Sérvia, e que me transmitiu exactamente os mesmos sentimentos que o poema refere acerca da posição dos sérvios durante a guerra dos Balcãs.

Aqui deixo a transcrição do belo poema e também do comentário que lá deixei.

“E depois há uma música
Que é sempre a mesma
Que são muitas outras
Que é sempre a mesma
Que eras sempre tu
E depois disseste-me, com a voz nas pálpebras:
Eu não tenho esses séculos de fronteiras
Eu não tenho a paz de saber das minhas memórias
Eu não sou eu até que me não doa a casa magoada do meu tio
E a grávida morta porque morta antes a mulher do assassino
E por isso dizias-me, sem uma lágrima na voz:
Isto é só isto é a dor da identidade; de que falas, Isabel?

E depois agarravas uma viola e era uma outra voz
Que era sempre a mesma
Que eram muitas outras
Que era muito tua
E o som da tua voz inutilizava o significado das palavras
Que não entendo
E que me dizia tudo
Um tiro de raízes ciganas, pelo meio de todas muçulmanas, croatas, albanesas
E as tuas, isso que projectava a pergunta: de que falas, Isabel?
Os olhos cerrados de um sérvio a recuar aos sons
Que eram tantos
Que eram muitos outros
Que terão sido sempre aqueles
Cantados antes que gritados
Ou chorados
Ou sangrados
De que falas, Dragan?
E tu a dizeres: eu preciso de tempo
E que fosse a partir de um sítio com o nome de lugar novo
E assim a dizeres-me, de viola na mão, que precisas de viver
Com a paz muito sofrida da palavra eu.”

O meu comentário:

Dá-se o caso que também na minha vida há um "Dragan" e que através dele, fiquei a conhecer não só melhor a nação sérvia, mas também muito do que desconhecia que se passou na terrível guerra dos Balcãs e que aqui chegava, tantas vezes distorcido pelas agências noticiosas reconhecidamente anti Servia.

Houve nomes de que os sérvios se envergonham, com Milosevic à frente; mas houve também nomes que deviam envergonhar croatas e bósnios.

Mas é sempre conveniente arranjar bodes expiatórios.


E para terminar, uma música bem representativa daquele país.

sábado, 26 de junho de 2010

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Festival Sete Sóis Sete Luas


Como é habitual, nas sextas feiras de Verão, realiza-se no anfiteatro da Fábrica da Pólvora, em Barcarena, este Festival, que costuma trazer até nós música algo alternativa de músicos pouco conhecidos no nosso país, mas de inegável valor.
Para começar, hoje há um duo basco (Iñaki Plaza e Ion Garmendia), que parece valer a pena.
Deixo aqui a programação integral do Festival, para quem esteja interessado; os concertos começam às 22 horas e são de entrada livre.
Apenas deixo um conselho: vão agasalhados, pois estas noites de "Verão" são particularmente frescas ali.


25 de Junho . Iñaki Plaza e Ion Garmendia (País Basco)
2 de Julho . Mercedes Peón (Galiza)
9 de Julho . Eugenio Bennato (Itália)
16 de Julho . Mário Lucio (Cabo Verde)
23 de Julho . Massimo Laguardia (Sicília)
30 de Julho . Banda Del Pepo (Múrcia)
6 de Agosto . Orchestra Popolare Italiana (Itália)
13 de Agosto . Les Voix du 7Sóis (Mediterrâneo)
20 de Agosto . Maria Del Mar (Andaluzia, Cádiz)
27 de Agosto . Rocío Márquez (Andaluzia, Huelva)
3 de Setembro . Kristi Stassinopoulou (Grécia)

segunda-feira, 21 de junho de 2010

sábado, 19 de junho de 2010

"Dois dias para esquecer"

Aos 42 anos, Antoine é um publicitário de sucesso, casado com Cécile, de quem tem dois filhos, vive numa bela casa e tem tudo para ser feliz.
Mas, num fim-de-semana como outro qualquer, Antoine sente que nada faz sentido e inicia um processo de autodestruição, arrasando com tudo o que tinha construído até aí: desde a sua vida profissional até cada uma das suas relações afectivas. Para surpresa de todos, durante um jantar na sua casa de campo, mostra-se rude e intransigente, insultando cada um dos presentes. Acaba por expulsá-los e, depois de uma terrível e definitiva conversa com a mulher, abandona a sua casa e tudo o que ela significa.
Em apenas dois dias, Antoine, um homem comum, destrói todas as bases da sua vida. Será esta apenas uma crise de meia-idade?

Este é o tema de um belíssimo filme de Jean Becker,” Dois dias para esquecer”, muito bem interpretado por um excelente Albert Dupontel e que de algum modo estabelece pontos de contacto com o filme de François Ozon “Le Temps qui reste”.

Faz-nos pensar e de que maneira, na precarieridade da vida e também nas difíceis opções que por vezes se verificam num relacionamento baseado no amor.

No final, comovente, ouvimos esta belíssima canção na voz magnífica de Serge Reggiani, precisamente com o mesmo nome do filme de Ozon: “le Temps qui reste”.

Quanto tempo ...
Por quanto tempo mais
Anos, dias, horas, como?
Quando penso nisso, o meu coração bate tão forte ...
O meu país é a vida.
Quanto tempo ...
Quantos

Eu o amo tanto o tempo que resta ...
Quero rir, correr, falar, chorar,
E ver, e acreditar
E beber, dançar,
Gritar, comer, nadar, saltar, desobedecer
Eu não terminei, eu não terminei
Voar, cantar, ir, deixar
O sofrimento, o amor
Eu amo tanto o tempo que resta

Eu não sei onde eu nasci, ou quando
Eu sei que não há muito tempo ...
E que o meu país é a vida
Também sei que meu pai dizia:
O tempo é como o pão ...
Guarda-o para amanhã ...

Eu ainda tenho pão
Eu ainda tenho tempo, mas quanto?
Eu quero jogar ainda ...
Eu quero rir montanhas de riso
Eu quero chorar inundações de lágrimas,
Eu quero beber barcos carregados de vinho
De Bordeaux e da Itália
E chorar, dançar, voar, nadar em todos os oceanos
Eu não terminei, eu não terminei
Eu quero cantar
Eu quero falar até ao fim da minha voz ...
Eu amo tanto o tempo que resta ...

Quanto tempo ...
Por quanto tempo mais?
Anos, dias, horas, quantos?
Quero histórias, viagens ...
Eu tenho tanta gente para ver, tantas fotos ..
Crianças, mulheres, homens grandes
Pequenos homens, engraçados, tristes,
Alguns muito inteligentes e outros idiotas,
É engraçado, os idiotas, isso acalma,
É como a folha no meio das rosas ...

Quanto tempo ...
Por quanto tempo mais?
Anos, dias, horas, quantos?
Eu não ligo meu amor ...
Quando a música parar, eu vou dançar ainda ...
Quando os aviões não voarem mais, eu vou voar sozinho ...
Quando o tempo parar ..
Eu ainda te amarei
Eu não sei onde, não sei como ...
Mas ainda te amarei ...
Concordas?

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Os "antigos combatentes"

Pela sua importância, pelo oportuno da sua publicação, por ser eu um "antigo combatente"*, porque já tardava, porque é justo, aqui deixo o artigo de opinião do director do DN, João Marcelino, acerca do dia 10 de Junho.


* "antigo combatente" não significa ter andado a combater pela manutenção do colonialismo ou ter ideias fascistas e de direita; é tão simplesmente ter tido que optar por não emigrar, não ficar anos a fio separado da família; não se considera um "antigo combatente" como um ser amante da violência ou racista, nem sequer um português imbuído do dever de defender a pátria, porque aquelas regiões não eram a minha pátria...

(clicar para aumentar)

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Alentejo da minh'alma...


Adoro o Alentejo; vivi quatro anos em Serpa e aprendi a gostar das terras e das gentes.

Muitas anedotas se contam sobre os alentejanos e eles próprios as contam, sem se ofenderem.

Assim sendo aqui vai uma série delas, para descontrair do último post, que parece que incomodou algumas pessoas...


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"Estavam dois alentejanos num café, já bêbados, quando passa uma equipa de futebol de anões.

Então um dos alentejanos vira-se para o outro:
- Oh compadre, quem é que deixou fugir os matraquilhos?"


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"Dizia uma comadre para outra:
- Oh comadre, eu sou extremamente asseada, mudo de roupa interior três vezes por dia.
Diz-lhe então a outra:
- Eu também fui assim até aos dois anos, mas depois nunca mais foi necessário."


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"Um alentejano está estendido debaixo de uma figueira de barriga para o ar e de boca aberta.
Cai-lhe um figo na boca e ele fica na mesma posição.
- Por que é que não comes o figo? - pergunta-lhe o companheiro.
- Estou à espera que caia outro, para me empurrar este para baixo."


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"Estavam dois alentejanos sentados e diz um para o outro:
- Ei compadre, tem a mão inchada!
Responde o outro:
- Mais vale uma mão inchada do que uma enxada na mão!"


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"Estavam dois alentejanos encostados a um chaparro, um deles volta-se para o outro e pergunta:
- Compadre, eu tenho a braguilha aberta?
O outro responde:
- Não, Compadre, não tem.
Responde o primeiro:
- Porra, então faço amanhã!"


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"Vai um casal francês de visita ao Alentejo, mas, ao descer do autocarro, a mulher tropeça, cai e o vestido sobe-lhe até à cintura... Muito resignada, olha para o marido e comenta:
- C'est la vie!!!
O alentejano perto do local, que tinha apreciado toda a cena, replica:
- Se la vi! Se la vi! Vi la toda!"


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"Dois alentejanos:
- Atão, compadre, nã quêra lá ver que hoje de manhã fui dar com dois caracóis no mê quintali!
- Ah sim!? E atão o que é que você fez?
- Ah compadre! Um ainda o apanhei, mas o outro... conseguiu fugir!!!


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"Dois alentejanos, zangados há muito tempo, passam um pelo outro, num caminho.
Um deles leva um bovino à frente.
Diz o outro:
- Atão, vai passear o boi?
O outro, muito admirado:
- Essa agora, compadre? A gente nã se falava há tanto tempo! Mas isto nã é um boi, é uma vaca. O compadre enganou-se.
Resposta do primeiro:
- Ê cá nã falê consigo. Foi com a vaca!"


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"Uns lisboetas de viagem ao Alentejo vêem um alentejano junto a uma paragem de autocarro e, tentando entrar no gozo, perguntam:
- Compadres, a que horas chega aqui o autocarro da Rodoviária?
- A gente aqui na chama Rodoviária, é cameneta da carrera!
- Mas compadre, a Rodoviária é a transportadora nacional!...
- Já lhe disse, a gente aqui chama cameneta da carrera!
Já irritado, o lisboeta vira-se e pergunta:
- E como é que chamam aos filhos da puta?
- A gente aqui nã os chama, eles vem cá teri!"


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"A jornalista tentava iniciar uma entrevista com um alentejano, que minuciosamente estudava o firmamento, debaixo do chaparro.
A jornalista: Aquele monte além dá trigo?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E dá batata?
O alentejano: Na dá batata, não...
A jornalista: Então, dá centeio?
O alentejano: Na dá nada...
A jornalista: E semeando milho?
O alentejano: ÁÁÁHHHHHHH, semeando já é outra conversa...!!! "


domingo, 13 de junho de 2010

Why not ?








Sim, porque não mostrar nalgumas fotos que o amor, a paixão e o desejo não ofendem, se retratados com beleza e sensibilidade?. Bom dia de Santo António, padroeiro dos casamentos, de todos os casamentos!!!!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

World Cup 2010


Aí está ele, o Campeonato do Mundo de Futebol, que, quer se goste ou não, vai ser o grande acontecimento mundial durante os próximos 30 dias, com milhões e milhões de espectadores nas televisões de todo o mundo. Pegando numa ideia do Glauco , e porque gosto de futebol, vou aqui deixar os meus vaticínios para esta primeira fase por grupos:

Grupo A: África do Sul, México, Uruguai e França

a França passará com certeza, e para mim, a África da Sul acompanhará os franceses.

Grupo B: Argentina. Nigéria, Coreia do Sul e Grécia

Argentina, claro, e porque não a Grécia?

Grupo C: Inglaterra, Estados Unidos, Argélia e Eslovénia

Inglaterra e Estados Unidos, of course...

Grupo D: Alemanha, Austrália, Sérvia e Gana

Alemanha e... Sérvia (força Déjan!)

Grupo E: Holanda, Dinamarca, Japão e Camarões

Holanda e Dinamarca(?)

Grupo F: Itália, Paraguai, Nova Zelândia e Eslováquia

Itália e Paraguai, certamente.

Grupo G: Brasil, Coreia do Norte, Costa do Marfim e Portugal

PORTUGAL e Brasil, sem dúvida!!!!

Grupo H: Espanha, Suiça, Honduras e Chile

Espanha e... Suiça.

Depois, logo se vê. Claro que gostaria que Portugal ganhasse, mas uma coisa é gostar e outra é a realidade e desde já arrisco uma final Brasil - Argentina, com a vitória final da equipa de Messi e de...Di Maria.

E vamos a isto com a Shakira!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

Queer Lisboa 14


Realiza-se de 17 a 25 de Setembro o 14º. Festival de Cinema Gay e Lésbico de Lisboa, como sempre nos últimos anos no Cinema S.Jorge.
A apresentação do Festival realizou-se ontem à noite, e foi anunciado que o filme de abertura será o célebre filme brasileiro "Do Começo ao Fim", sobre uma relação incestuosa entre dois irmãos.
Entretanto e para "abrir o apetite", foi apresentado em ante-estreia o filme uruguaio "El Quarto de Leo", de Enrique Buchichio e que será apresentado durante o festival.
Trata-se de um filme muito bom, de uma cinematografia quase desconhecida em Portugal e que nos mostra as dúvidas de um jovem, não só acerca da sua sexualidade, mas da sua vida em geral; sem dramas, os problemas são apresentados de uma forma muito natural e é um filme altamente recomendável.
Deixo o vídeo com o trailer do filme.

Infelizmente este ano não vou estar presente no Festival, mas é
por uma boa razão: estarei em Belgrado, com o Déjan!!!!

domingo, 6 de junho de 2010

Uma voz "incómoda"

É com imenso agrado que registo aqui uma oportuna intervenção do sempre polémico deputado europeu francês Daniel Cohn-Bendit, (célebre desde o Maio de 68), acerca das exigências feitas à Grécia, sobre a "resolução" para a sua gravíssima crise financeira.
Fica o testemunho, e o "aviso" do que nos pode vir a ser pedido...

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Na despedida, meu amor

Na despedida, meu amor, uma Ode de José Régio; tu não partes. Apenas vais "voar" por uns tempos...


"Nuvens tocadas pelos ventos, ide!

Lá para além de vós, o céu não passa.

Contra as rochas erguidas e paradas,

Desfazei-vos na vossa eterna lide,

Ondas!, flocos de espumas encrespadas…


Que a praia, não há onda que a desfaça.


Desfolhai-vos nas asas do tufão,

Rosas inda em botão esta manhã,

Folhas aos velhos troncos arrancadas!

Cinzas levais, só cinza!, em vossa mão,

Tempestades futuras e passadas!


Sobre a semente, a vossa fúria é vã.


Decorrei, dias meus já sem sentido

Senão o de ficar, que não é vosso

Dissolvei-vos no ar, mãos revoltadas!

Gestos, formas, visões, sons, pó erguido,

Voltai ao pó das tumbas ignoradas!...


Que não se apaga a luz de além do poço.


Sou, como as nuvens sou que nada são,

E as ondas frágeis como vãs quimeras,

E as pétalas e as folhas desfolhadas,

E as formas fogos-fátuos da ilusão…

Correi , lágrimas fúteis enganadas!


Mas tu canta, minh’alma! Enquanto esperas."

terça-feira, 1 de junho de 2010

Belíssimo fim de semana

Foi um belíssimo fim de semana!
Os nossos amigos João e Carlos (os melhores amigos do mundo, apenas com um “pequeno” defeito – para eles não há horas…), vieram buscar-nos para irmos até Setúbal à Festa da Sardinha; difícil estacionar, gente e mais gente e nós com fome. Após encontrarmos a amiga Lena fomos comer sardinhas sim, mas a uma tasca encantadora, e não foi só sardinha, mas tantos outros peixes grelhados , todos fresquissimos; o Déjan adorou os chocos com tinta e com as saladas, as batatas e tudo o mais, foi um almoço memorável que acabou eram quase 5 horas. Depois fomos dar uma volta à Festa da Sardinha,

fomos comprar camarões e ameijoa da boa e eis-nos a atravessar o Sado
a caminho de uma Tróia que renasce diferente e linda.
Daí rumámos pela Comporta até Grândola e fomos comprar pão e coentros e lá seguimos para o cada vez mais bonito monte dos nossos anfitriões
e com todos os atrasos, do festival da Eurovisão, vimos…a votação.

O nosso jantar foi uma pratada monumental de ameijoa à Bulhão Pato, com bom pão alentejano e várias variedades de camarão, tudo regado com bom vinho branco.

Para fazer a digestão fomos divertir-nos com umas renhidas partidas de snooker, que há tanto tempo não jogava e quando demos pelas horas eram quatro da matina.

Domingo, pela hora do almoço, devido à piscina do monte estar muito suja, fomos almoçar perto da Lagoa de Santo André… peixinho, pois então – espetada de lulas! E depois lá fomos para a bela praia da Vacaria,
entre Melides e Sines, onde o mar estava bravio, mas deu para eu e o Déjan brincarmos com as ondas, como crianças…

Ainda fomos ver Sines e o seu Vasco da Gama,
antes de rumar ao monte para um duche retemperador e um jantar com o resto das ameijoas, dos camarões e um bom presunto.

Arrumadas as coisas regressámos a casa, era uma da manhã, cansados mas muito felizes.

O resto…não conto!!!!