sexta-feira, 21 de maio de 2010

Um dia no norte alentejano

Como tinha combinado com o amigo Miguel, ontem foi um dia dedicado a visitar Portalegre, e também Marvão, Castelo de Vide e ainda uma paragem em Arraiolos.
Aproveitando a folga do Duarte, lá fomos pela manhã em direcção à cidade que Régio deixou bem invocada num poema belíssimo e perto da hora do almoço encontrámos o Miguel, que foi o cicerone perfeito para uma visita por aquelas ruas estreitinhas cheias de belas casas brasonadas, algumas delas infelizmente não recuperadas; dentro da muralha e fora dela recordei um local que há muito não visitava e é curioso que durante o almoço vim a descobrir que o mundo é mesmo pequeno, pois o Miguel teve como professora uma velha amiga minha e chegou a conhecer o seu marido, o Pedro, que era meu amigo de infância e que partiu cedo demais...
Depois lá fomos visitar o "ninho das águias" e ao rever Marvão, volta sempre o encanto e a grandiosidade da paisagem e claro que recordei o Fernando, que pugna como ninguém pela defesa do lugar e pelo qual se candidatou a presidente da câmara nas últimas autárquicas.
Depois e a caminho de Castelo de Vide, a belíssima e pacata "Sintra do Alentejo", voltei a achar aquela estrada tão bela, com as árvores de cada lado a abraçarem-se nas suas copas, e com aquele traço branco nos troncos, que sempre me encantou...
Despedimos-nos do Miguel e no regresso parámos para jantar em Arraiolos e estranhamente a bela vila estava quase completamente deserta e o restaurante recomendado pelo Miguel, quase abriu para nos servir, únicos clientes...
Chegámos tarde, cansados, mas satisfeitos por esta visita á região a que chamei recentemente o Alentejo beirão...

Uma nota apenas para pedir desculpa da falta de comentários nos vossos blogs, mas como decerto compreendem, "mais altos valores" se adiantam; apesar disso procuro ler o que vão escrevendo e muito nos rimos ao almoço com os recentes comentários que têm aparecido no blog de um bom amigo comum, eheheh...

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Não esqueçam esta data...

Hoje, 17 de Maio, faz anos que a homossexualidade deixou de ser uma doença e assim resolveu-se que nesta data se comemoraria o Dia Internacional contra a Homofobia e a Transfobia. Quis o acaso, e não acredito senão numa coincidência, que hoje o Presidente da República convocasse os media para comunicar, "em nome da união entre todos os portugueses", a promulgação da lei aprovada no Parlamento que possibilita o casamento entre pessoas do mesmo sexo.
Claro que a sua resolução baseia-se na eficácia do prático, em detrimento do convencimento pessoal; como se não soubéssemos há muito o pensamento de Cavaco. Aliás a publicação tardia no D.R., apenas teve a preocupação de poder adiar esta promulgação para uma data posterior à estadia do Papa aqui, pois como receberia Cavaco o Bentinho, se já tivesse promulgado a lei? Apenas me resta concluir que Cavaco é mais esperto do que parece, pois assim, lavando as mãos como Pilatos, mas promulgando desde já a lei, não se sentirá "diminuído" por ser obrigado a promulgar mais tarde. Congratulemos-nos pois, porque hoje Portugal deu um passo muito importante na contextualização legal dos direitos humanos e isso não pode ser minorado por ninguém. A não ser pelos grandes derrotados desta decisão, que não serão exactamente os partidos da direita, mas sim em primeiro lugar a Igreja, com o Papa à cabeça;
e depois aquelas pessoas lideradas por uma "aberração humana" chamada Isilda Pegado, que se empenharam a fundo na não vigência da lei e que representam afinal a cúpula da grande homofobia que continua a reinar neste país. Finalmente quero felicitar quatro grandes amigos meus, que já deram sinal de quererem dar esse passo que é importante para a vida deles: um enorme abraço para o Luís e Gonçalo e para o Paulo e Zé! E claro para tod@s aqueles e aquelas que pensam fazer o mesmo.

domingo, 16 de maio de 2010

"Angels in America"

Revi hoje numa autêntica maratona os seis episódios da série “Angels in America”,realizada em 2003 pelo director Mike Nichols, num argumento adaptado da sua própria obra, do dramaturgo Tony Kushner.

A acção passa-se no ano de 1985, no auge da epidemia da SIDA, na América republicana de Reagan, e gira à volta de dois personagens infectados pelo vírus, um jovem homossexual (Justin Kirk), enamorado de um judeu progressista e de um conhecido advogado (Al Pacino), influente e perfeitamente obcecado por atingir os seus fins, nem sempre os mais lícitos.

À volta destas personagens gravitam inúmeras outras personagens,algumas delas representadas pelo mesmo actor ou actriz.

Entre elas, duas enormes actrizes, Emma Thompson e Meryl Streep ( esta interpretando entre outras o papel da espia comunista executada na cadeira eléctrica Ethel Rosenberg e até um velho rabi); também Emma Thompson se desdobra em três diferentes papéis.

Um outro actor que muito me surpreendeu, pela positiva foi Jeffrey Wright, interpretando um enfermeiro gay deveras esteriotipado. Também no elenco Patrick Wilson, então no início da sua carreira, Bem Shenkman e Mary-Louise Parker.

Se nas soberbas interpretações reside grande parte do êxito da série, também o argumento salienta os problemas que a SIDA levantou naqueles tempos na comunidade homossexual, e tem acma de tudo uma feroz critica ao conservadorismo político nos EUA, mormente entre os republicanos. A vertente religiosa também é bastante mencionada, principalmente no que respeita à religião mormon.

Embora não simpatizando muito com os americanos, devo reconhecer que nenhum povo tem a capacidade de se auto criticar, como eles o fazem .

É um filme com uma temática fortemente marcada pela homossexualidade, em que não reina a hipocrisia, nem a meia palavra. É suficientemente cru e duro para ser eficaz.

Fica um extracto de imagens, embora me apetecesse pôr aqui a série toda (mais de 5 horas…)


sexta-feira, 14 de maio de 2010

Aiiiiii.....o uso das palavras

Nem sempre podemos expressar num português corrente, aquilo que nos apetece dizer, ou porque estamos na presença de pessoas que respeitamos muito, ou por estarmos em locais mais reservados.

Sendo assim, aqui estão alguns exemplos de como devemos dizer o mesmo com palavras nada ofensivas e que até podem provocar uma admiração pela forma elegante como as usamos:

"Deglutir o batráquio" (Engolir o sapo)

"Colocar o prolongamento caudal no meio dos membros inferiores" (Meter o rabo entre as pernas)

"Sequer considerar a possibilidade de fêmea bovina expirar forte contracções laringo-bucais" (Nem que a vaca tussa)

"Retirar o filhote de equino da perturbação pluviométrica" (Tirar o cavalinho da chuva)


a melhor de todas......aprendam

"Sugiro veementemente a Vossa Excelência que procure receber contribuições inusitadas na cavidade rectal"

(Vá levar no cú)

E porque de palavras falamos que tal deliciar-nos com o inesquecível Mário Viegas numa das suas mais célebres declamações…

segunda-feira, 10 de maio de 2010

Desculpa lá, Pedroto...e tenham "paciência"!

Se temos o original...
para que precisamos do "representante" ??????????????
É caso para dizer que, contra o que é hábito, neste caso prefiro a direita à esquerda...
Na realidade foi lindo!!!! GLORIOSO SLB!!!

sábado, 8 de maio de 2010

De Juliano a Bento XVI

Acabei de ler um livro muito interessante de Gore Vidal, que escolhi mais pelo autor, do qual estou a iniciar a leitura de alguma da sua obra, e pelo facto de se reportar a páginas da História, matéria que nunca deixou de me seduzir. Trata-se de “Juliano”, um imperador romano, que viveu no século IV D.C., e que ficou conhecido como “o Apóstata”, pois foi o primeiro imperador romano, desde que Constantino transformou a religião oficial no Cristianismo, que lutou contra esse facto, tendo restabelecido o culto dos deuses, baseado no Helenismo, e considerando Cristo apenas como mais um deus e não como o Deus único.

O livro e as suas considerações é apaixonante e trouxe-me ao pensamento a minha posição, em relação à religião, ao Cristianismo, e essencialmente ao Catolicismo, no qual fui educado, no seio de uma família profundamente católica e praticante. Quando cheguei à idade de pensar por mim próprio, fui moldando o que me tinha sido transmitido com o que ia conhecendo através da leitura e essencialmente da vida real; passei, como noutras importantes decisões da minha vida, por conflitos pessoais, no que respeita à minha rebeldia com o que convencionalmente era suposto ser e cheguei, como também noutros assuntos a um patamar de paz interior, em que me encontro neste momento: nunca reneguei Cristo, a sua dimensão humana, que me faz, apesar de tudo, acreditar que a revolução cristã foi porventura a maior revolução do mundo, sob um ponto de vista até histórico; mas consegui abstrair-me dos mistérios da Santíssima Trindade, da concepção de Jesus Cristo e das cisões que levaram à génese das diferentes formas de viver e olhar o Cristianismo, conseguindo até pensar que há nessas diferentes formas, algumas razões mais legítimas do que as do Catolicismo comandado por Roma. Continuo a ter fé, a minha fé, mas a minha visão de Deus é baseada, talvez de uma forma demasiado simplista e cómoda, numa relação directa com Cristo, sem obediência a dogmas e principalmente não subjugado a um conjunto de seres humanos, que constituem, no sentido restrito, a Igreja, hierárquicamente constituída, desde a sua base á sua cúpula, o Papa!

Sou muito crítico a esta Igreja , pois sendo os seus membros , seres humanos, são naturalmente passíveis de errar, de serem pecadores…Que absurdo eu ir confessar os meus pecados (quem os não tem?) a um homem que pode ser mais pecador que eu; e que poderes tem ele para me “absolver”? Os meus pecados “confesso-os” pelo arrependimento, directamente a Cristo. E quantos pecados, ao longo dos séculos, tem tido esta Igreja!!! Basta históricamente pensar na “evangelização” do novo mundo, com o extermínio dos "ímpios" indigenas; na autêntica desgraça que foi a Inquisição, na devassidão dos papados renascentistas e para chegar aos tempos de hoje com os escândalos da pedofilia, da continuidade da não aceitação do uso do preservativo, de tanta coisa que é ocultada, e remetida para um canto de “coisas menores”, para uma ostentação escandalosa num mundo de miséria, eu sei lá…


E assim chegamos ao actual Papa, um cardeal alemão de seu nome Ratzinguer, com obscuras ligações passadas no tempo da guerra e que, com um ar profundamente hipócrita, na sua voz terrivelmente cínica, vai pedindo perdão disto e daquilo sem assumir os seus erros, de omissão de casos de pedofilia, de condenação, no próprio continente africano do uso do preservativo, sabendo que a SIDA dizima milhões de pessoas naqueles lugares e não prescindindo dos luxos do Vaticano. Já conheci vários Papas, desde o Cardeal Pacelli, depois Pio XII, que só a minha tenra idade não deu para perceber que foi um péssimo Papa (lembro-me de em criança, ter medo da sua cara), depois o bondoso Cardeal Roncalli, João XXIII, o único que recordo com sincera saudade, passando pelo astuto e político Cardeal Montini, que conquistou o Papado à custa de uma autêntica campanha eleitoral, tornando-se Paulo VI; depois , qual estrela cadente, pairou no Vaticano uma esperança que foi o Cardeal Luciani, João Paulo I e cuja morte ainda está encoberta em mistério até nos tempos mais modernos termos tido o polaco Woytilla, João Paulo II, que colmatou muito dos seus pragmatismos (preservativo, aborto, homossexualidade), com uma extrema bondade.

De Bento XVI, que agora nos visita, já se falou demais em tão pouco tempo, e por variadas e menos boas razões. Não vou “bater mais no ceguinho” e apenas reafirmo que é um homem que não honra o Papado e que só os católicos completamente dogmáticos aceitam com satisfação. A sua visita é para mim perfeitamente vazia de sentido. Apenas lamento que o Estado português, que é um estado (ou deveria ser) laico, tanto empenho mostre nesta visita, mormente pela parte do PR, que servilmente o acompanhará por onde ele passe.

Que passe muito bem, mas que passe depressa.

segunda-feira, 3 de maio de 2010

O jantar de 2010

Mais uma vez, a quarta, se realizou a jantarada dos blogs; e mais uma vez a colaboração do Paulo e Zé (Felizes Juntos) foi fundamental, principalmente na inovação da apresentação dos blogs presentes, em projecção vídeo e depois uma selecção de clips enviados pelos participantes.

Houve uma certa renovação dos presentes, e houve, como o ano passado as desistências de última hora, que são sempre desagradáveis pois aparecem após terem sido comunicados o número de presenças às senhoras do restaurante, a quem assegurámos na quinta feira 39 presenças, e que apenas foram realmente 33 (mais duas, após o jantar); um agradecimento ao Restaurante Guilho, que não nos exigiu mais dinheiro por isso e nos apresentou um excelente jantar. Caso haja próximo jantar, o local será o mesmo,pelas condições oferecidas, e apenas se tentará modificar um pouco a forma de estar com mais alguma mesa, sem quebrar a alternância de lugares que permite um convívio mais abrangente.

Conheci mais gente, tive saudades de muita gente, mas é sempre difícil conciliar datas e principalmente distâncias; por isso uma palavra especial para quem veio de propósito de Portimão, de Portalegre e de Coimbra.

A parte final, passada na rua foi super divertida e eram quase duas e meia da manhã quando tudo acabou…

Além de alguns acompanhantes, estiveram presentes os seguintes blogs: Ângelo no País das Maravilhas, Secret Garden,Rabiscos e Garatujas, Percursos, Hydrargirum, Individualmente, Um Voo Cego a Nada, Beijinhos Embrulhados, Vícios e Realidades, United States of Whatever, Não Sei o que Vai Ser Isto…, Sinestesia, Sinfonia do Horizonte, Amor, Feminismo e Arte, O Melhor de Dois Mundos, Take.It. Isa, Detrás do Véu, Tong Zhi, Blog do Carametade, Comyxtura, e claro Felizes Juntos e Whynotnow; apareceram mais tarde HowThe Engine Trobs e Ophi-3.

A todos um imenso e muito amigo OBRIGADO!

sexta-feira, 30 de abril de 2010

Até amanhã

Estamos chegados quase ao grande dia do jantar dos blogs: é já amanhã e mentiria se dissesse que não tem dado algum trabalho; mas acaba sempre por compensar, apesar de ter muito medo deste período de 24 horas antes, pois como no ano passado aconteceu, aparecem sempre alguns "imponderáveis de última hora" que obstam a presença de algumas pessoas.
Apesar deste ano termos usado de uma maior cautela nas confirmações, já apareceram desistências depois de termos dado o número de pessoas às senhoras do restaurante: confirmámos 39 pessoas, entretanto 3 não podem comparecer devido a problemas de última hora, mas houve mais uma inscrição, pelo que estamos nos 37! O que é muito bom.
Aproveito para dizer que as alterações para mais não trazem qualquer problema, pelo que se alguém se quiser inscrever ou alguém levar algum acompanhante, mesmo que não tenha blog, o pode fazer ainda; basta que me comuniquem por mail ou ao Paulo, do Felizes Juntos (o meu e-mail está no perfil aqui do blog).
Também pedia que enviassem para o Paulo, o link que ele pediu (ou para mim), pois ele decerto estará a programar alguma coisa para a festa...
Um grande obrigado a todos os que vão estar presentes, principalmente para os que vêm de fora e para alguns amáveis mails que recebi com justificações perfeitamente justificativas de uma não presença - é sempre impossível arranjar uma data que seja disponível para todos.
Apenas um último aviso: quem não tiver transporte, pode tomar o comboio para a Amadora (Linha de Sintra), em Sete Rios, Entrecampos, Rossio ou Roma Areeiro, e depois perguntar onde é a Biblioteca Municipal, pois o restaurante é em frente (são 3 minutos a pé); para a volta não vai haver problemas pois uns dão boleia aos outros...
Até amanhã.

quarta-feira, 28 de abril de 2010

Estou feliz...

Este é um texto que tenho há longo tempo na minha cabeça e que só hoje é publicado, porque recebi há algumas horas um telefonema que me permite enfim contar uma história, que é uma história pessoal, mas é também um pouco uma história que reflecte a forma como está a Justiça em Portugal.

Recuemos no tempo: trabalhei, desde Janeiro de 1980 a final de 1993 na empresa textil familiar que havia na Covilhã, e que hoje é um belo edifício, que serve de residência universitária dos alunos da UBI. Aí, junto com o meu Pai e dois dos meues irmãos demos continuidade à fabrica iniciada pelo meu Avô e onde também trabalhava um tio meu. Fui tendo a meu cargo a direcção comercial e à morte de meu Pai, e após um período de gerência da minha irmã que a partilhava com o meu tio, quando esta abandonou a firma por motivos pessoais, fui chamado à gerência, num peíodo crucial e muito difícil pois a indústria textil começava a sua crise sem retorno, e ali passei, sem conseguir conciliar o sono, tais eram os inúmeros problemas a resolver, dois difíceis anos. Por inconciliáveis questões de gerência com o meu tio, e com o acordo de todos os meus irmãos e de minha Mãe, herdeiros da parte do meu Pai, fiz uma proposta ao meu tio: ele deixar de trabalhar na empresa, recebendo os seus honorários enquanto vivo, ou no caso de o não querer fazer ficaria sózinho na fábrica e nós venderíamos a nossa parte a ele por um valor simbólico – 1 escudo! Ele aceitou esta proposta e nós saímos. Deixei uma carta à gerência, nos termos legais a renunciar à gerência, com data de 23 de Dezembro de 1993 e encerrámos para férias, para reabrir a 2 de Janeiro, já sem mim. Os salários e o subsídio de Natal pagos e o dinheiro para pagar o IVA e o Imposto de Selo, referentes a Dezembro, no cofre, pois se pagava sempre a 15 do mês seguinte.

A fábrica morreu para mim, e nem sequer tive direito ao subsídio de desmprego, por ser gerente…Qual o meu espanto, quando 14 anos depois, em 2006, recebo duas notificações das Finanças em que devia pagar 1200 euros do Imposto de Selo referente a Dezembro de 1993 e 14.000 euros do Iva do mesmo mês, que a nova gerência não tinha pago a 15 de Janeiro de 1994. Fui às Finanças da Covilhã, onde me explicaram que devia fazer duas exposições (uma sobre cada processo) para apreciação. Assim fiz, tendo juntado todos os documentos que provavam que na altura eu já não era gerente; essas exposições não foram aceites pelo Chefe das Finanças alegando que essas importâncias eram referentes a Dezembro de 1993 eassim eu era responsável; fui constituído arguido e a próxima contestação teria que ser judicial , feito por um advogado; claro que falei com o meu advogado que me disse na altura (recordo-me bem das palavras dele), que o que me estava a acontecer era um roubo autêntico, e que os processos eram para ser ganhos, mas deveria estar preparado para tempos difíceis.

De imediato fiquei sem nada em meu nome, pois caso contrário seria penhorado e as alegações do advogado eram brilhantes, aliás idênticas, só variando o montante e o destino (I.Selo e IVA). Claro que me penhoraram um terço da pensão de reforma, já de si baixa e retiveram-me o que teria a receber do IRS durante dois anos. Um dos casos, o mais pequeno, foi entretanto apreciado por um juiz que deu razão às alegações do advogado e desse fiquei desde logo ilibado, sem julgamento , e sem nada; mas também já me tinham sacado mais do que o valor da dívida, que era de 1200 euros e eles têm lá mais de 2000 euros que me tiraram ou não pagaram; curiosamente deixaram de me penhorar a pensão e começaram a dar-me o reembolso do IRS, mas o segundo processo foi para a frente e foi a julgamento, tendo eu que apresentar duas testemunhas; esse julgamento realizou-se em Castelo Branco em finais de Janeiro de 2009 e hoje, dia 28 de Abril de 2010 foi comunicado ao meu advogado que eu tinha razão e nada devo!!!!!

Agora quem me deve, são as Finanças, todo o dinheiro que indevidamente me tiraram e me vai ser ressarcido, sabe-se lá quando…

Acima do que representa essa soma para mim, está o facto de poder ter as minhas coisas em meu nome, de não estar sempre a tremer quando recebia alguma carta das Finanças e sobretudo, isso é que é o mais importante, de ter o meu nome limpo!

Hoje sou um homem feliz, muito feliz!!!!

©Todos os direitos reservados. A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Com bolinha...ou talvez não...


Este texto de Millôr Fernandes poderá eventualmente chocar algumas mentes mais conservadoras, mas ele é exemplificativo de um sem número de pessoas que usam estes vernáculos, no seu dia a dia, quer oralmente, quer principalmente em pensamento. E deixemos-nos de questões moralistas, pois estes termos fazem parte da língua portuguesa e quem os emprega de vez em quando, não pode nem deve ser apelidada de grosseira ou mal criada: tudo depende do seu uso devido ou indevido, do contexto e até da região onde ele usado; no Norte do país estas frases são muito mais usadas que nas outras regiões, por exemplo...


"O nível de stress de uma pessoa é inversamente proporcional à

quantidade de "foda-se!" que ela diz.

Existe algo mais libertário do que o conceito do "foda-se!"?

O "foda-se!" aumenta a minha auto-estima, torna-me uma

pessoa melhor.

Reorganiza as coisas. Liberta-me.

"Não quer sair comigo?! - então, foda-se!"

"Vai querer mesmo decidir essa merda sozinho(a)?! - então,

foda-se!"

O direito ao "foda-se!" deveria estar assegurado na Constituição.

Os palavrões não nasceram por acaso. São recursos

extremamente válidos e criativos para dotar o nosso vocabulário

de expressões que traduzem com a maior fidelidade os nossos

mais fortes e genuínos sentimentos. É o povo a fazer a sua

língua. Como o Latim Vulgar, será esse Português Vulgar que

vingará plenamente um dia.

"Comó caralho", por exemplo. Que expressão traduz melhor a

ideia de muita quantidade que "comó caralho"?

"Comó caralho" tende para o infinito, é quase uma expressão

matemática.

A Via Láctea tem estrelas comó caralho!

O Sol está quente comó caralho!

O universo é antigo comó caralho!

Eu gosto do meu clube comó caralho!

O gajo é parvo comó caralho!

Entendes?

No género do "comó caralho", mas, no caso, expressando a

mais absoluta negação, está o famoso "nem que te fodas!".

Nem o "Não, não e não!" e tão pouco o nada eficaz e já sem

nenhuma credibilidade "Não, nem pensar!" o substituem.

O "nem que te fodas!" é irretorquível e liquida o assunto.

Liberta-te, com a consciência tranquila, para outras actividades

de maior interesse na tua vida.

Aquele filho pintelho de 17 anos atormenta-te pedindo o carro

para ir surfar na praia? Não percas tempo nem paciência.

Solta logo um definitivo:

"Huguinho, presta atenção, filho querido, nem que te fodas!".

O impertinente aprende logo a lição e vai para o Centro

Comercial encontrar-se com os amigos, sem qualquer problema,

e tu fechas os olhos e voltas a curtir o CD (...)

Há outros palavrões igualmente clássicos.

Pense na sonoridade de um "Puta que pariu!", ou o seu

correlativo "Pu-ta-que-o-pa-riu!", falado assim, cadenciadamente,

sílaba por sílaba.

Diante de uma notícia irritante, qualquer "puta-que-o-pariu!", dito

assim, põe-te outra vez nos eixos.

Os teus neurónios têm o devido tempo e clima para se

reorganizarem e encontrarem a atitude que te permitirá dar um

merecido troco ou livrares-te de maiores dores de cabeça.

E o que dizer do nosso famoso "vai levar no cu!"? E a sua

maravilhosa e reforçadora derivação "vai levar no olho do cu!"?

Já imaginaste o bem que alguém faz a si próprio e aos seus

quando, passado o limite do suportável, se dirige ao canalha de

seu interlocutor e solta:

"Chega! Vai levar no olho do cu!"?

Pronto, tu retomaste as rédeas da tua vida, a tua auto-estima.

Desabotoas a camisa e sais à rua, vento batendo na face, olhar

firme, cabeça erguida, um delicioso sorriso de vitória e renovado

amor-íntimo nos lábios.

E seria tremendamente injusto não registar aqui a expressão de

maior poder de definição do Português Vulgar: "Fodeu-se!". E a

sua derivação, mais avassaladora ainda: "Já se fodeu!".

Conheces definição mais exacta, pungente e arrasadora para

uma situação que atingiu o grau máximo imaginável de

ameaçadora complicação?

Expressão, inclusivé, que uma vez proferida insere o seu autor

num providencial contexto interior de alerta e auto-defesa. Algo

assim como quando estás a sem documentos do carro, sem

carta de condução e ouves uma sirene de polícia atrás de ti a

mandar-te parar. O que dizes? "Já me fodi!"

Ou quando te apercebes que és de um país em que quase nada

funciona, o desemprego não baixa, os impostos são altos, a

saúde, a educação e … a justiça são de baixa qualidade, os

empresários são de pouca qualidade e procuram o lucro fácil e

em pouco tempo, as reformas têm que baixar, o tempo para a

desejada reforma tem que aumentar … tu pensas “Já me fodi!”

Então:

Liberdade,

Igualdade,

Fraternidade

e

foda-se!!!

Mas não desespere:

Este país … ainda vai ser “um país do caralho!”

Atente no que lhe digo

Millôr Fernandes

quarta-feira, 21 de abril de 2010

Ponto da Situação

Já muito falei neste blog sobre a blogosfera e sobre as diversas fases que a mesma tem passado e todos nós que temos um blog, temos também as nossas fases em relação a ela.
Isso tem-se notado, mas a blogosfera não morre.
Vem isto a propósito de uma explicação que aqui quero deixar, não que me seja pedida, mas que gosto de expressar, sobre a minha ausência de comentários nos vossos blogs.
Como podem observar, a minha lista de blogs é grande, muito grande mesmo e se um blog ali está significa que é um blog para ler ou ver e eventualmente comentar.
Ora basta ter uns dias de ausência aqui na blogosfera para o número de posts a ver/ler se tornar assustador; na passada semana, depois de o Déjan cá ter estado e devido a ter ido passar dois dias à Covilhã com a minha Mãe, chegou a superar as 800 entradas!!!
Agora, está quase a coisa resolvida - faltam-me para aí umas 170, mas crescem todos os dias. E como tenho andado engripado, também não tenho estado aqui no Pc o tempo habitual.
Quando a "coisa" estiver arrumada, começo a comentar normalmente, pois gosto de o fazer, e sei que todos gostamos de receber comentários, mesmo que digamos que isso não é importante...
E depois há o jantar; tenho-me multiplicado em telefonemas, em mails enviados, em msgs no Facebook, para ter um grupo agradável de pessoas no mesmo. Felizmente e confirmadas estão neste momento 30 pessoas, mas há várias pessoas que ficaram de me dar uma resposta e que eu peço que não se atrasem...
É importante para que tudo funcione bem; é que isto de organizar um jantar de blogs não é só marcar uma data, um local e já está! Não, dá trabalho, mas depois vale bem a pena!!!

domingo, 18 de abril de 2010

Como é possível...


Como é possível nos tempos que correm, toda esta vergonha suja da Igreja, com o Papa à cabeça, a esconder e a contemporizar com todos os inúmeros casos de pedofilia de padres, bispos e por aí acima?
Faz-se tanta manifestação neste país e não há uma manifestação que mostre a esse "senhor" Bento que nós por cá detestamos a hipocrisia do Vaticano????

E, embora diferente aqui fica o registo de duas passagens de uma postagem do "distinto economista" Pedro Arroja, no seu blog "Portugal Contemporâneo"; e fica aqui porque é tão vergonhoso e sujo como o caso da pedofilia na Igreja:

“Um homem que seja verdadeiramente um homem, um homem heterossexual, nunca deseja que o mundo morra consigo. Esse homem deixa, em princípio, filhos e aquilo que ele deseja é que, à sua morte, o mundo seja pacífico e próspero, porque esse é o seu desejo para os seus filhos. É diferente com um homossexual. Depois dele, não há nada. Não faz diferença nenhuma que o mundo morra com ele. Os homossexuais são, por isso, pessoas potencialmente violentas, os destruidores por excelência. Se, para além de homossexuais forem portadores de HIV, então junta-se a fome com a vontade de comer. Não só não deixam nada, como eles próprios não ficam cá por muito tempo. Estão abertas as portas da destruição.”

(…….)

“Voltando aos homossexuais. Uma comunidade de homossexuais é uma comunidade sempre pronta a explodir em violência. A violência em comunidades homossexuais é sempre incomparavelmente maior do que em comunidades heterossexuais. Os Vândalos possuiam uma forte cultura de homossexualidade, e o mesmo acontecia com todos os povos que foram designados por bárbaros.

Existe na cultura ocidental um filósofo que recebeu a alcunha de O Destruidor, uma alcunha que lhe foi posta pelos seus conterrâneos, e que lhe foi muito bem posta. Só pode ter sido homossexual. É o Kant. Viveu sempre com o seu criado, de nome Lampe, dizem as biografias dele. Era criado era ... Era criado para todo o serviço.”

Como é possível??????


A ilustração está no blog "Os tempos que correm" do Miguel Vale de Almeida.

quarta-feira, 14 de abril de 2010

4º. Jantar de Blogs

O convite foi lançado por mim, e depois pelo Felizes Juntos, a tempo e horas de irem reservando agenda e tempo para o jantar anual – o 4º, por sinal. Nesta entrada, eu já informei onde e quando era (1 de Maio, 20h). A inscrição é obrigatória.

Outros pormenores, como preço, localização, ementa, etc., seguirão, preferencialmente, por email. Possuímos uma lista bastante actualizada dos contactos, mas pedimos aos mais novos – e que não apresentem meio de contacto no blogue – que nos enviem um email para trocarmos contactos.

Se precisarem de um desenho, peçam que a gerência logo vê o que se arranja; por outro lado, se precisarem de alguma outra coisa, comprem que há sítios que vendem.

Claro, o convite é dirigido a tod@s os que carinhosamente nos seguem: às mulheres, aos novos, aos velhos, aos assim-assim... especialmente, a quem ainda não conhecemos e que poderão ter algum receio ou reserva. Não tenham! Descansem: somos todos muito boa gente e nenhum de nós foi ou é padre (pelo menos que tenhamos conhecimento).

Queremos mesmo é contar contigo!

Agora, está na hora de se inscreverem impreterivelmente até dia 24 de Abril. Pode ser através deste blog ou do meu mail, que consta no mesmo ou no blog Felizes Juntos.

Não aceitamos desistências, esquecimentos e outros percalços imprevisíveis, 'tá.

domingo, 11 de abril de 2010

Novamente...a contar o tempo





O Déjan partiu há umas horas e as saudades já se fazem sentir, amenizadas apenas de ser esta a vez em que a separação é mais curta: "apenas" cinco semanas, pois a 18 de Maio estará aqui de novo, até final do mês.
Esta semana em Lisboa foi fantástica, ajudada por um tempo magnífico e arranjei sempre percursos alternativos para ir mostrando coisas diferentes ao Déjan, e curiosamente acabei por conhecer coisas que nunca tinha visto: já tinha referido o Cristo Rei, pois agora posso juntar a Mãe d'Água e a Casa da Amália!!!
Andámos por ruas velhinhas, por uma Lisboa muito menos turística, mas que ele adora e fizémos, na companhia da Isabel o percurso do mítico eléctrico 28, e apanhámos uma muito interessante feira de artesanato no sempre bonito Jardim da Estrela.
Fomos gozar o sol e o cheiro a mar para a via pedestre de Oeiras e voltámos (voltamos sempre...) ao Chiado!
Aqui ficam umas fotos e a promessa de um post próximo com novidades sobre o jantar dos blogs que é já dia 1 de Maio - não se esqueçam!!!

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Os vivos e os mortos

Sim, estou vivo, melhor, eu e o Déjan estamos vivos!!! E felizes depois de uns dias no Minho, onde percorremos sítios maravilhosos e passámos momentos de boa amizade com o nosso amigo Ophiu, que nos acolheu na sua casa de Braga (e nos proporcionou tantas amabilidades), que foi o nosso quartel general minhoto.

Daí fomos a Viana, Ponte de Lima, Barcelos, Arcos de Valdevez, Ponte da Barca e as maravilhas da Peneda, Suajo e do Gerez (na Peneda até fomos brindados com um nevão).

E claro vimos as festividades da Semana de Santa de Braga, e as suas procissões, incluindo a do Senhor Morto na sexta feira…

E daí a ligação a deste texto a alguém que há precisamente um ano nos deixou, mas que continua vivo na nossa memória – esse Amigo maravilhoso que foi o João Manuel, o Catatau! Onde quer que estejas, João, um enorme abraço e uma Amizade que não findou com a tua partida…

(Peço desculpa de estar tão fora da blogosfera nestes últimos tempos, mas há prioridades na vida…prometo em breve, pôr a “escrita em dia”).