quarta-feira, 22 de abril de 2015

Jean-Michel Basquiat


Jean-Michel Basquiat foi um artista americano, nascido em Nova Iorque em 1960.
Ganhou popularidade primeiro como um pintor de graffitis na cidade onde nasceu e depois como neo-expressionista.
As pinturas de Basquiat ainda são influência para vários artistas e costumam atingir preços altos em leilões de arte.
Basquiat tinha ascendência porto-riquenha por parte de mãe e haitiana por parte de pai.
Desde cedo mostrou uma aptidão incomum para a arte e foi influenciado pela mãe, Matilde, a desenhar, pintar e a participar em actividades relacionadas com o mundo artístico.
Em 1977, aos 17 anos, Basquiat e um amigo, Al Diaz, começaram a fazer graffitis em prédios abandonados em Mannhantan.
A assinatura era sempre a mesma: "SAMO" ou "SAMO shit" ("same old shit"), ou, traduzindo, "sempre a mesma merda").
Isso gerou curiosidade nas pessoas, principalmente pelo conteúdo das mensagens graffitadas.
Em Dezembro de 1978, o jornal The Village Voice publicou um artigo sobre os seus graffitis.
O projeto "SAMO" acabou com o epitáfio "SAMO IS DEAD" (SAMO está morto) escrito nas paredes de construções do Soho nova-iorquino.
Em 1978, Basquiat abandonou a escola e saiu de casa, apenas um ano antes de se formar. Mudou-se para a cidade e passou a viver com amigos, sobrevivendo através da venda de camisetas e postais na rua.
Um ano depois, em 1979, contudo, Basquiat ganhou um estatuto de celebridade dentro da cena de arte de East Village em Manhattan pelas suas aparições regulares num programa televisivo.
No fim da década de 1970, Basquiat formou uma banda chamada Gray, com o então desconhecido músico e actor Vincen Gallo. Com o conjunto, tocaram em clubes como Max's Kansas City, CBGB, Hurrahs e o Mudd Club.
Basquiat e Gallo viriam a trabalhar em um filme chamado Downtown 81 (também conhecido por "New York Beat Movie"). A trilha sonora deste tinha algumas gravações raras da Gray.
A carreira cinematográfica de Basquiat também incluiu uma aparição no vídeo "Rapture" da banda Blondie.
Basquiat começou a ser mais amplamente reconhecido em Junho de 1980 quando participou no The Times Square Show, uma exposição de vários artistas patrocinada por uma instituição de nome "Colab".
Em 1981, o poeta, crítico de arte e "provocador cultural" Rene Ricard publicou um artigo em que comentava a sua obra e isso ajudou a catapultar de vez a carreira de Basquiat internacionalmente.
Nos anos consecutivos, Basquiat continuou a exibir sua obra em Nova York ao lado de artistas como Keith Haring e Barbara Cooper.
Também realizou exposições internacionais com a ajuda de galeristas famosos.
Já em 1982, Basquiat era visto freqüentemente na companhia de Julian Shnabel, David Salle e outros curadores, coleccionadores e especialistas em arte que seriam conhecidos depois como os "neo-expressionistas".
Ele começou a namorar, também, uma cantora desconhecida na época, Madonna.
Neste mesmo ano, conheceu Andy Wharol, com quem colaborou ostensivamente e cultivou amizade. Dois anos depois, em 1984, muitos de seus amigos estavam preocupados com o seu uso excessivo de drogas e o seu comportamento paranóico.
Basquiat, então, já estava viciado em heroína.
No dia 10 de fevereiro de 1985, Basquiat foi capa da revista do The New York Times, numa reportagem dedicada inteiramente a ele.
Com o sucesso, foram realizadas diversas exposições internacionais em todas as maiores capitais europeias.
Basquiat morreu de um cocktail de drogas (uma combinação de cocaína e heroína conhecida popularmente como "speedball") no seu estúdio, em 1988.
Após a sua morte, um filme que tinha o seu nome contando a sua biografia, foi dirigido por Julian Schnabel e com o actor Jeffrey Wright no papel de Basquiat.




































20 comentários:

  1. é simplesmente maravilhoso. chateia-me profundamente que os grandes génios descobertos nos anos 80 tenham sido ou devorados pela droga ou pelo HIV.

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    1. Silvestre
      tens razão em ambas as questões. A arte de Basquiat é super original e assombrosa, com os seus reflexos de origem rácica e também dos seus começos como artista de graffiti.
      No segundo tema é incontestável que todos os artistas, das mais variadas artes, tiveram contacto com o mundo da droga e alguns buscaram nela o refúgio para uma notoriedade com a qual possivelmente não estavam habituados a lidar. Isso ainda se verifica nalguns casos, camuflados por uma doença nova que é mais do mesmo - a depressão.
      Abraço amigo.

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  2. Um artista com muita capacidade mas perdido na destruição das drogas.
    Não sei comentar esta arte.

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    1. Luís
      mas fica sempre a obra, essa não se perde...
      O único comentário é ser-se apreciador ou não...
      Abraço amigo.

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  3. Basquiat é simplesmente incrivel, aqui no Brasil eu o compararia ao leonilson, ou quem sabe ao aguilar em seu inicio... arte impactante e que vibra! belo texto!

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    1. HH e Pai
      é um dos grandes nomes da pintura contemporânea, não apenas americana, como mundial.
      Abraço amigo.

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  4. pesquisei-o há tempos quando o vi associado ao Warhol. e que perdas brutais são as destes jovens, antes dos 30. até há um mito associado aos 27 anos... génios perdidos...
    bjs.

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    1. Margarida
      nesta minha rubrica o Wharol está quase a aparecer. Só há dois antes dele...
      Beijinho.

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  5. Essas pinturas são estranhas mas não deixam de ser, igualmente, interessantes.

    Vou seguir, espero que possa fazer o mesmo.

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    1. Olá Diana
      sim são estranhas, mas fabulosas...
      Claro que tenho seguido o teu blog e já comentei lá...
      Beijinho.

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  6. Olá João, masi uma vez uma delícia este teu text sobre Jean-Michel Basquiat. A sua obra que não sendo de todo aceite pelo comum do cidadão, vejo nesses quadro um mundo em inquietação de tal forma que a sua vida e que fatalmente e previsivelmente teve aquilo que todos esperavam em silênçio. Muitos dos jovens de hoje que se metem na paranóia de experimentar as drogas deviam reflectir o que querem realmente para as suas vidas. Os quadros ficaram, mostrando a fertilidade de opiniões que cada um ao seu jeito retira. Goste-se ou não, não passará despercebido numa qualquer galeria de arte, numa qualquer cidade...

    Abraço João

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    1. João
      são pintores que deixaram uma marca difícil de ser esquecida. Uma marca que é também o símbolo da vida que viveram, em que a fama vem por vezes associada a desvarios que tantas vezes lhes ceifam a vida.
      Abraço amigo.

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  7. A toxicodependência tem ceifado a vida a muitos talentos, e nas mais variadas área da arte. É lamentável perder-se tanto por tão pouco.

    Gosto bastante, até porque o Expressionismo é uma das minhas correntes favoritas na pintura, também o neo.

    um abraço.

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    1. Mark
      o neo realismo também me diz muito na pintura, tal como me disse no cinema, com vários filmes italianos de meados do século passado.
      Quanto à toxicodependência é apenas uma das mais conhecidas formas que destrói talentos, muitas vezes nem suspeitamos os dramas por detrás do visível - estou a recordar a Marilyn, por exemplo.
      Abraço amigo.

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  8. Sinceramente pouco sei sobre este artista mas vejo na sua pintura uma fúria crítica, intensa e arrebatadora.
    Pena que estes génios acabem por se envolverem em práticas pouco saudáveis.

    beijinho e bom fim de semana

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    1. fico satisfeito se pude ajudar um pouco a conhecer um dos maiores símbolos da nova pintura americana e do neo realismo como corrente pictórica.
      Bom fim de semana para ti também.
      Beijinho.

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  9. Uma das coisas que grande parte das obras dele têm uma imagem que "choca" e nem sempre tem algo de belo, mas sendo arte uma forma de nos manifestarmos, e no caso dele ter perdido a vida para as drogas é mais um caso de alguém que caso tivesse ainda vivo, poderia ter tido uma grande carreira, mas ao menos ficou na história.

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  10. No limite...
    fizeste bem em pôr a palavra "choca" entre comas, pois é um chocar aparente, apenas, é uma forma muito original que ele tem de representar a vida e que tem muito a ver com as suas origens.
    Abraço amigo.

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  11. Gosto muito do Basquiat. Foi juntamente com o Keith Haring (de que falas no texto) dos pintores da minha geração que mais me marcaram.
    E gostei muito do filme do Schnabel, tive um fascionizinho pelo Jeffrey Wright :)

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  12. Miguel
    eu vou entremeando esta rubrica dos pintores americanos com outras para não tornar o blog muito "monocromático" e como disse antes há ainda que falar do Roy Lichtenstein, do Keith Haring e do Andy Wharol.
    Depois remarei para outras águas. O Basquiat tem um encanto sui generis, a sua pintura é diferente de tudo...
    Quanto ao filme, tens razão sobre o Jeffrey Wright.........................
    Abraço amigo.

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