sábado, 29 de março de 2014

Shabbat Dinner

“Shabbat Dinner” é um filme quase artesanal, filmado pelo realizador Michael Morgenstern, com uma pequena equipa no apartamento de um amigo, que foi pensado sobretudo para fazer parte de uma escola de cinema.
Nunca foi intenção que ele se transformasse num êxito, mas isso aconteceu quando os seus autores começaram a enviá-lo para festivais de cinema, tendo agradado tanto que já foi mostrado em mais de 50 festivais.
Talvez porque o filme está muito bem estruturado num ambiente especial, um jantar comemorativo de uma festa judaica, que reúne duas famílias nova-iorquinas judias, bastante diferentes, mas ambas com dois jovens filhos homossexuais, um deles assumido e bem aceite pela família, e outro que se está a tentar a descobrir a si mesmo, sem sequer pensar em sair do armário.
É uma curta muito curiosa quer pela forma como encara os problemas dos jovens homossexuais, quer pela forma como essas questões são encaradas pelas suas famílias em sentidos bastante diferenciados, tanto nos jovens como nas famílias.

quarta-feira, 26 de março de 2014

Margarida...e não só...

Hoje venho falar de uma boa Amiga, que nem sequer é uma “velha” Amiga, se comparada com gente que conheço há muitos mais anos.

Estou a referir-me à Margarida, que conheci há pouco mais de 2 anos quando ela me começou a comentar este blog; como é sabido, eu procuro sempre interagir com os meus comentadores e dessa interacção com a Margarida resultou um empurrão que lhe dei e que a levou a iniciar em Janeiro de 2012 o seu blog “Mas tu és tudo e tivesse eu casa tu passarias à minha porta”, o qual é hoje já uma referência na blogo.

Passado pouco tempo dessa data, numa feliz conjugação, conheci pessoalmente a Margarida, durante um jantar em minha casa em que tive também a oportunidade de conhecer pessoalmente o João Máximo e o Luís Chainho; nem sonhava que estava além de os conhecer a estabelecer um primeiro contacto entre eles os três, que mais tarde tão bons frutos já deu…

Pois a Margarida, que depois foi minha colaboradora no último jantar dos blogs, tornou-se por meio da sua simpatia e fácil comunicação uma Amiga que hoje ocupa um lugar especial nas minhas afectividades.

Tem dois vícios terríveis e que eu tenho também: os seus gatos e os livros.

Daí ter sido tão fácil o nosso entendimento; e além de devoradora de livros, a Margarida começou a “escrevinhar” umas coisas aqui e ali, com destaque para as suas colaborações no Pixel do saudoso Eyes Sad (por onde andas tu?) e pelas suas iniciativas de escrever micro-contos relacionados com pessoas que ela conhecia da blogo, mesmo que só virtualmente.

Foi fácil chamar a atenção do João e do Luís, que nos seus tempos livres fundaram uma “coisa” que se chama “INDEX ebooks” (já lá vou) e que fez com que a Margarida publicasse o seu primeiro livro – um livro de micro contos já com o seu nome literário, Margarida Leitão e que recebeu o bonito nome de “Instantâneos: fragmentos de memória”
publicado precisamente pela INDEX.

Esse livro mereceu-me o seguinte comentário no Goodreads:

“Ler um primeiro livro de um autor que conhecemos pessoalmente e de quem somos particular amigo, nem sempre é fácil. A situação piora quando o autor, neste caso a autora, Margarida Leitão, nos privilegia com frequentes consultas sobre um texto ou outro, sobre uma história ainda de contornos não completamente definidos e nos pede uma opinião concreta e sincera. Quando sentimos que contribuímos, de uma forma indirecta, é certo, para o aparecimento dessa obra, pois demos à autora o “empurrão” decisivo para que ela se integrasse e se adaptasse com uma extrema facilidade a uma realidade tão apelativa como é a blogosfera, quando se tem sede de comunicar ideias, recordações, afectos ou anseios, a situação torna-se quase crítica… E a obra nasce, bela, definida enfim, pujante de frases bem construídas que descrevem situações reais, quase nunca ficcionadas (quando muito sonhadas), e mostram uma rara percepção do sentir de pessoas que apenas conhecemos há pouco, mas das quais captámos o essencial, ou então de imagens que nunca abandonaram a nossa mente de infância, povoada de lugares, gentes e factos determinantes da nossa formação, do nosso sentir, do nosso viver de hoje. Se há, aqui e ali, resquícios de uma hesitação, plenamente justificadas numa primeira obra construída com base em pequenas histórias que saíram de um forma pura e natural de dentro do universo da Margarida, por outro lado, encontramos desde já a maturidade adulta de alguém que sabe ter necessidade de se exprimir através da escrita, para se afirmar a si própria.”

Ora a Margarida quis-me presentear no último domingo, a propósito do meu aniversário com uma prenda especial, um vídeo (curioso que das três prendas que recebi, duas são vídeos), e um vídeo que tem tudo a ver comigo, e que é pessoalíssimo, poi ela empresta-lhe a sua voz. Aqui fica o vídeo, que também foi uma forma de ela homenagear o dia da Poesia, ocorrido dois dias antes, com o belo poema de Jorge de Sena

Obrigado, Margarida e espero ver qualquer dia uma segunda obra tua a ser editada pela INDEX.

E agora sim, vamos lá falar um pouco desta editora que como citei ali em cima nasceu por obra do João Máximo e do Luís Chainho, que e em boa hora, resolveram “dar à luz” uma editora de e-books, dirigiada a obras de temas LGBT.

E desde o seu primeiro lançamento, já há mais de dois anos, mais ou menos perto do tal jantar em minha casa, eles já publicaram vários livros, não só de autores que agora começaram a escrever para o público (além da Margarida Leitão, o Miguel Botelho e o Pedro Xavier),e das colectâneas dos contos a concurso nas três edições dos Pixel, mas também outras obras de autores importantes, com destaque para “O Corredor de Fundo” de Patricia Nell Warren e para “Inversão Sexual” de Havelock Ellis.
E têm entre mãos, tendo já publicado o primeiro volume de uma obra fundamental da literatura LGBT portuguesa – “Dicionário de Literatura Gay”.
Aqui ficam todas as obras que a INDEX já publicou:






















domingo, 23 de março de 2014

Obrigado, Nuno

Hoje foi o meu dia de aniversário e tive entre outras coisas agradáveis a surpresa de uma prenda especial. Um amigo mandou-me este vídeo que fez a partir de fotos que tenho publicadas no Facebook.
Gostei muito e como não consigo partilhá-lo nas redes sociais, aqui o partilho.
Mais uma vez, obrigado, Nuno!

quarta-feira, 19 de março de 2014

Niki Noves

Depois de anos de exploração, Niki Noves
jovem dançarino e coreógrafo, concretiza em 2010 o seu anseio de ir mais longe na sua pesquisa artística e liberta-se dos códigos e das técnicas demasiado académicas, criando a sua companhia.
Utiliza todos os sentidos para fazer viver a dança, reinventar-se e encontrar resposta às questões de todo o ser humano é o que o motiva.
Ele cria instintivamente e o "leit motiv" das suas criações é um lugar que seja um mundo de recordações e de projecções futuras...
O seu movimento quer ser a expressão de estados emocionais, de pulsões, mas sempre num universo muito poético, marcado por uma sensibilidade exacerbada, por vezes quase animalesca.
Entre as suas criações, contam-se as obras "Cryptides", "Atavisme", "Burden" e "Avant de dire (Je t'aime)", da qual se apresenta aqui o primeiro acto, com interpretações do próprio Niki Noves

 e de Manu Macau

A música é de Vincent Gesterman.


Para quem esteja interessado, esta companhia pode ser seguida no Facebook, através da sua página https://www.facebook.com/nikinovescompagnie

sexta-feira, 14 de março de 2014

Grant Wood

Na sequência de outros pintores americanos já mostrados neste blog, cabe hoje a vez de falar sobre um dos maiores pintores do princípio do século XX dos EUA - Grant Wood, o maior representante do regionalismo nessa Arte, possivelmente.
Artista, artesão e desenhista estadunidense nasceu no estado de Iowa, e foi responsável pela criação de trabalhos de camuflagem para o Exército durante a primeira guerra mundial.
Com a morte do pai (1901) a sua família mudou-se para Cedar Rapids, onde ele se empregou como aprendiz numa loja de metais.
Paralelamente estudou e formou -se na escola secundária Washington High School, em Cedar Rapids, e matriculou-se numa escola de arte em Mineápolis (1910).
Passou a ensinar numa escola particular (1911) e dois anos depois matriculou-se no Art Institute of Chicago para estudar esculturas em prata (1913).
Depois de servir no exército como um pintor de camuflagem, voltou novamente a Cedar Rapids para ensinar estudantes juniores, Junior High students.
Dedicou-se ao ensino e fez quatro viagens pela Europa (1920-1928), onde estudou muitos estilos de pintura, especialmente impressionismo e pós-impressionismo, frequentou a Académie Julian de Paris e foi profundamente influenciado pelo trabalho de Jan Van Eyck.
Foi escolhido (1927) para a realização de um vitral para o edifício da legião estadunidense de Cedar Rapids, Iowa e depois de procurar em Munique, Alemanha, artesãos mais experientes que colaborassem no empreendimento, o vitral foi montado na Alemanha e quando chegou à Cedar Rapids, foi recusado pelos membros da Legião.
Em represália, o artista realizou uma obra satírica, a que chamou "Doughters of Revolution"
que atingiu os seus objetivos, ou seja, causou furiosa reação entre os legionários.
Depois deste episódio, o seu estilo evoluiu para um realismo despojado e de linhas muito marcadas, sem paralelo na pintura contemporânea, influenciado pela arte gótica europeia, e tornou-se o grande proponente do regionalismo na pintura. Com "Womam with Plants"
retrato de sua mãe, teve uma reação discreta, mas com "American Gothic"
causou enorme sucesso quando exposto em Chicago (1930).
Ajudou a fundar a Stone City Art Colony (1932) próximo da sua cidade natal, para ajudar os artistas durante a Grande Depressão.
Foi nomeado professor de belas-artes da Universidade de Iowa 1934 e morreu no hospital universitário, em Iowa City, na véspera do seu aniversário, em 1942.
Depois de sua morte, os seus bens foram para sua irmã, Nan Wood Graham, a mulher retratada em American Gothic e depois da morte desta (1990), todo o seu património juntamente com os bens pessoais do irmão e várias obras de arte, tornaram-se propriedade do Figge Art Museum, em Davenport, Iowa.

São bastantes as telas de Grant Wood que aqui mostro, a começar pelo seu auto retrato
 mas mesmo assim, foi-me custoso deixar muitas de fora; é realmente um pintor que admiro sobremaneira.




































segunda-feira, 10 de março de 2014

Eu e um "filmezinho" que mexeu comigo...

Eu por vezes dou comigo a pensar que não me conheço ao fim destes anos todos, completamente bem.
Já vivi muito, tive variadíssimas experiências, das quais poucas, muito poucas mesmo me arrependo; não me considero estúpido, tenho mesmo alguma cultura; enfrentei de frente, sem medo a minha sexualidade; sou amigo verdadeiro dos meus amigos e tenho medos, como toda a gente.
Adoro a minha família e tive uma educação primorosa, baseada nos princípios que sempre reinaram em nossa casa; não fui habituado a luxos, mas também me ensinaram sempre a ser digno.
Tudo isto para dizer o quê? Que tenho um temperamento que por vezes não controlo, sou tudo menos perfeito e se procuro consensos, também há alturas em que marco muito, talvez demasiado as minhas paixões e os meus “odiozinhos de estimação”.
Um dos meus maiores defeitos é pôr quase sempre o coração à frente da cabeça, embora não entre em desvarios e nunca me arrependi disso. Quando gosto, gosto mesmo muito, quando não gosto, mostro-o abertamente – nunca seria um bom actor…
Sou muito crítico em relação a certas situações, e não me abstenho de o afirmar, mesmo quando envolvem coisas delicadas, como a política ou a religião.
E…sou um piegas do caraças!!!!
Estou para aqui a palrar sobre mm próprio, quase com medo de afirmar que acabei de ver um filmezinho, nada de um filme de grande orçamento, com grandes actores e vedetas que chamem o grande público. E que quando acabei de ver esse filmezinho tinha duas lágrimas a rolar-me pelas faces – piroso, sou isso talvez, mas que hei de eu fazer se sou assim.
O filme foi realizado por um jovem, Ruben Alves
filho de emigrantes portugueses em França, e com este filme ele quis homenagear os seu pais, a mãe, uma porteira e o pai, trabalhador da construção civil.
Já adivinharam que me refiro ao filme “A Gaiola Dourada”, protagonizado por Rita Blanco e Joaquim de Almeida, e que nos mostra de uma maneira bastante correcta o dia a dia de uma típica família portuguesa emigrada e a trabalhar em Paris. Claro que é uma emigração dos tempos da “mala de cartão” e não a emigração de hoje, mas é sempre emigração, com tudo o que essa situação traz a quem é obrigado a fazê-lo.
Eu, que tantas vezes sou tão crítico do meu país, até da nossa maneira de ser, da nossa tão apregoada falta de produtividade e do nosso hábil “desenrascanço”, vi-me no final do filme, qual sentimentalão romântico a pensar que afinal, caramba, Portugal e principalmente nós os portugueses somos uns gajos porreiros…
Eu sei que isto é apenas um filme, mas está ali muito de nós, muito da forma como somos, quase sempre humildes, o que não quer dizer que sejamos subservientes.
 E por eu ser assim, por reconhecer que eu poderia fazer parte daquela gente é que estou a dizer isto tudo.
Se já viram o filme, gostaria de saber a vossa opinião, mesmo que seja bastante diferente da minha; se não viram, façam o favor de ver, até porque está ali uma das maiores actrizes portuguesas, Rita Blanco
e até o habitual canastrão Joaquim de Almeida se safa muito bem.
Aqui fica um vídeo que mostra algumas cenas do filme assim como algumas entrevistas e também pequenos apontamentos do seu “making of”

quinta-feira, 6 de março de 2014

Thomas Eakins

Thomas Eakins (25 de julho de 1844 – 25 de junho de 1916) foi um importante pintor, escultor, professor e fotógrafo dos Estados Unidos.
Ao longo de toda a sua carreira Eakins trabalhou num estilo realista, tendo o ser humano como centro temático.
Pintou centenas de retratos, que em conjunto dão um panorama da vida intelectual da Filadélfia no seu tempo, e isolados são penetrantes visões sobre os indivíduos.
Como professor foi um nome altamente respeitado e muito influente no circuito das artes norte-americanas, apesar de escândalos pessoais terem prejudicado um sucesso mais amplo.
Note-se que Eakins não foi  um artista que apenas pintou ou trabalhou em arte homo-erótica. No entanto é esta versão do seu trabalho que aqui é focada, mostrando algumas das suas principais obras sobre este tema.











Na fotografia foi um inovador, usando abordagens ousadas para sua época.



Hoje é considerado o mais importante realista dos Estados Unidos na viragem do século XIX para o século XX.