quinta-feira, 28 de fevereiro de 2013

Vamos jantar?

No passado domingo, realizou-se no Parque das Nações, um encontro de alguns dos participantes do concurso de contos Pixel 3, subordinados ao tema “Natal”, em boa hora lançado pelo Sad Eyes, que já havia lançado os dois primeiros, e como eles, teve um enorme êxito, pois houve um elevado número de participações, muitas das quais de grande qualidade.
A iniciativa deste encontro foi, como é natural, do próprio Sad, e conseguiu-se reunir um interessante número de participações: além do Sad, estiveram presentes a Margarida, o João e o Luís (que vão editar na sua cada vez mais interessante “empresa”, o conjunto destas histórias, à semelhança do que fizeram com a edição das histórias dos dois primeiros concursos), o Ricardo, o K, o Arrakis, o Francisco, o Silvestre (com o seu simpático companheiro), e eu, claro.
Foi um bocado de tarde muito bem passado, conversou-se essencialmente dos concursos e dos blogs e para mim, foi excelente reencontrar alguns amigos que já conhecia e conhecer alguns outros, pela primeira vez.
Estes encontros são muito salutares e se dúvidas tinha de retomar uma “velha” iniciativa minha de realizar, de novo este ano, um jantar anual de bloguistas, elas diminuíram consideravelmente.
Tendo organizado já cinco jantares, o primeiro em 2007, com um número reduzido de participantes, mas também ainda não estava há muito na blogo, no bar Agito, no Bairro Alto, em 2008, e com uma elevada participação, mudámos para o Caruso, no Pátio Bagatella, e depois, em três anos consecutivos, assentámos arraiais no Restaurante Guilho, mesmo às portas da Amadora, onde temos tido oportunidade de conviver sem ser sentados numa só mesa, confinados aos vizinhos de ocasião, já que têm sido jantares volantes, com o apoio de mesas e cadeiras e com a totalidade do espaço para nós, o que é excelente.
Tirando o primeiro ano, nas quatro edições seguintes, tive o apoio precioso do Paulo e do Zé (Felizes Juntos), mas essa colaboração, por falta de tempo não se vai reeditar num eventual novo jantar.
Por estar sozinho, e porque fico sempre algo desiludido com as desistências de última hora (tenho um pavor de ouvir o telemóvel tocar nas últimas 48 horas, antes do evento), não organizei o jantar o ano passado.
Ora tendo conversado sobre este assunto com a Margarida, ela predispôs-se a dar-me um apoio nesta iniciativa, este ano.
O Paulo, fará, com sempre o “bonequinho” do jantar e como em equipa vencedora não se mexe, o local está mais que escolhido, faltará escolher uma data, que será sempre um sábado de Maio e questionar as pessoas sobre a viabilidade de aparecerem.
Claro que há muita gente que não vive na região da grande Lisboa, mas é impossível realizar este jantar noutro local do país, pois a grande maioria dos bloguistas que conheço residem aqui e tem havido sempre a participação de gente de outras terras, pois é um fim de semana que se vem passar aqui, e se aproveita para um bom convívio.
Um outro óbice para alguns é darem a cara, o que embora respeitando, não entendo, pois este jantar não é um jantar de blogs gays, cada vez o é menos, com muitas participações de gente hétero e é bom que se desmistifique de todo essa ideia, pois nem se fala disso nestes encontros, a não ser como um tema de conversa como tantos outros, que são normais.
Acresce o facto de eu ter a certeza da presença de várias pessoas que já tiveram blog ou o têm inactivo, mas que já se habituaram a estes convívios.
Portanto, o objectivo desta postagem é “apalpar o terreno”, principalmente daqueles que nunca participaram nestes jantares, pois os que já estiveram presentes só não virão de novo, se não puderem, tenho a certeza. Por ora nada mais adianto, ficando a aguardar as vossas reacções.
Para quem não sabe, este jantar está aberto a bloguistas, com os acompanhantes que quiserem, mas também a comentadores habituais deste ou doutros blogs, embora não tenham eles próprios um blog. E claro aos bloguistas “parados”.
Vamos a isto?

quinta-feira, 21 de fevereiro de 2013

Consecuente


A vida acontece e toda a gente que passa na nossa vida leva alguma coisa de nós.
Alguns levam mesmo tudo.
Consequência de se viver permanentemente sobre o fio da navalha?
O tempo realmente cura todas as feridas? E se sim, quanto tempo demora para voltar a crescer a esperança?
"Consecuente" é uma obra de Juanma Carrillo, que resultou de uma perfomance/videoterapia ocorrida em Madrid, em Março de 2010 e teve a participação de 20 actores.
Juanma Carrillo é o autor de variadas curtas metragens, algumas delas bastante polémicas, com especial destaque para "Cannibales".

segunda-feira, 18 de fevereiro de 2013

Peripécias de uma viagem

Regressei no sábado, a meio da manhã, de mais uma viagem a Belgrado.
Já lá não ia desde Outubro de 2011 e cada vez gosto mais da cidade e das suas gentes. E claro, é óptimo poder conviver uns dias com o Déjan, mesmo não sendo a tempo inteiro, o que até é bom sinal, pois mostra que ele está numa nova fase da sua vida.
Mas, ir a Belgrado não é nada fácil para mim; a começar nos voos, pois não havendo voos directos, há que escolher escalas e como o dinheiro não abunda é imperioso viajar nas companhias low cost, que já não são a pechincha de há uns tempos atrás e que carregam em todas as “alcavalas” que podem para onerar os preços. 
Se se leva uma mala no porão, paga-se mais; se a única “hand bag” que podes levar ultrapassa as medidas estipuladas, idem, e numa das companhias se não se faz o check in on line, paga-se também mais. Não há refeições a bordo e o que quiseres comer ou beber é pouco, mau e paga-se…Para rentabilizar as viagens, o espaço entre as filas é exíguo, o que se torna desconfortável, enfim, é o “preço” de pagar pouco.
E o principal problema, para mim, é que apenas duas ou três companhias low cost operam com Belgrado e com voos muito espaçados, pelo que é difícil conjugar os voos. Geralmente opto por ir de Lisboa a Londres (Luton), pela Easyjet e de Londres (Luton) a Belgrado pela companhia húngara Wizzair.
Mas a conjugação dos voos obriga-me a passar uma noite em Luton; nem pensar em ir a Londres, gastar um dinheirão no autocarro.
Ou se dorme (?) no aeroporto, sem nenhum conforto ou se opta como fiz agora por alugar um quarto num dos três hotéis existentes ali pertinho do aeroporto, tendo escolhido o simpático e acessível Ibis (45 libras, na noite da ida e 39 no regresso). Pode-se comer não demasiado caro no hotel pelo que o melhor é ficar mesmo por lá e descansar. 
A pé são 10/15 minutos, mas quando fui apanhar o avião para Londres, chovia a bom chover e cheguei ensopado ao aeroporto.
Há autocarros, mas a paragem perto do hotel e que é a única até ao aeroporto não tem protecção, pelo que preferi ir caminhando, e cheguei supercansado (além de ensopado).
Agora tive mais sorte, não chovia e apanhei o autocarro e em 4 minutos estava lá.
Mas desta vez, tive um contratempo, pois ao chegar ao hotel (muito cedo) e quando esperava por um quarto pronto, para fazer o check in, o meu telemóvel bloqueou! 
Fiquei sem contactos pelo que resolvi, logo que possível ir a Luton, tentar resolver o problema. Luton é a 5 kms dali e é uma pequena cidade que eu já conhecia por lá ter dormido há uns 5 anos atrás.
Mas que cidade encontrei agora? Parecia que tinha chegado a um estúdio onde se estava a rodar um filme do Felinni. 
Gente incrível, e eu quase não acreditava que estava em Inglaterra, pois brancos eram poucos…
Muçulmanos, indianos e paquistaneses, africanos, eu sei lá, parecia um país do terceiro mundo, e acreditem, não sou racista. 
Apesar de tudo ainda eram as pessoas mais normais, pois os brancos eram mesmo felinnianos – bêbados, deformados, mal encarados, sujos, skinheads, eu sei lá…de fugir! 
Lá encontrei uma lojeca de indianos onde mostrei o telemóvel e ali me disseram que o arranjavam por 20 libras; não muito convencido lá o deixei e passaria uma hora e meia depois a busca-lo. 
Para passar o tempo entrei num pub logo ali ao lado, enorme e com uma “população” indescritível – só velhos, bêbados e gente suja, mal encarada. Não consegui pedir nada e apenas fui ao WC (?), que cheirava mal, estava todo sujo e onde dois tipos vomitavam. Um pesadelo. 
Lá passei o tempo como pude, andando de um lado para o outro, até o telemóvel estar pronto. 
Regressei de autocarro ao hotel e já de lá não saí, a não ser às 5 da manhã de sábado, para ir para as intermináveis filas das entradas nos locais de espera para embarcar.
 Como é hábito, tinham que implicar com alguma coisa - à ida não me queriam deixar passar uma garrafa de vinho que tinha comprado no aeroporto de Lisboa, e com indicação expressa de que era para o destino final e não para escala; só depois de larga discussão consegui passar – e agora implicaram com o tamanho da bolsa transparente para os artigos de higiene, não com os artigos, pelo que com o saco aberto, o computador cá fora, tinha de ir comprar um saco com as medidas adequadas sei lá onde; valeu-me a gentileza de um individuo que estava atrás de mim, que me deu um saco desses. Claro que foi só passar para lá os objectos e tudo estava bem – a isto chamo eu implicar.
E depois o medo que o meu saco não passasse na vistoria da porta de embarque pois tinha feito o check in on line, aqui, na Portela, fui ao balcão da Easyjet e a menina, embora torcendo um pouco o nariz lá me deu o visto do saco; mas agora não tinha ido ao balcão da EJ e logo ali na fila para o embarque estavam a implicar com uma moça cuja mala tinha mais 2 cms que o permitido pelo que ela tinha que ir pagar uma multa e voltar depois para o embarque; ora o meu saco ainda era maior que o dela, o que vale é que aproveitei a discussão delas, para mostrar o boarding pass a um outro funcionário, escondendo o mais possível o meu saco.
 Curiosa a cobertura que me deram nesta “jogada” três ou quatro portugueses que estavam junto a mim na fila, tapando completamente a visão do funcionário. Lá passei, ufa!!!!
Enfim, saí de casa do Déjan, sexta feira de madrugada (3 da manhã), sem ter ido à cama, para apanhar o autocarro para o aeroporto, que é muito longe e só cheguei à Portela às 10,30 da manhã de sábado, super cansado, com os braços a doerem-me pois este saco não vale nada, é dos antigos, sem rodinhas, e com o peso do computador dentro, eu já nem o via…
Se o Duarte não estivesse à minha espera, nem quero pensar como teria chegado a casa, tendo que apanhar o metro, o comboio e depois um táxi para casa.
Gosto muito de Belgrado, gosto cada vez mais do Déjan, mas já não tenho idade para isto. 
Quando ele estiver na Alemanha espero que tudo seja mais fácil. 
Mas primeiro quero é vê-lo aqui!!!

A música do dia vai direitinha para o Déjan.
Volim te, my love.

quinta-feira, 14 de fevereiro de 2013

Dizer adeus custa tanto


Full of feathers, full of feathers lay me down
And with more feathers, more feathers stand up
On my chest, I was already on my chest
This way, the way you want both

Despair, I despair for my
Within me, within me the punishment
Do not want you, I say I do not want you
And at night, I dream of you at night

If you think that one day I shall die
In desperation I have to you do not see
I extend my shawl, I extend my shawl on the floor
I extend my shawl and let me sleep

If I knew, if I knew that dying
Thou hast me, thou hast me crying
On a tear, a tear by your
What joy would kill me

terça-feira, 12 de fevereiro de 2013

O Inverno do nosso contentamento

Pois aqui estão algumas notícias (e fotos) desta minha estadia em Belgrado.
Pela primeira vez, o Déjan tem um trabalho e um horário a cumprir, pelo que tem sido diferente das outras vezes; ele está na sua primeira etapa do estágio, duas semanas numa clínica pediátrica, onde faz geralmente o período da manhã (das 8 às 16), pelo que durmo bastante pela manhã, vou comer alguma coisa fora, ou sobras do jantar do dia anterior, em casa, e depois espero por ele no centro da cidade, pois a clínica é longe, na outra margem do Sava, em Nova Belgrado.
Encontramo-nos  num café, ou passeando, o que não é muito conveniente, devido ao muito frio
e depois vamos para casa, onde cozinhamos e jantamos; às terças e quintas ele tem aulas de alemão, pelo que eu venho mais cedo para casa, e ele vem às oito, depois das aulas.
Outras vezes jantamos fora, geralmente nos mesmos 3 ou 4 restaurantes que já conhecemos e que são bastante acessíveis em preço.
No dia de folga dele fomos visitar o museu do Red Star, que é assim um espécie de Benfica cá do sìtio, e lá descobri coisas muito interessantes, relacionadas com o meu clube do coração, como esta caravela em filgrana oferecida quando de uma visita do Red Star à nossa Catedral
O Benfica foi o clube convidado para a inauguração dos jogos nocturnos no estádio, que se chama Maracanã, pois é enorme.
Desta foto pode ver-se lá atrás a Catedral de S. Sava, a segunda maior catedral ortodoxa de mundo, depois da de Moscovo.
Temos falado bastante no futuro próximo, que não será fácil, pois ele tem durante um ano o estágio, o que o limita muito, e nem sabe se terá férias ou quando as terá.
Mas é uma etapa fundamental para a sua vida futura, que está praticamente definida como passada na Alemanha, onde o curso de medicina daqui é reconhecido sem necessidade de exames de equivalência e tem assegurada colocação devido a bons contactos que tem ali, como o presidente da Mercedes Benz, em Stuttgart, onde vive uma família sérvia muito sua amiga; só não saberá para que cidade.
Mas, a partir do princípio do próximo ano, já a trabalhar e a ganhar bom dinheiro, as coisas mudarão para nós, já que pode ele contribuir para as despesas dos nossos encontros, que poderão ser mais frequentes, mas de menor duração, espaçados pelo ano, e também com diferentes destinos.
Entretanto está mesmo muito frio, e na noite de sábado a cidade ficou coberta com um manto de neve, e era este o aspecto da parte central do pátio da casa do Déjan, visto de uma das janelas
Ainda queremos passar, como é sempre hábito quando aqui venho, pela mais bomita igreja de Belgrado, S.Marcos e deixar umas velas que aqui têm uma particularidade: nos locais para a sua colocação, há dois níveis - no de cima deixam-se as velas pelos vivos, e no de baixo, as velas pelos mortos. E eles beijam todos os ícones, com uma enorme devoção.
Anda tudo muito bem protegido do frio e eu devia ter comprado um gorro para a cabeça e ouvidos…

E já estou na recta final da estadia, pois sexta de manhã, tenho que apanhar o autocarro do aeroporto, aqui perto de casa, às 4,20 já que o voo para Londres é às seis e são 35 minutos; mas já tenho o cartão de embarque pelo que vou a tempo.
Ficarei um dia em Luton, no mesmo hotel onde fiquei à vinda e lá passarei o dia, descansando e esperando pelo voo de sábado de manhã para Lisboa.


Tenho visto os blogs, mas de cima para baixo, pelo que tenho apanhado quase só os blogs que não comento, mas me dão muita informação para o Pintrest; apesar de tudo, já deu para comentar meia dúzia deles, pela ordem que me vão aparecendo, mas prometo visitar todos.

E este mundo é tramado, pois embora seja maravilhoso estar aqui com o meu amor, sinto a falta da minha casa, da família e dos amigos…e das gatas, claro. 
Trouxe três livros para ler e estou a acabar o terceiro…
Até breve.