sábado, 31 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 10

Completa que está a referência a todas as salas de cinema que a Lisboa do meu tempo conheceu (não referi as muito antigas, por ser difícil falar delas), cabe agora a vez, e de uma forma quase só fotográfica, falar dos mais variados locais em que se projectou cinema em Lisboa.
Há que referir que certos locais funcionaram em tempos com sessõrs de cinema mas eram essencialmente destinados a outros fins, como o caso do Coliseu, do Teatro Ginásio, do Trindade, entre outros.
Passemos então a mostrá-los:
Coliseu dos Recreios
Teatro da Trindade
Antigo Teatro Ginásio
Voz do Operário
Cervejaria Portugália (terraço)
Fórum Picoas
Padrão dos Descobrimentos
Fundação Calouste Gulbenkian
Sala do Palácio Foz
Aula Magna
Auditório Carlos Paredes (Junta de Freguesia de Benfica)
Estádio do Inatel
British Council
Goethe Institut
Institut Franco-Portugais
Teatro do Bairro

E guardei para o fm um espaço muito especial - a Cinemateca, que actualmente vive momentos conturbados devido a problemas financeiros causados pelo quase nulo apoio que o actual governo tem dado à Cultura.
A Cinemateca, por tudo o que já foi feito, pela sua programação fabulosa, não pode morrer!
Depois de ter funcionado desde a sua criação no final dos anos 50, no Palácio Foz, sob a direcção do Dr. Félix Ribeiro
que tive o imenso prazer de contar como amigo, pois nessa altura frequentava não só o cinema mas também a Biblioteca, a Cinemateca mudou-se para a actual  localização, na Rua Barata Salgueiro, num belo edifício.

Teve depois mais dois directores, qualquer deles a valorizarem cada vez mais uma das jóias da exibição do cinema e do próprio cinema; primeiro, Luís de Pina
e depois, João Bénard da Costa
Actualmente, a Cinemateca continua em muito boas mãos, Maria João Seixas é a sua directora.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 9

E estamos a entrar na recta final desta saga sobre os cinemas de Lisboa. Hoje falo dos talvez menos conhecidos e é a última postagem especificamente sobre salas de cinema de Lisboa, já que no próximo post falarei de locais onde já se projectaram filmes, mas não são locais ou salas para esse fim.

O Cine Pátria
situava-se no Beato e foi um dos mais antigos de Lisboa tendo funcionado de 1917 até perto de 1980, tendo posteriormente este espaço servido para diversas actividades, sendo actualmente uma igreja e neste caso o edifício foi restaurado e manteve mais ou menos a traça original.

Mesmo ao lado do Éden, nos Restauradores, existiu outro cinema, o “Restauradores”, também conhecido como o “Galo”
Estas fotos são de 1966.Era um cinema muito popular especializado em filmes de cow-boys, com sessões contínuas das 14 à 24 horas a preços baratíssimos. Fechou em 1968 para dar lugar a uma loja de tapetes
Hoje é uma residencial.

O “Salão Portugal” estava situado na Ajuda
Abriu portas em 1928, tendo sofrido ao longo dos anos várias transformações e até aos anos 50 teve grande popularidade. Apesar disso e da sua fachada e de ter um balcão para as pessoas mais abastadas do bairro nunca deixou de ser um cinema piolho. Fechou em 1977 tendo entrado em ruínas, mas no ano 2000 foi recuperado e é hoje a sede do Comité Olímpico Português

O “Cine Estrela”
situava-se na Charneca do Lumiar, no extremo norte da cidade e é mais um exemplo de um cinema piolho. Teve uma curta duração, de 1968 a 1977 e durante a sua existência nunca viu o asfalto. Hoje lá continua a definhar, embora já em terreno asfaltado.

O “Éden Cinema” (não confundir com o Éden Teatro nos Restauradores)
situava-se em Alcântara.
 Existiu entre 1921 e 1971, tendo sido demolido. Agora no local funciona um restaurante.

O “Cine Texas”
ficava na Charneca e funcionava num barracão de zinco, com lotações esgotadas, fazendo as delícias dos habitantes das Galinheiras e da Ameixoeira. A divulgação das sessões era feita por uma carrinha com um megafone. Teve uma curta existência até encerrar portas no princípio dos anos 80, e havia pancadaria por vezes com intervenção policial e também interrupções das sessões, porque a lâmpada se fundia ou a fita se cortava.


O “Cinema Central” estava instalado no Palácio Foz, nos Restauradores, mesmo ao lado do Elevador da Glória
Foi inaugurado em 1908 e era na altura a sala de cinema mais luxuosa de Lisboa. Em 1958 foi reformado e passou a ser a Cinemateca de Lisboa, antes desta ser transferida para a Rua Barata Salgueiro, em 1980. Actualmente é a Cinemateca Júnior e também é denominada como “Salão Foz”.

O “Cinema Campolide”
existiu n bairro do mesmo nome e começou por chamar-se “Cine Tortoise”
Foi construído em 1925 e encerrou portas em 1977, tendo o edifício sido demolido.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Cinemas de Lisboa - 8

O “Salão Lisboa"
é talvez o mais conhecido dos cinemas chamados “piolhos” desta cidade. Construído e abrindo portas em 1916 teve várias transformações na sua fachada sendo a última datada de 1932.
Foi um cinema extremamente popular, pois estava situado no bairro da Mouraria,  em pleno Martim Moniz; com uma programação essencialmente constituída por filmes de acção, teve sempre um público muito jovem.
Fechou em 1972 e tive o prazer de ainda aí ver uma meia dúzia de filmes.*
Hoje é um armazém de revenda que mantem a fachada e inclusive, o nome.

O cinema Restelo, na Av.Vasco da Gama, abriu na década de 50 para servir a população da zona ocidental da cidade
era bastante vasto, com plateia e dois balcões e tinha uma entrada bastante original preenchida com bastantes plantas exóticas, principalmente cactos.
Teve obras de remodelação nos anos setenta e acabou por encerrar na década de oitenta.
No  seu lugar, está agora um moderno edifício, que alem de um Pingo Doce alberga também outros serviços como a Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos.

O Max Cine tinha uma particularidade muito curiosa: a cabine de projecção estava isolada e situava-se no exterior do cinema. Tentou ser um cinema de estreia mas não o conseguiu.
Situava-se na Rua Barão de Sabrosa e surgiu nos anos 30
Curiosamente foi vendido em 1968 à paróquia de S.João Evangelista, que ali erigiu num novo edifício a sua igreja.

O Cinema Promotora situado em Alcântara, no Largo do Calvário
 fazia parte de uma instituição com fins culturais chamada “Sociedade Promotora de Educação Popular”.
Curiosamente as exibições de cinema começaram logo no início do século XX, tendo passado por sucessivas melhorias até à construção em 1929 de um edifício próprio para a exibição de cinema e que funcionou até meados da época de oitenta. Actualmente continua a promover actividades culturais, estando ali instalados além da Videoteca de Lisboa, um pequeno auditório, onde se exibiu curiosamente o primeiro filme do 1º.Festival de cinema Gay e Lésbico de Lisboa (1996), uma ludoteca e uma biblioteca especializadas em meios audiovisuais.

O “Cine Oriente” abriu as suas portas em 1935, na Av.General Roçadas, em Penha de França
.Era um típico cinema de bairro histórico, um dos chamados cinemas piolho de Lisboa, com cadeiras de madeira e matinés muito concorridas, não tendo conseguido sobreviver à febre dos centros comerciais e encerrou em 1970, dando origem a uma estação de Correios (quem sabe se não será uma das que vai encerrar por este (des)governo…

O Cinema Arco-Íris era um pequeno cinema de reprise, situado no mesmo edifício do Coliseu dos Recreios, no lado direito da porta de entrada.

 Pensa-se que poderá existir desde a década de quarenta mas só há referências concretas acerca do cinema cerca de 1960. Por volta dos anos 80 passou a ser um bar de “Peep Show”, chamado Bar 25
tendo sido depois um café, uma livraria, uma loja de discos e hoje parece ser um dos muitos restaurantes daquela zona.

O cinema Palatino surgiu em 1931 na zona de Santo Amaro, concebido para receber espectáculos de teatro e de cinema, possuindo excelentes condições e era um espaço amplo
. Fechou as portas em 1974, tendo sido demolido e é hoje um prédio de habitação

* Depois do comentário da Margarida seria impossível numa postagem como esta não acrescentar este vídeo sobre o "Salão Lisboa". Aqui fica este magnífico vídeo que tem todo o cabimento aqui, com um beijinho agradecido à Margarida.