sexta-feira, 16 de novembro de 2012

Alfred Eisenstaedt

Alfred Eisenstaedt (Dirschau, 6 de Dezembro de 1898 — Nova Iorque, 24 de Agosto de 1995 foi um fotógrafo e fotojornalista norte-americano.
Nascido na antiga Prússia, aos oito anos a família mudou-se para Berlim, na Alemanha, onde ficou até ao momento em que Adolf Hitler chegou ao poder.
Aos catorze anos um tio ofereceu-lhe uma câmara fotográfica, uma Eastman Kodak nº 3 (uma câmara de fole).
Três anos mais tarde foi recrutado para o exército alemão. Em 1918, durante a Primeira Guerra Mundial, uma explosão de uma granada afectou-lhe ambas as pernas. Foi o único sobrevivente do ataque e foi mandado ferido para casa. Levou cerca de um ano até poder caminhar de novo sem ajuda, e foi durante a recuperação que se interessou novamente pela fotografia.
Em 1922, tornou-se vendedor de cintos e botões e, com o dinheiro que conseguiu poupar, adquiriu equipamento fotográfico. Começou por revelar os seus trabalhos na casa de banho e a aprender cada vez mais.
Durante umas férias na Checoslováquia fotografou uma mulher a jogar ténis, registando a longa sombra da mulher a lançar a bola no court.
 Eisenstaedt conseguiu vendê-la ao Der Welt Spiegel por três marcos (cerca de doze dólares na altura), o que lhe deu a ideia da possibilidade de viver da fotografia. Assim, aos 31 anos abandonou a profissão de vendedor e passou a fotografar a tempo inteiro. Como freelancer, trabalhou para a Pacific and Atlantic Photos, que se transformaria na famosa Associated Press em 1931. Por essa altura, começou a trabalhar com uma leica, uma câmara inovadora de 35 mm que tinha sido inventada quatro anos antes.
Em 1933 foi enviado para Itália para fotografar o primeiro encontro entre Hitler e Mussolini.
O seu estilo agressivo fez com que conseguisse chegar até aos dois ditadores e consequentemente fotografá-los.
Dois anos depois da subida de Hitler ao poder, emigra para os Estados Unidos da América. Em Nova York foi abordado por vários fotógrafos, entre os quais Margaret Bourke-White e Henry Luce, para fazer parte de um novo projecto que nasceria após seis meses de testes, em 1936: a revista Life.
Em 1942 naturalizou-se norte-americano e viajou por vários países para documentar os efeitos da guerra: no Japão registou o efeito da bomba atómica,
na Coreia a presença das tropas americanas,
(The 38th Parallel, 1953)
na Itália o estado miserável dos pobres
 e na Inglaterra fotografou Winston Churchill.
Durante a sua carreira fotografou muitas personalidades famosas, como Marlene Dietrich, Marilyn Monroe, Ernest Hemingway, JFK ou Sophia Loren. Esta última, que também era a sua modelo favorita, apareceu numa capa da Life usando apenas um "negligee" - o que fez com que alguns subscritores da revista cancelassem a sua subscrição
Aos 81 anos regressou à Alemanha para participar numa exposição de 93 fotografias sobre a vida na Alemanha dos anos 1930. Eisenstaedt recebeu inúmeros prémios e galardões. A cidade de Nova York nomeou um dia em sua honra, o presidente George Bush entregou-lhe a Medalha Presidencial das Artes, o ICP. (Internacional Center of Photography) atribuiu-lhe o prémio Masters of Photography, entre outros. Nos seus últimos tempos de vida continuou a trabalhar, supervisionando a impressão das suas fotografias para futuras exposições ou livros.

A fotografia de um marinheiro norte-americano beijando uma enfermeira em  Times Square após a vitória dos Estados Unidos sobre o Japão na Segunda Guerra Mundial talvez seja o trabalho mais conhecido de Eisenstaedt.

Muitas são as fotos que aqui poderia deixar deste magnífico fotógrafo, mas seleccionei apenas mais estas











28 comentários:

  1. Depois de ler este trabalho só posso dizer que a fotografia é para quem sabe e não para quem quer.
    Gostei de ver e ler.

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  2. Luís
    claro que fotógrafos todos somos e não há ninguém que não tente fazer uma boa foto; mas há pessoas com particulares sensibilidades e que sabem tirar das câmaras imagens que outros não conseguem. Apesar de tudo são muitos os que no mundo têm esse dom.
    Depois, chegar ao patamar de ser um grande fotógrafo é tarefa só ao alcance de muito pouca gente, mas esses poucos eleitos deliciam-mos com as suas obras.
    Mas é licito perguntar quantos excelentes fotógrafos não ficam pelo caminho porque lhes faltou aquele clik de sorte que também é necessário?
    Eisenstaedt teve esse click com a foto da tenista...
    Abraço amigo.

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  3. Gostei, João.
    E a boa fotografia distingue-se mesmo aos olhos de um amador.
    Um abraço amigo.

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  4. Quase sempre, Pedro.
    Há por vezes pormenores que escapam aos amadores e olha que por mim falo. Se tirei meia dúzia de boas fotos em toda a minha vida, foi muito, e sempre obra do acaso, confesso.
    Claro que é necessário ter tecnologias que permitam essas excelentes fotos e muitas fotografias medíocres para se chegar ao desejado: uma boa foto.
    Abraço amigo.

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  5. eu tb gosto de fotografias, a falta de jeito só se colmata com experiência, formação, mas também estar lá no momento certo.
    eu adoro fotos a preto e branco e citadinas.
    bjs.

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  6. Margarida
    esse é outro factor importante, sem dúvida - estar lá na altura certa, ou dito por outras palavras estar sempre atento...
    Beijinho.

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  7. para mim é talvez o melhor fotógrafo do mundo. Obrigada pela tua selecção, é excelente!

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  8. Justine
    há muitos fotógrafos excelentes pelo que não ousaria classificá-lo como o melhor de todos; mas que está entre os melhores do mundo é indiscutível.
    Há aqui algumas fotos assombrosas, além da mais celebrizada, como "O Beijo".
    A primeira, feita ainda como "amador", a dos padres e eu adoro a última pela forma como capta as expressões dos miúdos...
    Beijinho.

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  9. Gosto muito de fotografia, mas não é qualquer um que é um bom fotógrafo. é preciso saber captar o momento e, acima de tudo, perceber que aquele momento é especial.
    Muito bom, o teu post.

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  10. Não imaginas no que deu este post, lol. Ora bem, desconhecia o prémio ICP, fiquei agora a saber que foi atribuido em 1988, 14 anos anos depois da fundação do ICP. O ICP foi fundado por Cornell Capa (irmão do mais famoso Robert Capa (fotojornalista de guerra)), e refiro-me a Cornell porque sabia que por essa altura também ele foi fotógrafo da LIFE (10 anos depois da fundação mais propriamente). Portanto, estas ligações e cruzamentos fascinam-me, e é uma das vertentes que muitos esquecem quando se fala em fotografia. Todos conhecemos as fotos, mas muito raramente os fotógrafos, as suas histórias, a sua personalidade, etc. Acho que é importantíssimo que se conheça o trabalho destes génios e também os próprios. Amante de fotografia que se preze tem que se interessar por tudo isto, até para que a sua própria evolução se faça de forma rica.

    Li por aqui nos comentários que "a fotografia é para quem sabe e não para quem quer", salvo seja, o jeito não se aprende, mas a visão exercita-se. Tal como paixão e a técnica. Mas essa seria uma conversa longa João, não julgo que estarias para aí virado agora, lol.

    Enfim, dá para ver o que tudo isto importa para mim, escrevia até me doer os dedos.
    Obrigado João por me teres ensinado e feito explorar mais! ;)
    Abração

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  11. Olá Teresa
    que bom ver-te por aqui de novo e uma especial saudação por tal facto.
    Quanto ao que dizes sobre um bom fotógrafo, isso pode adivinhar-se no comentário seguinte ao teu, do meu amigo Félix, um tipo que respira fotografia por todos os seus poros.
    Beijinho.

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  12. Félix
    desculpa-me lá, mas tenho que me rir quando dizes que me estás agradecido por te ter ensinado alguma coisa com este post; eu sei o que queres dizer, mas devias ter explicado melhor pois eu não tenho rigorosamente nada a ensinar-te sobre fotografia; o inverso é que é absolutamente verdadeiro, e quem sabe se eu não te tivesse conhecido e não tivéssemos conversado tanto sobre este tema, se este post não estaria agora aqui...
    Deste-me o gosto por apreciar uma boa foto, explicaste-me conceitos técnicos, mostraste-me fotos excelentes, vi-te tirar fotos a coisas e pessoas que "não lembrariam ao diabo", só não me ensinaste a ser um bom fotógrafo, pois falta-me o essencial: a sensibilidade para o ser, mas que tu tens para sobra.
    Sei que o futuro que anseias é um dia poder viver da fotografia e tens capacidade para tal; falta o tal clique da foto da rapariga do ténis do Eisenstaedt...
    Abraço amigo.

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  13. Gostei muito,

    Obrigado pela partilha

    :)

    Abraço amigo e tem um excelente fim de semana

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  14. Francisco
    um excelente fotógrafo e uma vida recheada de locais, pessoas e experiências.
    A preto e branco, sempre, como os grandes fotógrafos gostam.
    Bom fim de semana também para ti.
    Abraço.

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  15. Frederico
    e tudo começou com uma foto...
    Mas se não fosse aquela teria sido outra pois a sua Arte teria, cedo ou tarde, que ser reconhecida.
    Abraço amigo.

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  16. Uma carreira com louvor pela capacidade de dar a volta às atrocidades da guerra em silultãneo pelo seu interesse na tecnologia da época. A sua sensibilidade artística, arrojada e de certa forma criativa valeu-lhe um estatuto invejável num tempo em que muita coisa estava por explorar. Foram os promórdios da tecnologia e de uma sociedade em erupção em todos os níveis.

    Hoje, é necessário muito mais que uma simples longa sombra de mulher com uma raquete de ténis para um fotógrafo dar nas vistas.

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  17. Mz
    tens razão, mas há sempre uma foto publicada num qualquer jornal ou revista, ou uma foto mostrada nos muitos sites de fotografia que hoje existem, que podem alterar tudo.
    É preciso arte, inspiração, tecnologia e...sorte.
    Beijinho.

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  18. Como sempre que venho aqui, mais uma lição em forma de "post". Gosto muito de admirar essa arte.
    É incrível como duas fotos tiradas a um mesmo tema, com o mesmo equipamento, e por fotógrafos diferentes, origina resultados diferentes. Acredito que, para além da técnica, existe muito de SENSIBILIDADE numa boa foto!
    (É claro e como em tudo, tem que surgir aquele "click"!)

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  19. Rosa
    é absolutamente impossível ser-se fotógrafo se não se tem sensibilidade.
    Isso e sentido de oportunidade!
    Depois "só" falta o tal click...
    Beijinho.

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  20. A foto da mãe japonesa é assombrosa!
    Quanto aquela foto do casal em França a beijar-se pensava eu, na minha ignorância fotográfica, que se tratava de autor anónimo.
    Belo trabalho que fica para a posteridade.

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  21. Catso
    a foto do beijo não foi tirada em França, mas sim em Nova York, em Times Square, no dia do final da II GG.
    Abraço amigo.

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  22. Catso
    de forma alguma; apenas um erro normal de quem não está dentro do mundo da fotografia.
    Eu também só há pouco tempo soube quem era o autor desta foto, embora a conhecesse há muito; e foi assim que conheci a obra deste famoso fotógrafo.
    Abraço amigo.

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  23. Fui à Golegã durante a feira dos cavalos e fui ver a casa-estúdio de Carlos Relvas, um grande fotografo português, fiquei encantada. Sabes que ele ganhou muitos prémios no estrangeiro com os seus trabalhos? Foi quem mais contribuiu para o desenvolvimento história da fotografia em Portugal e já nessa altura fazia nus femininos. Um excelente trabalho que os portugueses desconhecem. Beijinhos

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  24. Mary
    tenho muita curiosidade em visitar essa casa-museu, na Golegã, até porque Carlos Relvas foi um percursor da fotografia, devido à época em que viveu; e que belos retratos nos deixou.
    Depois dele só reconheço com nome feito o Joshua Benoliel e o Eduardo Gageiro. Estou claro a referir-me a Portugal.
    Beijinho.

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  25. Pese embora o acidente que lhe deixou sequelas, este senhor teve uma visão cujo alcance a nossa não atingirá. Esteve por perto em várias ocasiões e registou, com a sua máquina, momentos e memórias.

    Adoro fotografia.



    abraço :3

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  26. Mark
    sou um péssimo fotógrafo, mas como tu, adoro fotografia.
    Desde que me comecei a interessar pelo Pintrest, que tenho visto e aprendido coisas muitas interessantes sobre fotografia e não só.
    Foi lá que "conheci" este senhor e tenho uma pasta lá, só com fotos dele; se quiseres ver podes ir a
    http://pinterest.com/joaoroque/alfred-eisenstaedt-photos/
    Abraço amigo.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!