segunda-feira, 30 de julho de 2012

Pausa

Ando um bocado cansado dos blogs, tenho que confessar. Sigo muitos blogs e cada vez que vou ao ao Google Reader assusto-me com o número de postagens que tenho para ver, e alguns dos blogs que sigo não são nada meigos, pois todos os dias postam, quando não são várias postagens num só dia.
Ando nisto há muito tempo e tenho assistido ao encerramento de tantos e tão bons blogs, pelo que são raros os blogs "do meu tempo" ainda activos.
Sempre combati essa fuga, mas sei que por vezes, passamos por fases de menos apetência pela blogosfera, o que gera tantas deserções.
Porque não quero juntar-me a esses blogs que desapareceram, impõe-se uma pausa, para descanso e reflexão.
Sei que vou continuar a ler-vos, mas sem a "obrigação" de comentar e sem pressas.
Porque me conheço, sei que a pausa será tão longa quanto necessária, mas tão curta quanto eu aguente sem o "bichinho" dos blogs a pairar sobre mim.
Até um dia...breve, quem sabe?

sexta-feira, 27 de julho de 2012

As Olimpíadas

Definitivamente, hoje, Londres é a capital do mundo.
Independentemente das crises, do medo de actos de terrorismo e da incerteza dos tempos que aí vêm, esta reunião de quatro em quatro anos, da elite mundial de quase todos os desportos, desperta sempre um sentimento de reencontro, com as mais nobres regras de convivência a virem a tomar o lugar dos confrontos bélicos, económicos e sociais com que o mundo se debate actualmente.
Sob fortes medidas de segurança, hoje à noite, uma quantidade quase record de governantes vão estar presentes na cerimónia de abertura, um espectáculo sempre muito interessante, apesar da demora do ritual da entrada das delegações dos cada vez mais numerosos países participantes.

Que esperar da participação lusa? Talvez a menos ambiciosa das representações portuguesas nas mais recentes Olimpíadas, desde que Carlos Lopes nos deu o ouro na maratona. Com a ausência, por lesão, dos sempre candidatos Francis Obikwelu, Nelson Évora e Naíde Gomes, com uma forte aposta na renovação dos nossos atletas, temos sempre a possibilidade de uma boa prestação e da obtenção de bons resultados, e as eventuais medalhas, porque não exigidas, terão um sabor mais apetitoso: Telma Monteiro, Dulce Félix ou Gustavo Lima poderão surpreender, no judo, maratona e vela, respectivamente.
Uma palavra para a excelente cobertura televisiva preparada pela RTP para este acontecimento.
Enfim, a festa vai começar...

segunda-feira, 23 de julho de 2012

Os mitos do cinema - Marilyn Monroe

Se alguém pode ser apelidado de mito, Marilyn Monroe é um exemplo disso. Uma mulher maravilhosamente bela, com um corpo excepcional, ela viveu apenas 36 anos, mas viveu-os intensamente, nem sempre com a felicidade que merecia.
Norma Jeanne Mortenson, o seu verdadeiro nome, nasceu em 1926, e teve uma infância difícil, sem conhecer o seu pai biológico, e aos 16 anos para fugir a uma vida errante e difícil (orfanatos e casas de parentes, pois a mãe e o padrasto não a podiam sustentar), casou com o seu namorado, de apenas 21 anos, Jimmy Dougherty.
Quando o marido foi para guerra, Marilyn, começou a sua carreira de modelo, e uma das suas fotos, que apareceu naqueles célebres calendários, fez furor e levou-a a mais altos voos.
 Divorciou-se do marido que não aceitava a sua carreira de modelo e iniciou-se no cinema, em pequenos papéis, um ano depois, em 1947.
Foi no início dos anos 50, que se começou a distinguir em filmes como "Niagara" ou "Os homens preferem as louras", ambos de 1953, "O Pecado mora ao lado" (1955), onde tem a célebre cena do vestido esvoaçando em cima do ventilador da rua,
 "Paragem de autocarro" (1956) e foi a Londres protagonizar com Lawrence Olivier "O Príncipe e a corista" (1957).
Dois anos depois ganhou o Globo de Ouro pelo seu desempenho na magnífica comédia "Quanto mais quente melhor", e em 1960, fez com Yves Montand "Lets Make Love".
Em 1961 protagonizou o seu último filme "Os inadaptados", filme amaldiçoado, já que os seus principais intérpretes faleceram todos pouco tempo depois (além de Marilyn, Clarck Gable e Montgomery Clift).
Trabalhava num filme que ficou inacabado, quando faleceu: "Something Got to Give", que tinha a cena da piscina com Marilyn nua.
A sua vida afectiva foi muito atribulada, tendo tido casos com alguns dos seus companheiros de filmagens, nomeadamente com Yves Montand.
Mas foi com Joe di Maggio, um jogador de basebol, que casou pela segunda vez, em 1954
casamento que apenas durou 9 meses. Dois anos mais tarde casou com o dramaturgo Arthur Miller, e esse seu terceiro e último casamento durou até ao início de 1961.
Curiosamente ela escolheu o dia da tomada de posse do presidente Kennedy para anunciar o seu divórcio. Sucede, que desde algum tempo antes de Kennedy se tornar presidente dos EUA, já era amante de Marilyn, e esse relacionamento continuou, e levou a especulações sobre a eventual chantagem feita por Edgar Hoover, chefe do FBI, junto dos irmão Kennedy (Robert era ministro da Justiça, que assim tutelava Hoover); nunca se percebeu bem o papel dos dois irmãos junto de Marilyn pois Robert costumava, segundo se dizia, acompanhar o irmão nas suas aventuras amorosas.
De qualquer forma, a morte de Marilyn ficará para sempre envolvida em mistério e ocorreu a 5 de Agosto de 1962, vai fazer 50 anos daqui a menos de duas semanas, pelo que este post que inaugura a rubrica "Mitos do cinema", só podia começar com Marilyn Monroe, que debaixo do seu sorriso e do seu "glamour" mostrava também a sua tristeza.
Finalmente deixo aqui um vídeo magnífico da sua mais célebre canção, no filme "Os Homens preferem as louras"

sexta-feira, 20 de julho de 2012

José Hermano Saraiva

Faleceu hoje o Professor José Hermano Saraiva, um dos grandes vultos da cultura portuguesa da segunda metade do século passado e que continuou activo ao longo da primeira década deste século.
Do passado fica a sua passagem como ministro da Educação nos tempos da ditadura, tendo sido ele que teve que enfrentar a chamada "crise académica de 1969".
Mas foi como historiador que se distinguiu, com a edição de um dos maiores "best sellers" de todos os tempos em Portugal: "História Concisa de Portugal" (1978) e posteriormente com a sua "História de Portugal", em 3 volumes (1981).
Apesar dessa sua faceta de historiador lhe ter aberto o caminho da popularidade, foram as suas várias colaborações televisivas que o catapultaram para a enorme popularidade que desfrutou no meio do nosso povo.
Senhor de uma vasta cultura e de uma muito particular  forma de se expressar, chegava facilmente ao povo, mesmo ao menos culto. O seu primeiro programa, ainda antes do 25 de Abril, foi  "O Tempo e a Alma" - RTP -1972, e vários outros, sempre na RTP e mais tarde no Segundo  Canal, da mesma RTP, onde ainda mantinha o último, "A Alma e a a Gente".
Portugal ficou mais pobre.

quarta-feira, 18 de julho de 2012

It was a time...

Alguém me consegue explicar porque razão em 8 de Novembro de 2008, quase 200.000 professores, vindos de todos os pontos do país se manifestaram em Lisboa, exigindo um novo modelo de avaliação e a demissão da então ministra da Educação, Maria de Lurdes Rodrigues e agora perante uma ameaça real bem mais perigosa de uma redução drástica do número de docentes, com a ida para o desemprego de professores com muitos anos de docência, os sindicatos se limitam a protestos verbais e algumas manifestações locais?
Talvez seja a hora de questionar a essa eminência parda do PCP, Mário Nogueira, que na altura foi o paladino da “grande luta” e que só descansou quando Sócrates saiu do Governo, numa acção concertada entre outros, pelo seu partido e pelos actuais detentores do poder.
Aliás, é altura de perguntar à “real” (como eles próprios se apelidam) esquerda portuguesa porque razão derrubaram o Governo, quando sabiam – toda a gente sabia – que o próximo Governo nos conduziria ao estado em que hoje estamos.
Agora aparecem alguns “analistas” que consideram que se está a fazer um cerco a um ministro – Relvas, que tem feito asneiras de alto calibre, no que respeita a governação e que é realmente quem governa o país, e esquecem todo o vilipêndio exercido sobre José Sócrates, ao longo de anos.
E até há quem considere que o culpado da “brilhante” licenciatura do ministro seja culpa não dele, mas sim do governo de Sócrates.
Ao que isto chegou…
Valha-nos "Deus", que ainda há quem tenha a coragem de chamar os bois pelos nomes.

domingo, 15 de julho de 2012

50 Anos de Rolling Stones!


Cerca de cinquenta anos medeiam entre estas duas fotos, a primeira com a composição inicial da banda que teve a sua génese no encontro entre Mike Jagger e Keith Richards, e a segunda com a sua actual composição.
Falar dos Stones é falar não só de música, mas também de tanta coisa, boa, e alguma menos boa de que este conjunto inglês tem vivido ao longo deste meio século.
Começo por mostrar um vídeo sobre esses 50 anos, da autoria do brasileiro Nelson Motta


A sua discografia é vasta e conhecida, mas permito-me destacar dois temas, um deles porventura a sua música mais representativa

e a outra, que é a minha preferida, que foge até um bocado ao estilo marcante dos Stones

Finalmente referir que das suas vindas a Lisboa, os fui ver na sua primeira actuação entre nós, a 10 de Junho de 1990, num concerto no já demolido Estádio José Alvalade. Foi memorável...
Só por curiosidade, aqui está a ordem das canções aí apresentadas, e só tive pena que eles não tivessem apresentado o "Angie"
01. Start Me Up
02. Sad Sad Sad
03. Harlem Shuffle
04. Tumbling Dice
05. Miss You
06. Almost Hear You Sigh
07. Ruby Tuesday
08. Blinded By Love
09. Rock and a Hard Place
10. Mixed Emotions
11. Honky Tonk Women
12. Midnight Rambler
13. You Can't Always get What You Want
14. Can't Be Seen (Keef)
15. Happy (Keef)
16. Paint It Black
17. 2000 Light Years From Home
18. Sympathy for the Devil
19. Street Fighting Man
20. Gimme Shelter
21. It's Only Rock'n'Roll
22. Brown Sugar
23. Jumpin'Jack Flash
24. Satisfaction (encore)

quinta-feira, 12 de julho de 2012

Uma canção, um filme

Não é costume dedicar postagens a ninguém, mas hoje abro uma excepção.
O culto que o meu amigo Mark tem para com a Mariah Carey
é algo de muito profundo, e eu que nem sequer admiro muito este tipo de canções, embora reconheça que ela tem uma excelente voz, tenho por outro lado uma grande admiração pelo Mark, um "puto" que tem feito um percurso evolutivo notável na sua maneira de ser, é de uma cultura muito acima da média, escreve muito bem e ...last but not the least, sabe muito e adora como eu História.
Assim, este post, pelo que diz respeito à música vai inteirinho para ele.
Mas vamos ao vídeo...
Esta música adapta-se perfeitamente às imagens do clip, que são relativas ao filme "Brokeback Mountain", um filme que me marcou muito, como marcou muita gente, e que é considerado na quase totalidade das listagens já publicadas sobre o assunto, o melhor filme de temática LGBT jamais feito.
Concordo inteiramente. A história das personagens representadas pelo inesquecível Heath Lodger e pelo cada vez melhor actor Jack Gyllenhaal, é um drama afectivo imenso  entre dois homens com vidas familiares estabelecidas, sem qualquer traço que os identifique como homossexuais, mas que, perante determinada situação, se envolvem um com o outro, e mesmo depois da separação, o tempo não apaga essa chama que é reavivada de tempos a tempos.
A forma como o realizador, os actores e a autora do livro em que o filme se baseia, não sendo nenhum deles homossexual, concebem este filme, é notável e há duas cenas que não esquecem nunca mais, e ficam na história do cinema: o beijo trocado no primeiro reencontro

 e a cena final, da visita de Ennis à casa dos pais de Jack. Aqui uma lágrima, não deixa nunca de cair.
Não se trata de ser piegas, é mesmo uma imensa e poderosa sensibilidade que a causa.

Um filme inesquecível!!!

segunda-feira, 9 de julho de 2012

Noite de sonho, no Palácio

Sim, noite de sonho no Palácio, e comecemos precisamente por aí, pelo Palácio; estou-me a referir a um dos mais belos palácios portugueses, aqui bem pertinho de mim, a cinco minutos de carro – o Palácio Nacional de Queluz, que emprestou uma das suas mais belas salas, a maravilhosa Sala do Trono, para nela se apresentar uma noite de sonho.
E esse sonho teve a forma de música, uma música sublime, que naquele local, apenas com a luz a incidir sobre o piano, provocava imagens de luz e sombra, com todos aqueles espelhos e os dois magníficos lustres que lhe pendem do tecto.
A música, como já referi o instrumento, foi música para piano, tão intimista como abrangente e teve como executante, talvez o melhor pianista português da actualidade, Artur Pizarro.
Um parêntese para umas breves notas sobre a vida artística deste pianista.
Artur Pizarro nasceu em Lisboa em 1968, e tocou pela primeira vez piano na televisão portuguesa aos 3 anos, tendo-lhe este instrumento musical sido apresentado pela sua avó materna, a pianista Berta da Nóbrega, e pelo seu duo, o pianista Campos Coelho que era aluno de, entre outros, Vianna da Motta. De 1974 a 1990, Pizarro estudou com Sequeira Costa que fora também aluno de Vianna da Motta, Mark Hamburg, Edwin Fischer e Jaques Février. Esta distinta herança faz Artur conhecer a tradição da Idade de Ouro do pianismo e oferece-lhe uma vasta preparação na escola de piano e repertórios franceses e alemães. Após os estudos iniciais em Lisboa, Artur muda-se para Lawrence, Kansas nos EUA e continua a trabalhar com Sequeira Costa que é Professor de Piano na Universidade de Kansas. Artur começou a tocar em público novamente aos 13 anos com um recital no Teatro São Luiz em Lisboa e estreou-se em concerto com a Orquestra da Gulbenkian, mais tarde nesse mesmo ano. Ainda sobre a orientação de Sequeira Costa, Artur Pizarro fica em primeiro lugar no Concurso Vianna da Motta em 1987, no Concurso de Greater Palm Beach Symphony em 1988 e foi também galardoado com o primeiro prémio no Concurso de Leeds International Pianoforte em 1990 e viu assim o início da sua carreira internacional de concertos. Artur Pizarro toca internacionalmente em recitais, música de câmara, e com as orquestras e os maestros mais aclamados.
Em 2005 fundou o “Artur Pizarro Piano Trio” com o violista Raphael Oleg e a violoncelista Josephine Knight. Também tem um duo de piano com Vita Panomariovaite.
Artur Pizarro viveu 21 anos nos EUA e vive há sete na Inglaterra, em Brighton (mas conservando sempre o BI e o passaporte portugueses), um local cuja escolha justifica por “ter encontrado ali a casa de que precisava, o meu ‘cantinho’…e fica perto de Londres e do aeroporto!”. Já a Inglaterra foi uma opção consciente “Londres é o ponto mais central e rico para estabelecer uma carreira. Tem uma vida musical intensíssima, todo o mundo se cruza ali e tem ligações directas para todo o lado.”. Por tudo isso, diz “sinto-me um apátrida, até porque o sítio onde vivo é onde for a minha casa, mais as minhas coisas, e onde tiver a família e os amigos”.

Pois foi com Pizarro e nesta Sala deste Palácio, que se encerrou – com chave de ouro – o Festival de Sintra deste ano.
Artur Pizarro deu-nos na primeira parte Haydn e dois temas de Mozart, para após o intervalo nos deslumbrar com Schubert e Hummel. Perante o entusiasmo da assistência, Pizarro brindou-nos com três magníficas obras do inevitável Chopin.
É de uma destas obras que aqui fica o registo.
Apenas uma referência para o intervalo que levou quase toda a gente ao magnífico Jardim do Palácio, agora e depois das longas obras ainda mais alindado.
Sim, foi uma noite de sonho, no Palacio!

quinta-feira, 5 de julho de 2012

Gilles Larrain

Uma das razões porque ando fascinado pelo Pintrest é pela descoberta que tenho feito de gente e principalmente de imagens surpreendentes.
É no campo da Pintura e da Fotografia que têm surgido as melhores surpresas.
Hoje apresento um fotógrafo absolutamente interessante, Gilles Larrain
que me deixou de boca aberta; Haverá ainda muito a explorar deste artista, pois no meu painel sobre ele quase só tenho fotos de dois dos seus temas, o Flamenco, a preto e branco, e o Travestismo, a cores, e ao qual pertencem a quase totalidade das fotos aqui apresentadas.
Podem ver o painel aqui.