quinta-feira, 31 de maio de 2012

"Shake the dust"

Este vídeo é muito simples; mostra-nos um homem a falar connosco, a falar de nós e para nós.
Pode parecer entediante, não tem música, são só palavras...mas são palavras que se ligam umas às outras de uma forma coerente e que ganham uma enorme força pelo modo como este homem as comunica, no tom de voz, nos gestos, na expressão...
Arrebatador, convence-nos mesmo a "limpar a poeira"!


This is for the fat girls.

This is for the little brothers.

This is for the school-yard wimps, this is for the childhood bullies who tormented them.

This is for the former prom queen, this is for the milk-crate ball players.

This is for the nighttime cereal eaters and for the retired, elderly Wal-Mart store front door greeters. Shake the dust.

This is for the benches and the people sitting upon them,

for the bus drivers driving a million broken hymns,

for the men who have to hold down three jobs simply to hold up their children,

for the nighttime schoolers and the midnight bike riders who are trying to fly. Shake the dust.

This is for the two-year-olds who cannot be understood because they speak half-English and half-god. Shake the dust.

For the girls with the brothers who are going crazy,

for those gym class wall flowers and the twelve-year-olds afraid of taking public showers,

for the kid who's always late to class because he forgets the combination to his lockers,

for the girl who loves somebody else. Shake the dust.

This is for the hard men, the hard men who want to love but know that it won't come.

For the ones who are forgotten, the ones the amendments do not stand up for.

For the ones who are told to speak only when you are spoken to and then are never spoken to. Speak every time you stand so you do not forget yourself.

Do not let a moment go by that doesn't remind you that your heart beats 900 times a day and that there are enough gallons of blood to make you an ocean.

Do not settle for letting these waves settle and the dust to collect in your veins.

This is for the celibate pedophile who keeps on struggling,

for the poetry teachers and for the people who go on vacations alone.

For the sweat that drips off of Mick Jaggers' singing lips and for the shaking skirt on Tina Turner's shaking hips, for the heavens and for the hells through which Tina has lived.

This is for the tired and for the dreamers and for those families who'll never be like the Cleavers with perfectly made dinners and sons like Wally and the Beaver.

This is for the biggots,

this is for the sexists,

this is for the killers.

This is for the big house, pen-sentenced cats becoming redeemers and for the springtime that always shows up after the winters.

This? This is for you.

Make sure that by the time fisherman returns you are gone.

Because just like the days, I burn both ends and every time I write, every time I open my eyes I am cutting out a part of myself to give to you.

So shake the dust and take me with you when you do for none of this has never been for me.

All that pushes and pulls, pushes and pulls for you.

So grab this world by its clothespins and shake it out again and again and jump on top and take it for a spin and when you hop off shake it again for this is yours.

Make my words worth it, make this not just another poem that I write, not just another poem like just another night that sits heavy above us all.

Walk into it, breathe it in, let is crash through the halls of your arms at the millions of years of millions of poets coursing like blood pumping and pushing making you live, shaking the dust.

So when the world knocks at your front door, clutch the knob and open on up, running forward into its widespread greeting arms with your hands before you, fingertips trembling though they may be.

Written and performed by Anis Mojgani

domingo, 27 de maio de 2012

"ROSAS VERMELHAS"


“Praça da Canção” é para mim, o mais belo livro de poemas de Manuel Alegre. No entanto, logo no início tem um texto, em prosa que é um autêntico poema…
É das mais belas homenagens que se pode prestar a uma Mãe.

Chama-se “ROSAS VERMELHAS”:

"Nasci em Maio, o mês das rosas, diz-se. Talvez por isso eu fiz da rosa a minha flor, um símbolo, uma espécie de bandeira para mim mesmo.
E todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais exactamente, no dia 12 de Maio, às dez e um quarto da manhã (que foi a hora em que eu nasci), a minha mãe abria a porta do meu quarto, acordava-me com um beijo e colocava numa jarra um ramo de rosas vermelhas, sem palavras. Só as suas mãos, compondo as rosas, oficiavam nesse estranho silêncio cheio de ritos e ternura.
Nesse tempo o Sol nascia exactamente no meu quarto. Eu abria a janela. Em frente era o largo, a velha árvore do largo dos ciganos. Quando chegava o mês de Maio, eu abria a janela e ficava bêbado desse cheiro a fogueiras, carroças e ciganos. E respirava o ar de todas as viagens, da minha janela, capital do mundo, debruçado sobre o largo onde começavam todos os caminhos.
E tudo estava certo, nesse tempo, ou, pelo menos, nada tinha o sabor do irremediável. Nem mesmo a morte da minha tia. Por muito tempo ela ficou nos retratos e no jardim, bordando à sombra das magnólias, andando pela casa nos pequenos ruídos do dia-a-dia, até que, pouco a pouco, se foi confundindo com as muitas ausências que vinham sentar-se na cadeira, onde, dantes, minha tia se sentava.
E eu dormia poisado sobre a eternidade, como se tudo estivesse certo para sempre, eu dormia com muitos olhos, muitos gestos vigilantes sobre o meu sono. Por vezes tinha pesadelos, acordava, inquieto, a meio da noite, qualquer coisa parecia querer despedaçar-se e então exclamava:
- Mãe!
E logo essa voz, tão calma, entrava dentro de mim, mandava embora os fantasmas, e era de novo o meu quarto, a doce quentura da minha casa no cimo da ternura.
Não havia polícia nesse tempo. Ninguém roubaria a tranquilidade do meu sono, ninguém viria a meio da noite para me levar, porque bastava eu chamar:
- Mãe!
E logo uma voz, tão calma, mandava embora os fantasmas. E era a paz, nesse tempo, em que todos os anos, quando chegava o mês de Maio, ou mais exactamente, o dia 12 de Maio, às dez e um quarto da manhã, a minha mãe abria a porta do meu quarto e colocava, religiosamente, um ramo de rosas vermelhas sobre a minha vida, nesse tempo, em que dormir, acordar, nascer, crescer, viver, morrer, eram um rito no rito das estações.
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Por vezes, a meio da noite, um grito abalava as traves da minha cabeça, direi mesmo da minha vida, e eu acordava suado, dolorido, como se um rato (talvez o medo?) me roesse o estômago. E era inútil chamar. Onde ficara essa voz que dantes vinha repor o sono no seu lugar, repondo a paz dentro de mim? E as manhãs penduradas no mês de Maio, onde acordar era uma festa? Onde ficara a ternura? Onde ficara a minha vida?
Em Maio de 1963 eu estava na cadeia. Dormia – como direi? – acordado sobre cada minuto. Tinha aprendido o irremediável. Alguma coisa, dentro de mim, se despedaçara para sempre (para sempre? Que quer dizer para sempre?). Era inútil chamar. Tinha aprendido, fisicamente, a solidão. Embora na cela do lado, alguém, batendo com os dedos na parede, me dissesse, como se fosse a voz longínqua do meu povo:
- Coragem!
Eu estava, pela primeira vez, fisicamente só, dentro do meu sono povoado por esse grito que estalava por vezes as traves da minha cabeça (onde essa voz que mandava embora os fantasmas?).
E era terrível essa manhã sem manhã, essa realidade branca e gelada, toda feita de paredes, grades, perguntas, gritos. Mesmo que na cela do lado, alguém, batendo com os dedos na parede, me dissesse:

- Bom dia!
era terrível acordar nessa estreita paisagem com sete passos de comprimento por sete de largura, tão hostil, tão dolorosa como as regiões dos pesadelos. Porque acordar era ter a certeza de que a realidade não desmentiria o pesadelo.
Mesmo que os meus dedos batendo na parede transmitissem notícias dum homem que podia responder:
- Bom dia!
de cabeça erguida era terrível acordar no mês de Maio, com a certeza de que no dia 12 a minha mãe não entraria pelo meu quarto, deixando-me na fronte um beijo, e rosas vermelhas sobre os meus vinte e sete anos.
Talvez seja preciso renunciar à felicidade para conquistar a felicidade. Eu estava na cadeia em Maio de 1963. Tinha aprendido a solidão. Tinha aprendido que se pode gritar com todas as nossas forças quando se acorda a meio da noite com um grito na cabeça e um rato (talvez o medo?), roendo-nos o estômago, que ninguém, ninguém virá repor a paz dentro de nós. E, então, é a altura de saber se as traves mestras dum homem resistirão. Pois só a tua voz, amigo, responderá ao teu apelo torturado na noite. E, nessa hora (a mais solitária das horas), se conseguires cerrar os dentes, dar um murro na parede, acender um cigarro, se conseguires vencer esse encontro com a solidão no mais fundo de ti próprio, com que alegria, com que estranha alegria, na manhã seguinte, tu responderás:
- Bom dia!,
mesmo que seja terrível acordar no mês de Maio, nessa estreita paisagem, gelada e branca, com sete passos de comprimento por sete de largura.
É certo que se podem escolher outros caminhos. Mas poderia eu ter escolhido outro caminho? Acaso poderia dormir descansado, onde quer que estivesse, sabendo que algures, na noite, há homens que batem, há homens que gritam?
Os fantasmas tinham entrado no meu sono, invadiram a minha casa no cimo da ternura; os fantasmas eram donos do País. E se eles viessem de repente, a meio da noite, e eu chamasse:
- Mãe!
A voz (tão calma) de minha mãe já nada poderia contra eles. Era um trabalho para mim, uma tarefa para todos aqueles que não podem suportar a sujeição. Eu nunca pude suportar a sujeição. Acaso poderia ter escolhido outro caminho?
Por isso, em Maio de 1963, eu estava na cadeia, isto é, de certo modo, eu estava no meu posto.
No dia 12 não acordei com o beijo de minha mãe.
Porém, nessa manhã (não posso dizer ao certo porque não tinha relógio, mas talvez – quem sabe? -, às dez e um quarto, que foi a hora em que eu nasci), o carcereiro abriu a porta e entregou-me, já aberta, uma carta de minha mãe. E ao desdobrar as folhas que vinham dentro do sobrescrito violado, a pétala vermelha, duma rosa vermelha, caiu, como uma lágrima de sangue, no chão da minha cela."

quinta-feira, 24 de maio de 2012

Requiem, de Verdi

No dia 22 de Maio de 1874 Giuseppe Verdi subiu ao pódio, na capela de S. Marcos, em Milão, para dirigir a orquestra na estreia da sua Missa de Requiem.
Verdi escolheu esta data para a estreia do Requiem, para comemorar o primeiro aniversário da morte de Alessandro Manzoni, um poeta e romancista italiano muito admirado pelo compositor e com quem se tinha encontrado em 1868. A peça também é, por vezes, referida como Manzoni Requiem. Foi escrita para quatro cantores solistas, coro duplo e grande orquestra.
O Requiem obteve sucesso imediato. Teve sete representações na Opéra Comique, em Paris. Em Veneza, foi feita uma impressionante decoração eclesiástica Bizantina para a sua apresentação. Foram ouvidas versões com acompanhamento de quatro pianos ou conjunto de metais. Mais tarde desapareceu do repertório coral, mas nos anos trinta, do séc. XX, ressurgiu e é, hoje, um marco para qualquer coro.
“Dies Irae”, do Requiem, de Verdi
Baixo: Roberto Scandiuzzi
Mezzo-soprano: Luciana D'Intino
Coro e Orquestra Filarmonia
Coro da Orquestra Sinfónica da Cidade de Birmingham
Maestro: James Levine





Tirado na Íntegra do excelente blog colectivo  “Pegada”, o qual aconselho vivamente, nas suas vertentes político-económica e cultural.


quarta-feira, 23 de maio de 2012

Let's play...

Esta foto é imensamente curiosa, prestando-se a variadíssimas interpretações; assim sendo venho propor uma brincadeira.
Cada um/a que quiser escreva um comentário com uma eventual legenda para a foto.
Vamos ver até onde chega a vossa imaginação...

segunda-feira, 21 de maio de 2012

Qüir

De vez em quando aparece no panorama jornalístico português uma nova revista focando temas do mundo LGBT, o que é sempre de saudar.
Não é fácil fazer uma revista deste tipo, sem fotos de sexo, apenas com artigos de texto, pois o público quer sempre outra espécie de revista, infelizmente.
Geralmente, os primeiros números vendem-se, mais pela novidade, para conhecer a revista e depois o interesse decresce e a maior parte das vezes, a publicação não se aguenta.
Claro que actualmente já vai havendo uma certa franja do mercado que vê a população gay como potencialmente interessante para os seus artigos e poderá investir em termos de publicidade, sem a qual qualquer publicação não sobrevive. Mas mesmo revistas com grande suporte publicitário, como a espanhola "Zero", acabam por sucumbir, pelo que é sempre uma aventura o lançamento de uma nova revista deste tipo.
Comprei o primeiro número e devo confessar que esperava mais, principalmente se a compararmos com a anterior "Com'Out", e que não durou muito.
Os artigos parecem-me pouco profundos na sua análise, e dou como exemplo o tema da capa, a adopção por casais do mesmo sexo, e principalmente um outro tema, que conheço bastante bem e que é a homossexualidade durante a guerra colonial, que é abordado quase só com o que se passava nas cidades e não nos quartéis, no meio do mato.
Enfim, fico a aguardar o segundo número para me pronunciar com maior conhecimento.
Espero, é evidente que tenha sucesso, e a tiragem foi cautelosa (600 exemplares), o que mostra o receio, mas também a prudência de quem dirige a nova revista.

sábado, 19 de maio de 2012

"Weekend"


Como tenho afirmado, sou um apaixonado por filmes de temática LGBT e tenho uma boa colecção, tanto de longas como de curtas metragens. Além disso e ainda à espera de visionamento ou de uma nova visão tenho imensos filmes que aguardam pacientemente a sua vez. Estava nesta situação o filme inglês “Weekend”, do realizador Andrew Haigh, e datado do passado ano (o facto de eu referir que o filme é inglês, é importante pois há um outro filme, com o mesmo nome, também feito em 2011 e igualmente de temática LGBT, mas polaco).
Sucede que quase simultaneamente o Miguel publica um post entusiasmante sobre o filme e eu consigo uma versão nova do mesmo, embora tenha demorado muito tempo até ter o filme completo, para substituir a versão que cá tinha, que embora tivesse legendas em português, era muito fraca em termos técnicos. E as legendas são deveras importantes neste filme,pois sendo quase todo o filme um constante diálogo entre os dois protagonistas, e bastante rápido, há certas coisa que escapam, a não ser que se tenha um inglês absolutamente impecável; ora esta nova versão tem legendas…em inglês, mas ajuda bastante.
E sendo assim fui logo ver o filme, que é para mim, um dos melhores que vi nos últimos tempos. Fala-nos de um curto (no tempo) relacionamento entre dois gays que se encontram num bar e que além de partilharem o prazer do sexo, vão trocando entre eles impressões sobre a forma como encaram a sua vida homossexual, o que procuram e o que anseiam. As sua visões não são muito coincidentes, pois um é bastante realista e sabe que este relacionamento estará à partida, limitado, enquanto o outro é mais emotivo, quase romântico e começa logo a elaborar um futuro para toda a vida.
Mas, apesar desta divergência de opiniões, o seu encontro é de uma imensa intensidade, não só sexual, mas também de sentimentos e isso leva a que sigamos o filme quase como quando estamos a ler um livro que nos entusiasma e não conseguimos parar. Neste caso, no filme, quando paramos, ou seja no fim, não consegui esconder uma lágrima, muito ajudada a cair por influência da música que se ouve então e que acompanha os créditos do filme; é uma canção de John Grant, intitulada “I Wanna  go To Marz”, que não resisto, a reproduzir aqui, com a respectiva letra.
Bittersweet strawberry marshmallow butterscotch
Polarbear cashew dixieland phosphate chocolate
My tutti frutti special raspberry, leave it to me
Three grace scotch lassie cherry smash lemon 
free

I wanna go to Marz
Where green rivers flow
And your sweet sixteen is waiting for you after the show
I wanna go to Mraz
We'll meet the gold dust twins tonight
You'll get your heart's desire, I will meet you under the lights

Golden champagne juicy grapefruit lucky monday
High school footall hot fudge buffalo tulip sundae
Almond caramel frappe pineapple rootbeer
Black and white pennyapple henry ford sweetheart maple tea

I wanna go to Marz
Where green rivers flow
And your sweet sixteen is waiting for you after the show
I wanna go to Mraz
We'll meet the gold dust twins tonight
You'll get your heart's desire, I will meet you under the lights

Aliás , no filme há uma outra música lindíssima do mesmo intérprete, “Queen of Denmark”, que aqui também fica registada.
I wanted to change the world
But I could not even change my underwear
And when the shit got really really out of hand
I had it all the way up to my hairline
Which keeps receding like my self-confidence
As if I ever had any of that stuff anyway
I hope I didn't destroy your celebration
Or your Bar Mitzvah, birthday party or your Christmas
You put me in this cage and threw away the key
It was this 'us and them' shit that did me in
You tell me that my life is based upon a lie
I casually mention that I pissed in your coffee
I hope you know that all I want from you is sex
To be with someone that looks smashing in athletic wear
And if your haircut isn't right you'll be dismissed
Get your walking papers and you can leave now

Don't know what to want from this world
I really don't know what to want from this world
I don't know what it is you wouldn't want from me
You have no right to want anything from me at all
Why don't you take it out on somebody else?
Why don't you tell somebody else that they're selfish?
Weepy coward and pathetic ...

Who's gonna be the one to save me from myself?
You'd better bring a stun gun and perhaps a crowbar
You'd better pack a lunch and get up really early
And you should probably get down on your knees and pray
It's really fun to look embarrassed all the time
Like you could never cut the mustard with the big boys
I really don't know who the fuck you think you are
Can I please see your license and your registration?

Don't know what to want from this world
I really don't know what to want from this world
I don't know what it is you wouldn't want from me
You have no right to want anything from me at all
Why don't you take it out on somebody else?
Why don't you tell somebody else that they're selfish?
Weepy coward and pathetic ...

So Jesus hasn't come in here to pick you up
You'll still be sitting here ten years from now
You're just a sucker but we'll see who gets the last laugh
Who knows, maybe you'll be the next queen of Denmark.



Os dois actores, Tom Cullen e Chris New são assombrosos e lindos!
Um filme imperdível, que eu bem gostava que furasse os esquemas das distribuidoras de cinema do nosso país e pudesse entrar no nosso circuito comercial, ou pelo menos que possa aparecer em DVD.

Para informação mais detalhada, há uma interessante página disponível na net:  http://www.weekend-film.com

A versão com legendas em português pode ser encontrada no Intercine Gay, mas é fraquinha sob o ponto de vista técnico. A outra já não recordo onde a encontrei.







quinta-feira, 17 de maio de 2012

Dia Internacional Contra a Homofobia

Hoje é o Dia Internacional contra a Homofobia

É preciso que os políticos, cada vez mais assumam esta luta, não só no Parlamento ou na Comissão Europeia, mas também e principalmente na aprovação de leis apropriadas nos seus países.
Não queremos, no nosso país, ouvir mais vozes como as de Isilda Pegado, João César das Neves ou António José Saraiva...

Mapa europeu dos direitos gay
Que gradua os países numa escala de 30 (direitos plenamente adquiridos) até -12 (graves implicações dos direitos humanos); curiosa a posição de países como a França, e principalmente, a Itália.

quarta-feira, 16 de maio de 2012

O nosso primeiro abraço

Fiquei muito satisfeito por ter vencido o segundo concurso de histórias que o Sad Eyes promoveu no seu blog.
E fiquei satisfeito porque a minha história até nem era a melhor, havia outras muito bem elaboradas, muito bem escritas e denotando um verdadeiro sentido do que é escrever uma história; sem querer tirar mérito às demais, nas finalistas estavam duas histórias que eu elegi na primeira votação como as duas melhores – a do João e a da Margarida.
Mas a minha história tinha algo importante e que terá sido decisivo: é real e quer mostrar duas coisas, a dificuldade que temos que enfrentar e a grande força do nosso amor.
Esta vitória, uma coisa de nada, eu sei, vai inteirinha para uma pessoa, para o meu querido Déjanito, que aguarda tão ansiosamente como eu, luz verde para que nos possamos abraçar de novo aqui nesta Lisboa que ele adora.
E há muito que tenho vontade de partilhar uma foto nossa, que nem é uma grande foto, mas é talvez a foto de que mais gosto, pois nos nossos olhares está tudo o que sentimos um pelo outro e que é muito, mesmo muito.

Enfim, um imenso obrigado a toda a gente que votou nesta história, a grande maioria porque acredita na nossa história de amor, na nossa luta para mantermos sempre viva e mais acesa a chama do nosso amor.
E um forte abraço para o enorme êxito desta iniciativa do Sad Eyes, que nunca é demais realçar; um abraço a todos os concorrentes pela forma como elevaram o nível deste concurso. Parabéns a todos.

My wonderful Chako Pako
This victory is for you, because this is our story. You know how much I miss you, may be more then never before and I’m anxious to hug and kiss you.
For you my love, one of the most beautiful love songs I know: “The Rose” (you are my rose…)

domingo, 13 de maio de 2012

Feira do Livro


Há que anos eu não ia à Feira do Livro!
Depois da longa hibernação literária em que estive mergulhado, e numa espécie de “em busca do tempo perdido”, tenho lido muito.
Desde que li aquele livro a que dediquei um post sobre as Cruzadas (“O Livro dos Dias”), li mais dois, um deles muito interessante – “O Sentido do Fim” de Julian Barnes - e outro, algo decepcionante, “O Messias dos Judeus” de Arnon Grunberg.
Agora estou a ler um que há muito aguardava na fila e penso lê-lo depressa pois parece ser muito interessante, “A Mentira Sagrada” de Luís Miguel Rocha, uma intriga sobre os segredos do Vaticano.
Mas, no meu regresso à Feira do Livro, fui naquele dia de intenso calor e sendo no mesmo local de sempre (Parque Eduardo VII), a grande diferença é que muitas das editoras que antes tinham um pavilhão, agora não estão lá, ou porque faliram ou porque foram compradas pelos dois grandes grupos editoriais portugueses; a Leya e a Porto Editora, que têm espaços gigantescos.
Depois há aquelas editoras clássicas que ainda resistem, as especializadas e um grande número de pavilhões, de organismos oficiais ou afins. Aliás cruzei-me com a Presidente da Assembleia da República, que ia visitar o pavilhão da AR, acompanhada por um grupo de deputados.
Poucos alfarrabistas e nenhum deles com as obras esgotadas que eu pretendia.
O que comprei? Apesar da crise, os preços não estavam assim tão baixos, e são sensivelmente os descontos que se obtém com o cartão FNAC, nestas lojas.
Mesmo assim lá fui comprando: 3 livros de Augusten Burroughs, 2 de Frederico Lourenço, 3 de Allan Massie (faltou um para ficar com a biografia dos quatro grandes imperadores romanos), “Reflexos num olho doirado” de Carson McCullers, “Agora ou nunca” de Tom Spanbauer e um livro, este sim barato, mas que me custou muito comprar…Trata-se de mais um volume da “História de Portugal”, da Verbo, da autoria de Joaquim Veríssimo Serrão. Estupidamente há uns anos largos comecei a comprar esta colecção, que não é barata (mais de 30 euros cada volume, a preços de hoje), e enquanto a História não envolveu ideologias ou juízos de valor, tudo bem; mas entrados que somos na revolução de 1926, vem ao de cima todo o facciosismo quase fascizante do autor e eu deixei de comprar os últimos volumes, pois comprar algo que faz a apologia daquilo que eu sou absolutamente contra, custa bastante; mas o investimento já feito, lá fui comprando um ou dois volumes…
Agora encontrei todos os volumes a 10 euros; seria uma boa altura para acabar de vez com esta História; mas não me apeteceu gastar tanto dinheiro de uma vez só com esta “porcaria” e como não tinha a certeza de qual era o último volume que adquirira, resolvi comprar…o último, ou seja o XVIII. Verifiquei depois em casa que tenho 13, pelo que faltam “apenas” quatro (XIV, XV, XVI e XVII). Eram só mais 40 euros, mas fica para a próxima Feira, sim porque eu agora não perco mais nenhuma.

sexta-feira, 11 de maio de 2012

R.I.P. Bernardo Sassetti

Bernardo Sassetti morreu, aos 41 anos. O corpo foi encontrado pela Polícia Marítima, na quinta-feira, na zona do Abano, no Guincho.
O pianista e compositor tinha cancelado recentemente um espetáculo na Culturgest por motivos de saúde, mas, de acordo com o semanário Expresso, Bernardo Sassetti terá morrido depois de cair acidentalmente de uma falésia na zona de Cascais, onde se encontrava a tirar fotografias. Entretanto, esta informação foi confirmada à agência Lusa pelo pianista Mário Laginha.

Nascido em Lisboa a 24 de junho de 1970, Bernardo Sassetti era bisneto do antigo Presidente da República Sidónio Pais. Casado com a atriz Beatriz Batarda, Sassetti tinha duas filhas.

O site da Clean Feed, a sua editora, refere que Bernardo Sassetti foi influenciado por Bill Evans e Keith Jarrett. Com formação clássica desde os nove anos, Sassetti acaba por destacar-se aos 18 anos no campo do jazz, com o Quarteto de Carlos Martins e o Moreiras Jazztet.

Bernardo Sassetti viria a atrair atenções internacionais com a composição de bandas sonoras para cinema, participando na longa-metragem “O Talentoso Mr. Ripley”, de Anthony Minghella. Assinou ainda bandas sonoras de filmes portugueses como “Alice”, de Marco Martins, “Um Amor de Perdição”, de Mário Barroso, ou “A costa dos Murmúrios”, de Margarida Cardoso.

“Nocturno”, o seu disco de 2002, foi distinguido com o Prémio Carlos Paredes. Viria ainda a gravar “Índigo” e “Livre”. Ao longo do seu percurso musical, Sassetti trabalhou com músicos jazz, do fado, do pop rock e do hip hop.

Em 2010, Bernardo Sassetti juntou-se a Carlos do Carmo para fazer um trabalho inédito, que reúne músicas nunca antes cantadas, tocadas ou gravadas por qualquer um dos dois. Entre os compositores escolhidos para este disco estavam José Afonso, Sérgio Godinho, Fausto, Rui Veloso, Violeta Parra, Léo Ferré e Jacques Brel. O álbum incluía ainda um original de Sassetti com poema original de Mário Cláudio. No site da editora Universal é recordada uma apresentação deste disco na RTP.

Os últimos trabalhos de Sassetti foram uma participação no disco “Mútuo Consentimento”, de Sérgio Godinho, e “3 Pianos”, com Mário Laginha e Pedro Burmester.

quinta-feira, 10 de maio de 2012

Ainda o abraço...

Conforme recordados, participei pela segunda vez, neste bem sucedido concurso que o Sad eyes lançou e que teve uma participação record de 35 histórias a concurso.
A minha história, por acaso a primeira a entrar no concurso, é uma história sem nome, porque não é ficção, é uma história real, o primeiro abraço entre mim e o Déjan. Não inventei nada, só contei o que e como se passou...
De acordo com o regulamento do concurso, os participantes, e só eles, votaram entre as diversas histórias e assim se apuraram as cinco mais votadas, em que está incluída a minha e digo-o sem falsa modéstia ou hipocrisia, que tal me agradou muito.
Agora segue-se a votação de todas as pessoas que quiserem participar na escolha da história vencedora e para isso há que ir aqui e votar logo no cimo da página, à esquerda numa das cinco finalistas...
Para quem não leu a minha história, aqui a repito (a foto não faz parte do concurso, mas faz parte da minha/nossa vida)

“Tinha sido há nove meses - o tempo de uma gestação - que o tinha conhecido através de um site de encontros onde ambos tínhamos um perfil.
De uma simples troca de mensagens, passámos num curto espaço de tempo a uma demorada e cada vez mais sedutora troca de mails onde nos íamos dando a conhecer e onde aprendemos a gostar um do outro. O MSN completou este percurso de conhecimento mútuo e então reparei que aliada à beleza interior que já me tinha sido dada a conhecer, havia a beleza externa e ele era o que eu sempre tinha idealizado fisicamente.
Mas estávamos longe um do outro, muito longe, e o passo seguinte, que seria o conhecimento real, não era exactamente o mesmo de marcar um encontro para tomar um café, nem mesmo uma deslocação a outra zona do país. Obrigava a ir a um país desconhecido, a ter com ele. E se as coisas não corressem bem? Se o retrato que ambos tínhamos feito um do outro falhasse por qualquer motivo, sexo incluído? Valeria a pena?
Arrisquei e fui. O encontro no aeroporto foi quase comovente e as palavras faltaram-nos. No táxi que nos transportou ao centro da cidade, ao seu apartamento, apenas tínhamos os nossos dedos mindinhos unidos e trocávamos sorrisos nervosos, mas estávamos a viver um momento único.
Chegados a sua casa, e mal a porta se fechou, abraçámo-nos no mais longo e no mais terno abraço de toda a minha vida. O nosso primeiro abraço, ao fim do qual não havia mais dúvidas e todos os temores e nervosismos se diluíram num primeiro beijo.
O primeiro de muitos, o primeiro de uma nova vida que hoje continua…”

quarta-feira, 9 de maio de 2012

"Slave to the Rhythm"

Não, não endoideci. Este é o mesmo blog de sempre. Mas estou farto de política e de políticos sem vergonha.
Apetece-me um momento de gozo, de desvario; afinal uma das características deste blog é ser eclético…
Vamos então para a loucura, mas atenção, pois isto é um simples tema musical de Grace Jones e que Dame Shirley Bassey adaptou. O clip é que é “um bocadinho diferente”, eheheh…

segunda-feira, 7 de maio de 2012

E agora, Europa???

Ontem houve várias eleições, na Europa.

Umas mais importantes que as outras e umas que podem vir a se verdadeiramente importantes, a curto prazo, para o nosso país.

Deixando essas para o fim, ou seja as presidenciais em França e as legislativas, na Grécia, referir que houve outras eleições menos importantes, mas com algum significado em três países comunitários: no Reino Unido, na Itália e na Alemanha; e curiosamente o único resultado agradável para a chanceler alemã foi o seu, pois que é evidente que o povo alemão não sente ou sente menos a crise.
Tanto na Itália como no Reino Unido, os resultados foram bem contrários aos governos actuais desses países, mostrando o descontentamento do povo.

Houve também, extra EU, eleições na Sérvia, a que eu dou realce, naturalmente, por ser o país do Déjan e eu estar mais ou menos por dentro da política daquele país que eu muito gosto. Foram eleições presidenciais, legislativas e autárquicas. Quanto às presidenciais, como era esperado os dois principais candidatos, o actual presidente, Boris Tadic, do Partido Democrático (esquerda moderada)
e o líder da oposição, Tomislav Nikolic, do Partido Progressista (centro direita), vão disputar dentro de duas semanas uma segunda volta, sendo de esperar a reeleição de Tadic, que por ora teve uma ligeira vantagem sobre o seu adversário. Nas legislativas houve quase um empate técnico entre estes dois partidos, pelo que tudo ficará na mesma e a médio prazo a Sérvia integrará a EU.

Passando agora às eleições francesas, pela primeira vez, um presidente não é reeleito para um segundo mandato; Sarkozy pagou caro o seu apoio incondicional a Ângela Merckl e quem beneficiou foi um candidato que há um ano atrás ninguém pensaria poder vir a ser o candidato dos socialistas. François Hollande,
até agora uma personalidade algo parda do PS francês, viu mesmo nas últimas eleições ser designada a sua então esposa Ségolène Royal como candidata que perdeu para Sarkozy e este ano só as aventuras sexuais do ex-presidente do FMI, Strauss-Kahn, o levaram a ser candidato. No entanto fez uma boa campanha, tendo sabido gerir o descontentamento para com Sarkozy a seu favor, tendo tido uma aliada “contra natura”, a líder da Frente Nacional, Marine Le Penn, menos agressiva que o seu pai e que, caso falhe Hollande será uma candidata muito séria para novas eleições presidenciais. Hollande já fez saber que não está de acordo com a política de demasiada austeridade determinada pela Alemanha e não será pau mandado de Merckl. Mesmo em relação a Portugal, numa entrevista dada a 1 de Maio ao correspondente da RTP, afirmou não concordar com a demasiada austeridade sem crescimento económico no nosso país. Um bom sinal foi já dado de que logo que tome posse, diminuirá o seu salário e o dos seus ministros em 30% e haverá um tecto salarial para altos dirigentes públicos; sim, isto também é austeridade, mas é uma boa austeridade. Não é fácil a sua tarefa, mas eu quero acreditar que François Hollande poderá vir a ser uma boa surpresa, para bem da Europa e de Portugal, é óbvio. Ainda neste mês ele será posto à prova em reuniões importantes, quer na EU, quer nos G8.

Quanto à Grécia, as coisas estão deveras complicadas e há uma séria ameaça de que o país esteja em breve numa situação de ingovernabilidade.
Como se esperava, os dois partidos que nos últimos anos têm governado o país foram severamente castigados, mais o PASOK que a Nova Democracia, que apesar de ter o seu pior resultado eleitoral de sempre, ainda foi o mais votado. Não vai ser fácil chegar a um entendimento para formar governo, pois houve uma subida grande dos dois partidos extremistas, o SYRIZA, de esquerda e o Amanhecer Dourado, da direita (neo nazi). Qualquer destes dois partidos se opõe totalmente às medidas obrigadas a tomar pela troika ao povo grego e mesmo os outros dois partidos, na sua campanha prometiam um aliviar da austeridade. Sendo o SYRIZA o segundo partido mais votado, à frente do PASOK, tudo está muito confuso e é uma situação que vai criar possivelmente muitos problemas à EU. Durão Barroso e a senhora Merckl que se cuidem, pois até pode vir a ser decretada a curto prazo a saída da Grécia da zona euro.

Enfim, dias de grande expectativa, mas decerto de mudança na Europa comunitária. Entretanto Passos Coelho e a sua equipa de tecnocratas, estão cada vez mais isolados na sua política de obediência cega aos ditames dos sistemas financeiros de mercado que realmente nos governam…

domingo, 6 de maio de 2012

"Handsome Harry"


“Handsome Harry” (2009) é um filme corajoso, realizado por Bette Gordon e com um excelente argumento de Nicholas T. Proferes e que faz perguntas ao espectador e permite a este chegar às suas próprias conclusões. Questiona directamente a homofobia e num final um pouco ambíguo, deixa a pairar a questão fundamental: valerá a pena sofrer em silêncio para não ferir a família e a sociedade, ou viver em paz consigo mesmo, sendo coerente com a sua condição.
Um homem procura fugir do passado, mas percebe que primeiro ele tem que enfrentar o presente, depois de ter recebido um telefonema desesperado de um seu antigo camarada da marinha, no tempo da guerra do Vietnam.
Harry Sweeny (Jamey Sheridan), é um cinquentão divorciado, pai de um filho distante e que vive uma vida discreta numa pequena cidade, onde tem um pequeno negócio e tem na dona do café local uma admiradora muito interessada, mas ele nunca foi muito adiante nessa situação. Canta num coro e por isso é estimado por toda a comunidade local.
Mas a sua vida nem sempre foi assim tão fácil e ele só é confrontado com o seu passado quando esse velho amigo Tom Kelly (Steve Buscemi) lhe pede no seu leito de morte que obtenha o perdão de um outro camarada e amigo David Kagan (Campbell Scott), que ambos agrediram violentamente juntamente com mais três, em virtude de actos homossexuais praticados por ele, agressão essa que lhe causou o esmagamento da mão.
Inicia então um périplo pelos seus três amigos, a quem não via desde então e vai descobrindo em cada um os fantasmas do passado que também o atormentam, e reconhece que nenhum está muito disponível para recordar essa agressão.
Finalmente no reencontro com Kagan, vem ao de cima a verdade sempre ocultada.
É essa dualidade que transparece na cena final, e se eu a considero ambígua, é porque nada fica definido quanto ao futuro, já que quanto ao passado tudo foi dito, sem reservas e com perdões.
Penso não ter sido exibido comercialmente em Portugal, o que é pena, pois é um excelente filme.
E que tal passar por aqui...

sexta-feira, 4 de maio de 2012

João Villaret

João Villaret, foi um dos maiores actores que passaram por palcos portugueses. Villaret obteve extraordinário sucesso com os seus recitativos que, editados em disco, fizeram grande sucesso entre nós, e não sem motivo.
Natural de Lisboa, onde nasceu em 1913, Villaret dedicou-se ao teatro depois de terminar o liceu e durante os anos trinta e quarenta teve uma ascensão vertiginosa que o levou a triunfar nos palcos do teatro declamado e ligeiro e no cinema - onde assinou interpretações memoráveis em “Três Espelhos”, de 1947, e “Frei Luís de Sousa”, de 1950.
No teatro declamado teve uma interpretação fabulosa na peça “Esta Noite Choveu Prata”, no Teatro Avenida, em 1954. O seu amor pela poesia levou-a a tornar-se num dos recitadores mais extraordinários que Portugal conheceu, tendo inclusivamente deslumbrado o público da RTP com uma série de programas que aí apresentou com o seu nome “João Villaret” e em que era acompanhado ao piano pelo seu irmão Carlos Villaret.
Uma conversa, um diálogo, confissões, poesia declamada como poucos conseguiram, biografias de grandes escritores, homenagens a artistas lusos, música e até mesmo cultura popular…tudo fazia parte deste programa que tornava mágico o tempo em que o televisor estava ligado.
E o registo do seu recital no São Luiz, lançado em álbum, ainda hoje se mantém disponível.
Mas Villaret tinha também um especial apreço pela revista, onde se estreou em 1941 para escândalo daqueles que não gostavam de ver misturas. Em 1947, Aníbal Nazaré, António Porto e Nelson de Barros escrevem-lhe o Fado Falado, que criou na revista 'Tá Bem ou Não 'Tá?, verdadeira peça de antologia da história da música e do teatro popular portugueses. Um recitativo sobre uma melodia de fado onde a letra, que jogava habilmente com a mitologia do género, era não cantada mas verdadeiramente "representada" por Villaret. Outros êxitos, como A Vida é um Corridinho de 1952, ou a célebre Procissão de 1955, se lhe juntariam, mas o Fado Falado ficou marcante.
Declamava de uma maneira inigualável Fernando Pessoa, António Botto e ficou célebre a sua declamação do “Cântico Negro” de José Régio.
João Villaret morreu em Fevereiro de 1961, vítima de doença prolongada.






terça-feira, 1 de maio de 2012

1º. de Maio

Em 1974 foi assim
Uma festa de um povo inteiro.
E hoje?
Um povo aflito, temeroso da situação a que foi levado, até já não protesta, quase resignado; e pior, quase ameaçado de se manifestar, pois a "convulsão social" não dá uma boa imagem do país às entidades económicas que na realidade nos governam.
Um país que tem um governo que promete coisas para um ano em que a sua legislatura já findou...
Precisamos, mais que nunca de um novo 1º.de Maio, porque hoje muita gente não goza o dia do trabalhador, pois é obrigado a trabalhar.
Uma vergonha!