domingo, 13 de fevereiro de 2011

As Gerações


"Quando o FMI chegou pela segunda vez a Portugal, em 1983, eu tinha 26 anos. Num daqueles dias de ambiente pesado, quando havia bandeiras pretas hasteadas nos portões das fábricas da periferia de Lisboa, quando nos admirávamos com ser possível continuar a viver e a trabalhar com meses e meses de salários em atraso, almocei com um incorrigível optimista no Martinho da Arcada. Nunca mais me esqueci de uma sua observação singela: “Já reparaste como, apesar de todos os actuais problemas, a nossa geração vive melhor do que as dos nossos pais? Tenta lembrar-te de como era quando eras miúdo…”
Era verdade: a minha geração viveu e vive muito melhor do que a dos seus pais. E eles já viveram melhor do que os pais deles. Mas quando olho para a geração dos meus filhos, e dos que são mais novos do que eles, sinto, sei, que já não vai ser assim. E não vai ser assim porque nós estragámos tudo – ou ajudámos a estragar tudo. Talvez aqueles que são um bocadinho mais velhos do que eu, os verdadeiros herdeiros da “geração de 60”, os que ocuparam o grosso dos lugares do poder nas últimas três décadas, tenham um bocado mais de responsabilidade. Mas ninguém duvide que o futuro que estamos a deixar aos mais novos é muito pouco apetecível. E que o seu presente já é, em muitos aspectos, insuportável.
Começámos por lhes chamar a “geração 500 euros”, pois eram licenciados e muitos não conseguiam empregos senão no limiar do salário mínimo. Agora é ainda pior. Quase um em cada quatro pura e simplesmente não encontram emprego (mais de 30 por cento se tiverem um curso superior). Dos que encontram, muitos estão em “call centers”, em caixas de supermercados, ao volante de táxis, até com uma esfregona e um balde nas mãos apesar de terem andado pela Universidade e terem um “canudo”. Pagam-lhes contra recibos verdes e, agora, o Estado ainda lhes vai aplicar uma taxa maior sobre esse muito pouco que recebem. Vão ficando por casa dos pais, adiando vidas, saltitando por aqui e por ali com medo de compromissos.
Há 30 anos, quando Rui Veloso fixou um estereótipo da minha geração em “A rapariguinha do Shopping”, a letra do Carlos Tê glosava a vaidade de gente humilde em ascensão social, fosse lá isso o que fosse: “Bem vestida e petulante/Desce pela escada rolante/Com uma revista de bordados/Com um olhar rutilante/E os sovacos perfumados/…/Nos lábios um bom batom/Sempre muito bem penteada/Cheia de rimel e crayon…”
Hoje, quando os Deolinda entusiasmam os Coliseus de Lisboa e do Porto, o registo não podia ser mais diferente: “Sou da geração sem remuneração/E não me incomoda esta condição/Que parva que eu sou/Porque isto está mal e vai continuar/Já é uma sorte eu poder estagiar…” Exacto: “Já é uma sorte eu poder estagiar”, ou mesmo trabalhar só pelo subsídio de refeição, ou tentar a bolsa para o pós-doc depois de ter tido bolsa para o doutoramento e para o mestrado e nenhuma hipótese de emprego. Sim, “Que mundo tão parvo/Onde para ser escravo é preciso estudar…”
É a geração espoliada. A geração que espoliámos.
Sem pieguices, sejamos honestos: na loucura revolucionária do pós-25 de Abril, primeiro, depois na euforia da adesão à CEE, por fim na corrida suicida ao consumo desencadeada pela adesão à moeda única e pelos juros baixos, desbaratámos numa geração o rendimento de duas gerações. Talvez mais. As nossas dívidas, a pública e a privada, já correspondem a três vezes o produto nacional – e não vamos ser nós a pagá-las, vamos deixá-las de herança.
Quisemos tudo: bons salários, sempre a subir, e segurança no emprego; casa própria e casa de férias; um automóvel para todos os membros da família; o telemóvel e o plasma; menos horas de trabalho e a reforma o mais cedo possível. Pensámos que tudo isso era possível e, quando nos avisaram que não era, fizemos como as lapas numa rocha batida pelas ondas: enquistámos nas posições que tínhamos alcançado. Começámos a falar de “direitos adquiridos”. Exigimos cada vez mais o impossível sem muita disposição para darmos qualquer contrapartida. Eram as “conquistas de Abril”.
Veja-se agora o país que deixamos aos mais novos. Se quiserem casa, têm de comprá-la, pois passaram-se décadas sem sermos capazes de ter uma lei das rendas decente: continuamos com os centros das cidades cheios de velhos e atiramos os mais novos para as periferias. Se quiserem emprego, mesmo quando são mais capazes, mesmo quando têm muito mais formação, ficam à porta porque há demasiada gente instalada em empregos que tomaram para a vida. Andaram pelas Universidades mas sabem que, nelas, os quadros estão praticamente fechados. Quando têm oportunidade num instituto de investigação, dão logo nas vistas, mas são poucas as oportunidades para tanta procura. Pensaram ser professores mas foram traídos pela dinâmica demográfica e pela diminuição do número de alunos. Sonharam com um carreira na advocacia, mas agora até a sua Ordem se lhes fecha. Que lhes sobra? As noites de sexta-feira e pensarem que amanhã é outro dia…
E observe-se como lhes roubámos as pensões a que, teoricamente, um dia teriam direito: a reforma Vieira da Silva manteve com poucas alterações o valor das reformas para os que estão quase a reformar-se ao mesmo tempo que estabelecia fórmulas de cálculo que darão aos jovens de hoje reformas que corresponderão, na melhor das hipóteses, a metade daquelas a que a geração mais velha ainda tem direito. Eles nem deram por isso. Afinal como poderia a “geração ‘casinha dos pais’” pensar hoje no que lhe acontecerá daqui a 30 ou 40 anos?
Esta geração nunca se revoltará, como a geração de 60, por estar “aborrecida”, ou “entediada”, com o progresso “burguês”. Esta geração também não se mobilizará porque… “talvez foder”. Mas esta geração, que foi perdendo as ilusões no Estado protector – ela sabe muito bem como está desprotegida no desemprego, por exemplo… –, habituou-se também a mudar, a testar, a arriscar e, sobretudo, a desconfiar dos “instalados”.
Esta geração talvez já tenha percebido que não terá uma vida melhor do que a dos seus pais, pelo menos na escala que eles tiveram relativamente aos seus avós. Por isso esta geração não segue discursos políticos gastos, nem se deixa encantar com retóricas repetitivas, nem acredita nos que há muito prometem o paraíso.
Por isso esta geração pode ser mobilizada para o gigantesco processo de mudança por que Portugal tem de passar – mais do que um processo de mudança, um processo de reinvenção. Portugal tem de deixar de ser uma sociedade fechada e espartilhada por interesses e capelinhas, tem de se abrir aos seus e, entre estes, aos que têm mais ambição, mais imaginação e mais vontade. E esses são os da geração “qualquer coisa” que só quer ser “alguma coisa”. Até porque parvoíce verdadeira é não mudar, e isso eles também já perceberam…"
*Público, 4 Fevereiro 2011


Este artigo é da autoria de um jornalista de quem, com toda a sinceridade devo afirmar, não gosto mesmo nada. Chama-se José Manuel Fernandes e foi director do jornal onde agora publica crónicas. Pode dizer-se que nalguns pontos tem razão, mas deve ir-se um pouco além de uma leitura simplista.
Se vamos analisar as “heranças geracionais” do passado, não podemos deixar de prestar muita atenção a este texto escrito por João Pinto e Castro no blog “Jugular
“Quando nasci, a travessia do Tejo mais próxima de Lisboa era em Santarém. Pouco tempo depois, foi inaugurada a de Vila Franca.
A única auto-estrada do país ligava Lisboa ao estádio do Jamor. Em 1962, construíu-se a muito custo um troço de Lisboa a Vila Franca. Da primeira vez que fui de carro a Paris, a primeira auto-estrada que encontrei foi em Bordéus.
O aeroporto do Funchal só foi inaugurado em 1964, o de Faro em 1965, o de Ponta Delgada em 1969.
Um em cada dois portugueses era analfabeto. Havia menos alunos universitários do que hoje há professores.
A taxa de mortalidade infantil era umas 30 vezes superior à de hoje.
Ouve-se hoje muitas queixas sobre a herança que vamos deixar às novas gerações. Porém, mesmo sem falar do progresso dos costumes e das liberdades individuais e colectivas, parece seguro que ela é bem mais invejável que aquela que a minha recebeu."



Ultimamente vi noutros blogs que frequento habitualmente, aqui na blogosfera, debater-se este assunto, que é, concordo, tão aliciante, como complicado.
Sempre houve choques de gerações, mas nunca como agora, em que estamos a viver uma crise aguda e para a qual não se antevêem  soluções a curto prazo, esta discussão se tornou tão fulcral. E será caso para questionar já num plano muito mais restrito, mas também muito mais importante, a questão geracional dos políticos no activo; que me lembre nunca houve no mundo uma tão grande carência de políticos com P grande. Maus ou bons, uns por terem feito grandes obras e serem grandes estrategas económicos ou sociais, outros por manifestas actividades que o Mundo condenou, não deixaram de ser grandes políticos. Hoje, pelo contrário, encontramos pessoas que só estão na política por ambição e por interesse, aprendizes de uma arte que não se estuda, mas que se pratica.
Basta ver em Portugal, e só para referir ao período pós 25 de Abril, onde estão políticos como Mário Soares, Álvaro Cunhal ou Sá Carneiro? Goste-se ou não, eram verdadeiramente políticos.
E o pior, é que não vislumbro, a curto prazo nenhum Messias que venha alterar esta situação.

16 comentários:

  1. São ciclos, Pinguim, são ciclos: e é sempre "no nosso tempo"(não no pretérito im_perfeito, como preferimos consolar-nos), pois ambos aqui agora est(ão)amos! As heranças vivemo-las também neste momento e o que as altera é o que fazemos no presente. Os Messias, como sonharam os americanos com Obama, não existem - apenas a História os lembra assim.
    Estamos a precisar, mais do que de líderes, da participação cívica de todos - pois política é também a atitude de ficar calado e quieto no seu cantinho - de nos voluntariarmos de uma vez por todas para (é a última frase!)"pensar globalmente e agir localmente" na nossa casa, prédio, rua - os "outros" senhores chegarão pois aí se farão! (ou já estão feitos, só a precisar do nosso "empurrão"?)

    Grande Abraço!

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  2. E nem imaginas como os dias de desilusão e desespero vão aumentando! Começa a ser insuportável não ter saída possível desta estagnação.

    Enfim, que nos resta fazer?

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  3. É bem possível que o que vou escrever acabe por ser uma coisa sem pés nem cabeça. A verdade é que vou principiando a concluir que não tenho a certeza de coisa nenhuma!...

    Há um tempo em que, um pouco clandestinamente, deixamos que aqueles que consideramos como as nossas referências, se tornem quase omnipresentes no nosso dia-a-dia. Creio que todos temos necessidade de nos identificarmos com alguém, até mesmo - na falta de alternativas mais óbvias - com quem represente uma imagem que nós próprios vamos construindo.

    Um dia damos por nós a concluir que, entretanto, fomos crescendo e, por via disso, fomo-nos tornando intérpretes das nossas ideias. O ideal seria que essas mesmas ideias não cristalizassem!...

    Não me agradam os Messias, até porque - quase sempre - os que julgam sê-lo, estão demasiado ocupados com a imagem que os espelhos lhes devolvem. Pena que, no lugar dos espelhos, não esteja um retrato. Mas um retrato a que todos tivéssemos acesso. Uma espécie de Dorian Gray importado directamente da imaginação de Oscar Wilde.

    Os mais novos vão-se tornando mais exigentes e acabam por se confrontar com a impossibilidade de encontrarem as tais referências. Vão-se assemelhando a plantas de que nenhum jardineiro cuida.

    As minhas desculpas pelo testamento!... :)

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  4. João
    concordo contigo, em parte; claro que a nossa participação é essencial e que essa participação cívica cabe a todos; mas o que vejo é que, quando ela se manifesta, não é espontâneamente, mas quase sempre muito bem orquestrada, e aqui os sindicatos têm uma grande responsabilidade, pois não é por esta ou aquela palha que se faz um protesto.
    Quando realmente se protesta com razão, as pessoas já não acreditam nessa força do povo, pois ela é usada e abusada a favor de interesses demasiado conhecidos.
    Abraço amigo.

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  5. Félix
    podes ter a certeza que imagino e não auguro nada de bom!
    Abraço amigo.

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  6. Driftin'
    muito obrigado pelo teu testemunho, que longe de ser considerado um testamento, e muito menos algo sem pés nem cabeça, é antes um contributo válido para uma situação de "beco sem saída" em que nos encontramos.
    Volta sempre que queiras.
    Abraço.

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  7. a corrupção mina qualquer boa intenção. como resultado ficam os querem trepar ao máximo sem olhar como. e lá chegam. o Portas tem carisma, é um bicho político, mas como não concordo absolutamente nada com ele... e gosto da Ana Gomes. de resto? anda tudo a trabalhar para o tacho, a enganar meio mundo, a fingir-se o que não se é. eu não confio nos políticos, porque quando estão no poder são todos iguais. que a crise seja má para a democracia? será de certeza. mas pior ainda é continuarmos como se todos os outros fossem o abismo e o fim do mundo. como se não houvesse alternativa. se não há alternativa, é porque já estamos em ditadura (senão real, pelo menos mental). já estou como a parva dos Deolinda: que parvo que eu sou!

    abraços

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  8. Pinguim
    O assunto é vasto e complexo.
    Mas, de uma coisa estou certo, do que menos precisamos é de um Messias. O último que nos saiu na rifa, demorou-nos quase meio século a rifá-lo.
    E o problema não é apenas nacional, é europeu e também americano. É um problema civilizacional, que não é fácil de ultrapassar.

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  9. Paulo
    se formos analisar os políticos portugueses no activo, tenho que concordar contigo: pondo de parte a ideologia. Portas é de longe o mais astuto.
    E Ana Gomes tem estofo para "revolucionar" o PS.
    De resto, o Bloco é um partido interessante, como oposição, com uma direcção política ditatorial de Louçã, o PC é mais do mesmo, não passa daquilo, o PS é o "aparelho" , e o PSD é constituído por "barões".
    Mas se formos lá para fora as coisas não melhoram.
    E de quem é a culpa? Diz-se que é estrutural, mas algo aconteceu para que tal aconteça.
    Os políticos já não governam, limitam-se a gerir o que os grandes grupos económicos ditam e essa é a verdadeira ditadura.
    Acabaram os nacionalismos e a UE só foi um sonho bonito até ao euro aparecer...
    A solução? Sinceramente que não sei, pois não sou profeta, mas parece-me que terá que ser extremada, pois no mundo actual, os equilíbrios estão condenados ao fracasso.
    A geração que aí vem terá capacidade para ver além do imediato, do bem estar crescente, do evoluir tecnológico para obter um consenso de vida estável e de felicidade?
    A grande pergunta será essa. E não será isso uma Utopia?
    Abraço amigo.

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  10. Lear
    parece-me claro que se falo do problema português, não ignoro o problema alargado da Europa e do Mundo.
    E sou contra Messias, de qualquer espécie.
    Será necessária uma verdadeira REVOLUÇÃO de mentalidades, mas o problema consiste em a pôr em prática,
    E o Mundo vai-se afogando cada vez mais...
    Abraço amigo.

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  11. Como optimista que sou acredito que todos retiraremos daqui uma lição válida e que o caminho passa por uma maior ponderação em termos de opções macroeconómicas e dos seus reflexos na sociedade.

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  12. Maurício
    para já obrigado pela tua visita e espero que seja a primeira de várias.
    Estou de acordo que as soluções passem sempre por opções macroeconómicas, pois cada vez mais a economia comanda a política.
    Abraço.

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  13. Este texto, mais o primeiro, que é da minha onda, ainda não o tinha lido e ainda bem, porque, como tu disseste, se o tivesse lido, se calhar não tinha escrito nada :)

    No meu ponto de vista não é bem uma questão de luta de gerações, mas o de criticar uma geração em certos pontos criticáveis.

    O segundo tecto entra nessa onda, trazendo os avanços na saúde e a política do cimento como arma de arremesso e essa é uma forma "política" de discutir as coisas que eu não aprecio muito.

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  14. Johnny
    eu nunca afirmei que se tratava de luta de gerações, mas sim de choque, que não é exactamente a mesma coisa e tende até mais a pender para o teu ponto de vista de "criticar uma geração em certos pontos criticáveis"; e também concordo que este choque de que falo tem mais a ver com factores sociais e económicos do que políticos, sendo estes apenas o reflexo dos outros.
    Uma coisa é certa: deixamos às próximas gerações, um mundo mais avançado em todos os níveis, com excelentes perspectivas no que respeita ao nível de vida, à saúde e outros indicadores sociais, mas com gravíssimos problemas económicos para resolver.
    No que concerne à UE, em que estamos inseridos, a Alemanha surge como a potência forte e que dita leis, e lamenta que esteja constantemente a ajudar os países periféricos, esquecendo que só a ajuda internacional, principalmente americana, transformou num curto prazo, um país arrasado pela guerra numa economia próspera e que dita leis.
    Mas, enfim, o mundo não acaba e há-de haver soluções mais ou menos complicadas para se sair da crise generalizada a que se assiste no mundo, e que nos afecta a nós sobremaneira.
    Qualquer dia emigramos todos para a China, que já é hoje a segunda maior potência económica do mundo, tendo ultrapassado o Japão.
    Abraço amigo.

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  15. (interessante que posts com "muitas palavras" como este tenham logo menos comentários, e no entanto tão interessante que é)

    é como tu dizes, é um tema complicado, mas que não pode nem deve ser encarado como algo preto e branco, tem tantos tons de cinzento...

    no meu caso pessoal, embora seja um dos da nova geração, lembro-me que no início da década de 90 não havia um terço do consumismo que há hoje, vestiamos roupa boa, se calhar não tão vistosa, mas lá que era boa era, do pronto a vestir da esquina, as malhas portuguesas, as calças de ganga, etc etc...hoje, tu já foste ao chiado pa ver que não é de todo assim... não comiamos tantas vezes fora, mas a Sexta à noite e o Domingo era sagradinho que a minha mãe não se encostava ao fogão, iamos ao mesmo restaurante durante anos...etc etc etc são só dois exemplos para demonstrar a minha ideia. A partir de 1997/98, pelo menos que eu tenha mais noção, houve uma explosão ao nível do que se compra e do que se gasta, as grandes superfícies comerciais alastraram-se, a expo 98, a vida ficou mais cara, depois veio o Euro e com ele a total desorganização e inadaptação ao custo e ao gasto da moeda...olha... até chegar ao que temos hoje, foi e é um panorama extremamente cinzento.

    Não culpo gerações passadas, também não culpo a minha, acho que nem os políticos culpo. Porque, a meu ver, e acho que já falámos disto algures, a mudança precisa vir da alma, da cultura, é quase genético. A evolução de um país depende das evoluções das suas mentes, e pondero que seja aí a grande falha. Não viajamos, compramos, não lemos, gastamos, não nos cultivamos, queixamo-nos...

    tão mais haveria que dizer...

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  16. Ima
    dois pontos sobre o que falas, e ambos breves:
    Primeiro, totalmente de acordo com a relação proporcionalmente inversa entre o tamanho do texto e o número de comentários (pensar cansa muito).
    Segundo - tanto, mas tanto haveria que dizer sobre o assunto, mas o teu resumo final sobre a mentalidade, diz quase tudo.
    Abraço grande.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!