quinta-feira, 30 de setembro de 2010

Arthur Penn e Tony Curtis

Faleceram hoje dois nomes grandes do cinema americano, principalmente da segunda metade do século XX: Arthur Penn e Tony Curtis.
Penn foi um consagrado realizador e embora a sua obra não seja vasta tem alguns bons filmes como "The Miracle Worker"(1962)," Alice's Restaurant"(1969), "Little Big Man"(1970), e principalmente o seu grande êxito "Bonnye and Clyde"(1967), de que aqui recordamos a célebre cena final


Já Tony Curtis foi essencialmente um actor muito popular, sem grandes rasgos interpretativos, com filmes como "Trapeze"(1956), "The Vikings"(1958) e principalmente "Spartacus"(1960) e "Some Like It Hot"(1959).
Deste último filme, uma das mais hilariantes cenas, onde ele contracena com Jack Lemmon, no papel de dois impagáveis travesties, e onde também participava M.Monroe

De salientar uma pequena cena do filme Spartacus, de contornos perfeitamente gay, e em que contracena com Laurence Olivier ( a sua fala - de Olivier - é extremamente elucidativa, mas é pena só ter conseguido a versão castelhana, Ostras y Caracoles)

terça-feira, 28 de setembro de 2010

Estar só...de novo

Por muito repetitivo que seja, por muito facilitado que seja o contacto, por muito habituado que vá estando, como é difícil voltar a estar só!!!
Gostava de aqui escrever que as coisas boas, e foram tantas, de mais um encontro, superam com a sua recordação o vazio de mais uma ausência, mas é impossível principalmente no início de mais uma separação, estar bem.
Claro que a marcação, já efectuada de imediato, de um reencontro, dentro precisamente de três meses, suaviza um pouco essa tristeza, mas custa sempre tanto…
Ficam os olhares, os odores e os beijos; fica a imensa força de abraços compartilhados e fica o mais importante de tudo: um amor reforçado.
Até Madrid, Déjan!

sábado, 25 de setembro de 2010

Budapeste

Foi assim de repente que foi decidido: vamos a Budapeste!
E fomos...
Depois de uma viagem de combóio para esquecer (cerca de 400 Kms em 8 horas e meia), chegámos a uma cidade que eu já tinha visitado há uns anos naqueles circuitos da Abreu, que faziam Viena, Budapeste e Praga.
Eu tinha gostado bastante da cidade, mas agora apreciei devidamente as belezas da capital húngara;  é uma cidade maravilhosa e decerto um dos maiores centros turísticos da Europa.  É aqui que o Danúbio  é mais valorizado com as suas belas pontes a unirem Buda e o seu castelo com a movimentada e belissima Pest.
O povo húngaro nao prima pela simpatia e não há muita gente a falar inglês, mas a cidade supera tudo e os preços são muito acessíveis.
Foram três dias óptimos com um tempo magnifico e que jamais iremos esquecer.
Ficam as fotos como recordação.
Banhos Széchenyi
Matthias Church
Parlamento
Praça dos Heróis
Fisherman's Bastion
Chain's Bridge e vista geral de Pest

quinta-feira, 16 de setembro de 2010

Belgrado


Esta é a cidade onde vive o Déjan e onde me encontro de novo.
Não será tão bela como Lisboa, mas tem uma vida que Lisboa não tem, com as pessoas constantemente nas ruas, a imensidade de esplanadas, a riqueza de dois rios muito bem aproveitados e a alegria, simpatia e simplicidade das suas gentes.
Cada vez gosto mais desta cidade e cada vez a vejo de maneira diferente.


  

terça-feira, 7 de setembro de 2010

На путу до Београда


Traduzindo para português será “A caminho de Belgrado”, que é aquilo que estarei a fazer amanhã, via Londres, devendo chegar pela noite àquela que é a cidade do meu amor, e já é também para mim, uma das minhas cidades.
Desta vez tem a particularidade de ir em Setembro, tal como fiz quando, em 2006 fui conhecer pessoalmente o Déjan, depois de um “namoro” cibernético de nove meses, pois estabelemos contacto em Dezembro de 2005.
Claro que já não vou com aquele nervoso miudinho da primeira vez, mas é sempre com emoção que ali regresso (tem sido uma vez por ano); naturalmente tudo o que de mais importante há na cidade já conheço, pelo que desta vez devemos ir a algum sítio mais (apenas conheço Novi Sad).
E já levo na bagagem os planos e as datas do próximo encontro, em Madrid e Lisboa, no final do ano.
Vou dando notícias.

domingo, 5 de setembro de 2010

Passado e presente 17 - "Ainda e sempre Cesariny"

...Durante anos, o Reimar, na rua das Pretas, foi um templo de visita quotidiana obrigatória. Chegava-se lá e a "coisa" já estava montada. Quero eu dizer: havia sempre qualquer "coisa". Ao pé "daquilo", Fellini era Cecil B. DeMille. As empegadas, a Mena e a Mina, tinham as vozes sempre no tom e na altura em que a Maria Callas brilhava. Quando chegava a hora do tiroteio, faziam do balcão uma trincheira, deitavam-se no chão e esperneavam como se estivessem ligadas à corrente eléctrica. E, se calhar estavam!
O senhor Manuel da Hortaliça, ou do Bairro Alto, que antes tinha descido o Chiado entre a mulher, dedicada enfermeira dos Hospitais Civis, e o amante, aprumado marujo do Alfeite, ameaçava (ou estaria a oferecer conteúdos?) a tropa especial, agitando a pochette. E dizia para as "amigas": "Vai com este, que é muito limpinho e não mexe em nada".
Nesse magnificente antro, havia de tudo: putas e homens "coisa e tal", chulos e travestis, artistas e ladrões, professores primários em crise de identidade e fadistas (com e sem voz), operários e vagabundos sem eira nem beira, filósofos ocultistas e jornalistas (proíbidos, sob ameaça de morte, de falar do que ali se passava), funcionários públicos casados, mas com heterónimos sexuais, milionários em fuga para um Egipto qualquer, poetas e pintores, maiores e menores.
E, se Cesariny era um enviado do fogo, havia também apolíneos e dionisíacos, enviados (alguns fardados) dos outros três elementos, terra, mar e ar, a que se juntavam , em temível contraste, anões, gigantes coxos, zarolhos, corcundas, gagos e mudos.
"Tudo boa gente", dizia Cesariny. E acresentava: "Comparado com isto, o que Ulisses viu na viagem de regresso a Ítaca era banal...".
Por entre a ginginha e as imperiais, de que a Mina e a Mena bebiam golinhos, antes de as entrgarem aos clientes ("é para ver se estão fresquinhas", diziam), falava-se de Nietzsche e do marujo da mesa ao lado.
Ali estávamos como se estivéssemos em plena Idade Média, o seu tempo histórico do Ocidente preferido ("Com tanta treva e tanta peste, deviam querer aproveitar bem o tempo, divertindo-se muito...", explicava)...


(texto de José Manuel dos Santos), in "Mil folhas" de 8/12/07


P.S.-Tive a felicidade de conhecer este maravilhoso "antro", e de conhecer o senhor Manuel das Couves, como também era chamado, sósia do Nelo, do Herman, de há uns anos atrás, e que educadamente me cumprimentava sempre que comigo se cruzava, estivesse eu com quem estivesse...


Este post foi inicialmente publicado no blog, no dia 22 de Dezembro de 2006.

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

Três clips musicais...



Diferentes, um mais antigo - Orchestral Manoeuvres in the Dark, e dois bem recentes: os irresistíveis Scissor Sisters e o reencontro dos dois músicos dos Take That - Robbie Williams e Gary Barlow.
O que os une????? Talvez o bom gosto musical, entre outras coisas...

quarta-feira, 1 de setembro de 2010

Sakineh Mohammadi Ashtiani




Hesitei bastante antes de me decidir a escrever algo sobre a situação de Sakineh, a senhora iraniana condenada à morte por lapidação pelo crime de ter tido relações sexuais com dois homens já depois de ter enviuvado.
E hesitei, porque esta condenação traz agregada a si própria tantas considerações directa ou indirectamente relacionadas, que tenho medo de não parar…  Mas vou procurar falar só do essencial.
A lapidação é das mais terríveis formas de morte que existem, pois leva a uma morte lenta e com grande sofrimento; 
a foto aqui publicada é bem explícita, e mostra a dimensão “ideal” das pedras atiradas à condenada, para a não matarem de imediato, mas para a irem matando. É um crime hediondo e mesmo que no caso de Sakineh, as autoridades iranianas recuem na condenação, devido às muitas pressões internacionais, algumas delas vindas mesmo de países muçulmanos (Egipto), pergunto, quantas mulheres já morreram desta forma?  E como podem as populações colaborarem neste martírio, senão através do fanatismo religioso e seguidismo cego de leis que não são admissíveis em qualquer país civilizado.
Mas, pasme-se, ainda há pessoas, mulheres, que neste nosso país de brandos costumes enviam comentários como este, assinado por uma tal Catarina Soares, do Algarve num site da TSF sobre este assunto: Cada País tem a sua cultura, as suas regras e as suas leis. Esta senhora ao cometer este crime já sabia de antemão o que a esperava. Condeno sim a intromissão nos assuntos internos do Irão.”. Perante isto apetece meter esta senhora num avião e mandá-la para o país onde ela deveria viver, com a sua cara tapada e com a sua vida sexual condicionada por falsas moralidades.
Tudo isto se passa num país governado por um senhor, chamado  Mahmoud Ahmadinejad,
 o mesmo que há tempos disse não haver homossexuais no Irão; claro que tem razão, pois quando descobrem algum, enforcam-no! Neste mesmo país que tem andado nas bocas do mundo, por via das suspeitas de que se está a preparar para possuir a bomba atómica, continua o fanatismo religioso, como em muitos outros países islâmicos e esse é um problema, não da região, mas do mundo inteiro, pois por via dele, o terrorismo grassa e ameaça qualquer ponto do mundo.
Que tristeza ver (????) aquelas mulheres no Afeganistão, metidas dentro de uma burka que as escondem totalmente de qualquer olhar, a não ser, na intimidade do lar…Que tristeza ver todo um imenso mundo em que a mulher nada vale e em que só o homem tem poder…
Quando irá acabar tudo isto? Quando explodirmos todos????