terça-feira, 31 de março de 2009

Back home...


Começa a ser recorrente um post como este, no regresso a casa e à vida normal após um período (sempre curto) de convivência diária com o Déjan.

Desde que nos conhecemos, no final de 2005, (e pese embora tenhamos protelado o nosso primeiro encontro, o qual só se veio a efectivar em Setembro de 2006, pois não queríamos apenas uma aventura nem dar passos no escuro, mas algo com bases sólidas), encontrámo-nos nove vezes: três em Belgrado, três aqui em Lisboa, uma em Zadar (Croácia), na casa do pai dele que estava na altura nos EUA, e duas vezes em “território neutro”, Londres e Milão, cidades onde tenho amigos que nos puderam receber em suas casas, pois as nossas posses são incompatíveis com hotéis em cidades já de si caras… Esgotadas as hipóteses neutras, resta-nos voltar a encontrar-nos nos nossos habitats  e assim em final de Junho, o Déjan regressará a Lisboa!!!! Pode ser que entretanto ganhe o euro milhões e  possamos dar-nos ao luxo de compartilhar outros destinos…

Esta viagem foi muito especial e importante, pois seguiu-se a um período particularmente  difícil para mim, em que senti a falta do Déjan mais do que nunca. Foi a vez em que menos saímos ou melhor, a vez em que estivemos em menos sítios, pois frequentámos bastante um óptimo Irish Pub, na mesma rua onde mora o Déjan, sítio agradável a qualquer hora do dia ou da noite. A convivência com as amizades dele alargaram-se, o que muito me agradou, embora continue a haver o grande óbice de não podermos assumir publicamente a nossa relação, pois na Sérvia a homossexualidade ainda é vista de uma forma mais homofóbica do que aqui em Portugal.

Pergunto-me a mim mesmo o que pensarão os dois grandes amigos dele e que também já considero como tal, de visitar tanto o Déjan e vice-versa, ainda por cima com uma diferença de idades tão considerável; o que é um facto é que não noto a menor animosidade, antes pelo contrário, há uma crescente empatia entre mim e eles.

Também ali passei o meu aniversário, com uma pequena festa para 7 pessoas, e que correu particularmente bem; graças ao “You Tube”, viu-se e ouviu-se Portugal nessa noite!!! E a arrozada de marisco que preparei foi um sucesso…

Agora é contar os dias que faltam para o regresso aqui do Déjan, onde não há inibições e podemos fazer a nossa vida comum normalmente, quer em relação à família, aos amigos e mesmo às pessoas com quem convivo no dia a dia, pelo que claro, prefiro tê-lo aqui, do que estar com ele em Belgrado. E vou aproveitar para continuar a mostrar-lhe este nosso belo cantinho, privilegiando desta vez os distritos da Beira Litoral, numa escapada de 2/3 dias.

Entretanto, algo de bastante importante se poderá passar em relação a cada um de nós, ainda antes do nosso reencontro; em relação ao Déjan, poderá finalmente ter acabado o curso de medicina e iniciar o estágio; e quanto a mim, estou algo optimista  e espero  que não seja demasiado, acerca da  resolução de um problema que há muito se arrasta e que se vier a acontecer terei o prazer de aqui dar conhecimento, pois é uma história kafkiana, no mínimo…

Irei no final da próxima semana passar a Páscoa com a minha Mãe, à Covilhã, o que também me fará bem e está também no “programa”, algo de realmente surpreendente: é uma viagem, infelizmente sem o Déjan, a realizar na última semana de Maio; mas a isso voltarei…

O meu pensar está neste momento na Sérvia e no sorriso de alguém que amo muito e de quem já tenho saudades imensas!

segunda-feira, 23 de março de 2009

Alguns apontamentos

Aqui estou em Belgrado, e apesar de já conhecer por assim dizer toda a cidade, ainda há coisas novas a descobrir aqui e assim visitei agora esta magnífica igreja, dedicada a S.Miguel;  na religião ortodoxa, cada família tem o seu patrono e é precisamente S.Miguel o patrono da família do Déjan;  no dia do santo respectivo, as famílias comemoram esse facto, juntando-se e recebendo amigos dos seus membros.  Esta é uma bela igreja e tem a diferença de ter uma cúpula não abobadada, como é caracteristica da quase totalidade das igrejas ortodoxas.

Hoje comemoro mais um aniversário, e é pela primeira vez que o passo fora do país, por opção, já que, por obrigação e grande tristeza minha, durante três anos consecutivos o passei sem família ou amigos, bem longe em Africa, entre 1972 e 1974; desta vez estou aqui com alguém que me é muito querido  e só agora, ao fim de quatro anos, passamos esta data juntos. Vou fazer uma pequena jantarada e seremos sete pessoas, pois além de nós dois estarão os seus três maiores amigos, a namorada de um deles e a esposa de outro...vamos ver como me safo...

Já tive o meu melhor presente, pois ficou definitivamente combinado que o Déjan vai passar as duas primeiras semanas de Julho a Portugal; falta apenas marcar os dias e comprar os bilhetes, e claro apanhará o concerto dos Metallica no dia 9... De resto ficaremos por Lisboa, com uma incursão de dois dias ao litoral centro, com base em Coimbra ou Leiria, pois há muito a ver por esses lados.

Mas recebi um cartão de parabéns enviado pelo meu gato Boris, penso que conluiado com a gata Teka e que mostra bem o desagrado pela minha ausência; prometo compensá-los com festas e mimos, quando regressar.

Tenho lido os blogs amigos, sem os comentar, está claro, à excepção de duas ou tres vezes por razões excepcionais;  e um dos assuntos bastante referidos e é caso para isso e eu normalmente também o teria feito, é sobre as infelizes declarações do “Bentinho” na sua viagem africana  acerca do uso do preservativo. A posição da Igreja no que se refere a certos assuntos actuais tem sido sistemáticamente retrógrada e parece que cada vez mais, o que tem como consequência um progressivo afastamento de fiéis, já que não reconhecem nesta cadeia hierárquica, a começar no Papa, os reais representantes da doutrina de Cristo, mas continua a ser, com o estado do Vaticano como melhor exemplo, um mundo de gente que vive “fora dos nossos tempos” e se já não há a ostentação de há uns tempos atras, ainda se nota muita opolência a contrastar com a pobreza de tanta gente;  daí me ter impressionado rever, num vídeo descoberto aqui, uma fabulosa sequência de um memorável filme de F.Fellinni  - “Roma”, e que apesar de tantos anos terem passado, continua a ter razão de ser, e a mostrar a ridicularização da Igreja;  é um poderoso libelo contra as altas hierarquias da Igreja e ...não só! Aqui ficam as imagens com a marca felliniana bem marcada e todo o seu anti-clericismo.



 

P.S. – Um enorme abraço de Amizade ao Zé e ao Paulo pela entrevista na “Pública”; sinto-me orgulhoso de ser vosso amigo.

sexta-feira, 13 de março de 2009

Quase, quase...


Enfim, está a chegar a hora do reencontro. Não será difícil entender que foi a mais dura separação entre nós dois; não pelo tempo decorrido (que é sempre imenso), mas pelos acontecimentos entretanto vividos. Sim, o Déjan sempre me apoiou o mais possível, mas faltava o ombro onde chorar, a carícia que minorasse a dor, a palavra certa sussurrada ao ouvido, a força de um entrelaçar dos dedos…

 


Vou quase com a mesma ansiedade da primeira vez, mas agora suavizada pela certeza do que vou encontrar; e quando os meus olhos vislumbrarem os teus no aeroporto de Belgrado verás neles não só a incontida alegria de um reencontro, mas também um resto de uma lágrima guardada para te oferecer…

quarta-feira, 11 de março de 2009

Barahona Possollo


“ Estes dois homens são o mesmo homem. O da esquerda tem um piercing no mamilo esquerdo, o outro no mamilo direito. É o pudico e o impudico. O impudico força o outro a reagir. Pus o impudico a puxar a argola com a mão direita, que é mão de acção, ao passo que a esquerda é a mão da reflexão, da interioridade. O atrevido sabe exactamente o que está a fazer e está a puxar pelo lado esquerdo do outro, o lado emocional que estaria bloqueado. O atrevido tem o piercing do lado direito, o que nos diz que a transgressão deste é uma coisa consciente. Pus os “Y” por detrás por ser uma letra que não é vogal nem consoante e é um símbolo andrógino. No fundo há um papel de parede roubado à renascença mas que parece uma parede de uma pensão barata. As pessoas que não possuem referências de história de arte vêem apenas um quadro gay. Quando dizem isso, eu aceito porque também pode ser.”

 

Este é um excerto da entrevista dada pelo pintor Barahona Possollo á revista “Time Out”  do passado dia 10 do corrente, e a propósito da tela que aqui se reproduz. Esta tela faz parte de uma exposição deste pintor, em exibição na Sala do Veado do Museu de História Natural (na antiga Faculdade de Ciências), na Rua da Escola Politécnica; é uma exposição a não perder de um pintor que me foi dado a conhecer pelo amigo Luís, no  blog  Gayfield.

 

segunda-feira, 9 de março de 2009

Convite irrecusável


A exemplo do ano passado, numa iniciativa conjunta com o e o Paulo, do “Felizes Juntos”, vamos organizar o jantar dos bloguistas.

No ano transacto, esta iniciativa foi um enorme êxito e pese embora a crise, tudo fará supor que esse êxito se repetirá e quem sabe até se possa superar a presença dos 40 participantes de então; principalmente no sector feminino, estou certo disso.

Ainda é cedo, e por ora apenas anunciamos a data, que será a 9 de Maio, em Lisboa, em local a ser divulgado mais tarde; a razão de tão grande antecedência, dois meses, serve apenas para que tod@s possam programar as vossas vidas com tempo, principalmente quem vive fora de Lisboa. Claro que o jantar está aberto a todos os bloguistas e acompanhantes e comentadores sem blogs; na devida altura serão dados os prazos para as inscrições bem como outros detalhes.

sexta-feira, 6 de março de 2009

A borboleta


Foi numa sauna já desaparecida desta Lisboa que o vi. Era lindo,sedutor, diferente. A sauna estava cheia, a fauna habitual, que ao ver "sangue novo", se excita e se prepara para atacar a presa. O homem, trintão, ar estrangeirado, ia deambulando pelos espaços, e um bando de vampiros o seguia, sequioso. Deixei-me ficar, observando a cena, mas tão excitado como os demais. Alguns minutos mais tarde, o homem, visivelmente agastado, dirigiu-se ao sítio dos cacifos, para se vestir e sair. Fui mais rápido, agi prontamente e saí primeiro. Não o esperei cá fora; uma estranha intuição me dizia que seria de uma companhia de aviação, e provavelmente estaria hospedado no Sheraton (intuição de puta, dirão...). Para lá me dirigi e não tive que esperar muito tempo para ver parar um táxi que o trazia. Sorri-lhe, sorriu-me, entrámos, subimos ao seu quarto sem uma palavra e pude ver tatuada na sua nádega direita uma pequeníssima e bela borboleta. Não sei do que mais gostei, se da borboleta, se do seu habitat. Era manhã, quando deixei a borboleta voar.

Escrevi este pequeno conto para participar num interessante concurso de histórias, sob o tema “Blind Date”, que há tempos o blog “Uma imensa minoria” promoveu e que teve um sucesso muito razoável.

 

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A utlilização dos textos deste blogue, qualquer que seja o seu fim, em parte ou no seu todo, requer prévio consentimento do seu autor.

terça-feira, 3 de março de 2009

Comicidades penianas


Ao aproximar-se do balcão da recepção de um hotel, um homem, ao virar-se, esbarra o cotovelo no seio de uma linda mulher. Meio sem graça, meio envergonhado, ele diz:- Mil desculpas. Se o seu coração for tão macio como o seu seio é, tenho acerteza de que me perdoará.

Responde a mulher:- E se o seu pénis for tão duro como o seu cotovelo, o meu quarto é o1221!


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Ouvi dizer que o governo fez contas no Magalhães e, para ajudar a superar a crise, vai criar o Imposto do Pénis.
Até agora o pénis tinha escapado ao IRS.
As razões eram estar 99% do tempo pendurado sem emprego, 0,2% do tempo trabalhar às mijinhas, 0,5% do tempo ter trabalho duro e 0,3% do tempo estar metido num buraco.Além disso, não ajuda nada ter dois dependentes que não arranjam trabalho em lado algum e não têm onde se meter.
A taxa do imposto variará conforme o tamanho, com os escalões seguintes:
- 25 a 30 cm - imposto sobre bens de luxo.............€ 30.00

- 20 a 24 cm - imposto sobre postes.......................€ 25.00

- 14 a 19 cm - imposto sobre a classe média........€ 15.00

- 10 a 13 cm - imposto sobre a maçada.................€ 3.00
- Machos que excedam os 30 cm terão que declarar mais-valias de capital.

- Qualquer macho abaixo dos 10 cm tem direito a um crédito de imposto.

- É obrigatório pagar dentro do prazo. Não serão concedidos prolongamentos!

PDP (Perguntas Do Pénis):

- Haverá multas para levantamentos antecipados?

- O que acontece quando um pénis trabalha por conta própria?

- Quem tiver vários (as) parceiros (as) conta como sociedade?

- As despesas com preservativos são dedutíveis?

- Haverá um agravamento da taxa de imposto para quem não for circuncidado


domingo, 1 de março de 2009

As mentiras...


Responderam 24 pessoas indicando as três mentiras ou nalguns poucos casos uma ou duas. Há algumas conclusões interessantes: 20 indicaram que eu nunca mandei matar ninguém; apenas uma, a última resposta, indicou a questão da estupidez. As três questões não verdadeiras tiveram bastantes concordâncias (11 – 8 – 8), mas NINGUÉM acertou nas três questões; 9 acertaram em duas (nada mau), metade acertaram numa apenas e três em nenhuma (mas uma delas, o Tong, só indicou uma mentira…).
Embora com algumas rasteiras, as três mentiras eram banais.
1. ADORO QUEIJO – detesto queijo; rezam as crónicas que, quando ainda gatinhava, entrei num armário da cozinha e “aviei” boa parte de um queijo; tive que ir ao hospital, fizeram-me uma espécie de lavagem ao estômago e desde que me conheço, que nem o cheiro…De há uns tempos a esta parte tolero algum cozinhado com queijo fundido, como nas pizzas e caso curioso, gosto bastante de requeijão com mel ou compota.
2. DURMO HORAS SEGUIDAS COM IMENSO PRAZER – tenho imensa inveja de quem o faz; eu durmo aos solavancos, às pinguinhas… Não tenho insónias e logo que caio à cama, durmo; mas passadas 2/3 horas acordo, e leio, vou ao Pc, faço isto e aquilo e lá durmo outra vez; e a história repete-se. Quanto mais cedo me deito pior durmo. Quando durmo melhor é de manhã e agora posso fazê-lo, o que é bom.
3. PERDI A VIRGINDADE AOS 16 ANOS NUMA CASA DE PROSTITUIÇÂO, AINDA LEGAIS, EM CASTELO BRANCO – Fui realmente com essa idade a uma casa dessas em C.Branco, quando lá estudei; mas só estive na sala a ver as “meninas”; meninas é favor, pois eram de 30 para cima, bem nutridas e passeavam-se pela sala, em soutien, ao som de uma “juke box”; muitas cadeiras, bastantes magalas, alguns jovens e um ambiente perfeitamente felinniano; entrei virgem e de lá virgem saí; se tinha dúvidas acerca da minha sexualidade, algumas ali ficaram. Curiosamente só perdi a virgindade aos 23 anos em Lisboa, então estudante universitário, e foi com outro estudante universitário, mais ou menos da mesma idade (já não tinha dúvida alguma…).

Quanto às outras questões:
JÁ MANDEI MATAR ALGUÉM – a grande rasteira; já mandei sim, infelizmente; durante a guerra colonial, comandava uma operação e na reacção a uma emboscada, um guerrilheiro foi gravemente ferido, ficando com as vísceras de fora; estava moribundo, tínhamos que sair dali o mais rápido possível e só podíamos transportar os nossos feridos; abandonar ali aquele homem era mais desumano que acabar-lhe com o sofrimento; mas a ordem para isso teria que ser a dá-la, e dei-a. Ainda hoje “oiço” esse disparo…
SOU EXTROVERTIDO POR NATUREZA – quem me conhece de verdade sabe bem que não consigo “meter para dentro” ou “fechar-me como um caracol”; preciso de falar sobre os assuntos, e quanto mais graves, mais imperioso isso se torna. E de uma maneira geral, falo abertamente e sem dificuldade com as pessoas.
AOS 6 ANOS FUI APANHADO PELA MINHA MÃE, NÚ, A BRINCAR”AOS MÉDICOS”, COM A FILHA DE UMA EMPREGADA, DA MESMA IDADE E TAMBÉM NUA - bem, “aos médicos” é uma forma de falar, pois era mais aos …como é que hei-de dizer…”deixa lá ver se consigo meter isto aí”… shame on me !!! Depois claro, anos mais tarde, não gostei muito dessa “brincadeira” ou antes gostar gostei, mas “de outra maneira”…
CONSIDERO A ESTUPIDEZ UM DEFEITO ENORME - é a mais óbvia de todas as minhas verdades; peço desculpa, mas não tolero gente estúpida, que é diferente de gente ignorante, note-se bem.
CONFIO DEMASIADO NAS PESSOAS - sim confio, e já me desiludi muito com isso; mas continuo a confiar. Toda a gente tem um lado por onde se lhe pode chegar e eu tento ao máximo, descobri-lo e chegar lá; se já tive desilusões já tive também ainda mais compensações. Mas, atenção, há limites para tudo…
JÁ ROUBEI - quando era miúdo, por altura da feira de S. Tiago, na Covilhã, era um “hábito” entre a miudagem roubar as barracas da feira; pegávamos numa figurita pequena com o indicador e o polegar, perguntávamos quanto custava e depois dizíamos que era caro e púnhamos outra vez no sítio; mas já tínhamos outra figura pequena escondida nos outros três dedos

E pronto, obrigado pela vossa colaboração e assim com este post ficaram a saber algo mais de mim: sou realmente extrovertido!!!