sábado, 25 de abril de 2009

Um de nós

Falar do 25 de Abril, 35 anos depois pode ser apenas repetir palavras ano a ano; mas pode ser muito mais que isso. Para a geração que viveu essa data e que nela viu a esperança de acabar de vez com um período obscuro da nossa História recente, jamais este dia pode significar apenas uma data: significa o anseio de uma vida!

Eu não estava em Lisboa em 25 de Abril de 1974, estava tão longe, que nem soube nada do que aqui se passou nesse dia; apenas no dia seguinte, ao regressar de uma operação na mata moçambicana tomei conhecimento dos acontecimentos e de uma forma pouco esclarecida; mentiria se não pensasse que além de um findar de um ciclo, isso representaria, no plano pessoal, um regresso antecipado a casa, ao meu país e ao findar de uma guerra que me foi imposta e que nunca reconheci como “minha”.

Agora, passados 35 anos, noto com tristeza, sobretudo o alheamento das gerações mais novas ao significado do que aconteceu nesse dia. Nasceram em Liberdade, não tiveram que lutar por ela…

E, embora reconhecendo o contributo de várias figuras por demais conhecidas, quer da esfera militar, quer da esfera política, penso que todo o espírito do 25 de Abril se corporiza num homem, num homem simples, que nunca gostou de protagonismo, mas que foi o grande protagonista dos acontecimentos vividos nesse dia: Salgueiro Maia!

Com coragem, opôs-se a uma resistência militar; com determinação soube o que devia fazer; com equilíbrio geriu a difícil situação do Carmo, e depois de cumprida a sua tarefa deixou a ribalta!

Quis o destino que a morte o levasse cedo, mas enquanto foi vivo, sempre dispensou honrarias e distinções: afinal era apenas um de nós!

Um magnifico exemplo.

55 comentários:

  1. Pinguim, como tu, as vezes tenho a noção que as pessoas mais jovens não têm a noção da importância do 25 de Abril e não lhe dão o devido valor. Mas por vezes, e no campo profissional onde trabalho com pessoas mais velhas, estas parecem ter passado ao lado do 25 de Abril sem se terem dado conta que aconteceu. Não aprenderam a dizer o que pensam nem a defender os seus direitos.E por vezes, olham de lado para quem, como eu o faz. Fico às vezes admirado, outras triste, por pensar que pessoas com tanta experiência e tanto saber nunca deixaram de viver no ante 25 de Abri. Sinto que às vezes pensam "isto está mal" e concordam comigo mas parece que ficam embuchadas e não se pronunciam. Outras vezes olham-me de lado e devem-se julgar arrogante ou refilão porque me indigno com o que é injusto e faço questão de me manifestar contra o que acho errado.
    Abraços libertinos

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  2. Belo post, Pinguim. E embora, concorde contigo, quando dizes que esse homem, Salgueiro Maia, foi determinante, como em todas as grandes ocasiões da História, ele não estava sózinho. Penso assim que o 25 de Abril foi um acto de uma sociedade inteira contra uma sombra dela própria. E claro, teve os seus heróis, estes bonitos capitães e soldados de Abril.

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  3. "o alheamento das gerações mais novas ao significado do que aconteceu nesse dia. Nasceram em Liberdade, não tiveram que lutar por ela…"

    Saliento este facto apenas para questionar o seguinte:
    E de quem é a culpa dos nossos jovens não valorizarem o 25 de Abril?

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  4. Sou das que não viveram o 25 de Abril e nem sequer o estudaram na escola por "ainda" não ser "história". Portanto o meu ponto de vista sobre o 25 de Abril foi "construído" de experiências pessoais, repercussões na nossa vida e daquilo a que chamo de "desvirtuamento" do real significado do 25 Abril. Acho, e é apenas uma opinião, que o 25 de Abril é para cada um aquilo que cada um sentiu na altura, conforme a "situação" em que estava. Eu estava em Angola, nasci lá, os meus familiares viviam lá. Claro que tem de ser uma perspectiva algo diferente da de outros. Mas numa coisa penso estaremos todos de acordo, um Marco na nossa História, um ponto de viragem - pena a deturpação de "Liberdade" que era o que seria suposto termos ganho (e em parte ganhamos sim) para libertinagem, ganância, sede de poder.

    Ahh... eu não gosto mesmo nada de política...

    Um beijinho de Abril

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  5. Estou totalmente de acordo contigo. Salgueiro Maia é o rosto da Rovolução de Abril, um coração aberto e cheio de esperanças num mundo mais justo.
    VivAbril!

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  6. Caro X
    tanto há a dizer sobre este assunto...
    Este é um dos tais posts, que nunca pode ficar completo apenas com o texto que escrevi; ele vai-se completando com a colaboração dos comentadores, que abordam novas ideias, com as minhas respostas, que exprimem o meu ponto de vista, e no final, teremos "dissecado" bastante bem este tema do 25 de Abril...
    Mas a minha ideia principal é corporizar uma data basilar da nossa História recente numa pessoa, e dar relevo a ela, pois foi, na minha opinião, no terreno, o homem do 25 de Abril, e salientar sobretudo a sua simplicidade, humildade e carácter. Eu não me consigo imaginar como um ideológico, ou como um político, que tiveram importância fundamental, eu sei, nos acontecimentos; mas consigo "sonhar" em ter sido aquele rapaz, que vimos actuar, como um ser humano, sem vaidade e acima de tudo "tão normal"...
    Sei que não abordei os assuntos que focas no teu comentário, antes me servi dele, por ser o primeiro e por ser bastante completo, para deixar um primeiro "complemento" ao texto inicial; estou certo que ao longo de outros comentários esses assuntos irão ser focados.
    Abraço(s) grande(s).

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  7. Olá Popelina
    já referi um pouco a razão porque escolhi S. Maia como o "rosto" do 25 de Abril; seria perfeitamente ilógico e faltaria à verdade histórica se não soubesse e não desse valor a tantos outros que colaboraram na preparação e na execução do que se passou; só para dar um exemplo, e não quero ser redutor, para muita gente, o 25 de Abril é representado por Otelo Saraiva de Carvalho! Ora, embora reconhecendo que a ele se deve toda a estratégia do golpe militar, devo confessar que, por demérito do próprio, quer nalguma (bastante) vaidade própria, quer por acções e palavras posteriores, se tornou, para mim, uma personagem que serviu, é certo, mas também se serviu do 25 de Abril. E continuamos, ano após ano, nas televisões a "chamar" Otelo, neste dia e ele lá vai com aquele ar de "agente principal" do qual já estou farto. Claro que as televisões não podem chamar Salgueiro Maia, mas ele só morreu em 1992 e desde 1974 ele sempre se furtou a ser uma "estrela" ao contrário de Otelo e de outros...
    Beijinhos.

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  8. Caro Tong
    focas um assunto fundamental. Na minha opinião a culpa é "nossa", das gerações que viveram a data e que conquistaram o sonho que sempre tiveram: a Liberdade!
    Não soubemos, porque houve vários "desvios" dos objectivos reais do 25 de Abril, incutir na geração seguinte, toda a carência que o povo português tinha (e digo "todo" porque só uma minoria não acolheu o 25 de Abril de braços abertos), de poder usufruir na prática da liberdade de pensamento, a única que nunca nos pôde ser tirada.
    Depois, a geração seguinte, mal informada, não conseguiu ou não quis transmitir aos seus filhos essa mensagem.
    Mas também a nível institucional, nunca houve uma grande preocupação em que as gerações vindouras dessem o real valor ao 25 de Abril, quer na politização partidária que se seguiu, "apagando" um pouco o papel dos capitães de Abril, antes se servindo deles, muitas vezes, quer a nível da aprendizagem escolar; eu sei que é difícil "fazer história" de factos recentes, mas neste caso devia ter havido uma maior preocupação em não ter deixado cair os jovens de hoje num total desconhecimento do que esteve na origem e do que foi realmente o 25 de Abril.
    Abração muito amigo.

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  9. Natacha
    o teu testemunho pessoal não inspirou de forma alguma o meu comentário anterior; mas vem totalmente ao seu encontro...
    Pena é que nem todos, muito pelo contrário, não tenham seguido o teu exemplo e não procurassem indagar o que se passou para assim poderem ter uma opinião própria. Obrigado pelo teu comentário tão pertinente.
    Beijinhos.

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  10. Justine
    é bom sentir que há pessoas que pensam como nós, principalmente quando se focam assuntos, consensualmente importantes, mas passíveis de interpretações diversas, que temos que respeitar, pois foi esse o principal legado do 25 de Abril, viver em democracia, aceitar opiniões diferentes...
    Beijinhos.

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  11. Não vou repetir as palavras que deixei noutro espaço, mas ontem senti o que referes no teu texto "sobretudo o alheamento das gerações mais novas ao significado do que aconteceu nesse dia. Nasceram em Liberdade, não tiveram que lutar por ela…"

    Acho que além da falta de respeito, há cada vez mais um distanciamento por tudo o que faz parte do passado. Podemos sempre seguir mas...(não preciso de completar)

    Um abraço,
    Carlos

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  12. Carlos
    obrigado pelo teu destaque dessa frase que penso ser muito a imagem do que é a ideia (ou falta dela)que a juventude tem desta data...mas disso também já falei num comentário atrás.
    Abraço forte.

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  13. Salgueiro Maia é o mais puro símbolo da coragem e da generosidade dos capitães de Abril.
    Que os cravos perdurem no jardim da esperança!

    beijocas muitas e um grande abraço

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  14. Querida Blue
    é preciso acrescentar algo mais?
    Acho que não!!!!
    Beijoquitas.

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  15. Não sou da época do 25 de Abril, mas sim da época onde tudo é conquistado (se é que assim se pode chamar) de uma maneira extremamente fácil. No entanto, amo história e vibro com tudo o que seja ligado a este ramo. E, na minha opinião, o 25 de Abril é A Revolução pois apesar de levarmos o assunto, nós jovens, de uma forma muito banal, a verdade é que foi um golpe militar e uma revolução sem recurso a armas, o que é realmente incrível! Se tudo tivesse seguido este rumo, de certo que o mundo não teria estado afundado na miséria que teve e que agora ainda sentimos as ''réplicas''...

    Beijinhos

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  16. Martinha
    estou tão satisfeito com o teu post sobre esta data, e por este teu comentário, que como te comentei demonstra totalmente que és uma belíssima excepção ao que aqui digo sobre a juventude de hoje, neste aspecto.
    Beijinho muito especial.

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  17. Amigo Carlos(No limite do Oceano)
    depois de ter lido o que contas no comentário do blog do nosso comum amigo Sócrates, percebo melhor o que dizes e a razão que me assiste na frase que escolhi.
    Obrigado por partilhares essa experiência.
    Abração.

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  18. Que posso acresentar mais a tudo o que aqui já foi dito, mas não podia deixar de aqui de aqui deixar o meu contributo.
    Porque sou da geração que senti na pele o outro tempo!
    E mais...
    Em minha casa alguns anos antes do 25 de Abril,( na clandestinidade ) lutávamos pelo esclarecimento dos TRABALHADORES menos esclarecidos, tínhamos reuniões,o meu marido, eu, mais um grupo contra regime da altura, escreviam panfletos,imprimiam os mesmos em minha casa,eles distribuiam nas Fabricas para Alertar os Trabalhadores contra a exploração e opressão a que todos estávamos sujeitos!
    Nessse 1 de Maio de 2004, tínhamos inclusive tudo marcado para ir-mos todos para Lisboa fazer uma Manifestação contra o regime em que vivia-mos!
    Era suposto que de certeza alguns de nós seríamos até presos, pois antes do 25 de Abril 2004 não era permitido Manifestações!!!
    Mesmo sabendo o risco que corríamos, todos estavámos dispostos a ir para a Rua Manifestar a nossa Revolta contra o Regime Opressivo em que vivíamos!!!
    Felizmente antes do 1 de Maio de 2004, aconteceu o 25 de Abril e só eu e todas as pessoas que viveram esse dia, se recordam com um enorme saudade a felicidade, a alegria, a ESPERANÇA que encheu os nossos corações!
    Só mesmo quem viveu esse dia e o os dias seguintes sentiram aquele sentimento de LIBERDADE e ESPERANÇA!!!
    Fui das pessoas que com o meu marido andamos na RUA nesse dia e seguinte e sentimos a REVOLUÇÃO vimos e vivemos o que jamais esquecerei!
    Tão feliz andávamos que nesse mesmo dia (25 de Abril de 1974) fizemos a nossa filha que nasceu em de Janeiro de 1975 passados mesmo 9 meses do mês da Revolução por isso dizemos sempre que ela é filha da Revolução;)
    No 1 Maio de 2004 lá estava eu o meu marido e todos os nossos camaradas ( da época ) juntos e esse dia que era para ser a correr o risco de com a nossa pequena Manifestação ser-mos presos, juntamos-nos todos a toda a IMENSIDÃO de MULTIDÃO E fomos todos desde o Terreiro do Paço até ao Campo 1 de MAIO, esse dia foi tão ou mais inesquecicel do que o 25 de Abril, porque nessa primeira e UNICA MANIFESTAÇÂO UNIDA, não havia PARTIDOS, não havia tudo o que no ano seguinte já se sentia!
    As separações de Partidos , de ideologias, de quem vai ocupar este ou aquele lugar de DESTAQUE!!!
    No 1 de Maio de 2004 foi um dos dias mais lindos e felizes que vivi! Pois estamos todos juntos e UNIDOS a festejar o mesmo, sem interesses nem a monobrar ninguém!
    Nunca mais voltou a ser o mesmo!!!
    Eu a poucas mais Manifetações do 1de Maio fui, pois o sentimento PURO que nos UNIU a todos os Portugueses nunca mais voltou a ser o que vivemos naquele 1 de Maio de 1974, INESQUECIVEL para quem fez aquela ENORME caminhada de baixo de um calor escaldante mas...a nossa felicidade a nossa alegria era tanta que mesmo que se o percurso fosse o dobro todos nós o tinhamos feito com o mesmo sentido de festejar em comunhão a felicidade na ESperança da LIBERDADE das nossas vidas!
    Já me empolguei de mais a reviver todas as emoções e sentimentos que vivi nesses dias, por muito que tente não sou capaz de passar para o papel, porque como digo isso só mesmo quem o viveu!
    As minhas desculpas por o meu Português não ser correcto,mas muito do que eu sabia, vou perdendo, mas no meu coração e memória está gravado para sempre o 25 de Abril de 1974 e 1 de Maio de 1974.
    Isso ninguem mo ROUBA NUNCA!
    Agora estou só em casa, sem ninguém que comigo partilhou o antes e o após 25 de Abril!
    Os meus filhos não sentiram o que foi o antes do 25 de Abril nem... eles viveram essas emoções Maravilhosas que aqui tentei descrever modestamente no meu português já muito pobre!
    Beijinhos de uma antiga Revolucionária.

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  19. Senhora do Sado
    Quero agradecer-lhe o seu testemunho pessoal sobre esta data e que mostra bem o empenho de tanta gente anónima em alterar a situação até então vivida.
    Compreendo a sua "solidão" mas tem as gratas recordações de momentos inolvidáveis.
    Um beijinho de ternura.

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  20. Pinguim, acho o estado de desolação em relação ao que se tornou o dia é generalizado. a tua entrada, no entanto, é mais do que a simples constatação porque é a homenagem ao homem simples que morre jovem (como os heróis clássicos, embora não em combate) e muda o futuro do país. coisa pouca, não é? às vezes parece que os grandes portugueses ou partiram nas naus de 500 ou morrem cedo, entrando depois no esquecimento fácil da falta de memória e de consciência histórica que assola os nossos dias.


    abraço e bom feriado!

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  21. Paulo
    penso que teremos que separar as duas coisas; uma é o estado a que chegámos e que nos dá pouca vontade de nos manifestarmos repetidamente e sempre da mesma forma; reparo que está a dar, um ano mais na RTP o filme de Maria de Medeiros...
    Outra coisa é recordar a data vivida por quem a viveu, com todos os anseios e esperança que havia - isso perdurará para sempre e nada a poderá apagar. E se alguém simboliza isso, é Salgueiro Maia!
    Abraço amigo.

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  22. Louvo todos os que conseguiram a liberdade que hoje em dia, muitos de nós, jovens não sabem valorizar.

    Beijinhos

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  23. Para mim o 25 de Abril tem o rosto de um homem, esse mesmo: Salgueiro Maia, um homem em que a única ambição era libertar o povo das amarras do fascismo!

    Esta é uma mais que mercecida homenagem!

    Viva o 25 de Abril e obrigada àqueles que o permitiram.

    Bjos

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  24. Estranhamente, ou talvez não, há quem considere que já não faz sentido comemorar esta data. As pessoas acomodam-se e esquecem.

    Viva!

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  25. Sandrinha
    era bom que todos os jovens pensassem como tu; infelizmente assim não acontece.
    Beijinhos.

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  26. Olá Dantins
    é grato encontrar pessoas que pensam como nós, no atribuir um rosto do 25 de Abril a salgueiro Maia.
    Beijinho.

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  27. Paulo
    e o pior é que há quem a comemore de uma forma provocadora...
    Abraço amigo.

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  28. Caro Sérgio
    A Liberdade é um bem tão valioso que só quem alguma vez dela careceu, lhe dá o devido valor.
    Abraço.

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  29. Pinguim
    Concordo contigo quando mencionas a geração (alguma) mais nova. Uma vez ouvi no metro jovens a comentar que o 25 de Abril foi o derrube da Monarquia. Talvez a culpa não seja totalmente deles… não sei… como comentei em outro blog há quem tente desvirtuar a História e desacreditar o 25 de Abril e o seu significado e quão importante foi para os nossos pais, para nós e para as gerações futuras.
    E mais uma vez estou de acordo em relação ao grande Salgueiro Maia, para mim ele foi o (meu) verdadeiro herói.
    Viva o 25 de Abril… Viva a Liberdade
    Bjs e um Cravo pra ti

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  30. Olá Smile
    há tempos vi numa reportagem da TV um pequeno inquérito de rua a jovens sobre o que era o 25 de Abril e ouvi autênticas barbaridades, além de um muito comum "não faço a menor ideia"...
    Claro que eu já disse "aí para cima" quais eram, no meu entender os culpados desta ignorância; pior que isso, é gozar com a data, o que vai acontecendo.
    Sobre Salgueiro Maia já tudo foi dito.
    Obrigado pelo cravo e um beijinho para ti.

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  31. Infelizmente o meu conhecimento sobre o 25 de Abril baseia-se aquilo que aprendemos na escola e pouco mais. Devido À minha jovem idade nao tenho historias de vida como tantas pessoas que me rodeiam, mas valorizo, mas reivindico dia apos dia a minha liberdade, a tua liberdade, a de todos!


    abraço

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  32. Caro Hugo
    é isso o importante!!!
    Abraço.

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  33. Pinguim
    às vezes os simples também fazem a história. e que se faça história sobr eeles.
    Um bj

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  34. Se por um lado me descansa que os jovens não saibam muito bem o que foi esta data (sinal que têm liberdade, e sobretudo a de pensarem noutras coisas que lhes são mais importantes), por outro preocupa-me, não pelo significado político de tal data (que é possível que escape, sobretudo a quem não viveu no período anterior), mas pela ignorância histórica, falta que atribuo, primeiro às escolas, cujo ensino da disciplina sempre foi algo descurado e depois às próprias famílias, espaço privilegiado para a sua abordagem, sobretudo da história recente (ou os pais ou os avós deverão ter vivido estes períodos, mas por vezes até me parece que estes elementos menos jovens se envergonham de tal facto, como se isso os tornasse mais velhos aos olhos dos filhos! A velhice, nos tempos que correm, é tomada como algo desvirtuado de todo o seu conteúdo histórico e de toda a sua riqueza em experiência acumulada, reduzida e confinada normalmente a centros de idosos!).
    Nunca entendi muito bem o desagrado que, quer alunos, quer mesmo alguns professores, nutrem pelo ensino da História; os primeiros evitam a disciplina no seu todo (é difícil encontrar gente tão pouco curiosa sobre este tema - com isto não pretendo generalizar, pois tenho encontrados boas excepçõs, mas são isso mesmo); os segundos queixam-se que não há tempo para leccionar os períodos da história mais recente, o que até pode ser verdade, posto que os conteúdos programáticos estão direccionados para outros objectivos (vá-se lá entender quais), mas não será este desvirtuamento uma falha, no sentido que para conviver com o presente e poder prever o futuro é importante conhecer o passado?
    Eu sou suspeito a falar sobre isto, pois tenho paixão pelo tema, mas também não é necessário tanto, basta alguma curiosidade.
    O 25 de Abril de 1974 apanhou-me na faculdade aqui em Lisboa, e levou-me a períodos revolucionários pouco tranquilos!
    Abraço e obrigado por teres abordado o tema e suscitado a discussão

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  35. Olá Violeta
    é o caso; mas será que daqui a 30 anos alguém saberá quem foi Salgueiro Maia, além de umas placas de ruas ou praças?
    Beijinhos.

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  36. Caro Manel
    levaste o tema, e ainda bem, para um lado que muito me interessa: o ensino da História. Foi de longe a matéria dos meus estudos que mais gostei, e não é a isso estranho que tivesse tido em 5 anos de estudo dessa disciplina, apenas dois professores, mas que tinham um verdadeiro prazer em ensinar a História e de transmitir aos alunos esse prazer; foi talvez um dos erros da minha vida não ter seguido esses estudos, mas outros factores falaram mais alto...
    Daí eu poder ter alguma "bagagem" para poder contestar a forma como as matérias estavam programadas; claro que é fundamental estar informado sobre as civilizações da antiguidade oriental, sobre Roma e a Grécia, sobre o período medieval, o Renascimento e por aí fora...E que era feito das civilizações inca, azteca,maia e das civilizações orientais, como a chinesa?
    E no meio de tudo isto, qual o papel da História de Portugal? O essencial da História portuguesa aprendi-o na primária!!!!
    Era mais importante a "Guerra dos 100 anos" ou "Alcácer Quibir"???
    E quanto à História recente, claro que a sua importância e as consequências dela, só o tempo a dita; mas parar tudo com a implantação da República e mesmo esta , mal "alinhavada"???
    Enfim, não estou informado devidamente com os conteúdos programáticos de hoje, mas penso que pouco se deve ter modificado.
    Sempre entendi que das coisa mais importantes no decurso dos tempos foram as chamadas "revoluções", sendo a mais importante de todas, mesmo para os não crentes, a revolução cristã; deu-se no meu estudo uma importância real à revolução francesa, algum destaque, já no meu último ano de estudo à revolução industrial; e a revolução russa, onde ficou? e será que actualmente se fala devidamente da "revolução descolonizadora?
    É neste contexto que acho que uma data como Abril de 1974, que foi uma revolução, pequena no âmbito mundial, mas grande na perspectiva nacional, está pouco divulgada hoje, e já lá vão 35 anos.
    Abraço.

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  37. Falando como uma das que já nasceu em liberdade vivo esta epoca e nao sou esta epoca mas o dia a dia a sentir o quão bom é ter liberdade mesmo que por vezes a sinta ameaçada com estas politicas de hoje!!! Admiro mt essa gente que lutou por nós jovens do pos 25 de abril...
    E tendo eu ja tido a oportunidade de privar com uns quantos homens de Abril capitães e outros menos conhecidos e não menos importantes sinto-me com eles...
    Um beijo

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  38. Olá Free Soul
    pois eu já sabia através da leitura diária do teu blog, que apesar de seres de uma geração do pó 25 de Abril, tens uma maneira de pensar e viver que não te engloba no grupo de pessoas de que falo; é bom que assim seja e que se vão transmitindo esses sentimentos pelas pessoas da tua idade e ainda mais novas...
    Beijinhos.

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  39. Nem mais amigo J.
    Ainda sábado revi o filme...

    Abraço!

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  40. Amigo Lampejo
    Quantas vezes já o viste? Eu já se cenas de cor...
    Abração.

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  41. A liberdade sabe melhor e é mais valorizada quando sabemos quanto custa; quando sabemos o valor de cada gota de suor gasto em obtê-la.
    Realmente dá pena ver as novas gerações desbaratar ou subvalorizar aquilo que custou tanto a outros conquistar.

    Deixe-mos o - neste caso - o teu testemunho pessoal!

    Abraço!

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  42. O alheamento de que falas não é inteiramente culpa das gerações mais novas. Simplesmente não existe interesse na população em geral para falar sobre o 25 de Abril no ensino. Na escola (falando por mim) foram poucas as vezes que se falou na revolução. Lembro-me perfeitamente que na escola primária a minha professora explicou que não existia liberdade, falou sobre a PIDE mas éramos pequenos e na altura não percebíamos a importância das coisas e tão pouco o que significa "ser livre". Depois só se voltou a falar sobre a revolução quando estive no 9ºano, mas foi muito pouco. Existe pouco interesse em cultivar os valores da pátria, as pessoas já não acreditam em Portugal e deixam-se de ir até onde a maré as levar, já não querem guiar a vida com os remos. Instalou-se o comodismo porque hoje podem-se dar a esse luxo, impensável em tempos idos.
    Para esta ocasião revista Visão teve a iniciativa de fazer uma edição especial "censurada", onde se pode ver com clareza os textos que não seriam ser publicados se ainda estivéssemos sobre o regime fascista. Impressionante!

    Abraço.

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  43. Caro Sócrates
    é como dizes, é triste, mas é a realidade do Portugal de hoje!
    Resta-nos continuar a afirmar, mesmo perante a indiferença, quando não a hostilidade, dos outros, o nosso sentir acerca de tão marcante data.
    Abraço muito amigo.

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  44. Caro A...
    é extremamente positivo e lúcido o teu comentário; além de ter confirmado suspeitas do pouco que a Escola ensina ou fala neste assunto, mostra que nem tudo está perdido enquanto houver jovens como tu a pensar como pensas.
    Abração.

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  45. Já lhe perdi a conta J. :)

    Abração!

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  46. Lampejo
    deves estar apaixonado pela Maria de Medeiros...
    Abraço.

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  47. O que dizer do 25 de Abril? Apenas que, infelizmente, este ano foi a um sábado.
    Falar de liberdade a uma geração que nasceu e sempre viveu em liberdade já nao faz grande sentido. O que faz sentido é explicar a esta geração a forma como pode viver essa liberdade.
    O outro problema do 25 de Abril é que passámos todos estes anos comemorativos a pensar sobre o tempo do antes do 25 e as razões que levaram ao 25 de Abril de 74. Isso já pouco interessa às novas gerações. A liberdade é um dado adquirido e inquestionável para esta geração e gerações futuras.
    O problema que hoje se coloca não é discutir como era, como foi e porque foi. O que agora importa é discutir como vai ser, de forma queremos que seja e porque queremos desta ou de outra forma.
    Continuar a olhar para o passado é perder o patrimonio que Abril nos deu.
    Olhar para o futuro parece-me ser apenas a única forma de conservar o que nos deram e que não queremos perder, a liberdade. Mas, infelizmente, parece que hoje não sabemos como a levar, como a direccionar, para onde ir e como ir.
    Mais do que saber se Salgueiro Maia, foi um héroi que de facto foi e o único que não se aproveito politica e pessoalmente do 25, é sabermos que todos os dias e em cada um de nós deve existir um Salgueiro Maia.
    Tigui

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  48. Tigui
    muito lúcido e correcto o teu comentário sobre esta data; é um apontamento que faltava, e muito importante, em tudo o que aqui foi dito. De qualquer forma, e não contraria em nada o que dizes, a falta de informação no que respeita aos jovens é tanta, que surgem , por vezes, respostas caricatas ao que eles sabem sobre o assunto...
    Abraço.

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  49. Pinguim,
    Então quem têm sido as pessoas, os politicos, que têm tido nas suas mãos os destinos da Educação em Portugal? Até agora foram sempre ou quase sempre Ministros de esquerda, portanto mais próximos dos valores de Abril. Por isso pergunto por que razão querem estes senhores que o conhecimento que as gerações mais novas têm do 25 de Abril seja tão pouco?
    Ainda me lembro dos tempos do banco de escola onde na disciplina de história nunca cheguei ao 25 de Abril e tudo o que hoje sei foi porque o fui, sozinho, descobrir.
    Ser de esquerda não basta ser é também preciso parece-lo e parece que os nossos politicos de esquerda esqueçam que o são ou nunca o foram de todo, sendo apenas aquilo que as circunstâncias mais querem que eles sejam.
    Educação é o caminho para a liberdade, quanto mais educados, mais conscientes, mais adultos, mais livres.
    Essa parece ser a liberdade que quem fez Abril nunca nos quis dar...

    Tigui

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  50. Ouvir testemunhos do acontecimento e ler-te neste caso é sempre um pequeníssimo reflexo do que terá sido o 25 de Abril, do que fez por nós portugueses e o quanto significa para quem o viveu!
    Obviamente é impossível que o sinta da mesma forma por o não ter vivido mas acho-o um feito histórico que sem dúvida deve ser relembrado e imortalizado como parte fulclar da história portuguesa.
    No texto do meu blog apenas quis dizer que isso não é suficiente e que me repugna ouvir palavras da boca para fora de quem facilmente (se se ralasse de facto) pode continuar a fazer a diferença, evoluir , batalhar. Ficar agarrado a um tempo da história por si só não tem muito valor se não pusermos em prática o que aprendemos!

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  51. Caro Tigui
    mais uma vez estou de acordo contigo; se leres o que comentei aí para trás, verás que sou muito critico em relação ao ensino da História em geral e da História de Portugal, em particular, no nosso ensino.
    E é evidente que não particularizo os culpados, pois eles são as diversas tutelas que têm passado pela pasta da Educação no pós 25 de Abril, e claro, com uma grande parte, mas não só, da responsabilidade da chamada esquerda. Mas isto é uma posição pessoal minha e se calhar não é preocupante para quem tem governado e governa, infelizmente.
    Abraço.

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  52. Amigo Félix
    eu percebi o que tu querias dizer e ao comentar como fiz, apenas não concordei com a forma que usaste, principalmente ao envolveres duas situações distintas, pondo uma como consequência da outra: de uma forma muito simplista e resumida, assim como que "este país está uma "choldra" (e até está), a culpa é de quem nos governa, seja o governo, o PR ou a AR e portanto quem está metido nisso que se lixe e o 25 de Abril também, pois isso é algo político e eu quero que a política e os políticos vão passear para outro lado e não me chateiem..."
    É algo redutor e tu já explicaste melhor o que querias dizer, apenas isso.
    Abração amigo.

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  53. Comoveste-me, amigo.Um belo texto perpassado de afecto como tu tão bem sabes escrever.Salgueiro Maia foi um grande homem. Inesquecível para mim que o vi no Largo do Carmo cheio de força e coragem.

    Beijinhos

    Bem-hajas!

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  54. Isabel
    como te invejo de teres sido testemunha presencial desses momentos.
    Beijinhos.

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