quarta-feira, 30 de janeiro de 2008

Boris e Teka


Depois de ter recebido umas miadelas ameaçadoras, confesso, dei a mão à palmatória, e pronto, eles têm razão…
Eles, são o Boris e a Teka, também conhecidos aqui em casa por “pequeninos” (ele pesa quase 7 quilos), e protestaram veementemente, aqui junto à porta do blog, com um cartaz – QUEREMOS DIREITOS IGUAIS – pois sentem-se diminuídos ao verem o afecto e carinho que alguns dos meus amigos demonstram pelos seus bichanos, nomeadamente a Vitória, do Paulo e do Zé, e do Yorick, do X e do F, só para falar nos que ultimamente mais se referiram aos seus bichanos, e eles nem uma palavra minha aqui.
Pois aí estão: o Boris, grandalhão, que não dispensa afectos, antes os exige, com excepção ao desprezo que me devota no primeiro dia de um regresso meu, após ausência mais prolongada, ao jeito de “já que me abandonaste, agora quero que tu te lixes”; tem dois miares completamente distintos, um imperativo, forte e austero que significa “quero comer”; outro, mais implorativo, terno e manhoso, acompanhado de marradinhas, e que mostra necessidade de festas, que devem ser em cima da mesa da cozinha. Já não tem uma grande agilidade e passa a vida a dormir e a pedir carícias; chateia-se quando a Teka o importuna demasiado com pedido de brincadeiras e despacha-a com uma patadita bastante forte, embora na generalidade se deêm muito bem.
A Tekas é muito mais nova, super mexida, mas agora, depois de uma difícil adaptação aos meus métodos, pouco ortodoxos, de carícias, muito terna também; está atenta a tudo, mete o focinhito em tudo, tem que ver e saber tudo; é muda e a sua forma de pedir comida e afecto é um constante roçar nas minhas pernas…
Curiosamente, não me “despreza” depois das ausências e mostra-se muito contente e procura receber muitas festas. Foi uma gata traquinas, quando mais nova, e teve que ser “domesticada” nalgumas touradas que mereciam vídeos no You Tube (o que eu corria atrás dela para lhe dar uma palmada depois das muitas asneiras feitas…)
Adoro os meus gatos, adoro que durmam comigo, adoro dar-lhes mimos e receber mimos deles.
Com o Boris, chego a “conversar” algumas vezes…

segunda-feira, 28 de janeiro de 2008

Este é o milagre


Obrigatòriamente, este post é para ti, Déjan, que depois de dias tão cheios e belos, viveste comigo, uma vez mais a dor, cada vez mais forte de uma nova separação.
Apesar de isso, vale a pena, meu amor, vale cada vez mais a pena e neste momento recordo uma frase bela do grande poeta alemão Rainer Maria Rilke (1875/1926):
“Este é o milagre que acontece a todos os que amam verdadeiramente – quanto mais dão, mais têm”.
Obrigado por me dares tanto.

sexta-feira, 25 de janeiro de 2008

Novi Sad






















Finalmente visitámos Novi Sad, uma cidade a cerca de 85 kms de Belgrado e na direcção da Hungria, com cerca de 400.000 habitantes e que é linda, verdadeiramente.
Banhada pelo Danubio, tem um castelo, que não visitámos, pois o tempo era escasso (anoitece ás 5 e pouco da tarde), o centro da cidade é belissimo, calmo e apetece mesmo ficar por ali, como podem observar pelas fotos que aqui ficam.
Este é o ultimo post que faço daqui, pois estou de regresso no domingo, a Colónia, e no dia seguinte a Lisboa.
Infelizmente, tem que ser...

quarta-feira, 23 de janeiro de 2008

Ennis del Mar


Hesitei bastante antes de escrever este post, pois rompe o estabelecido de não postar nada sobre outros temas, durante a minha ausência; mas não consigo calar a minha estupefacção e tristeza perante a notíicia da morte de Heathe Ledge.
Antes de ver o filme „Brokeback Mountain“, apenas recordava Ledge na sua actuação em „O Patriota“, muito jovem, como filho de Mel Gibson e não me impressionou por aí além; por outro lado nos seus outros filmes também não foi um actor que me levasse a admirar muito.
O seu aspecto fisico tão pouco era muito apelativo para os meus gostos, embora reconheca que o seu rosto tinha algo que comunicava simplicidade, ternura e alguma tristeza..
Mas, na sua interpretação de Ennis del Mar, Heathr Ledge transformou-se por completo e deu-me uma das melhores interpretações que vi nos últimos anos, pois se pode ser difícil interpretar um grande drama, ou uma grande comédia, mais difícil é interpretar uma personagem tão fechada em si própria, que „falava“ por silêncios e que emocionava até às lágrimas algumas das cenas do filme.
Mais que Heathe Ledge, choro hoje a perda de Ennis del Mar!
O beijo que „arranca“ ao amigo, toda a cena em casa dos pais dele, e a cena final, com a comovente visita ao armário onde estava o seu vestuário, jamais me sairão da memória.
Recordo que fiquei sózinho na sala durante a passagem dos créditos do filme, a ouvir esta canção de Willie Nelson, que é só por si qualquer coisa de muito belo; e como então, não consigo suster uma lagrima...
Porquê, Ennis del Mar, partiste tão cedo?

sexta-feira, 18 de janeiro de 2008

Belgrado em fotos

Confluência do rio Sava com o rio Danúbio, tirada da fortaleza de Kalemegdan. A ilha está no meio dos dois rios.
Rio Sava e Nova Belgrado.

Hotel Moscovo, no centro da cidade.


Catedral de S.Sava, a segunda maior do mundo, do culto ortodoxo.



Teatro Nacional e estátua equestre do Principe Mihailo, na principal praça de Belgrado.




Igreja de S. Marcos, para mim a mais bela da cidade.





domingo, 13 de janeiro de 2008

Dobro smo - Estamos bem


U Beogradu je vrlo hladno pa i nije najprihvatljivije šetati ulicom... Ipak, sva ostala mesta; kafići, restorani i prodavnoce su vrlo topli pa jako brzo zaboravimo na hladnoću spolja. Nismo izlazili mnogo, ali nam je zbog toga još "toplije". Sredinom nedelje predviđa se sneg i biće vrlo dobro izaći na ulice i to uslikati. Međutim to će najverovatnije i biti razlog za odlazak u Novi Sad sutra ili prekosutra jer nije daleko (80 km) te ćemo ići autobusom ujutro i vratiti se uveče. Dobro smo, ali tek će nam biti odlično!!!

Em Belgrado está muito frio e apetece pouco andar na rua...No entanto, todos os locais - cafés, restaurantes, lojas - estão aquecidos e lá dentro esquece-se o frio. Temos saído pouco, e assim o "calor" é ainda maior. Prevê-se um nevão para o meio da semana, o que será óptimo para ir para a rua tirar fotos. Mas isso leva-nos a antecipar a ida a Novi Sad para amanhã ou terça feira: é perto (80 kms), e iremos de autocarro, pela manhã e regressaremos à noite. Estamos bem, pensamos que estamos mesmo muito bem!!!



É o primeiro post cuja autoria não é apenas da minha exclusiva responsabilidade e é um post bilingue (sérvio e português).

terça-feira, 8 de janeiro de 2008

Rumo ao Danúbio, via Reno


Amanhã, parto para passar duas semanas e meia com o Déjan, em Belgrado.

Será o muito esperado reencontro desde Zadar, no passado mês de Setembro e só me reconfortará o regresso o aprazar de um novo encontro, pois pelo menos temos uma data á nossa espera...

É realmente muito difícil um relacionamento assim à distância, e apenas bases sólidas e um mútuo e grande afecto permite alimentá-la.

Mas nada disso agora importa; apenas sei que amanhã, por estas horas estarei a voar até Colónia, onde numas poucas horas poderei relembrar as margens do Reno, para no dia seguinte ir almoçar com o Déjan, nas margens do Danúbio, na sua bela confluência com o Sava.

Durante este tempo, este blog estará de férias...ou talvez haja alguma notícia de lá.

Até breve...

domingo, 6 de janeiro de 2008

Luís Pacheco


Não imagino que epitáfio gostaria Luís Pacheco gostaria de ter na sua sepultura, mas estou certo que seria o mais corrosivo, em todos os cemitérios.

Isto porque o homem e escritor que faleceu ontem, foi entre muitas outras coisas , sobretudo um homem corrosivo.

Foi alcooólico, surrealista, tinha problemas de visão que lhe deram uma imagem ímpar com aqueles óculos de graduação impossível, foi escritor, foi andrajoso, provocador, foi pedinte, foi ouvido e foi considerado, foi um homem como há poucos; nele se misturava o génio e o asco.

Foi desde sempre um opositor à ditadura e ecreveu, fartou-se de escrever: livros, folhetos, comunicados, provocações e simples folhas de papel.

Muitas vezes me cruzei com ele, velho antes de o ser, na rua, num café, com aquele ar de louco fugido do manicómio, mas sempre vi nele alguém que ia muito além da imagem que fazia passar.

Houve duas obras suas que me marcaram muito: o incontornável "Comunidade" (1964) e uma publicação, à altura quase clandestina que era "O Libertino passa por Braga, a Idoláctrica, o seu Esplendor"(1970).

Um ano e pouco depois de Cesariny, o surrealismo morreu de vez...

sábado, 5 de janeiro de 2008

Post Office

(clique para aumentar)


Bem ao estilo de Tom of Finland, mas mais abrangente, este boneco tem promenores deliciosos: a posição das pernas da "senhora" que está a aceder ao "guichet", o bebé, o cão e a ave, por exemplo.

quinta-feira, 3 de janeiro de 2008

"purosex.com"


Aproveitei os curtos dias de ausência, pelo Natal, para ler o livro de Dennis Cooper “purosexo.com”, da editora Bico da Pena, e que havia comprado no S.Jorge, durante o festival de cinema gay.
Já tinha lido um texto do Miguel ( Innersmile), acerca do livro, mas como não conhecia o livro, confesso que me “passou um pouco ao lado”.
Devo desde já dizer que não gostei do livro, de uma forma geral, embora reconheça no autor uma capacidade imensa de jogar com a escrita, e de através dela “jogar” com o leitor. O tema é muito mais do que uma simples história ou conjunto de histórias, sobre conhecimentos travados na internet e nos chats afins; é um olhar muito perverso sobre um mundo muito particular da homossexualidade, e que parece ter cada vez mais simpatizantes, especialmente nos EUA: o mundo do sado-masoquismo levado ao extremo, à morte até, desejada quer pelo “carrasco” quer pela vítima.
Sou muito liberal, aceito qualquer acto que outrem deseje praticar, de sua livre vontade e que não moleste terceiros¸ mas actos que envolvam a morte e formas demasiado fortes de dor, para poderem ser consideradas apenas bizarras, isso não vai muito comigo, confesso.
Estive para abandonar a leitura do livro várias vezes, mas li até ao fim, na tentativa de encontrar algo que me minorasse o incómodo do que já havia lido, mas em vão.
Espero que o outro livro que comprei na altura me proporcione o prazer que este não me trouxe.