quinta-feira, 21 de fevereiro de 2008

Libertemos a Liberdade


O actual conceito de liberdade não contempla a liberdade do amor desde que não seja considerada sob o ponto de vista normal do amor heteropatriarcal, e muito menos legaliza e ratifica esse amor aos olhos da sociedade e do estado (para não falar já, de um Deus…)
Reclamemos pois a liberdade da própria palavra Liberdade, que nos dias de hoje está sequestrada nas mãos de uns traficantes que apenas a querem prostituir em bordéis mediáticos. Libertemos a liberdade para a colocar no lugar que merece, que não seja a liberdade que protege os interesses e privilégios de alguns, mas sim a liberdade para amar como quisermos, para invocar o deus ou a deusa que mais nos inspire ou a nenhum, e para falar e escrever sem medo das represálias ou da enorme sombra de falsos rumores convertidos em verdades. Liberdade para ir cimentando uma futura convivência mais harmónica e plural.


(Lucía Etxebarria, in “Zero”)

26 comentários:

  1. Amigo Pinguim,

    mais um post com tanto pra dizer...
    Como sabes ando a mil, mas só quero que saibas que tu mesmo sem saberes ajudas os outros a serem cada vez mais livres e a pintarem a sua vida do côr que bem lhes apetecer...
    Um beijinho com o maior dos carinhos
    Duxa

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  2. Querida Duxa
    achei esta passagem de um artigo de opinião da L.Etxerrabia tão actual, tão verdadeiro, que não resisti a partilhá-lo com os meus amigos; pode ser que gostem...
    Beijinhos.

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  3. Está lá (quase) tudo. Não é preciso acrescentar mais. Preciso é sim não deixar cair em saco roto todas as palavras e intenções que não são vãs.
    Abraço, Pinguim.

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  4. Amigo Oz
    esse quase é relativo e subjectivo, variando para mais ou para menos, conforme cada caso pessoal.
    Abraço.

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  5. Bonito, lapidar e urgente. :)

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  6. Amigo João Manuel
    comentário simples,conciso e correcto, como é hábito.
    Abraço.

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  7. Muito bem dito, muito bem lembrado...
    Abraços para vós,

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  8. E para vós também, que há muito põem isto em prática, amigos Luís e Gonçalo.

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  9. liberdade. bom tema, exelente reflexão.
    abraço

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  10. Amigo Sócrates
    mais do que liberdade, é a liberdade de a exercer!
    Abraço.

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  11. Sempre achei um espanto que algumas pessoas - não sei se muitas se poucas, só se ouvem as que fazem barulho - gastem tempo e energias a regular a vida dos outros. E até nem me refiro só a homossexuais, porque estes vigilantes da vida alheia decidem sobre todos os comportamentos. E mais, nem se questionam porque raio haviam 6 mil milhões de pessoas de viver de acordo com os padrões de um.

    Olha, que sejas feliz, que eu também quero ser.

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  12. Amor é amor, independentemente da forma que adopte para se manifestar.
    Há tanta falta de, que as pessoas andam "cegas". Mas é só parar para dar e receber.
    Hetero/Homo, o que importa é a qualidade dos sentimentos e a dignidade das acções.

    Bjinhu e é sempre um gosto passar por aqui.

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  13. Vamos libertar a liberdade, principalmente a liberdade para amar.
    Um abraço.

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  14. Mar_maria
    é isso que procuro fazer, embora o bom seja sempre inimigo do óptimo; e é o que eu sdesejaria que toda a gente fosse: feliz; principalmente as pessoas a quem quero bem...
    Beijinhos.

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  15. Amor, minha cara Keratina. sempre foi, é e será entre duas pessoas, não entre dois gèneros necessáriamente diferentes, como bem dizes.
    Beijinhos.

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  16. Meu caro Paulo
    é esse exactamente o objectivo deste post.
    Abraço.

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  17. Sabes, pinguim, este texto é tão mais urgente quanto vejo, de dia para dia, alguns focos de vontades de suprimir liberdades, várias liberdades... Então a liberdade para amar, nem se fala. Temo por uma certa ideia de futuro que cada vez mais vejo quebrar-se... Abraço!

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  18. É por concordar inteiramente contigo, que este texto aí está.
    Abraço.

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  19. Vou apenas "chover no molhado"...dizendo que, este texto esta excelentemente arquitectado, dando as tacadas certas nos contextos exactos....

    É o mal do Todo pela Parte...e da Parte pelo Todo...

    Urge-se uma abertura de olhos senão como diz o ali o Rato, o futuro quebra-se...


    Abraço:)

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  20. Amigo Hydra
    focaste um ponto, como o Rato, fundamental para mim: o futuro.
    O futuro é um pau de dois bicos, em todos os aspectos, e eu, que de conservador, nada tenho, já muitas vezes pensei neste "admirável mundo novo"...é tão maravilhoso, no campo prático, ter tanto meio à nossa disposição, e no entanto ir perdendo a noção do humano em favor dos automatismos; no campo do pensamento, a coisa, embora completamente diferente e mais passível de ser moldada por nós próprios tem também perigos, que são o excesso "vocacionado" da palavra liberdade; não sei se me fiz entender, mas foi um dos temas pelo qual "peguei" neste pequeno mas muito actual tema.
    Abraço.

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  21. João, tu que já viveste uns aninhos, tal como eu, tens a noção de que o mundo já é outro. É outra coisa. E que a conotação da palavra liberdade também. Acho que para uma ou duas gerações a liberdade ainda é a 'liberté' do Paul Eluard, mas neste momento ou está suspensa, ou mudou irreversivelmente. Não é bom nem é mau, é assim.

    Sur mes cahiers d'écolier
    Sur mon pupitre et les arbres
    Sur le sable sur la neige
    J'écris ton nom


    Enquanto que até aos anos 80/90 o entendimento desta palavra seria relativamente comum a toda a cultura ocidental, não sei se hoje soará dentro das pessoas do mesmo modo. Liberdade, mas... Liberdade, se...
    Acho que não, as palavras e os conceitos são do mais dependente que há.

    Não vou fazer a apologia do 'antes', pelo contrário, os melhores tempos são sempre aqueles em que vivemos, apenas noto que numa mesma geração o significado de palavras que se manteve estável durante décadas começa a deslizar. Sem saudosismos, apenas alguma apreensão. É muito bom ir deste cantinho à fronteira russa sem dar cavaco a ninguém, mas também é muito bom que um novo torniquete não molde as nossas cabeças.

    bjinhos

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  22. Minha amiga
    se ainda tinha alguma dúvida sobre o teor do meu próximi texto, este teu comentário tirou-a; perceberás porquê, quando o leres.
    Beijinhos.

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  23. Liberdade para sempre, mas desde quando? Desde quando é que nós somos livres? Já o fomos alguma vez? Apesar de vivermos em semi-liberdade, ainda há tanto por libertar...
    Abração
    Miguel

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  24. Amigo Miguel
    compreendo e aceito o teu desabafo; não sei que idade tens, mas com certeza não viveste como eu vivi o antes do 25/Abril, pois a diferença na questão da liberdade é abissal...
    Mas que há ainda muito por libertar, completamente de acordo.
    Abraço.

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  25. Absolutamente de acordo!

    E cada vez mais importa reclamar a Liberdade, sob pena de a podermos perder, na pluralidade e multivalência dos seus aspectos. Porque reduzir ou entender a liberdade numa acepção monológica será deprimente e, indubitavelmente, conduzirá à sua supressão.

    Abraço:)

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  26. Amigo Kapitão
    em primeiro lugar um agradecimento pela tua visita; já tinha intenção de visitar o teu blog, como outros, dos quais fui lendo comentários aqui e ali, mas com uma tão grande lista de amigos para ir visitando, foi ficando adiado...
    Ká retribuí a visita e gostei sinceramente do teu espaço, pelo que tomei a liberdade de linkar o teu blog; espero que não te aborreças...
    Quanto ao tema do post, pois é urgente tomar posições, nos diversos aspectos a que essa palavra fundamental - Liberdade - vem sendo posta à prova. Ainda bem que estamos de acordo.
    Abraço.

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