terça-feira, 27 de novembro de 2007

Os velhos cinemas de Lisboa (reposição)


Há dias, li num blog amigo a notícia do encerramento do cinema Quarteto, o que muito me entristeceu, pois foi e continuava a ser im cinema, com uma programação muito equilibrada entre o comercial e o alternativo, além de ter sido inovador no que se refere à multiplicidade de salas num só cinema.
Vi ali alguns dos melhores filmes da minha vida, e em geito de homenagem, pensei em “repôr” um texto do meu desaparecido blog, aliás um dos primeiros, em que eu relembrava as salas de cinema de Lisboa, já desaparecidas.
Será também uma oportunidade de ficar no blog um texto que estava desaparecido


Segunda-feira, Novembro 06, 2006

Os velhos cinemas de Lisboa


É com certa nostalgia que recordo alguns (muitos...) cinemas que existiam, ou existem, mas com outras funções, nesta nossa cidade.
Quando jovem, vim estudar para cá, abundavam os cinemas de reprise, onde por meia dúzia de escudos se podiam ver sessões duplas estupendas, e outros com algum outro pretenciosismo, eram chamados "cinemas de bairro".
Entre os primeiros, como esquecer o CHIADO TERRACE, paredes meias com o luxuoso S.LUIZ, naquela infelizmente célebre António Maria Cardoso, o PARIS, um pouco mais abaixo o admirável JARDIM CINEMA (o palhinhas), o CINEARTE, o IDEAL, o IMPERIAL, sem esquecer essas fellinianas salas que eram o SALÃO LISBOA, aquele outro ao Arco de Bandeira, e claro o resistente até há pouco OLÍMPIA (este por razões muito específicas e mais almodovorianas).
Muitos outros, existem ainda, mas dedicados a outras actividades: o IMPÉRIO, O ALVALADE, o CONDES, o ÓDEON, o ÉDEN, o EUROPA, o APOLO 70 (percursor de um novo estilo) , o ESTÚDIO (memoráveis sessões das 18,30, que me mostraram todo o Bergman possível) e outros que porventura não recordo. Ah, quase esquecia o MONUMENTAL...
Noutro aspecto, permanecem com programações distintas, mas existem, o S.JORGE, o S. LUIZ, o TIVOLI, o ROMA.
Agora, a oferta das distribuidoras tem múltiplas opções, mas não posso deixar de me congratular com a preserverança de um cinema, que não sendo dos mais antigos, tem já o seu tempo, inovou quando abriu com as suas 4 salas e tem mantido uma programação muito estimulante, quase mesmo alternativa; é o caso do QUARTETO!
Também com uma programação diferente é justo referir o NIMAS.
Como gostaria hoje de assistir numa cadeira de verga, na Pedro Álvares Cabral, por exemplo a uma dupla de "OS INACTIVOS", de Fellini e de "LADRÕES DE BICICLETAS, de Vittorio de Sicca?

24 comentários:

  1. É triste.
    Cá no Porto já não existe o Trindade (agora é Bingo), o Águia d'Douro, o Passos Manuel, entre tantos outros. Que saudades do Batalha (agora bar e restaurante) e da sua Sala Bébé. Resiste ainda o Nun'Álvares, mas até quando?

    Mesmo aqueles de fitas porno (que já eram clássicos da cidade), tipo Olímpia, 411 e Sá da Bandeira, não sobreviveram (tb os velhotes que eram o seu target vão indo, não é?!).

    Detesto centros comerciais e os seus multiplex. Detesto pipocas e gente sentada como a sardinha na canastra.
    Quero outra vez sessões da meia-noite no centro da cidade. Ou as matinés das 18 e 30h.

    Sabes que o último filme que vi em Lx - Melhor é impossível - foi no S. Jorge? Pois é...

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  2. Para ser franco, do Quarteto so tenho saudades da programação. Vi lá alguns filmes ditos, na altura, vanguardistas.
    Agora como cinema sempre foi um verdadeiro "aborto"!!!!

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  3. Amigo João Manuel
    também eu detesto estas novas salas, mas estaremos, dentro em breve, condenados a ver cinema apenas nelas ou em nossas casas.
    O último filme que vi, foi na Covilhã, numa dessas salas e é incrível o quase ritual da bebida e das pipocas (as cadeiras até têm espaço para os grandes copos plastificados) e a menina da bilheteira quase ficou admirada quando eu respondi que não queria pipocas; tenho realmente muitas saudades das salas tradicionais, umas mais outras menos confortáveis, mas onde se ia "realmente" ver cinema.
    Abraço.

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  4. Pois claro, caro Tongzhi, que estou de acordo contigo quanto ao Quarteto, como salas sem condições; mas foi sempre um cinema de culto, principalmente quando teve a dirigi-lo o Pedro Bandeira Freire; as opções que havia para escolha eram sempre de filmes com interesse.
    Abraço.

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  5. Vi ali alguns dos melhores filmes da minha vida...

    eu tambêm vi ali filmes (até há pouco tempo) filmes que constam no meu catálogo dos melhores filmes; tambêm ali assisti a cenas engraçadas e tamb~em ali vivi situações que ainda me fazem sorrir...espaços há que deviam ser eternis, ainda que melhorados, como é o caso...

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  6. As minhas melhores recordações do Quarteto têm a ver com um dos mais extraordinários filmes que vi, "O Baile", do Ettore Scola.
    Mais tarde assisti à peça pela Barraca, e a magia manteve-se.

    É impressionante como um filme e uma peça sem uma palavra e passado num salão de baile conseguem fazer-nos espectadores de toda a história da Europa no século XX. As cenas que se reportam à 2ªGG, à resistência, ao colaboracionismo, à dificuldade do dia-a-dia são fabulosas. Acho que o único outro filme que se aproxima da 'compactação' deste, não no formato mas na temática, é "O Último Metro" do Truffaut.

    Do Império hei-de lembrar-me sempre dos ciclos dos cineclubes, filmes já muito por fora da distribuição regular.

    João, 1 beijo grande por mais esta memória dos nossos cinemas-paraíso.

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  7. É uma pena que estes cinemas estejam a fechar.
    Pena porque os velhos cinemas costumam ser os únicos a manter a tradição do cinema como creio que ele foi criado para ser: diferente, encantador, misterioso, apaixonante...
    Hoje em dia essa tradição perde-se à medida que os "cinemas" se tornam em nada mais nada menos do que "uma sala com uma grande televisão".
    Enfim aqui fica o "rant"...
    Abraços.

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  8. Amigo Luís
    Não se devem esquecer aquelas maratonas de aniversário, que duravam 24 horas, sempre com a reprise de filmes que ficaram na história do cinema.
    Abraço.

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  9. É curioso que "O baile" foi também um filme fabuloso;toda aquela sequ~encia inicial, da chegada dps primeiros cavalheiros e damas, em que pequenos promenores nos davam bastante bem o retrato de cada um; mais tarde vi encontrar numa grande discoteca gay de Milão uma ambiente semelhante, perfeitamente surrealista; chamava-se "Nuova Idea"...
    Beijinhos.

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  10. Tens razão Mário, não só do prsisma que apontas, como também, porque as novas tecnologias nos permitem ter em casa, quase perfeitos cinemas (e sem pipocas...)
    Abraço.

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  11. Meu caro, também fico triste com o fim do Quarteto. Juntamente como King, não muito longe, eram seguramente das salas onde me habituei a ver muitos e bons filmes. Vai deixar-me saudades e boas recordações.
    Abraço.

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  12. Tudo isto, amigo Oz, me põe um pouco a pensar na curta, mas já muito interessante história da exibição cinematográfica em portugal - sim, pois como se vê pelo que o Catatau diz, no Porto sucede o mesmo, e por essa província fora, os "velhos" teatros-cine, foram dando lugar aos cinemas instalados nas grandes superfícies comerciais.
    Abraço.

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  13. As referências do passado vão sendo lentamente substítuidas pelo "igual" do futuro...

    É o mal da globalização....!!!
    Fará com que o passado um dia seja igual para toda a gente..!!!

    Tristes...pois não sabem o bom que era a variedade!

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  14. Meu caro Hydra
    tenho pensado muito nisso que dizes e que é muito pertinente; por vezes, penso se não estou a ficar estùpidamente saudosista ou mesmo algo conservador; mas penso que não, pois as ideias progressistas nunca me abandonaram; todavia há "coisinhas" que eram tão lindas...
    Abraço.

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  15. OH João, esqueceste-te do Animatógrafo!!!! Ainda o conheci como sala de cinema, já muito decadente, nos meus tempos de estudante em Lisboa.
    Agora, pelo menos tem a frontaria conservada.
    Em 1975 vi muitos filmes no velhinho Alvalade, pois morava lá perto e estudava na escola ao lado. Em pleno PREC havia lá matinés com filmes sobre a revolução cubana LOL.
    Vi o primeiro filme porno no Olímpia (ainda existe?).
    Grande sessões de cinema no S. Jorge, Quarteto (onde vi o primeiro filme gay), Condes e Tivoli, e a febre de sábado de manhã no NIMAS.
    AHHH Belos tempos!!!!, obrigado por me fazeres recordar.

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  16. Ora vamos lá pôr a escrita em dia, amigo Teddy.
    Eu quando escrevi isto, ainda estava muito "verde", foi um blog do meu 3º. dia apenas, e não pretendi fazer um levantamrnte exaustivo de todos os cinemas de Lisboa; mas e passando aos cinemas com filmes porno, o Animatógrafo, com essa bela fachada que mantém, resguardada pelo Arco de Bandeira, antes de passar pornos (fui muito felz ali, uma vez, eheheh), passava cowboyadas do género 3ª ou 4ª divisão, e é agora um local de "peep show", suponho. O Olímpia foi até há nã muito o "rei" dos cinemas pornos,onde toda a gente ia, desde o travesti ao senhor de fato e havia muitos pais de família que levavam "A Bola" com o duplo motivo, de passar por macho e depois ajudar a tapar o que por lá faziam; foi comprado pelo La Féria e hoje faz parte do Politeama; os que continuam activos, nesse campo são o velhinho Camões (agora Paraíso), no Calhariz e o Cinebolso, perto do Saldanha.
    Claro que não são o Cine Carretas, de Madrid (de boa memória),mas sempre servem para tirar a barriga(???) de misérias. O Ódeon, em tempos também passava filmes porno, julgo eu.
    E pronto, está tapada esta lacuna do texto.
    Abraço.

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  17. Xiii é nestes momentos que me sinto mesmo um "CHARILAS" ao pé de vocês. Não vos estou a chamar velhos... mas são reordações que nao tenho. Enfim, que não posso ter. Terei outras!

    Aquele abraço

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  18. Não me faças rir, queres trocar, amigo Kokas???
    Embora as recordações, e principalmente quando não nos trazem más memórias, sejam sempre agradáveis e...necessárias, acredita.
    Como bem dizes, tu terás as tuas, e já as vais tendo, por exemplo, em relação aos tempos de criança.
    Um abraço amigo.

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  19. :) Ao que sei é um encerramento temporário... parece que não responde às normas de segurança.

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  20. Caro Ilovemyshoes
    Se é assim, ainda bem, duplamente; pois faz falta e também fazem falta certos melhoramentos.
    Abraço.

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  21. Tenho mesmo saudades do tempo em que subia a Avenida da Liberdade e me encantava com aqueles cartazes gigantescos nas paredes dos cinemas. Agora já não há nada disso, mais tarde ou mais cedo esses pequenos resistentes vão fechar as portas e ficamos mesmo reduzidos ao cinema pipoca.
    A propósito da imagem o "Cinema Paraíso" foi um filme que adorei, as experiências são diferentes mas revi-me tanto naquele miúdo, acho que todos nós...
    Um abraço

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  22. Caro P.
    Esse promenor dos grandes panos nas fachadas sos grandes cinemas, não só da Av. Liberdade, é realmente muito curioso, pois além de avivarem essas zonas, alguns constituíam autênticas obras de arte.
    "O cinema paraíso" foi um daqueles filmes de que é impossível não se gostar...
    Abraço.

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  23. Dear Anónimo
    Thanks for your comment. I love moovies and some years ago i have seen almost all the pictures in Lisbon movie theaters.
    Please, this blog is yours too. Come back when you want.
    I just ask you something: try to get a name, a nick, doesn't metter, just to be not an anonymous person
    Thanks.
    Hugs.

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Evita ser anónimo, para poderes ser "alguém"!!!