sábado, 21 de julho de 2007

Imagens que mudaram a história (5)

Iraque 2004
A invasão americana do Iraque era uma guerra quase sem imagens. Não havia sofrimento, nem feridos, nem mortos. Houve imagens que os EUA gostariam que ficassem como ícones desta guerra: uma estátua do ditador iraquiano a ser derrubada em Bagdad, a captura de Saddam.
Mas verdadeiro ícone apareceria em 2004, divulgado pela The New Yorker. A imagem não tem qualidade, mas o ar clandestino só reforça a sordidez e dá-lhe mais força.
Um iraquiano com uma capa preta e um capuz preto enfiado na cabeça, de braços abertos como Cristo na cruz, em cima de uma caixa, com os dedos ligados a fios eléctricos. Essa e outras, imagens de tortura na prisão de Abu Ghraib em Bagdad acabaram com qualquer possibilidade de os americanos recuperarem a sua imagem no Iraque.
Não há aqui a coragem dos grandes fotógrafos, nem prémios Pulitzer. Só telemóveis ou pequenas máquinas digitais, e a abjecta atitude de militares americanos divertindo-se a humilhar iraquianos, e, na sua imensa estupidez, a fotografar-se enquanto o faziam.

19 comentários:

  1. Que mudaram a história é facto indesmentível, mas mudarem a História, nem de perto nem de longe o conseguiram.
    E como já estamos habituados aos secretismos idiotas do governo e da presidência, muito mais virá ainda a lume! E aí, a barraca vai arder!
    Abraço!

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  2. Acho que tens razão pinguim...
    São imagens revoltantes mas que só dão origem a uma revolta de sussurros... baixinho.

    Fica bem pinguim.

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  3. Infelizmente, cara Yellow astronaut. Até quando?
    Beijinhos e bom fim de semana.

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  4. Só mostra quão estúpido, ignorante e arrogante é a maioria do povo norte americano (EUA).

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  5. Claro, Lampejo
    só assim se compreende a reeleição do mais idiota presidente que os EUA jamais tiveram.
    Abraço.

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  6. "Caminho para Guantánamo"...
    Viram este filme?

    "Quatro amigos partem da região central da Inglaterra, no final de setembro de 2001, numa viagem para participar de um casamento, mas acabam no "Caminho para Guantánamo".

    O excelente filme de Michael Winterbottom e Mat Whitecross, (...)reconta a história real desses cidadãos britânicos de origem paquistanesa por meio de centenas de horas de entrevistas, para que a história surja, literalmente, das próprias palavras dos protagonistas."

    Estes jovens lembraram-se de, aproveitar que andavam pelo Paquistão, para dar um salto a Cabul. Viajaram à boleia, numa boa e acaba por "estoirar" a guerra... Como falavam Inglês, os Americanos tiveram a certeza absoluta que se tratavam de pessoas influentes na Al-Qaeda... Isto só visto!

    Se não viram, vejam este filme. Permite-me esta "propagandazinha", caro Pinguim, mas vem mesmo a calhar com o teu post e, estou certo que a sensibilidade que te leva a faze-lo é a mesma que te vai fazer ver este filme com outros olhos ( se é que não viste já...)

    Um grande abraço e bom fim-de-semana

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  7. Bom também nós portugueses quando estivemos em Africa fizemos muita porcaria do género e quiçá bem pior. Não gosto nem desgosto dos americanos, tal como todos os povos têm coisas boas e coisas más e a verdade é que acho que sempre que há guerra acontecem coisas destas, e por isso mesmo continuo a defender a minha posição contra a guerra e as forças mitlitares e tudo o mais, é uma estupidez!

    Não é que as imagnes não me revoltem, aliás nem nunca tive coragem de as ver e dei de caras aqui com elas no teu blog, prefiro nem saber que estas coisas acontecem! Mas creio que já era uma coisa esperada... No vietname foi igual, e em todas as guerras isso acontece.

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  8. Amigo joão
    "propaganda" dessa é sempre bem vinda aqui e é verdade que me aguçou o apetite para o filme de que falas, que é sem dúvida mais uma prova cabal da cabotinice americana. Obrigado, portanto.
    Abraço e bom domingo.

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  9. Caro Heartvibes
    claro que em todas guerras se fazem "porcarias", como dizes.
    Mas o exemplo da guerra colonial portuguesa, não me parece que possa ser equiparado, e sei do que falo, pois estive em dois dos três territórios em que houve guerra: Moçambique e Guiné Bissau.
    Houve com certeza coisas menos boas, mas não a este nível.
    Quanto aos americanos, confesso que, embora não generalize, pois seia idiotice, lhes tenho um pequeno ódio de estimação; afinal reeleger Bush é, no mínimo um acto de perfeita conivência com a estupidez congénita desse senhor.
    Enfim, são opiniões...
    Abração e bom fim de semana.

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  10. Pois é, Tongzhi, é chocante, e revoltante!
    Abraço e bom domingo pelas praias dos teus sítios.

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  11. Deuses!...Nem vou comentar a atrocidade que a foto mostra.
    Vou , isso sim, desejar-te um óptimo e tranquilo (quanto possível),fim-de-semana!

    Beijinhos :-)

    (Amanhã já é Domingo...) ;-)

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  12. Querida Carla
    seguindo o teu conselho, apenas vou falar sobre este fim de semana, que nunca mais acaba, porra...
    Dizes que amanhã já é domingo???
    Pois eue penso que amanhã só é domingo!!!
    Beijinhos, cara amiga.

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  13. ... Não duvides, meu caro! Aquela gente pode parecer muito crédula e «cabotina» como dizes, enquanto não se der conta de que foi traída. Quando as evidências já não puderem ser mascaradas e maquilhadas, aí sou eu que não queria estar na pele dos caídos em desgraça...

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  14. Houve muita coisa encoberta nesta história; alguns marines foram julgados e serviram de bode expiatório para calar a opinião pública. O que ficou encoberto é que a administração Bush sabia, ao mais alto nível, do que se passava e tinha a sua aprovação.
    Um abraço

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  15. Amigo Paulo
    independentemente do sadismo inaceitável destes actos - aquela soldado que apareceu em muitas fotos, tinha um ar perfeitamente preverso - a história repete-se sempre, aqui, como em tantos outros casos da vida, em que, quem "se f..., é sempre o mexilhão", e o peixe graúdo fica na sombra.
    Abraço.

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  16. Eu já discuti tanto estas fotos que me é difícil seleccionar um comentário simples sobre o muito que havia a dizer. Quando se regateia, como se continua a regatear, se os prisioneiros de Guantanamo estão ou não abrangidos pela Convenção de Genebra e ao abrigo de tratamentos desumanos, está tudo dito sobre 'o farol' que hoje governa a América.

    Que o fazem clandestinamente, toda a gente sabe que sim, todos os países lançam mão de processos que sabem condenáveis e que por isso negam a pés juntos. Agora que ainda venham para as televisões expor estados de alma, 'terão direito a protecção legal?', como ainda ontem ouvi à Condoleezza, diz tudo sobre o assobiar para o lado a que se chegou nos nossos dias no que diz respeito aos direitos humanos.

    Beijinhos outra vez e, principalmente, 'aquela' semana em grande!

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  17. Amiga Mar_maria
    todos sabemos que os direitos humanos estão longe de ser respeitados, um pouco por toda a parte. Mas há países em que o exagero raia o inadmissível, como a China, por exemplo.
    Mas, quase me revolta mais o desrespeito americano, não pelo meu pequeno (?) anti-americanismo, mas sim por serem os EUA, na sua política externa, os arautos da defesa dos mesmos, e à luz da qual, já arranjaram pretextos para invadir territórios soberanos, como se fossem os "polícias do mundo"; essa senhora Condolezze
    a Rice, pelo seu discurso, pela sua arrogância, é bem o símbolo de toda essa política vergonhosa.
    Guantanamo é uma chaga nos tempos de hoje, e quem sabe exactamente o que por lá se passa?
    Beijinhos, e estou quase a ser muito feliz....eheheheh

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